Cuba

Cuba: dicas essenciais para sua viagem desempacotada (por Sabrina)

A bordo de um almendrón em Havana Vieja, Cuba

Planejar uma viagem desempacotada a Cuba é uma tarefa que exige mais dedicação à pesquisa do que o habitual. Minha grande amiga Sabrina, uma turista das mais descoladas, esteve em Havana, Trinidad e Cayo Santa María. De início teve dificuldades para montar o roteiro, mas voltou com várias dicas práticas para dividir com a gente. Vai pela Sabrina:

Me propus a fazer esse relato pois ao planejar minha viagem a Cuba as informações que encontrei na web eram muito díspares e datadas. Tive bastante dificuldade para achar dicas e roteiros, e a melhor fonte acabou sendo o guia impresso The Rough Guide to Cuba.

Estive na ilha em março de 2014. Visitei Havana, Viñales (num bate-volta), Trinidad e Cayo Santa María e essas são as dicas que posso dividir:

Visto

Visto para Cuba

First things first, o visto. Essa questão eu fui no medo, pois alguns falavam que o visto tinha que ser tirado no consulado, outros que podia ser feito no aeroporto. Como viajei pela Copa Airlines, me informei com eles e me confirmaram que eu poderia “tirar” e pagar o visto à companhia, na hora do check-in. O mesmo funciona para quem não viaja de Copa, mas tem escala no Panamá. Nesse caso, você pode pagar lá no Panamá. É super simples, o que se tem não é um visto carimbado no passaporte, mas uma “tarjeta de turista” que custa US$ 20. Vá com o dólar certinho, pois eles não têm troco.

Dinheiro

Esqueça os dólares e o cartão de crédito. Só usei cartão para pagar o hotel em Cayo Santa María. Para trocar dólares é cobrada uma taxa a mais, uma espécie de “multa”. Leve euros. Você vai trocar seus euros por CUCs nas “Cadecas”, que é como chamam as casas de câmbio. Elas estão por todo lado e todas pagam o mesmo valor do câmbio do dia, sem diferença entre uma e outra. O CUC equivale praticamente a 1 dólar e é a moeda dos turistas. Tentei trocar meu dinheiro pelos pesos cubanos, moeda usada pelos locais e não consegui. Também acho que não teria grande valia, pois se alguma coisa estava à venda por 1 peso cubano, eles cobravam do turista 1 CUC! Para sacar dinheiro me deram a dica das máquinas no hotel Panorama, mas eu não testei. E claro, dá para trocar dinheiro no hotel, mas eles cobram mais.

Trânsfer

Trânsfer aeroporto-Havana-aeroporto: o mais fácil é pedir para o hotel ou o dono da casa particular reservar. Custa em média 25 CUCs o carro, para cada trecho.

Hospedagem

Nas minhas viagens eu sempre prefiro ficar em casa de nativos para vivenciar melhor o lugar. Em Cuba não foi diferente. A oferta de casas particulares é gigantesca e tem dado uma movimentada bacana na economia das cidades turísticas. Me hospedei em casas particulares em Havana e Trinidad, o que nos Cayos é impossível, pois são todos tomados pelos resorts.

