La bella Italia: uma greve de transportes no dia de viajar

Greve nos transportes em Roma!

A gente desembarcou em Ciampino e, como já era tarde (quase 8 da noite), resolveu ir de táxi a Roma (€ 40) para não correr o risco de ficar sem jantar. Foi a sorte.

A motorista do táxi era uma quarentona simpática, que nos elogiou muito por não ter deixado que ela colocasse a bagagem no porta-malas (disse que ninguém nunca se importa!). Falamos de futebol (ela é tifosa da Roma e já teve um cachorro chamado Falcào) e, lá pelas tantas, ela se lembrou, assim en passant: fiquem de olho, que segunda-feira vai ter sciopero dos transportes.

Dos transportes? Como assim? Pelo que la signora tassista dizia, ia ser total: metrô, ônibus, trem. Para ela, só os barcos ficariam de fora.

Minha Nossa Senhora das Baldeações! E agora? Segunda-feira era o dia que pegaríamos o trem a Nápoles e, na seqüência, o barco a Capri.

 

 

Já no caminho fomos examinando nossas possibilidades. Poderíamos antecipar a viagem em um dia — perderíamos uma noite pré-paga em Roma e teríamos que providenciar uma reserva de uma noite em Nápoles ou Capri.

Ou então poderíamos alugar um carro para ir de Roma a Nápoles — era o que daria menos trabalho, mas restava saber se ainda haveria carros disponíveis, com essa terrível greve nacional dos transportes.

Chegamos ao hotel e, mesmo arriscando a ficar sem jantar, fui para a internet investigar a greve. Pesquisei sciopero e strike para comparar versões. Achei. Ufa. Era uma greve circunscrita a Roma, sem envolver trens nacionais. Das 8h30 às 17h não haveria metrô nem ônibus nem trem suburbano na capital.

Nosso trem sairia às 13h10 do Termini. Claro que poderíamos ir de táxi — mas será que conseguiríamos um táxi livre num dia de greve de transportes?

Foi então que montamos a estratégia para não dar sopa para o azar. Resolvemos que na véspera da viagem levaríamos as bagagens até o Termini, onde ficariam no guarda-volumes.

No dia da viagem, encararíamos os 1.500 metros (segundo o Google Maps) do Mercure Delta Colosseo até a estação Termini a pé, carregando apenas as mochilas.

Termini, Roma

Deu certo. Conforme eu tinha visto no site Grandi Stazioni (excelente para consultar tudo sobre as estações principais da Trenitalia), o guarda-volumes (deposito bagagli) se localiza no primeiro subsolo do Termini, e fica aberto até a meia-noite.

A caminho do guarda-volumes

Chegamos com as malas e o funcionário, super mal humorado, foi pedindo o passaporte. Caspita! Não tinha levado. Ofereci a carteira de motorista brazuquinha, e ele aceitou. Passou nossas malas no raio-x (tirei a foto de longe, fiquei com medo do hômi), deu o recibo. Prontinho.

Raio-X do guarda-volumes

No dia seguinte, fizemos o percurso a pé em vinte minutinhos. Chegamos uma hora adiantados. A hospedagem de cada mala ficou em 9 euros (são 4 euros pelas primeiras 5 horas, então 0,60 euro por cada hora subseqüente até a 12a., e 0,20 euro por cada hora suplementar).

Deposito bagagli

Os boletos, pagos

Final feliz! Sciopero 1 x 1 VnV!

As duas malas no trem
A rede AccorHotels.com apoia essa temporada do VnV na Europa.

Os carros desta viagem são alugados com todos os seguros pela Mobility Cars.

O Mondial Travel é a assistência viagem oficial do #viajenaviagem no projeto Europa de carro.

Leia também:

Passo a passo: como comprar passagens de trem online na Trenitalia por Ricardo Freire

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13 comentários

Ricardo bom dia.
O guarda mala fica num lugar separado da estação de trem, pelo que li acima, tem que levar um documento e tirar foto, é isso?Qual o tamanho aproximado da mala para
o guarda mala, quantas malas cabem nele.?Nas outras cidades da Italia,o tamanho dos guardas malas são iguais em tamanho.

    Olá, Olindo! Aqui quem responde é A Bóia. O guarda-volumes fica no subsolo da estação Termini. Leve um documento, de preferência o passaporte. Tá tudo explicado no post acima.

