| Tenement Museum | Merchant's House |
Dois dos museus mais interessantes de Nova York ficam fora da Museum Mile, o trecho da 5a. Avenida junto ao Central Park onde se encontram os museuzões mais famosos da cidade. Se você tem curiosidade para ver como viviam os ricos e os pobres na Nova York de 150 anos atrás, dirija-se ao sul da ilha.
No Lower East Side, um bairro que sempre serviu como porta de entrada para novas comunidades de imigrantes, funciona o Tenement Museum, que recria apartamentos ocupados por estrangeiros que vieram fazer a América. E ali perto, no NoHo, a Merchant's House conserva a mansão de um comerciante rico de meados do século 19. Querendo, dá para combinar os dois museus no mesmo dia.
--> MERCHANT'S HOUSE
Não tente achar uma placa vistosa: a Merchant's House conserva a brownstone onde está instalada por dentro e também por fora.
Em seus quatro andares, mostra como viviam uma família de comerciantes que ascendeu à elite e seus empregados irlandeses.
Todos os aposentos têm textos explicativos sobre o mobiliário e como aquele espaço servia ao dia-a-dia de um clã da sociedade nova-iorquina.
(Dizem que a filha mais nova, Gertrude Tredwell, que acabou morando sozinha na casa por 24 anos, ainda assombra os corredores e interage com visitantes...)
A Merchant's House fica na 27 E 4th St., entre Lafayette e Bowery. Abre de 5ª a 2ª das 12h às 17h (última entrada, 16h30). Fecha 3ª e 4ª. A visita guiada acontece às 14h. A entrada custa US$ 10 (US$ 5 para maiores de 65 anos, grátis para crianças menores de 12 anos).
(Agradeço à Marcie Grynblat Pellicano, do Abrindo o Bico, que foi quem me apresentou este museu.)
Leia mais: Merchant's House, uma novidade de quase 200 anos, no Abrindo o Bico
--> TENEMENT MUSEUM
Se você vai visitar os dois museus, deixe este por último. O Tenement Museum oferece uma experiência muito mais completa; se você deixar a Merchant's House para depois, o museu dos ricos vai parecer mais pobrinho do que o dos pobres...
O Lower East Side -- que hoje passa por um aburguesamento, com novos hotéis, restaurantes, lojas e uma noite fortíssima -- é o bairro de Manhattan que sempre recebeu levas de imigrantes com uma mão na frente e outra atrás para tentar a vida na América. O bairro já foi irlandês, alemão, judeu, italiano; hoje é domicano e porto-riquenho. Por muito tempo, suas vielas abrigaram o mais caótico comércio de rua da cidade, com barraquinhas e ambulantes. Nos anos 30, porém, o prefeito LaGuardia baixou leis limitando o comércio de rua e impondo reformas estruturais em edifícios. Muitos prédios acabaram desocupados e abandonados -- entre eles, o do número 97 da Orchard St.
Em 1988, o prédio em ruínas foi comprado pela sociedade que hoje administra o museu. Desde então, alguns dos apartamentos foram minuciosamente restaurados para documentar a vida de famílias de imigrantes em diferentes períodos da história do bairro. O primeiro apartamento ficou pronto em 1992; hoje já são 5 os apartamentos restaurados (das famílias Levine, polonesa; Rogarshevsky, judia-russa; Gumpertz, judia-alemã; Moore, irlandesa; Baldizzi, italiana), além de duas lojas no térreo (a cantina da família alemã Schneider, e o espaço que abrigou, sucessivamente, um açougue kasher, uma casa de leilões e uma loja de lingerie).
O museu oferece 7 tours diferentes. Eu fiz dois: "Shop Life", que passeia pelas lojas do térreo, e "Hard Times", que mostra como as famílias Gumpertz e Baldizzi se viraram durante as depressões de 1865 e 1935.
O único requisito é entender inglês. Os guias são envolventes e divertidos, e realmente fazem você mergulhar nas histórias -- todas reais -- dos personagens das casas. É como participar de um documentário em 3D. Quero ver se faço todos os outros tours, um a cada nova visita a Nova York.
O museu fica na 97 Orchard. St. (esquina com Delancey). O primeiro tour do dia costuma sair às 10h30; o último, às 17h. Os ingressos custam US$ 25 (maiores de 65 anos pagam US$ 20) e é altamente recomendável comprar com pelo menos algumas horas de antecedência, pela internet. Os grupos são pequenos e na hora normalmente já estão lotados. Antes ou depois, um grande pit-stop gastronômico é a deli Katz's,na Ludlow esquina E Houston (onde Sally simulou aquele orgasmo em "Harry e Sally").
(Agradeço à Isabel Oliveira, trip portuguesa de carteirinha, que foi a primeira a comentar sobre este museu por aqui.)
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