Machu Picchu

Machu Picchu: vale a pena subir a montanha Huayna Picchu?

Huayna Picchu vale a pena Machu Picchu

Em abril de 2016, duas trilhas que fazem parte do parque arqueológico de Machu Picchu estarão fechadas para manutenção. A trilha (popularíssima) que vai da cidadela de Machu Picchu ao topo da montanha Huayna Picchu vai fechar entre 1º e 15 de abril; já a trilha (pouco conhecida) que vai da cidadela de Machu Picchu ao topo da montanha Machu Picchu vai fechar entre 16 e 30 de abril. Mas o parque continuará aberto o mês inteiro, e a cidadela sagrada de Machu Pichu poderá ser vista, fotografada e percorrida normalmente por todos os que chegarem até lá.

O fechamento dessas duas atrações secundárias, no entanto, oferece uma ótima chance para discutir sobre a necessidade de incluir no passeio uma dessas trilhas — sobretudo Huayna Picchu, que costuma estar na lista de desejos até de quem não é um andarilho contumaz. Será que a experiência de Machu Picchu fica diminuída se você não encara a subida a Huayna Picchu?

Huayna Picchu e o fator Torre Eiffel

Vou dar aqui minha opinião de tiozinho chato. Não é uma opinião 100% abalizada porque — bem, eu NÃO subi a Huayna Picchu. Tive duas chances. Na minha primeira visita a Machu Picchu, resolvi não subir porque sabia que em poucos meses voltaria, e poderia subir na oportunidade seguinte. Quando voltei, resolvi não subir porque — bem, já tinha visitado Machu Picchu e chegado à conclusão de que a trilha era desnecessária para pessoas com o meu perfil e interesse (e não estava disposto a encarar o sacrifício para testar na prática minha teoria).

Explico o porquê. Huayna Picchu é a montanha por trás da cidadela, parte indissolúvel da paisagem clássica de Machu Picchu. Sem ela, Machu Picchu fica irreconhecível — e comum. A subida de uma hora, à custa de muito esforço a mais de 2.000 metros de altitude, leva a um mirante de onde você tem uma vista pouco interessante da cidadela. Você acrescenta duas horas de sacrifício a um passeio que já exige bastante: se você fizer a cidadela como se deve, vai caminhar pelo menos três horas, com subidas e descidas.

É um pouco como subir à Torre Eiffel. Em Paris as multidões passam horas na fila pelo privilégio de poderem subir… ao único mirante de Paris de onde não se avista a Torre Eiffel. Ao subir a Huayna Picchu, você vai investir duas horas de esforço para escapulir da cidadela que veio visitar.

Muita gente vê na subida a Hayna Picchu um substituto para a Trilha Inca. Já que não vou encarar os quatro dias de caminhada, encaixo essa trilha na montanha e sinto um gostinho da experiência. Tá. Só que o pessoal que vem a pé tem na chegada a Machu Picchu o seu grande prêmio: avistam a cidadela ao amanhecer (com Huayna Picchu ao fundo!) depois de vários dias de esforço. Já quem sobe Huayna Picchu vai para o sacrifício depois de já ter se maravilhado com o avistamento inicial da cidadela (com Huayna Picchu ao fundo). Isso vai contra a minha religião, que manda sempre deixar o melhor para o final.

O problema de Huayna Picchu é que a decisão de subir ou não precisa ser tomada com muita antecedência. Ao comprar seu ingresso para Machu Picchu, você precisa decidir se compra só a entrada do parque ou se acrescenta uma das duas trilhas (Huayna Picchu ou montanha Machu Picchu). Meses antes da viagem, sem ainda ter uma idéia do conjunto de atrações à sua espera no Vale Sagrado, você tica Huayna Picchu porque não quer diminuir o seu passeio. Na altitude, porém, você pode descobrir que a decisão não foi tão acertada — e que a trilha não é essencial para a experiência de Machu Picchu.

Huayna Picchu por quem já subiu

Evidentemente, eu sou dono só da minha opinião — não sou dono da verdade. E a minha opinião é bastante presunçosa, já que eu não me dei ao trabalho de testar minha intuição na prática.

Muita gente vê na subida uma oportunidade de se pôr à prova e se imbuir ainda mais da energia especial de Machu Picchu. Outros, habituados a trilhas, não querem perder a chance de escalar uma montanha num lugar tão carismático. A maioria dos que sobem volta satisfeita com a aventura, seja pelo episódio de superação pessoal, seja por oferecer insights místicos pelo caminho.

Gosto muito do relato do Gleiber Rodrigues, do Andarilhos do Mundo. É bastante detalhado e totalmente honesto: o Gleiber explica o percurso, não esconde os percalços e deixa claro que a vista lá de cima é só um detalhe menor, e não o motivo para subir. No fim das contas, ele gostou muito da experiência. Se você ler o post e ainda assim quiser encarar a subida, é sinal de que você vai gostar também.

E você que já subiu a Huayna Picchu? Como foi sua experiência? Recomenda para todo mundo? Ou só para alguns? Ou para ninguém? Na sua opinião, eu sou um chato de galocha que não deveria demover as pessoas de uma trilha mágica? Ou eu sou um chato de galocha que está de parabéns por demover outros chatos de galocha de apinhar uma trilha mágica? Aos comentários, pufavô!

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106 comentários

Fui pra Machu Picchu em lua de mel no ano de 2013. Adorei fazer a trilha para Huayna Picchu. Eu não tinha certeza se daria conta e conseguir terminar foi demais. Ainda assim não acho indispensável. Se está na dúvida e não curte atividade física sua experiência será ótima mesmo dispensando a trilha. O mais bonito do passeio é o misto de religião e tecnologia que os Incas possuíam e o amor que o povo peruano tem pelos seus antepassados.

