São Bento do Sapucaí
Na divisa com Minas Gerais, e muito perto de Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí é uma cidadezinha de pouco mais de 10 mil habitantes e que guarda um dos cartões-postais mais bonitos do estado de São Paulo: a Pedra do Baú. A Miriam, que já tem na bagagem cinco passagens por lá, divide com a gente as suas dicas:
Texto e fotos | Miriam K
São Bento do Sapucaí é uma pequena cidade na Serra da Mantiqueira, no estado de São Paulo, cuja principal atração é a Pedra do Baú. Fica a 185 km de São Paulo e tem uma porção de opções para passar um fim de semana prolongado, tanto no inverno quanto no verão.
Pedra do Bauzinho e Pedra do Baú
É um programa ideal a dois, ou para quem tem filhos adolescentes que gostem de aventura.
Dá para ir tanto pela Rodovia Dutra como pela Ayrton Senna até Taubaté, e depois pegar uma estrada sinuosa, mas que está em bom estado de conservação.
Hotéis
Há pousadas para todos os gostos e bolsos.
Onde ficar em Campos do Jordão?
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Ficamos uma vez nos Chalés Montanha, pousada administrada pelo dono e sua esposa. Os quartos são grandes e novos. Mas, por ficar bem no topo da montanha, dava para escutar todo o barulho da vila lá embaixo, da escola, das crianças brincando, do pagode no final da tarde, e parecia que o som vinha direto canalizado para o quarto, provavelmente pela falta de vegetação no caminho. Nas paredes, há avisos pouco simpáticos como "se usar mais que um feixe de lenha, será cobrado valor adicional", o "check-out deverá ser rigorosamente às 12h". Tive a impressão de que o wifi era desligado à noite.
Pousada Caminho da Mata
Já ficamos também na Pousada Caminho da Mata, que na ocasião tinha somente 5 chalés. Os donos são bem atenciosos e estão todo o tempo por perto. Todos os chalés têm uma banheira de hidromassagem com visão para a natureza, dois chuveiros e geladeira. A iluminação era do tipo fria, que apesar de economizar energia, não dava muita sensação de aconchego. Como não há um salão para café da manhã, o café é trazido no quarto numa bandeja super caprichada com tudo quentinho, num horário que pode ser combinado, entre 9 e 11 horas. A estadia pode ser reservada pelo Booking. (Na época, para reservar era cobrado no cartão o valor de uma diária. Acabamos chegando dois dias depois do combinado, por causa de um imprevisto, e eles fizeram um bom desconto para nós.)
A pousada é um pouco difícil de achar pelo GPS, e precisamos perguntar pelo caminho umas três vezes para conseguir encontrá-la. Atrás da casa grande onde moram os donos, tem um grande subidão recoberto por mata, que acredito ser nativa, e chegando ao topo tem-se uma vista maravilhosa de toda a região do outro lado da montanha, mas você vai ficar cheio de picão nas calças. Não vi nenhuma cobra nem pisei em formigueiro, mas acho que joguei com a sorte porque a mata era da minha altura!
Pousada do Quilombo
A minha pousada favorita é a Pousada do Quilombo, onde já estivemos três vezes, uma vez depois dos Chalés Montanha e duas vezes depois da Pousada Caminho da Mata.
Chalé standard
Há chalés standard para duas pessoas, chalés luxo, chalés para famílias de até 5 pessoas e os Chalés na Vila, que são mais isolados e onde não são permitidas crianças. Todos os chalés dispõem de lareira, geladeira e produtos da L'Occitane, e os da Vila possuem dois ambientes. Em uma das vezes ficamos no Chalé da Vila número 29, embaixo do 30. Os vizinhos chegaram depois da meia-noite e pudemos ouvir durante um bom tempo os saltos batendo no chão de madeira. No dia seguinte, a pedido, a gerência nos mudou para um outro chalé sem problemas.
Chalé da Vila, sem vizinhos no andar de cima
Da vez seguinte, já escolhemos um outro da Vila, o 35, sem vizinho de cima. Comparando um chalé standard (que foi onde ficamos da primeira vez) com os Chalés da Vila, que custam o dobro do preço, eu ficaria com o primeiro, que tem melhor custo x benefício. Tive que ficar duas vezes para ter certeza, mas da segunda eu também tinha um vale-presente para gastar...
Café da manhã e restaurante
O café da manhã tem opções para todos os gostos, inclusive vegano, glúten e lactose free, e é servido na casa principal, onde funciona o restaurante. Disseram que tudo começou com o Restaurante Trincheira e depois de um tempo é que foram construídos os chalés. A decoração é muito aconchegante e os funcionários têm um treinamento de primeira. O restaurante funciona para o almoço de sexta a domingo como buffet, e a la carte no jantar, também com pizza de forno a lenha. O cardápio muda com a estação, e é um pouco ambicioso (na maioria das vezes, a descrição é melhor que o prato). Para quem chega na sexta e sai no domingo, o almoço está incluso na diária e é do tipo self-service, com comida caseira que fica sobre o fogão à lenha.
