Guia de Salta
Off-road em Salta, parte 2: a Ruta del Vino a Cafayate
Enviado especial: texto e fotos | Gustavo Belli, do Viajar e Pensar
Depois de um primeiro dia tomado pelas atividades de lançamento da Nova Ford Ranger, o segundo dia foi reservado para apreciarmos a região. Seguimos pela Ruta 68 até Cafayate, mais conhecida como a “Ruta Del Vino” de Salta.
Cafayate está a 1.700 metros acima do nível do mar e é conhecida pelos excelentes vinhos produzidos em altitudes elevadas. Esta região produz vinhos desde o início do século XIX, e possui vinícolas de destaque, tanto na Argentina como em plano mundial.
Para este tour testamos a Nova Ranger automática, dessa vez em comboio menor, com apenas 7 carros e com retorno a Salta de ônibus, para que pudéssemos apreciar os deliciosos vinhos do Cafayate. “Se dirigir, não beba!!”
De Salta até Cafayate são 180 km pela Ruta 68, uma estrada cenográfica, dentre as mais belas da América do Sul. A ruta é totalmente asfaltada, bem sinalizada e com pouco trânsito, sendo raros os buracos e os caminhões. Cuidados devem ser tomados pelas sinuosidades e faixas estreitas em alguns trechos. Muita atenção ao dirigir, pela constante presença de animais como cabras e cavalos ao longo do caminho, além de turistas fotografando e apreciando as paisagens.
Em certas partes da estrada devido o relevo e ao clima, a erosão levou ao desmoronamento de encostas e trechos da pista, levando à alguns desvios pelo caminho, com sinalizações precárias. É importantíssimo cuidar com o nível de combustível, pois os postos para o abastecimento são raros.
A ruta inicia urbana e segue cruzando várias fazendas, estâncias e pequeno pueblos. Neste primeiro trecho, o ritmo é lento e é necessária atenção com o tráfego e os cruzamentos. Quando fizemos a primeira parada técnica, uma hora depois de partir, tínhamos percorrido apenas 62 km.
A segunda parada, 40 km adiante, foi estratégica: um lanche na Posta de Las Cabras, que é uma estância e pousada. A Las Cabras é uma fazenda com criação, obviamente de cabras, e uma bela opção para hospedagem e refeições. Ao chegarmos, serviram saborosos sanduíches de queijos de cabra e doces da região, acompanhado de um providencial cafezinho para acordar.
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Depois do lanche e desta parada em diante, a Ruta 68 fica mais bonita e a paisagem muda do verde para o vermelho. A transformação inicia ao entrarmos na Quebrada das Conchas ou Quebradas do Cafayate. Este vale do rio Las Conchas possui formações rochosas vermelhas que seguem o leito do rio formando vales e desfiladeiros, e como cenário ao fundo, a Cordilheira dos Andes.
A paisagem é alucinante, com um relevo esculpido pelas movimentações tectônicas e erosões durante milhares de anos.
Algumas formações rochosas merecem destaque: a Garganta do Diabo, o Anfiteatro e o Sapo. Fizemos paradas para fotos na Garganta e no Anfiteatro, que são falhas gigantes na rocha esculpidas pela natureza; no Anfiteatro a acústica é de uma grande ópera ou catedral.
Continuamos o caminho apreciando a região até o Cafayate, já a 1.700 metros acima do nível do mar. Almoçamos no Hotel & Wine Spa Patios de Cafayate, que é uma bela construção cercada de vinhedos, com os requintes de conforto das propriedades do início do século passado — tudo integrado à Bodega El Esteco, uma das mais importantes vinícolas da região.
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Tivemos um delicioso almoço acompanhado de vinhos de torrontés e cabernet sauvignon, dos magníficos vinhedos da El Esteco que nos cercavam. O grande destaque foi a sobremesa: um estupendo Alfajor Caseiro com suspiros. Com todos fartos e com a barriga cheia, pegamos o ônibus para um tour ao centro de Cafayate e para visitar o Museu do Vinho.
O Museo de la vid y el vino (Museu da videira e do vinho) de Cafayate é muito agradável: vai direto ao ponto. É um programa interessante mesmo aos não-apreciadores do líquido de Baco. A visita inicia com a vida das videiras, destaca o clima e solo da região, considerado um dos mais particulares do mundo para a produção do vinho. No Cafayate estão os vinhedos mais altos do mundo em produção de vinhos de alta qualidade. Como todo museu conta a história das primeiras bodegas, mostrando os instrumentos e ferramentas utilizadas no primórdio da vinicultura e do comércio do vinho. Na loja do museu pode-se comprar vinhos da região, e encontrar bodegas e uvas que não são comercializados pelas importadoras brasileiras.
Depois do museu, retornamos para um tour na Bodega El Esteco. Conhecemos a história desta vinícola, que antigamente se chamava Michel Torino, visitamos as parreiras e vimos todas as etapas da produção de vinho e finalizamos com uma degustação de um saboroso vinho de torrontés, a uva branca que reina na região e que vem merecendo destaque no mundo dos vinhos. Degustamos também um vinho tinto de shiraz com sabor diferente, mas que não chegava aos pés do branco.
Nossa volta de ônibus para Salta foi iluminada pelo luar na Quebrada do Cafayate e emoldurada pelas montanhas da região.
Importante:
São 190 km entre Salta e Cafayate, e sendo o vinho uma das principais atrações do lugar, sugiro contratar um tour ou motorista. A melhor opção, sem dúvida, seria se hospedar numa das estâncias da região (como as que visitamos) e apreciar a noite e as estrelas neste vale abençoado e regado com excelentes vinhos.