Vista do Hostal Corazón del Vedado

Havana

Minha primeira dificuldade foi resolver em que bairro ficar em Havana. Alguns aconselhavam Havana Velha, outros o Vedado. Graças ao destino encontrei um amigo que tinha acabado de voltar de Cuba e me aconselhou ficar no Vedado. Esse foi o argumento que me convenceu: “Em Havana Velha é turismo o tempo todo e fica cansativo o assédio constante dos cubanos, sempre tentando puxar papo para conseguir alguma coisa. O Vedado é mais residencial e tem boas opções de noite e atrações turísticas por perto. Você se sente mais parte do dia-a-dia da cidade.” Não me lembro ao certo como cheguei no Hostal Corazón del Vedado (Av. De los Presidentes, 604 Vedado. Tel: +57 7 8332772 / +57 5 3616256 – [email protected]), que é a casa do Luís Alberto, um engenheiro que atualmente se dedica ao turismo e tem a melhor das boas vontades para ajudar seus hóspedes. O Luís arrumou o nosso trânsfer do aeroporto e nosso trânsfer para Trinidad (de que falarei mais tarde). A localização da casa dele é excelente, pois dá para ir a pé para várias atrações como o Malecón (a orla), a sorveteria Coppelia, Hotel Nacional, La Rampa, Edifício FOCSA (tem um bar no último andar que vale ir num fim de tarde para ter uma visão panorâmica da cidade e um pôr do sol inesquecível…). O Luís cobra 25 CUCs/noite pelo quarto de casal e mais 3 CUCs por pessoa se você quiser café da manhã. Eu recomendo, o dele é completíssimo, a la hotel. O pagamento é feito diretamente para ele na chegada.

Uma coisa importante é que a maioria dos edifícios não tem elevador. Então se você tem alguma questão de acessibilidade, é sempre bom checar.

Esses são alguns sites onde pesquisei hospedagem em Havana: cubacasas.net; cuba-particular.com; mycasaparticular.com.

Casa Balbina, Trinidad

Trinidad

O casario de arquitetura colonial espanhola é das coisas mais belas de Trinidad e fiz questão de ficar numa casa histórica. Achei a Casa Balbina pelo site mycasaparticular.com e fiz a reserva por lá. Para isso, o site cobra uma taxa que equivale a um dia de hospedagem e que pode ser paga via cartão de crédito. O pagamento do restante das diárias é feito diretamente para os donos da casa, um casal de idosos organizadíssimos e fofos. Eu agora tenho o telefone da D. Balbina, então a reserva pode ser feita diretamente com ela, caso você não queira gastar com o site (+5341992585).

Quintal da Casa Balbina, Trinidad

A Casa Balbina tem uma estrutura quase de pousada, com ar-condicionado em todos os quartos, chuveiro quentinho, troca de lençóis diária, uma geladeira coletiva meio frigobar onde você pega água, refrigerante ou vinho, anota numa caderneta e eles te cobram na saída. O café da manhã é magnífico e custa 5 CUCs por pessoa. A diária pelo quarto custa 20 CUCs, mas o highlight da Casa Balbina é a lagosta que eles fazem para o jantar que será a melhor e mais barata que você comerá em toda a viagem. Você pode pedir para eles fazerem o jantar e escolher camarões, lagosta, peixe… vida dura! Vem salada e sopa de entrada, o prato principal e sobremesa por 9 CUCs! A casa também é bem localizada, já que em Trinidad tudo é feito a pé.

Meliá Buena Vista, em Cayo Santa Maria

Cayo Santa María

Optei por Cayo Santa María por ser uma ilha menos badalada que as praias de Varadero, Cayo Blanco, Cayo Guillermo, etc. Na verdade a questão da hospedagem foi definitiva na escolha do local, pois queria fugir dos mega resorts, com famílias avançando no buffet, disputa de espaço na piscina, recreação com microfone, aquelas ciladas típicas. Então achei o Meliá Buena Vista, novinho em folha, e que se propõe a uma experiência mais exclusiva com um excelente staff. O valor é salgado, mas ainda mais barato que os do gênero no Brasil, e como economizei bem na hospedagem em Havana e Trinidad, me dei ao luxo e não me arrependi.

Praia do Meliá Buena Vista, em Cayo Santa María

O resort tem 3 praias ótimas para nadar, todos os quartos têm chuveiro na área externa, dois restaurantes a la carte e um de buffet. Você ainda pode frequentar os outros resorts da rede e comer neles também. É oferecido trânsfer o dia todo para isso. Fomos jantar uma noite no Meliá Cayo Santa María e voltamos correndo, traumatizados, para nosso refúgio de paz. As atividades são discretíssimas (vai de aula de drinks e de yoga a uma hidroginástica com música boa e baixa que chegava a ser divertida de assistir). Eles também arrumam trânsfer in e out, mas é um pouco mais caro que fechar direto com um motorista.