Restaurante Trincheira
A vista a partir do restaurante é deslumbrante, e ao lado há uma área com sofás e lareira. A pousada ainda dispõe de piscina com uma grande área para espreguiçadeiras, sala de musculação e de brincadeiras.
Pousada Quilombo
Na saída eles ainda nos presenteiam com um pote de geleia de amoras, produzidas na propriedade que possui até heliponto. Ainda dentro da propriedade tem o Baú Ecoturismo, que organiza passeios pela região, mas nós nunca utilizamos os seus serviços.
Atrações e passeios
Pedra do Baú, vista da Pedra do Bauzinho
A atração principal da região, a Pedra do Baú fica a cerca de 15 km da Pousada do Quilombo, mas como a estrada é sinuosa e com buracos, tem que ir devagar. Ja tive que fazer um alinhamento e balanceamento na volta de uma das viagens. Se chover, tem grande chance de derrapagens e atoleiros.
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A escalada da Pedra do Baú não é para mim, porque o acesso é difícil e ninguém sabe bem se a manutenção daquelas escadinhas está em ordem, mas vejo que há um fluxo constante de aventureiros, que não levam nenhum equipamento específico para a escalada.
Trilha da Pedra do Bauzinho
A partir da Pedra do Bauzinho temos uma vista espetacular da Pedra do Baú bem de frente, e esta sim é bem mais fácil e fica a cerca de 10 minutos de caminhada na mata a partir do estacionamento. Cabe a ressalva de que só tem uma placa e não tem qualquer tipo de corrimão ou iluminação, tem somente uns degraus improvisados, mas não dá para se perder. Se estiver chovendo, nem tente escalar porque o caminho pode ficar muito liso e a paisagem fica um pouco prejudicada porque as nuvens poderão estar bem baixas. O por do sol é maravilhoso, mas cuidado que de repente fica tudo um breu.
Por do sol na rampa
Uns 700 m antes de chegar à pedra do Bauzinho tem uma rampa do voo livre que tem um por do sol maravilhoso e uma excelente vista da Pedra do Baú e do Bauzinho. Leve um casaco porque quando o sol se esconde pode ser bem frio no inverno.
Bauzinho, Baú e Ana Chata
Indo pela estrada da Ana Chata no bairro Paiol Grande tem umas quebradas à esquerda que dão uma vista de cartão postal das duas pedras, além da Ana Chata, que é outra atração (pedra/montanha) da região. Como não há placas, tem que ter espírito aventureiro e ser razoavelmente orientado para achar as paisagens. Provavelmente nas pousadas você vai conseguir um mapa grátis.
Araucárias
Toda a região é repleta de araucárias que em geral formam capões maravilhosos que emolduram as pedras à distância.
Mosaicos
Uma curiosidade são pequenas construções feitas de mosaicos de azulejos que são feitas por um artista da região e que podem ser vistas aqui e ali.
A região é basicamente de contemplação da natureza e não há muitas opções de compra, mas o Nakawe Tecidos (Estrada do Paiol km 13,5, tel. 99719-8007) tem tecidos lindíssimos com estampas originais que decoram camisetas, almofadas, cortinas e tapetes, mas infelizmente são um pouco caros. Entretanto, se você procura algo especial, original e exclusivo, este é o seu lugar.
Restaurantes
O Restaurante Pedra do Baú (Estrada da Pedra do Baú km 11, tel. 12/99703-9512) tem um belo mirante para o vale e pode ser um ponto de partida para a escalada da Pedra do Baú. A comida é do tipo mineira/caipira com preço fixo, com café de coador já adoçado.
A cidade é bem interiorana mas tem um restaurante que sempre está aberto quando vamos para lá, que é o Sabor da Serra (Av. Conselheiro Rodrigues Alves 128, tel. 12/3971-1772), uma das ruas principais da cidade. Tanto de dia como à noite funciona como buffet que inclui massas, carnes e saladas a preço fixo, sendo que à noite também há sopas.
Tem também o restaurante e lanchonete Sabor com Arte (Rodovia Prefeito Benedicto Gomes de Souza, Km 5,5, tel. 12/3971-1471) que no almoço funciona como buffet, e à noite é a la carte. Fomos um dia à noite e a comida é honesta.
Enfim, este é um destino próximo de São Paulo, de fácil acesso e é uma boa opção para um fim de prolongado e romântico, ao pé da lareira.
Obrigado por mais esta dica, Miriam!
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