Leia mais:
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Comentários
Olá pessoal. Estou indo para a região de Salta e Cafayate no carnaval e pretendo visitar as famosas bodegas da região.
Vi diversos relatos na internet sobre expectativa X realidade nessas visitas, porém, em nenhum relato que li foi informado sobre a necessidade de realizar reservas para fazer visitas guiadas e/ou degustação.
Alguém poderia me ajudar? Obrigada!!!
Olá, Ana! Este relato está bem atualizado:
https://lasmilmillas.com/2022/02/17/como-visitar-las-bodegas-de-cafayate/amp/
Na maioria é necessário reservar apenas se for almoçar. Em uma ou outra a reserva da visita será necessário. O texto lista quais.
Ana, na Yacochuya e na Domingo Molina fomos sem reservar. Na Finca Las Nubes também, mas chegamos perto das 17h (que era hora de fechar) e a proprietária, sem nenhuma cerimônia, nos mandou voltar outro dia. Na Piatelli fizemos reserva para almoço e para visita guiada. Na El Porvenir, depende do que você quer fazer. Para visitar a loja da bodega, onde eu acho que dá para fazer degustação também, é só chegar; mas se você quiser almoçar na Finca, tem que reservar. Na El Esteco dá para fazer degustação sem reservar (tem horários pre-determinados, se bem me lembro). E se você quiser esticar até Molinos para visitar a Colomé, acho melhor entrar em contato antes. Nós ficamos hospedados lá e achamos muito legal.
Bueno, para quem está interessado em bodeguear em Cafayate, algumas sugestões: 1) o Camino a Yacochuya tem algumas das melhores e mais bonitas bodegas da região: Piatelli (grande, com toda a estrutura para receber turistas, visita guiada, almoço etc); Domingo Molina (a bodega boutique, não confundir com a Domingo Hermanos que fica no centro de Cafayate); e San Pedro Yacochuya (a nova bodega da famíllia Etchart); 2) no centro da cidade, a El Porvenir: dá para visitar a loja e fazer uma degustação e dá (ou dava, em 2018/2019) para almoçar na finca da família, ali na cidade mesmo, em meio a vinhedos; 3) o Viñas de Cafayate Wine Resort é uma boa opção de hospedagem (mas não esperem uma super estrutura). Tem uma outra área, indo em direção sudeste, que se chama Tolombón. Parece legal, mas ainda não visitamos. E mais ao norte de Cafayate, pela Ruta 40, tem a região de Molinos, onde está a Colomé, que vale a visita e a hospedagem, além de outras, como a Humanao. E Cachi, ainda um pouco mais ao norte, sempre pela Ruta 40, também tem produção de vinhos.
Oi, Paula! Parece que vc entende muito dessa região, ótimas dicas vc passou.
Fiquei apenas com uma dúvida, coloquei no Google maps a localização da Columé e percebi que é bem distante do centro de Salta e do centro de Cafayate. Tenho muito interesse por essa vinícola, porém será que vale mesmo a pena conhecê-la? A região é de tranquilo acesso? (vi que passa no meio da Cordilheira dos Andes, terreno bem sinuoso).
Marina, de Salta, fica longe o suficiente para não ser possível fazer bate-volta. De Cafayate, até rola, mas fica super cansativo (pense em umas 5 horas no carro, para mais, entre ida e volta). A estrada é ok. Não é asfaltada. É de rípio e areia. Mas é linda, linda! A região da Quebrada de las Flechas, em Angastaco, é fenomenal de linda. Eu acho que vale mais a pena dormir lá uma noite, até porque o céu nesse meio do nada é de outro mundo. Mas, se não der, saia cedo de Cafayate e com disposição para um dia puxado. A vinícola é muito bonita, tem até um museu de arte lá. Outra possibilidade é sair de Cafayate de manhã, passar o dia na Colomé e dormir em Cachi (fica a 2 horas da Colomé). E de Cachi você pode seguir para Salta passando pelo Parque de los Cardones e descendo a Cuesta del Obispo.
Muito obrigada!
A Viator n tem o q preciso.
Gracias.
Olá, Ana! Seu hotel em Salta pode arranjar remises privativos.
Olá,
Estou indi para Salta em julho, estou com dificuldade de encontrar empresas q façam passeios nas vinícolas, aprecio, e gostaria de conhecer alguns. Como viajo sozinha, teria alguma empresa para indicar? Está difícil encontrar. Chegando em Salta consigo esses passeios no hotel ou aeroporto? Obrigada!
Olá, Ana!
Veja todos os passeios em Salta oferecidos pelo nosso parceiro Viator:
https://www.viator.com/pt-BR/Salta/d5484-ttd?eap=brand-subbrand-13544&aid=vba13544pt
A região é realmente fantástica.
Uma paisagem inigualável e mesmo para as pessoas que não apreciam vinho porque o simples deslocamento até a cidade vale a pena.
A região é mesmo lindíssima. Parabéns pelas fotos . Recomendo fazer o circuito completo passando por Mollinos e Cacho.
Olá. Vou me hospedar em Salta. Vocês recomendam alugar um carro para ir a Cafayate ou fazer o passeio com agências? Gosto de aproveitar a natureza, a beleza da estrada. Queria conhecer algumas vinícolas tbm.
É fácil de fechar passeios por lá?
Olá, Camila! Você pode alugar carro ou se encaixar em passeios. Clique para ver os passeios oferecidos pela nossa parceira Viator.