Internet

Ir a Cuba inclui um detox involuntário da vida online.

Em Havana é possível comprar horas de internet em alguns hotéis mesmo que você não esteja hospedado neles. A conexão é lenta, então além do detox é exigido o exercício da paciência. Eu usei internet no hotel Tryp Habana Libre que era perto da casa em que me hospedei. É caro (10 CUCs por 1h), mas você não precisa usar os 60 minutos no mesmo dia.

Em Trinidad desconecte-se e aproveite. O único lugar que tem wi-fi é o Iberostar Grand Hotel e é somente para hóspedes. Tem um “cyber café” numa doceria na rua Maceo (esquina com Simon Bolivar) se você precisar muuuito se conectar.

Em Cayo Santa María, um dos muitos luxos da hospedagem exclusivíssima era o free wi-fi no lobby do hotel. Mas não se iluda, a conexão é instável e muito, muito lenta. Os demais resorts cobram pelo uso do wi-fi.

Transporte

Transporte em Havana

Coco táxi, Havana

Táxi: tem muito táxi disponível, mas sempre negocie o preço antes de entrar no carro. Sempre dá para pechinchar um pouco. Se tiver taxímetro, a bandeira de dia é 1 e a de noite é 4. Os táxis mais caros são Turistaxi, Transgaviota e Taxi OK. Eles são brancos com sinais em vermelho, amarelo e preto.

Táxi coletivo / Almendrón: pegar um almendrón é o mais local que você pode se sentir em Havana. Uma experiência inesquecível. Os almendrones são os Chevrolet anos 50 que passam pelas principais ruas fazendo a vulgo “lotada”. Custa 25 centavos de CUC! É só fazer sinal, checar para onde estão indo e avisar para onde você vai. Eu peguei um na Avenida 23 em Vedado e fui até Havana Velha! Os almendrones iniciam seu percurso no Parque Central, na esquina da Prado e Neptuno.

Bicicleta: não tive oportunidade de experimentar. Também não vi muita gente usando bicicleta por lá, mas anotei esse local que supostamente aluga: Edificio Metropolitano, San Juan de Diós ESG. Aguacate, Habana Vieja .Tel: 53-7-860 8532. Cerca de 12 CUCs por dia.

Coco táxi: como descrever os coco táxis? Uma moto com uma estrutura em formato de coco em cima que carrega até duas pessoas?! São mais encontrados em Havana Velha e te levam a pontos turísticos cobrando 5 CUCs. É carimbar a carteira “sou turista”, mas é uma experiência indispensável em Cuba.

Transporte em Trinidad

A caminho da praia, de Trinidad a Ancón

Trinidad é uma cidade que se conhece a pé. Você só vai precisar de transporte para ir até a belíssima praia de Ancón que fica a uns 15 minutos de distância. A companhia de ônibus Trinibus sai em horários distintos 5 vezes ao dia entre 9h e 19h. Você pode pegar o ônibus em frente ao escritório da Cubatur na rua Maceo. Ida e volta custam 2 CUCs. Como sempre perdia o horário, descobri os táxis e Chevrolet anos 50 que ficam em frente à Cubatur oferecendo o trânsfer. Aí você combina com o motorista de ele te buscar também. No primeiro dia paguei 12 CUCs ida e volta, mas depois sempre negociei e paguei 8 CUCs. Esse custo é pelo carro, independente da quantidade de pessoas, que pode chegar ao máximo de 4. Também pode ser legal conhecer Trinidad de bicicleta (apesar das ruas de pedra a la Paraty e Ouro Preto). Nas Ruinas del Teatro Brunet, rua Maceo com Francisco Javier Zerquera y Simón Bolívar, você encontra para alugar.

