Inhotim, o melhor passeio que você ainda não fez

A galeria de Matthew Barney, por fora

Texto de setembro de 2010. Preços atualizados em outubro de 2014. Para o guia mais atual de Inhotim, clique aqui.

O que há de novo para dizer sobre Inhotim que ninguém tenha dito antes? Ainda estou para ler algum relato sóbrio — que dirá decepcionado. A reação parece ser uma só: visitou, deslumbrou. Todo mundo vai com expectativas altíssimas criadas por visitantes anteriores, e ainda assim consegue sair maravilhado.

Matthew Barney em Inhotim

Talvez isso aconteça porque Inhotim não se entrega totalmente por imagens. A visita a Inhotim é indescritível, na acepção mais literal da palavra. Você pode até achar que já viu isso antes — um jardim de esculturas, um museu dentro de um parque — mas a dimensão do lugar, e a relação das obras com o espaço, fazem da visita a Inhotim uma experiência singular.

Diango Hernández em Inhotim

E quem está falando (presente!) não é um rato de museu, não. Tenho pouca paciência com o gênero. 90 minutos, duas horas no máximo é o que agüento antes de virar abóbora. Até a cara de conteúdo eu costumo perder no meio do caminho. Em museus grandes e sobretudo em bienais acabo sofrendo uma overdose conceitual. Entro em coma artístico.

Adriana Varejão no Inhotim

Adriana Varejão no Inhotim

Mas não, isso não aconteceu comigo em Inhotim.

Eu não entendo xongas de arte, mas pelo jeito que fui tocado por tudo o que vi, me arrisco a palpitar que a curadoria busca obras que causem impacto também no público leigo. Nada passa batido. Pelo menos algum dos seus sentidos vai entender por que aquilo foi posto lá para você contemplar (às vezes, interagir).

Cildo Meirelles no Inhotim

Outro fator que certamente contribui para você não sofrer uma indigestão cerebral — e aqui tenho certeza de não estar falando besteira — é a existência de um respiro na sua visita entre uma obra e outra. No caminho entre uma galeria e a próxima você descansa a vista e a cabeça admirando o paisagismo (e o mato!) de Inhotim. Dá tempo de refletir, digerir e ficar com vontade de entrar na próxima.

Inhotim

Depois da terceira galeria, me senti num parque temático de arte contemporânea. Um Universal Studios Islands of Adventure cabeça — em que as atrações não são brinquedos, mas galerias de artistas. (Até brinquei: põe uma montanha russa, e dá pra inaugurar uma filial na Flórida!)

Galeria de Miguel Rio Branco no Inhotim

Miguel Rio Branco no Inhotim

Miguel Rio Branco no Inhotim

Mais uma semelhança: já está difícil visitar o museu inteiro num dia só. Novas galerias ocupam espaços mais distantes da entrada. A terceira onda do Inhotim são as instalações site-specific: o artista selecionado escolhe um local determinado (a specific site…) e cria não apenas a obra para aquele lugar, como interefere na concepção do edifício que vai abrigar a obra. Me belisca: tamo mesmo no Brasil?

Galeria de Doug Aitken no Inhotim

Não vou destacar obras, porque sei que não vi algumas das mais bacanas. (Minha visita foi feita na carona de uma press trip para mostrar as novidades 2010 a jornalistas de arte e cultura, então não deu tempo de conferir muitas das obras emblemáticas do Inhotim.) Acho mais importante dizer que, se você puder, estenda a sua visita em mais um dia. Ou fique com mais uma desculpa para voltar o mais breve possível a Belo Horizonte.

Jarbas Lopes no Inhotim

Jarbas Lopes no Inhotim

Jarbas Lopes no Inhotim

Jarbas Lopes no Inhotim

Horário e ingresso

O Inhotim abre de terça a sexta das 9h30 às 16h30 e sábado, domingo e feriados das 9h30 às 17h30. O ingresso custa R$ 20. Aceita-se cartões de crédito. Dá para comprar online (clique aqui).

Jardineiras elétricas levam às obras mais distantes. Pessoas com dificuldade de locomoção podem usar o serviço gratuitamente (com direito a um acompanhante). Os demais precisam comprar o serviço à parte; custa R$ 20 e você ganha a pulseirinha que libera o uso das jardineiras.

Nick e Patricia de Camargo

(Olha o Nick e a Patricia de Camargo aê!)

