A Malu Esper, tripulante de carteirinha, acaba de experimentar pela primeiríssima vez... viajar de excursão. O destino era Israel -- o que, junto à companhia de amigos queridos, tornou a proposta irresistível. Foram oito dias de passeios cheios de história, em que conheceu o Mar Morto, Belém, Nazaré e como funciona uma viagem com grupo organizado Vai pela Malu:
Resolvemos entrar nessa excursão de última hora. Dois casais de amigos já tinham fechado o pacote e comprado as passagens aéreas. Em um dos nossos encontros semanais, insistiram para que participássemos dessa viagem. Liguei para a agente de viagens que estava preparando tudo e fechei o pacote da parte terrestre. Em seguida, liguei para a Air France para reservar as passagens e fechei a viagem. Assim mesmo: apenas em 4 horas, tudo resolvido!
A responsável pela venda do pacote é a Agaxtur, que tem parceria com a agência em Israel, chamada Diesenhaus Unitours Incoming Tourism. O pacote “Israel e a Terra Santa” incluía 8 dias a partir de Tel Aviv, guia espanhol, traslados, todos os passeios com ingressos quando necessário, hotéis com café da manhã e jantar, e seguro-assistência.
Em Jerusalém, ficaríamos no hotel Jerusalém Gate por 4 noites. Na Galiléia, por 2 noites no Kfar Giladi Kibbutz. Em Tel Aviv, por 1 noite no Hotel Tal, indo para o aeroporto no dia seguinte.
Voamos São Paulo / Paris / Tel Aviv, e na volta fizemos uma parada em Paris.
[Malu e a excursão]
Foi a primeira vez que eu e meu marido participamos de uma viagem com excursão. Estávamos super ansiosos, pois nunca se sabe se o guia será legal, se os outros passageiros seriam interessantes, se os horários seriam rígidos, ônibus confortáveis etc. e tal.
Minhas impressões foram muito melhores do que imaginei.
Hospedagem
Um representante da Diesenhaus estava nos esperando no aeroporto de Tel Aviv e nos levou em uma van para Jerusalém até o hotel.
O hotel em Jerusalém, Jerusalem Gate, ficava num bairro de judeus ultraortodoxos; muitos deles freqüentavam o restaurante do hotel. O inconveniente é que toda a comida era kosher, sem possibilidade de pedir nada à la carte. Nesse hotel não podia nem ligar a máquina de esquentar os pães no Sabbat, e tinha um elevador especial que parava em todos os andares sem precisar apertar os botões. Em hotéis internacionais e em alguns bairros isso não acontece.
E aqui um parênteses: das 18 horas de sexta-feira até 18 horas do sábado tudo, mas tudo mesmo, fecha na cidade, com pouquíssimo transporte coletivo e poucos táxis. Em compensação, domingo é dia útil, tudo abre.
Já o kibutz na Galiléia era excelente, num lugar lindo, a 4km da divisa com o Líbano. Ótimo restaurante e quartos grandes e limpíssimos.
O Hotel Tal em Tel Aviv era ótimo, a uma quadra da praia. Aliás, vale ficar mais uns dias em Tel Aviv pois é uma cidade linda, moderna, com muitas atividades interessantes para conhecer e desfrutar.
O grupo
O guia era um judeu argentino que reside em Jerusalém há 20 anos. Fala vários idiomas inclusive um pouco de português. Tem um profundo conhecimento da história de Israel e foi muito simpático sem ser engraçadinho nem animador de turma. Os outros companheiros do tour eram pessoas educadas e simpáticas, de todas as nacionalidades.
Havia 4 irmãos peruanos, na faixa dos 70 anos. O mais velho reside em Los Angeles e convidou os outros, que residem no Peru, para essa viagem. Todos simpáticos e discretos. Durante a visita ao Santo Sepulcro, na cidade velha lotada, a irmã mais velha se perdeu do grupo. Ela procurou a polícia, e como estava com o adesivo do guia colado na roupa, imediatamente ligaram para o nosso guia que acionou outro guia que permanecia no local e pediu que ficasse com ela até o nosso motorista ir buscá-la. Interessante que voltamos para o hotel sem ela, inclusive os irmãos. Sem stress, pois o guia foi prestativo e logo a irmã chegou. Recebeu os parabéns por não ter se desesperado e procurado ajuda no lugar certo.
Uma família de Madri com o pai, médico, a mãe e a filha de 20 e poucos anos. No final da viagem o pai se soltou um pouquinho e contou umas piadinhas picantes. Nada constrangedor, e sempre dava risada antes de terminar a piada.
Um casal de Itu, SP, com a filha que lia algumas breves passagens da Bíblia relativas ao lugar que iríamos visitar. Discretos e simpáticos.
