Ötztal

Esquiando no Tirol austríaco: Ötztal e Arlberg

Ötztal

Obergurgl

Enviada especial | Lucia Gomes

Além de Innsbruck (que está destrinchada neste post), o Tirol austríaco tem outras duas regiões para a prática de esqui: Arlberg e Ötztal, ambas com meios de elevação modernos. Visitei somente Ötztal, mas obtive muitas informações sobre Arlberg.

Sobe comigo:

Ötztal

Sölden

Em Ötztal há duas áreas de esqui: Sölden e Obergurgl/Hochgurgl. Elas distam cerca de 18km uma da outra, e são conectadas por linha regular de ônibus. Os ski-lifts são separados, e têm o mesmo preço (42 a 46 euros/dia, dependendo do número de dias). Quem comprar o passe para uma semana de uma área tem direito a esquiar um dia na outra, mediante o pagamento de 10 euros.

Hotel Bergland

Sölden, com 5.000 habitantes (que no inverno se transformam em 10.000), é mais popular e animada, tem várias lojas e restaurantes, um hotel 5 estrelas (o Das Central, onde ficamos) e dois 4 estrelas plus (o Bergland, hotel de design, e o Regina), além de vários B&Bs. Interessante registrar que os hotéis e restaurantes contribuem com uma taxa para que os ônibus sejam gratuitos.

Sölden

A decoração de Natal tem luzes com o formato de flocos de neve. Uma graça!

A área esquiável é de 145km, incluindo duas geleiras, o que é garantia de neve (na Europa atualmente isso é muito importante). A temporada vai de outubro a maio. Outro aspecto interessante é que o vilarejo fica a 1.350m de altitude, e o ponto mais alto tem 3.300m, ou seja, você dorme numa altitude confortável, sem nenhum efeito colateral, mas os 3 picos mais altos (com mais de 3.000m), os Big 3, garantem o sucesso da temporada. A pista mais longa tem 12km, desde o topo da geleira até a cidade, permitindo que o esquiador pare em dois restaurantes para recuperar o fôlego. Há também muitas possibilidades para quem gosta de free-ride, ou seja, fora de pista. Quando há neve até a cidade, os hotéis são praticamente ski-in, mas ski-out só ficando na montanha ou em Obergurgl/Hochgurgl. A grande novidade é que o próximo filme do James Bond estará sendo rodado em Sölden em janeiro!

Outra: há esqui noturno, uma vez semana, de 18h às 21h30.

Vários eventos bem concorridos acontecem ao longo da temporada, como o Electric Mountain Festival, com shows ao vivo no topo do Gigijoch (2.284m), ou a encenação de Hannibal, em abril, na geleira.

Das Central

Fiquei muito bem impressionada também com a culinária local. Jantamos nos dois restaurantes do hotel Das Central, e em ambos foi um jantar e tanto, comida de autor mesmo! Num deles, depois seguimos para uma visita à adega com degustação de vinhos. Jantamos também no restaurante S’Pfandl, que fica bem próximo ao centro, restaurante de comida típica local, muito bom também. O après-ski é muito animado; por volta das 16h, os bares ficam lotados! Nos hotéis, é comum a diária ser com meia-pensão, mas há vários restaurantes para quem quiser experimentar. Um detalhe importante para nós, brasileiros, é que a política de cancelamento de reserva de hotel só isenta de multa se cancelado com mais de 90 dias (enquanto que estamos acostumados a poder cancelar sem multa até 30 dias antes). A partir daí, a multa vai crescendo de acordo com a antecedência.

Hochgurgl

Hochgurgl

Obergurgl

Obergurgl/Hochgurgl são dois vilarejos próximos, mais chiques, a 1.930/2.150m de altitude, com dois hotéis 5 estrelas, cujas áreas de esqui são interligadas pela gôndola Top Express, totalizando 110 km de pistas.

Aquadome

Os austríacos gostam muito de spas e todos os bons hotéis têm piscinas com hidromassagem e saunas. Existe um spa a 15 minutos de Sölden, no sentido Innsbruck, o Aqua Dome, que é monumental! Além de sauna, massagens de diversos tipos e tratamentos, há também uma piscina coberta, que continua para o exterior, e dá acesso a 3 piscinas suspensas, que parecem uma taça de champagne, daquelas antigas. Uma tem água salgada e é sonorizada embaixo d’água (a fim de proporcionar um relaxamento maior ao boiar), outra tem produtos especiais para a pele e cabelo, e a outra alterna uma cascata central com borbulhas vindas do fundo (é divertido, quando você acha que desligaram a cascata, começa a brotar água do fundo, te envolvendo com borbulhas). Custa 70 euros para passar o dia aí (incluídos roupão, toalha e armário, no gigantesco vestiário, para guardar suas coisas, e o livre acesso às piscinas e saunas). O negócio é tão grandioso (e rentável) que fizeram um hotel anexo, bem moderno, com o mesmo nome.

Para se chegar a Sölden de trem, há uma estação ferroviária na entrada do vale do Ötztal e, daí para a cidade, continua-se de ônibus ou táxi. Há também trânsfers, regulares e privativos, dos aeroportos, feitos pela Four Seasons Travel.

O aeroporto mais próximo é Innsbruck, que fica a 1 hora, ou Munique, a 3 horas. A Lufthansa tem vôo direto de São Paulo para Munique. Para quem sai do Rio, o ideal é fazer Rio/Frankfurt e pegar conexão para Innsbruck.

