Auto-presente (minha crônica no Divirta-se do Estadão)

The Economist

Como acontece todos os anos, meu melhor presente de Natal fui eu mesmo que comprei. Sim, eu sei que o Natal ainda vai ser hoje à noite e portanto existe a chance de alguém me dar um presente ainda melhor. Mas quer saber? Duvido muito.

Meu melhor presente de Natal, ano após ano, é a edição dupla do semanário britânico The Economist. Entremeados às notícias da semana a revista traz dezesseis ensaios curtos sobre temas fortuitos, para suprir os leitores com material suficiente para passar a semana de folga coletiva da redação.

Comigo o efeito é o oposto. Se não me controlar, devoro a revista em dois tempos. Mas já aprendi e vou economizando – feito minha irmãzinha Beth, que conseguia fazer o estoque de chocolate do ninho de Páscoa durar até quase o Dia das Mães.

Este ano o Economist me presenteia com um perfil de Nollywood, a Bollywood da Nigéria; o cotidiano de um vilarejo agrícola na Índia; as mazelas e esperanças de bóias-frias ilegais mexicanos nos Estados Unidos; um réquiem para o pub inglês e uma elegia ao barbecue americano; as desvantagens de poder escolher; o inusitado roteiro-padrão dos ônibus de turistas chineses pela Europa.

Não se deixe enganar pela aparente banalidade de um ou outro assunto. Dificilmente você se arrepende de ir até o fim de qualquer coisa que sai no Economist. De uma revista conservadora que usa bases econômicas para apoiar o casamento gay, a legalização das drogas e o fim das barreiras à circulação de pessoas pode-se sempre esperar uma visão original.

Prova disso é o ensaio da capa, “A alegria de envelhecer (ou: por que a vida começa aos 46)”. Pode um tema mais batido? Mas foi parar na capa do meu presente de Natal por ter sido cientificamente comprovado. Pesquisadores de níveis de felicidade humana descobriram que homens e mulheres de todas as partes do mundo e todos os níveis de renda vão ficando crescentemente infelizes dos 18 aos 46 anos. E que a partir daí a felicidade volta a subir a ladeira. Quem chega aos 66 declara-se tão feliz quanto os que têm 18.

Tendo em vista que acabei de fazer 47, não poderia receber notícia melhor. Pense bem: que outro presente me faria mais feliz?

P.S.: Feliz Natal pra você também!!! Que você também ganhe um presente que te faça muito feliz! :mrgreen:

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32 comentários

Ric e Nick,

Foi um prazer enorme conhecê-los pessoalmente este ano lá em BH.
Um Feliz Natal, e um Ano Novo repleto de realizações. Muiiiitas viagens maravilhosas para voces.
O mesmo desejo a todos os tripulantes que conheci e dividi ótimos momentos aqui.

Um grande abraço,
Flora

Aos 55 não sei se sou mais feliz do que aos 18. Mas, com certeza, sou bem mais seletiva.
A idade requer qualidade. Tanto para escolher vinhos, tanto para escolher amigos.
Sejam eles reais ou virtuais.
Bom Natal a todos vocês, que sempre são uma excelente companhia.

Adorei!! E concordo plenamente, já que passei dos 46. Só ñ sei se é crescente, mas que é mais feliz, c/certeza, talvez pq a essa altura a gente possa ser o que realmente é … mas há quem ainda ñ tenha descoberto aos 46. P/eles, que se descubram em 2011!!
Bjs e Feliz Natal p/vc e o Nick, e todos os trips!!
Lu

putz, só vou começar a me sentir melhor em 2012?
justo qd o mundo vai acabar?!?!
sacanagem! 🙂
bom, melhor mudar de humor agora mesmo.
feliz natal!

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