Transporte entre cidades

Trinidad

Ônibus

Viazul é a companhia que conecta as cidades. Tem que ir à rodoviária para comprar a passagem. Não utilizei o serviço, pois de Havana para Trinidad o Luís nos deu a dica de ir de carro particular que levava menos tempo e custava o mesmo que o ônibus (30 CUCs/cada). Ele acertou tudo pra gente. O esquema do carro particular é o mesmo da lotada. O carro não é exclusivo, você pode viajar com outras pessoas que estão indo para o mesmo lugar pra ficar mais barato, mas isso é o motorista que organiza. Fomos para Trinidad com um casal de franceses que nunca tínhamos visto na vida. O carro é de luxo, russo, com ar-condicionado (é bom sempre checar se tem). Chegamos em menos de 3 horas a Trinidad, enquanto o ônibus levaria em média 4h-5h. Caso você prefira o ônibus, a rodoviária fica na Avenida 26 y Zoológico – Nuevo Vedado. Tel: +53 7 811413, 815652/811108.

Carros particulares

Como falei acima, fiz tudo com carro particular/motorista. De Trinidad para Cayo Santa María eu já tinha agendado com o hotel, pois não conhecia o esquema Havana-Trinidad. Paguei bem mais caro, 160 CUC o carro exclusivo. Se forem 4 pessoas nem é tão mau. Acabou que ficou quase o preço do avião (mas que só sai de Havana). De Cayo Santa María para Havana o hotel queria nos cobrar 200 CUC! Negociei com o motorista que nos levou para Trinidad que fez por 140 CUC. Assim optamos por não voltar de avião, pois o horário de retorno seria durante a madrugada, tipo 5h30. Pagamos um late check out e aproveitamos o hotel até as 16h.

Aluguel de carro

Não ousei procurar e desaconselho ao máximo. As estradas têm boas condições, mas não têm qualquer placa de localização. Os postos de gasolina são raros, então é preciso ter conhecimento para não ficar no meio da estrada.

Comida

Cuba é o lugar para se comer frutos do mar fresquíssimos e baratos. Porco também é uma tradição, então vale experimentar.

Paladar La Guarida, Havana

Paladares em Havana

Em Havana, para se comer bem, veja se a sua casa particular oferece refeições ou procure pelos paladares. Os paladares antes eram sinônimo de comida boa e barata na casa de cubanos e hoje alcançaram o status de restaurantes gourmet. Ainda assim, come-se bem, com um vinho e sobremesa, raramente passando dos 20 CUCs. O mais famoso deles é o La Guarida, que aparece no filme “Morango e Chocolate”. De tão famoso, só é possível ir tendo reserva, que pode ser feita pelo site. A comida é boa, mas eles fazem reservas para cada hora, então você não pode escolher a mesa e rola uma pressão pra você comer em exatos 60 minutos para dar lugar à próxima reserva. Tudo vem rapidíssimo, mas não gostei muito dessa pressão. Entrei sem reserva no Paladar Los Mercaderes (Rua Mercaderes, 207 – Havana Velha) com ambiente, staff e comida excelentes e passei o tempo que quis por lá. Gostei mais.

Paladar em Trinidad

Em Trinidad come-se muito bem. Todos os lugares eram maravilhosos, principalmente a casa da D. Balbina! Recomendo o paladar Sol y Son (Rua Simon Bolivar 283), com estrelas no TripAdvisor, que se propõe a fazer uma cozinha fusion. A comida é boa, bem servida, o ambiente é mágico reproduzindo uma casa dos tempos coloniais, e os músicos são ótimos, deixando espaço suficiente para uma conversa em tom de voz normal.

Sabrina no La Bodeguita del Medio

No mais, siga o conselho de Hemingway  – “My mojito in La Bodeguita, my daiquiri in El Floridita” – que você não se arrependerá.