Eu sofri bastante com o mal de altitude, não mais que em Lá Paz, mas ainda sim de uma forma que me impossibilitou de curtir o Local como gostaria. Acabei optando por conhecer “apenas” a citadela e concordo plenamente com voz quando diz que as três horas de subida e descida são suficientes e encantadoras também. Não sou atleta, pra falar a verdade, das 3 vezes que estive em Cusco, optei claro pelos passeios arqueológicos, mas também pela gastronomia peruana. Comida e atividade física com soroche não é a melhor coisa rsrsrs. Acredito que Machu Pichu seja para todos, os mais aventureiros e os tiozões que preferem evitar a fadiga.

Olá,
Subi Wayna em 2014. Tenho costume de correr Corridas de Rua, e me preparei durante alguns meses.
A subida é maravilhosa, serve como complemento do passeio, e a vista lá em cima é muito linda, vê a cidadela e a natureza por outro ângulo, tem a satisfação de superação, e conhecer aventureiros de todas as partes do Mundo (praticamente todos são simpáticos, ao contrário dos turistas da cidadela).
Um aviso: tanto na cidadela, quanto em Wayna, não é permitido fotos com bandeiras de clubes de futebol, somente com bandeiras de países (exceto do Chile, por causa da Guerra do Pacífico).

Fui no longínquo 2007, quando não precisava comprar ingresso antecipado, nem nada dessas coisas.
Dava um nome na lista e já era. É uma epopeia. A trilha é difícil, íngreme. Quando fui ainda peguei uma turma fazendo preces no meio de uma caverna que ficava no caminho para a “pachamama”. Foi bem trabalhoso. A vista, em si, não é o principal.
Encaro isso como subir na coroa da estátua da Liberdade. Fosse hoje, não faria nenhum dos dois.

Eu curti bastante a trilha, é bem cansativa mas não achei muito difícil, porque a maior parte é feita de degraus e também conta com algumas cordas para se apoiar. A vista lá de cima é bem legal, mas não acho imprescindível. Para quem quer fazer uma trilha com menos esforço e que também garante uma paisagem bem legal, recomendo a trilha da Ponte Inca. Bem fácil, tem um pouco de adrenalina (não recomendado para quem tem medo de altura) e rapidinha (30 minutos). A foto que eu mais gosto da minha visita para Machu Picchu, eu tirei de lá. Abs.

Há uma trilha que pode ser feita sem a necessidade de adquirir ingresso, o Portal do Sol (Sun Gate). Você demora de 40 minutos a 1 hora para subir, dependendo do seu ritmo, e tem uma vista sensacional de Machu Picchu.

Ricardo, bem oportuno esse post, pelo para mim, pois pretendemos, eu e minha esposa, com mais três casais ir no segundo semestre e eu e outro amigo somos os encarregados de definir os roteiros das nossas viagens.
Dica valiosas, pois pelo que já pude depreender dos seus comentários, nossos interesses várias vezes coincidem…rsrsrsd

Valeu

Já fui duas vezes a Machu Picchu e nem de longe pensei em subir Huayna Picchu. Nem mesmo quando fui aos 30 anos, pela primeira vez. E não sou uma pessoa sedentária. Altura é uma coisa que não me atrai. Machu Picchu, com subidas e descidas, já é um desafio.

Quando meu marido comprou os ingressos para subir a montanha já fiquei achando que não conseguiria, pois não tenho nenhum preparo físico. Na hora da subida tentei desistir, mas ele mexeu com meus brios dizendo que pelo menos eu deveria tentar…. E foi o que eu fiz.
Mas aqui uma observação: quando estávamos em Machu Picchu compramos, para experimentar, um saquinho com algumas folhas de coca e levamos para a montanha,. A guia que contratamos (estávamos em dois casais) ficou toda alegre quando viu as folhas e pegou várias delas. Nós quatro experimentamos, mas eu acabei mastigando só duas, pois o gosto era horrível.
Bom, as outras três pessoas que estavam comigo, apesar de todos termos entre 60 e 61 anos, fazem muita atividade física.
A única despreparada era eu. Apesar disso, não sei se foi pela folha de coca, consegui subir até o platô e, muitas vezes, eu acabava esperando por eles….. Inacreditável!!!!
A descida ainda é pior que a subida. Fiquei com muita dor nas pernas por uns 5 dias!!!!
Resolvi postar minha experiência pra animar as pessoas que, como eu, não têm preparo físico.
A subida vale a pena, se não tanto pela vista, como por conseguir realizar esse grande feito.

Bão, eu subi sim Huayna Picchu, em maio de 2013 (decidi ir segundo textos no SundayCooks — oi Natalie e Fred!). Peguei o primeiro horário, subi toda a montanha até as pedras lááá no topo, a vista da cidadela e das montanhas ao redor de Machu Picchu te fazem se sentir tão… pequena… Há guias do parque andando pelas trilhas. Depois, desci até o Templo de la Luna, atrás da montanha (indo por uma trilha que eu não sabia para onde ia) e depois é uma subida até Machu Picchu. Fiz isso em 5 horas (ao consultar o caderno de registro, eu era uma das últimas a retornar), com diversas pausas na subida e na descida, para descanso, água e folhas de coca. As subidas (e consequentemente, as decidas) são sim íngremes e exigentes, e muitas vezes, sem corrimão ou outro aparato de segurança.
Pra mim? Valeu a pena, mas por uma questão da superação pessoal (primeira viagem solo ao exterior etc). Recomendo mesmo só pra quem tem o espírito de aventura.

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