Como chegar

Veja todas as possibilidades, atualizadas, aqui.

Restaurantes

Há um bistrozinho (o Bar do Ganso), um bom restaurnate de buffet e duas lanchonetes. Um bandejão está nos planos.

Inhotim

Minha dica

O melhor jeito de visitar Inhotim é ir durante a semana, pernoitando numa pousada da região. Assim você percorre o espaço com calma e menos público. A melhor pousada da região parece ser a Estalagem do Mirante. De lá você pode ainda passar um dia em Ouro Preto ou ir direto para Belo Horizonte curtir os prazeres da capital.

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160 comentários

Como mineira que costuma incluir Inhotim nos programas de fim de semana de dois em dois em meses, concordo plenamente com o Riq que o melhor é pernoitar nas pousadinhas e sair cedinho para Inhotim. Uma boa dica para quem vem de fora, chegando no sábado em BH, é almoçar na cidade, conhecer a Savassi, etc e depois partir para uma das pousadas. A Estalagem do Mirante sem dúvida a melhor, porém é (bem) mais cara que as demais. Para alternativas, tentem Morada dos Pássaros e Vista da Serra, em Casa Branca.

Inhotim ! O que dizer ??? Um lugar tão lindo, com gente bonita e com tanta coisa boa pra ver, ouvir e aprender . Tanto nos espaços abertos quanto nas galerias ( algumas com sons que te deixamencantados e outras num silêncio profundo ), SURPREENDENTE, REVIGORANTE, APAIXONATE, DIVERTIDÍSSIMO.
Lugar de PAZ…
Bom dia!

Pena que não é assim em todo lugar.
Mas ainda bem que temos INHOTIM.

Olá Ricardo Freire, sou estudante de comunicação social e estou fazendo um trabalho sobre Inhotim com foco na relação dos visitantes com o lugar.Gostaria de saber se seria possível me fornecer uma entrevista,relatando sua experência e suas expectativas em sua visita a Inhotim.Não é necessário que seja pessoalmente, podemos fazê-la via email, caso seja confortável para você.
Aguardo retorno,
Att
Cristiane

    Desculpa, mas até o fim de novembro estou aperreadíssimo com um projeto, não tenho tempo nem pra respirar.

Eu já fui e adorei, levamos lanchinhos para poder caminhar bastante e parar aonde queriamos para comer, descançar e passamos o dia inteirinho lá. Fiquei em BH mesmo e saimos de carro logo pela manhã, conseguimos ver tudo, participar e retornar no final da tarde muito satisfeitos, um lugar realmente agradável e que dá vontade de voltar e voltar, bjsss

Riq, posso deixar uma dica para quem estiver em BH, para o Inhotim?
Não deixar de comer o melhor pão de queijo de BH (eleito por especialistas no assunto – Revista Veja, e por mim aprovadíssimo).
É do Empório VERDEMAR, que tem uma unidade e contígua Cafeteria dentro do agradável Shopping DIAMOND MALL, no bairro Lourdes.
Abraços!!

Eu estava doida para conhecer Inhotim, e fui no domingo seguinte a ConVnVenção. ADOREI…Engrosso o coro do Ernesto e da Vera quanto ao transporte público. Usei este transporte, chega lá as 10:30, até voce comprar os ingressos 11:00 e sai as 16:00 em ponto. Mesmo comprando ingressos pelo site, a gente só tem 5:30 hs para ver toda aquela maravilha e ainda tem que parar um pouco para o almoço, que ninguém é de ferro. Ficou um gosto de quero mais. Vou voltar seguindo a dica do Ric, ficar em Brumadinho, assim dá para ir uns dois dias pelo menos para ver tudo.

Adorei a foto que estou com o Nick, vou colocar no meu album!!!
beijos
PS: Curtindo Berlim, e cê ñ sabe, tá calor rsrsrs mala meio errada again hehehe

Nossa quero ir ontem pra lá!!! Só se fala disso!! Assim que eu voltar de viagem quero ir!!

Gustavo, Inhotim deve ser apresentado aos brasileiros, que não conhecem a beleza do lugar, das obras, do projeto. Considero um dos 10 melhores lugares do Brasil para ser desfrutado por todos.
Como afirmou o Ernesto, peca no quesito transporte público, que só funciona nos finais de semana. Imperdível.

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