¡Disfrute Cuba!

Mutíssimo obrigada pelo relato, Sabrina!

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110 comentários

boa tarde, estou querendo ir para cuba pacote 2 noites cuba e 3 varadero e queria deixar em aberto mais 5 dias para conhecer outros lugares que li acima nas sugestões. Como e uma mulher viajar sozinha para la? algum problema? e em agosto costuma ser calor? meu pacote tem 5 dias incluso e quero + 5 livre. o que vcs indicam? hospedagem? local? bares? aguardo grata Andrea

[ Nem ia deixar nada aqui, mas vou ]: Não gosto da coleção Rough Guide, acho dirigido pra outro tipo de visitante superturista e com grana, e que segue as “dicas” que na verdade são convênios, jabás, alguns supostamente alternativos , inclusive um que já foi bonzinho o Lonely Planet. Le Routard também já foi bonzinho. Um ótimo, mas difícil de encontrar, e não sei se existe da América Central (deve existir ) , o South American Handbook: nada de fotografias atraentes, NADA DE FOTOGRAFIAS, faz tempo, parece que havia algumas pouquissimas, mas realmente alternativo (claro, depende do gosto, falo do meu gosto e do que eu acho que é conhecer um pouquinho do lugar, das pessoas, conhecer, mesmo, só morando, e olhe lá, se nem o vizinho de mesmo andar de apartamento a gente conhece, sacou?). O melhor é esquecer mapas, guias, planejamentos, pesquisas. Fui (e tô pensando em voltar muito em breve) , fui absolutamente independente de reservas de hotel, de casa de família, de agência de viagem, fiz câmbio paralelo e usei moeda cubana, comi em botecos de cubanos, cortei cabelo em barbearia, conversei com pessoas de várias opiniões sobre a situação e o governo em Cuba (um detalhe importante: há o jeitinho cubano muito malandro, parecem muito os baianos e cariocas, eles são acostumados com turismo e com os concietos que tal ou qual turista chega, então ele ou ela fala o que percebe que vai agradar e corresponder à visão preconcebida do visitante. Se quer ouvir críticas ao regime, ouvirá; se quer ouvir maravilhas do regime, ouvirá, e cada turista volta do mesmo jeitinho que chegou, achando que conheceu a verdade da boca de cubanos…) . Saía afastado dos trechos turísticos, quase sempre flanando, andando meio sem rumo, pegando ônibus ou a pé, nunca peguei táxi, nem paguei excursões (não gosto nadinha dessas coisas, prefiro esse outro jeito que exponho aqui, e que acho é a maneira melhorzinha de se conhecer um pouquinho do lugar, e esse pouquinho quero dizer: pessoas do povo). Há cubanos malandros que falam perfeitamente português brasileiro e falam do Rio de Janeiro, por exemplo, como se estivessem, mesmo, estado lá. Quase sem perceber, ou voltando de viagem, pode-se não perceber que o ou a visitante foi explorada muito sutilmente. Como em todo o lugar, há falcatruas, algumas ilegais, mas que fecham-se os olhos (me refiro à polícia – lembro que polícia existe em qualquer lugar do mundo ). Jamais iria pra Cancún, nem Miami, por exemplo. Bem, me iantrometi, porque a galera aqi tem outra maneira de viajar e de conhecer lugares.

Olá, estou com dificuldade em achar um transporte que me leve de Cancun até o porto de Havana, farei um cruzeiro que sairá de Havana!! Você sabe me informar sobre um transporte assim?

Estando em Havana vá até o hotel Inglaterra e procure a atendente da Cubatur. Eles oferecem traslados do hotel até alguns destinos num preço similar a Via Azul mas com conforto e segurança. Via Azul neste momento é uma opção estressante.