Arlberg

A região de Arlberg abrange as cidades de St. Anton (animadíssima), Lech e Zurs (bem sofisticadas) e St. Christoph. A área esquiável perfaz um total de 300km, quase toda interligada por meios de elevação (uma pequena parte com acesso por ônibus), e 200km fora de pista dentro da área controlada (o que não é muito comum de encontrar). O acesso a tudo isso se dá com um mesmo passe (o preço varia de 41 a 50 euros/dia, dependendo do número de dias). As pistas se dividem em 42% para principiantes, 42% para intermediários e 16% para experts. A pista mais longa tem 9 km e a temporada geralmente vai de dezembro a abril. Tal como em Sölden, as cidades ficam a 1.300m (St. Anton), 1.450m (Lech) e 1.700m (Zurs), sem os efeitos da altitude, e o pico mais alto a 2.800m. Não há esqui noturno, mas uma vez por semana há show noturno com profissionais de esqui.

A boa notícia para nós é que há um instrutor brasileiro por lá, João Goes, do Brasil Ski Club, simpaticíssimo, e que adora o que faz! A equipe dele fala português e/ou espanhol.

Há grande variedade de hotéis e B&B por lá. Tal como em Sölden, é comum a diária ser com meia-pensão, mas querendo pode ser só o café da manhã. Da mesma forma, a política de cancelamento não é familiar para nós (menos de 90 dias antes, tem multa).

Há um centro de pedestres, com lojas e restaurantes. E o après-ski é um dos mais conhecidos da Europa. O MooserWirt é o mais famoso e “bomba“ das 15 às 21h. Fica no Hotel Mooser, que é um pouco afastado do centro, mas tem ônibus que leva até lá.

Há também um centro de bem-estar, o ARLBERG-well.com, que tem piscina (interna e externa), sauna, sala de fitness, e diversos tipos de massagens.

Os aeroportos mais próximos são Innsbruck (100km), Zurique (200km) e Munique (250km). A Four Seasons Travel também faz trânsfers para essa região.

Há uma estação de trem no centro de St. Anton, facilitando o acesso de quem está viajando de trem.

Momento cultura: Krampus

O dia 5 de dezembro é o dia de São Nicolau, que é o nosso Papai Noel. Neste dia, diz a tradição, monstros apareciam para espantar as longas noites. Só que assustavam as crianças. Daí, o então profeta Nicolau saía pelas ruas distribuindo presentes para as crianças. Então, neste dia, as pessoas vão para as ruas e bares fantasiados de monstros (Krampus), com os corpos cobertos com macacões peludos, e os rostos cobertos com máscaras horrorosas, de fazer medo a qualquer adulto desavisado. Essas máscaras, impressionantemente bem feitas, são confeccionadas pelas famílias e passam de geração em geração.

O voo São Paulo-Munique com a Lufthansa

Viajamos no voo direto da Lufthansa, de São Paulo para Munique, no novo Airbus 340-600, com 12 horas de duração. O avião é novo e duas coisas chamam a atenção. Uma são os banheiros, bem espaçosos, no andar inferior, por onde se chega por uma escada bem larga! Evita aquela fila interminável nos corredores! A outra coisa é a alta resolução da tela, parece um cinema!

O serviço foi muito bom, e a comida, muito saborosa!

Só não curti o fato da Lufthansa ter aderido à tendência de cobrar uma taxa (R$ 88 por trecho) para reservar o assento com antecedência. Acho aceitável a cobrança para reservar um lugar especial, como, por exemplo, junto às portas de emergência. Atualmente, você só pode reservar qualquer assento gratuitamente no check-in (on-line ou no aeroporto) ou, se pagar a taxa, com a antecedência que quiser.

Lucia Gomes viajou a convite do Turismo da Áustria e da Lufthansa.

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15 comentários

Fui a Innsbruck em setembro de 2015. Achei a cidade encantadora! A arquitetura me impressionou muito, principalmente as belas casinhas coloridas que são cartão postal. Relatei minha viagem aqui:
https://liveforexperiences.blogspot.com.br/2016/02/innsbruck.html
Não conheci a cidade no inverno. Aliás, fazia bastante calor na Europa! Mas a cidade não perde seu charme sem a neve. Acho que pra quem vai à Europa e pretende conhecer a Áustria, vale muito a pena incluir Innsbruck em qualquer época. Precorremos a Suíça, a região da Alsácia, Rota Romântica da Alemanha, depois Áustria, por fim Munique com retorno a Zurique, por onde chegamos e saímos do continente. Foi um roteiro realizado com muita ajuda do Viaje na Viagem.

Ok, obrigado! Desculpe pelas mesmas mensagenss, achei que ela não tinha sido enviada ao site por isso mandei outras vezes. Acabei perdendo q outra página em que escrevi as outras perguntas, poderia me ajudar para eu ler as respostas? Novamente desculpe e obrigado pela resposta.

Como é o melhor jeito de ir esquiar/snowboard pra quem já tem prancha e precisa transportá-la de Vienna até as montanhas? O trem permite esta bagagem normalmente ou tem que pagar alguma taxa ou passagem de maior valor?

    Olá, Diego! Não sabemos. Respondemos à sua pergunta anterior no outro post. Por favor não espalhe perguntas semelhantes em diversos posts.

    Veja: você não será a primeira pessoa que levará um snowboard de Viena à montanha. Não perca o sono por causa disso. Mande um email para a cia. ou para o seu hotel em Innsbruck, ou apareça um dia antes numa estação em Viena para resolver o assunto. Tudo vai se ajeitar, mesmo se você não conseguir descobrir no site da öbb (nós não conseguimos) ou na internet.

Já teria neve em st Anton – Arlberg na primeira semana de novembro?

conheço o oetztal muito bem, já passei varias vezes lá e sempre no hotel bergland
somente posso recomendar
abraços
horst

Excelente!! Informações essenciais e detalhadas para quem está programando uma viagem pra região.

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