Duas mulheres que viajavam sozinhas que se mantiveram discretas e não fizeram amizade entre si.
Um ex-jogador de basquete americano com a esposa e o sogro. Ele participou da guerra no Afeganistão, perdeu as duas pernas e estava se acostumando com a prótese. O guia em todas as paradas tirava a cadeira de rodas do bagageiro e ele se acomodava sem aceitar ajuda de ninguém. Participou de tudo .
Não tivemos nenhum problema.
Passeios
[Mar Morto]
O passeio para Massada e Mar Morto, que é oferecido no primeiro dia após a chegada, é opcional, 100 dólares por pessoa, sem refeição inclusa. Na área permitida para entrar no Mar Morto existem cabines para trocar de roupa, chuveiro e lanchonete.
Na visita a Belém, que fica na Palestina assim como Jericó, pudemos sentir um pouco como estão as coisas por lá. Existem cercas de arame separando Israel da Palestina e a fronteira é muito vigiada, exigindo passaporte de todos e vistoria. Os moradores de Israel não podem ir para a Palestina, com exceção do motorista do ônibus, e vice-versa. O nosso guia Samuel ficou em Jerusalém e em Belém entrou a guia que nos acompanhou na visita. Por ser uma região muito pobre, tudo continua sem muitas transformações e dá para entender melhor como era no passado. Ao final do passeio, a guia explicou a situação e pediu que colaborássemos com qualquer quantia pelo trabalho dela. Muito simpática e inteligente, mereceu cada shekel, dólar ou euro recebido.
Os dias foram divididos assim:
1º dia: chegada ao aeroporto Ben Gurion em Tel Aviv. Trânsfer para o hotel em Jerusalém. Jantar e acomodação.
2º dia: Excursão opcional a Massada e Mar Morto. Jantar e acomodação.
[Jerusalém: cidade velha e cidade nova]
3º dia: Saída via Monte Scopus para o Monte das Oliveiras, conhecer o Jardim do Getsêmani e a Basílica da Agonia. Visita à Jerusalém moderna; Museu de Israel, onde estão os Rolos do Mar Morto; o Memorial do Holocausto; o bairro de Ein Karem, onde estão as igrejas de São João Batista e da Visitação. Jantar e acomodação.
[Muro das Lamentações]
4º dia: Pela manhã, partida para Belém que, por estar na Palestina, é necessário atravessar a fronteira sem o guia e outra guia assumir a visita a Belém para ir na Basílica, Gruta da Natividade e Campo dos Pastores. À tarde, visita ao Muro das Lamentações, o Monte do Templo, Via Dolorosa e Santo Sepulcro. Jantar e acomodação.
5º dia: Após deixar o hotel, partida rumo à Galiléia visitando o Rio Jordão, Monte Tabor, Basílica da Transfiguração. Jantar e acomodação no hotel do kibutz.
6º dia: Monte das Bem-Aventuranças; Tabgha, local da multiplicação dos pães e peixes; Cafarnaum; Caná da Galiléia e Nazaré. Jantar e acomodação no hotel do kibutz.
7º dia: Após deixar o hotel, saída para a costa do Mar Mediterrâneo, visitando a cidade medieval de Acre, Haifa, Cesarea. Chegada em Tel Aviv com visita ao bairro de Jaffa. Jantar e acomodação no hotel.
8º dia: Café da manhã e traslado para o aeroporto Ben Gurion, de acordo com o horário do vôo de cada um. A van foi nos pegar às 4 horas, pois nosso vôo era 8h10 da manhã rumo a Paris.
Balanço final
Israel é um país especial, diferente, super pequeno e em constante atenção a tudo e a todos. Muito seguro para os turistas, e logo nos acostumamos com a visão dos jovens segurando metralhadoras e cuidando da segurança.
Na saída pelo aeroporto Ben Gurion a vistoria é rigorosa. As malas passam junto com você pelo RX antes do check-in. Seguranças armados por todo lado. Fomos parados e um jovem segurança perguntou o que tínhamos na mala, parecido com um prato. Eu falei que não tinha nada, ele continuou perguntando então lembrei do prato de porcelana que havia comprado em Nazaré. Ele sorriu e nos liberou. Ufa!
Tudo o que foi oferecido no pacote foi cumprido com muito profissionalismo e atenção.
Continuo não curtindo excursão, mas não me aborreci em nenhum momento.
Na volta, nosso grupo de amigos se dividiu: um casal para Londres, outro para a Escócia e nós ficamos em Paris, para terminar romanticamente essa viagem maravilhosa.
Obrigada pelo relato, Malu!
[Transcrito manualmente de um post publicado em maio de 2013. Pedimos desculpas pelos comentários que não puderam ser transferidos]
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