    O ideal para se viajar de trem pela Europa, são malas de tamanho médio. Quando o guarda-volumes é operado por pessoas, as malas não tem tamanho máximo para serem guardadas, mas se o guarda-volumes for apenas um armário e seu aluguel operado por máquinas, elas não podem ser muito grandes ou não caberão no espaço.

    Boia muito obrigado pela sua atenção, alem de ser prestativa, tem muito conhecimento, minha preocupação, é na estação de Verona, e na de Pompeia, voce por acaso tem conhecimento como são os guarda volumes, pois a minha mala é grande, mas se for necessário eu levo tamanho médio.Um grande abraço.

    Olá, Olindo! Leve de tamanho médio. Viajar de trem com mala G é a pior viagem. O guarda-volumes vai ser a menor das suas dores de cabeça. Mala G é um inferno o tempo todo em viagem de trem.

Cheguei em roma dia 04/10… com malas, sem essa greve já achei uma confusão… Termini lotada… se tivesse greve no dia então… Como o Metro A está parcialmente fechado para a construção da linha C, andamos muito… muitas escadas… no fim, deu certo.

Peguei uma greve do vaporetto em Veneza em 2009, bem no dia de ir embora. Caminhamos da Piazza de San Marco até a estação de trem, à noite, debaixo de uma chuvinha fina, carregando as malas e mochilas. Na hora, a gente passa raiva, mas depois vira uma história divertida.

Eu peguei essa greve do dia 3 lá em Roma!!!

Aproveitamos para ir para cidados perto.

Hehehe, já quase perdi um trem por causa de uma greve de enfermeiras em Nimes. Ela resolveram que o melhor lugar para fazer a manifestação era em frente da estação de trem… Pararam o trânsito (no sentido literal) e tivemos que saltar do taxi e ir a pé com as malas, passando pelo meio das grevistas 🙂

Enfrentei uma em Amsterdam este ano. Era o dia da viagem de volta para o Brasil, o vôo era as 6h, íamos pegar o ônibus das 3h30. De acordo com a moça do hotel, a greve não ia afetar os ônibus pro aeroporto.
Saímos do hotel com as malas, já veio taxista espertinho atrás da gente falando da greve. 45 euros pro aeroporto, uma pechincha. Foi tão convincente que caímos na conversa do cara mas, quando chegamos no carro, não era táxi nada. O cara ainda veio com a conversa que era estudante, que usava o carro como táxi para pagar os estudos, estas lorotas…
Mas, como tínhamos saído com bastante antecedência, demos um fora no espertinho e fomos pro ponto, onde tinha um cartaz dizendo que os ônibus também iam aderir à greve. Putz… e agora?
Enquanto decidíamos o que fazer, passou um táxi regular do outro lado da rua, fez a volta, e levou a gente por 35 euros.
Não é só no Brasil que as greves atrapalham a nossa vida !

Em Roma, em caso de sciopero, faça como os romanos: levante cedo – sempre pela manhãzinha (geralmente até 8:30~9:00h) os serviços funcionam, voltando somente no fim da tarde – entre 17:30h e 19:00h Nos outros horários do dia, o único serviço confiável são os próprios pés…

Pegamos essa greve, saímos do hotel às 10 da manhã e fomos apanhados de surpresa. O metrô estava fechado, mas os ônibus funcionavam, então o marido, com o seu super mapa de metrô e ônibus conseguiu contornar o problema. Claro que levamos mais tempo, mas no final foi até divertido ir até o Forum dessa forma. No mesmo dia, à noite, o metrô funcionou parcialmente, e no dia seguinte a situação já estava normalizada.

Cmte, buona cera!

Tambem peguei essa greve em Roma na semana passada,bem no dia que decidimos ir ao Vaticano. Descobrimos quando fomos pegar o onibus a partir da Pza Argentina, proxima do Pantheon, e os mesmos vinham abarrotados e decidimos caminhar ate a Paz Spagna para entao pegar o metro. No caminho ate paramos pra perguntar para um carabinieri onde ficava a estacao e ele nem se ligou que havia a tal greve! Andamos um bocado e nos deparamos com o metro fechado. Acabamos seguindo pelos tuneis e saindo na Porta Princiana, perto da Via Veneto. Depois de tanto caminhar resolvemos terminar o percurso de taxi, que conseguimos facilmente.
O estresse foi recompensado pelo belo passeio e na volta optamos pelo melhor meio de transporte em Roma: os pes! Caminhamos ate nosso apartamento e ainda descobrimos o Campo del Fiori pelo caminho. Um dia inesquecivel e cheio de descobertas, inclusive sobre o que significava sciopero…rs.

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