Na hora de sentar à mesa você descobre diferenças marcantes entre a cultura americana e a brasileira. Nada tão grave que a gente não aprenda numa primeira viagem. Mas se você gosta de se precaver, aqui vai um apanhado das principais pegadinhas.
1. Café da manhã: na deli é melhor
Se o café da manhã não está incluído na sua diária (e normalmente só está incluído em redes 3 estrelas, como Holiday Inn Express, Hampton Inn, Fairfield Inn), a melhor alternativa é achar uma delicatessen nas redondezas do seu hotel. Ali você vai poder escolher frutas fresquinhas, iogurte com granola e bagel para fazer um café saudável e em conta. Em restaurante, pedir todos esses itens -- e mais o prato principal de lingüiça, ovos e batata (as hash browns) -- sai uma pequena fortuna e vai fazer chegar à mesa muito mais do que você consegue comer a essa hora da manhã.
2. Almoço: melhor momento para extravagâncias
Almoçar de verdade não é um hábito americano: no meio do dia a regra é comer rápido, com as mãos e em pé. Por isso todo restaurante tem um cardápio de almoço enxuto e leve -- sobretudo no bolso. É a nossa melhor oportunidade de comer em restaurantes que à noite não sejam para o nosso bico.
3. Jantar: peça antes que a cozinha feche
Os restaurantes abrem muito cedo para jantar: às 17h a maioria já está de portas abertas. Depois das 22h é difícil fazer um pedido que não seja de sobremesa. Programe-se para jantar bem mais cedo do que você está acostumado no Brasil.
4. Espere para ser levado à mesa
"Please wait to be seated" é o aviso que você vai encontrar à entrada de muitos restaurantes -- mas mesmo onde não houver esta placa, espera-se que você aguarde até o host ou a hostess vir atender você. Não é frescura não: ao levar vocês à mesa, a hostess entrega os cardápios e sinaliza para o garçom da área que vocês estão lá. Se a gente chega e vai sentando por conta própria, eles não registram a nossa presença, e o serviço embola geral.
5. No bar do restaurante: acerte antes de ir à mesa
Caso você precise dar um tempinho no bar antes de liberarem uma mesa, saiba que o sistema espera que você pague o consumo do bar antes de sentar. (É possível pedir para acrescentar a conta do bar à conta do jantar, mas todos os envolvidos ficarão mais felizes e tranqüilos se você for para a mesa zerado.)
6. O ritual dos specials
Depois de deixar a sua mesa estudar e confabular sobre o cardápio, o garçom reaparecerá com novidades: ele vai então recitar (ou ler de um papelzinho) os specials, ou pratos do dia. Nesse momento eu sempre ouço com atenção e faço a minha melhor cara de conteúdo, mas normalmente não entendo xongas do que eles dizem. Se o seu inglês é melhor do que o meu, parabéns e boa sorte. Eu fico com o que está escrito, com preço visível e com ingredientes desconhecidos googláveis...
7. A ciência da gorjeta
Em restaurantes, a gorjeta só vem acrescentada quando o grupo é grande (a partir de 6 ou 8 pessoas). Nos outros casos, é a gente que tem que fazer conta. Espera-se que você deixe pelo menos 15% de caixinha; muitos americanos já arredondam direto para 20%. (Ao contrário do que acontece na Europa, os garçons nos Estados Unidos ganham um salário simbólico e vivem de gorjeta.)
Em Nova York o habitual é dobrar o valor da sales tax, o imposto municipal de vendas, que é de 8,875%. Assim, acaba-se deixando 17% e quebrados. (Ou seja: somando-se imposto e caixinha, cada item acaba custando 25% a mais do que é informado no cardápio.)
Deixar a gorjeta no cartão de crédito é chatinho: quando a sua nota volta para ser assinada, você acrescenta de próprio punho o valor da gorjeta e faz a conta. É tudo na base da confiança: o caixa adiciona o valor na maquininha e o total aparece na fatura do mês que vem do seu cartão.
Veja bem: não dar gorjeta é tido como uma ofensa; só se justifica se o garçom tiver derrubado café quente no seu colo. Se você não der gorjeta, não se espante se forem atrás de você na calçada...
Agora, uma pegadíssima: em South Beach (parte mais turística de Miami) muitos restaurantes já acrescentam direto os 15 ou 18 ou 20% de gorjeta na conta, e ainda assim deixam espaço para você dar gorjeta. Cuidado!
8. Reserve, é tão fácil
Use o Open Table para fazer suas reservas. É grátis e indolor. Você vai perceber também que é facinho conseguir mesa para aqueles horários de que a gente mais gosta (21h15, 21h30...). Veja como aqui.
9. Vai só beber?
O costume-padrão é pagar cada drink quando é servido -- e deixar US$ 1 de gorjeta toda vez. Caso o bar não esteja muito cheio e o/a bartender for com a sua cara, pode abrir uma conta ("I'll set up a tab for you") e cobrar só no final. Mesmo nesse caso, é simpático (e producente, no caso de drinks servidos por dose) ir deixando uma nota de 1 dólar sobre o balcão a cada drink servido.
10. Starbucks, o santo padroeiro do viajante com smartphone
Duas dicas com relação à onipresente rede Starbucks.
A primeira: não enfrente aquela fila toda apenas para pedir "a coffee, please". Esse produto, café, é desconhecido na empresa. Aproveite os cinco minutos de fila para definir exatamente o tipo de café que você quer, seja um "tall americano", um "doppio espresso" ou alguma das combinações mirabolantes que soam como "decaf mocha latte caramel machiato" ou coisa que o valha.
E a outra: a rede oferece wifi democrático e de qualidade. É o melhor lugar para baixar emails e subir fotos para o instagram (e calibrar o seu nível de cafeína, claro!)
Videozito!
Muitos destes toques, ilustrados, num vídeo da série do Viaje na Viagem para o canal do Youtube do Visa Platinum:
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