Ricardo, saudações! Agradeço o espaço! Penso que atualizar algumas informações como procedimentos para conseguir uma vaga na VIA AZUL, custos diante do câmbio atual, e opções de traslado via Cubatur entre outras questões seja útil. Vou me organizar!

Olá! Mais do que formador de opinião o site é um ótimo formador de fluxo! Sempre me utilizo do site como ferramenta de viagem e acho importante o relato abaixo. Acabo de passar um mês em
Cuba. Rodei de ponta a ponta exceto os Cayos. Cheguei dia 27/12 em Havana e me hospedei na casa particular do Luis. E lá havia um fluxo enorme de brasileiros todos via este site. Bem, Luís foi muito atencioso desde o princípio pre-viagem. E me arrumou um táxi por 30 CUC para me levar até Trinidad no dia 30/12. Aí começa o filme de terror. Ele contratou um táxi que não tinha autorização para transportar turistas. Junto haviam outros 3 jovens cubanos. E só descobri este fato quando fomos parados na estrada por uma blitz policial que incluía o departamento de combate ao tráfico. Tive todos meus documentos apreendidos, bagagem e fui preso por 6 horas. Resumidamente. Revista nu, agachamentos, tortura psicológica, todo tipo de humilhação, coagido a confessar possíveis crimes dos mais diversos. Pedi a presença da embaixada mas não me deram direito a nada. Fui preso e confinado num carro de polícia e levado para a delegacia de Trinidade separado da minha mala, o que abria o precedente de ter droga plantada dentro dela. Queriam exames de sangue, urina e cabelo para comprovar consumo. Tranquila me propus a fazer, seria uma forma de aliviar a tortura. Mas só aceitava com a presença da embaixada. Enfim, depois de horas fomos liberados. No dia seguinte entrei em contato com a embaixada e com o Luis. Ou eu votava para o Brasil no meu quarto dia de viagem ou encarava seguir na aventura tensa de ficar um mês por lá. Fiquei. Nao usei mais taxi. Apenas o outro show de horror chamado Via Azul. Falei com o Luis. Num primeiro momento ele minimizou o problema. Depois quando a embaixada entrou na história ele ficou mais atencioso. O cartão de visita dele estava dentro do meu passaporte e no meu quarto interregotario ele foi citado quando perguntaram de quem se tratava. Afinal, ele foi responsável por contratar um serviço ilegal. Cuba vive hoje sobre o império de um cartel entre donos de casas particulares, taxistas e donos de restaurantes. Enfim, passei por algo que jamais passei perto no Brasil em 44 anos de vida. Vale ressaltar que a atenção da embaixada por meio do consulado foi incrível e me acompanharam no embarque até a porta do avião por garantia. Afinal, nao podemos esquecer que Cuba é comandada por uma ditadura.
Penso em escrever detalhadamente a viagem. O incidente ligou uma chave para ver a ilha com olhos contrários à minha expectativa inicial.
Foi um fato lamentável e o “viaje” nada tem de responsabilidade nisso – que fique claro – mas acho importante que todos saibam deste detalhe: os prestadores de serviço ilegais. Ao pegar um táxi tenha certeza que é táxi cadastrado e não compartilhe a não ser que você se arrage com outros estrangeiros. Saudações a todos !!

    Puxa vida, Weber. Que história… obrigado por compartilhar. Caso queira transformar este depoimento em post, por favor nos mande um email para redacao arroba viajenaviagem ponto com. Obrigado!

    Caramba… Vc tem que escrever sobre Weber! Muito importante mesmo. Sobre os táxis, como saber se são legalizados? Estou indo agora em março e pretendo passar alguns dias em Trinidad e o translado te está por conta do casal que irá me hospedar….

Fui para Cuba em março e na minha passagem por havana fiquei no hostel do Luis…ele eh realmente um amor de pessoa, nos tratou muito bem e nos ajudou muito. Om dias sobre o país e em nosso translado de ida e volta para Cayo Santa Maria!! Super recomendo!!

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