O que eu tenho na cabeça? Uma entrevistinha pra Xpress

EuzitoMomento Tommy (você sabe: Tommy, o primo da Tássia Achando): a agência de relações públicas Xpress me convidou para inaugurar a seção de entrevistas do seu site, o XComunicação.

Fiquei todo prosa. Em todos os sentidos: soltei o verbo, e respondi às perguntas do Rodrigo Dionisio e da equipe da agência com uma sinceridade quase desconcertante 😯

O pior é que não tem nenhuma boutade, não (ao menos não intencional).

Querendo saber o que eu penso sobre o turismo no Brasil e a influência da mídia na decisão de viagem do turista brasileiro, dá uma chegadinha lá.

55 comentários

Deixei o comentário lá na Xpress e repito:

Essa “aula” deveria ser vista por todos os estudantes, profissionais e clientes (empresas) de comunicação e turismo – uma visão panorâmica e ao mesmo tempo tão detalhada, uma foto nítida do turismo no Brasil e feito pelos brasileiros, Ricardo Freire dá o caminho das pedras aos que precisam e aos que acham que não precisam de orientação. Isso também só foi possível graças às perguntas precisas. Parabéns!

Só acrescento aqui que acho compreensível que os brasileiro médio tenha esse comportamento, tem tão pouco tempo que ele pode viajar…e será que se comparássemos com os americanos, por exemplo, seria muito diferente?

Riq, sua entrevista ficou muito boa. Sobre esse aspecto da “aprovação social” de viagens, só tenho a concordar!

Eu sempre fui meio intrigado com a questão “o que leva as pessoas a viajarem”. É fácil entender a motivação de um grupo de adolescentes formandos que quer ir para Porto Seguro para uma semana de baladas dia e noite, mas saindo das motivações óbvias já vi muitas situações que me deixam perplexo.

Por exemplo, em lugares muito famosos e muvucados o que mais se vê, em geral, são pessoas derrubadas pelo cansaço, mal humoradas ou visivelmente estressadas com seus companheiros de viagem, cônjuges, filhos. Outra situação comum é ver pessoas tentando se auto-afirmar com o estereótipo pré-concebido do lugar – tentando achar o caráter ranzinza de garçons italianos mesmo quando o serviço é impecavelmente profissional e polido. Como eu fiz boa parte das viagens internacionais sozinho, acabei tendo tempo de fazer essas observações.

Ainda assim, o que mais me intrigou nas andanças que já fiz por aí foram conhecidos ou amigos com quem conversei antes ou depois de viajaram. Não sei se o fenômeno é restrito ao meu círculo social, mas nele há muita gente que viaja para os outros, que não tem problemas com city-tours maratonas – desde que dê tempo de aparecer nas fotos ao lado dos locais famosos -. E nem se trata de gente exibida ou com comportamento novo-rico, mas sim de pessoas que se realizam estando presente em um lugar muito mais do que curtindo o mesmo.

Viajando com algumas dessas companhias, já pude perceber como a necessidade de ver um outro monumento “onde todo mundo vai” impede de curtir o momento em um outro pequeno mas interessantíssimo museu onde estamos no momento. Em outras situações, o que atrapalha é uma busca incessante pelo “típico” ou pela realização de expectativas excessivas em relação aos locais.

Não tenho pretensões de ser arauto de nada, todavia acredito firmemente que minha vida de viajante/turista sempre foi um pouco mais divertida e interessante porque eu viajo para mim. Desde que tinha 15 anos e ia de ônibus, sozinho, visitar amigos a 2 mil quilômetros de distância por rotas alternativas eu sempre viajei como que para mim. Claro, fotos e histórias são legais, mas no fim das contas (literalmente), sou em quem está nos lugares, quem está passando por A ou B, quem está vivendo o momento enquanto viajo. Se ficar preocupado em me deslumbrar artificialmente só porque o lugar é famoso, ou em achar o “graal” das coisas típicas do destino, ou em tirar fotos auto-congratulatórias no estilo “estive aqui” para colocar no Orkut e Facebook, ou começar a pensar na próxima atração no momento em que eu cheguei em uma outra eu perco as sensações mais interessantes das viagens.

Acho que tem muita gente encarando destinos turísticos como uma corrida às 8 montanhas do Himalaia, com objetivo de colocar o pé em uma certa lista de lugares famosos e partir para a próxima. Ao invés da altitude, os obstáculos a serem vencidos são o ar pesado deixado pelas multidões e as filas.

Muito legal conhecer seus conceitos e pontos de vista sob uma perspectiva mais ampla, onde as informações pontuais, post após post (ops!), vão preenchendo os espaços de forma coerente.

Parabéns pelo registro! 😉

Também adorei! Riq, gostei sobretudo da parte que comenta sobre o turismo sexual, é uma grande verdade.

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