Onde você estava no 11 de setembro?

O novo World Trade Center

[O novo World Trade Center, que estará terminado em 2014]

Hoje faz 11 anos da data mais famosa deste milênio. Dia 11 de setembro de 2001 parecia anunciar o Apocalipse — e se não foi o fim do mundo, marcou o fim de uma era. Quando daqui a quinhentos anos as crianças estudarem História, o 11 de Setembro certamente vai marcar uma passagem de ciclo, como a Queda de Constantinopla ou a Revolução Francesa.

Não há quem não se lembre onde estava quando recebeu a notícia do primeiro jato se chocando contra uma das Torres Gêmeas.

No meu caso, o atentado interrompeu um momento de glamour. A gente estava de férias, hospedado por alguns dias na casa do meu (então) patrão e (eterno) santo de devoção Washington Olivetto, em Cap d’Antibes, na Riviera Francesa. Estávamos voltando, em dois carros (o Porschinho do W.O. era um conversivelzito de dois lugares), de um lauto almoço num restaurante estrelado em Grasse. No meu carro eu tinha sintonizado uma rádio que de repente interrompeu a música e desembestou a falar, em francês, sobre algo que estava acontecendo em Nova York.

Entendi que um aviãozinho tinha esbarrado num prédio, e só. (Me lembrei até de um fato parecido que tinha acontecido algum tempo antes.) Mas o locutor não parava de falar, num tom esquisito. Achei que era uma versão francesa da Guerra dos Mundos do Orson Welles.

Do restaurante íamos a Cannes, onde eu precisava comprar uma mala. Entramos na garagem pública do hotel Grey d’Albion, e aquela rádio que a gente estava ouvindo no meu carro estava nos alto-falantes. Subimos ao rés do chão, e a cidade estava paralisada, postada em frente aos aparelhos de TV dos cafés e bares.

Mas tudo já tinha acontecido — o que agradeço. Não sei se gostaria de ter visto o segundo avião atingir a segunda torre ao vivo. (Também agradeço não ter visto a explosão da Challenger.)

Eu tinha estado em Nova York em fevereiro daquele ano, e só voltaria em fevereiro de 2005.

E você? O que estava fazendo quando as Torres caíram? E quanto tempo levou para voltar a considerar uma viagem a Nova York?

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92 comentários

Como outros viajantes que aqui publicaram, eu estava em casa por causa da greve da UFRJ e assisti tudo na televisão estarrecida.

Eu estava trabalhando numa empresa de telecomunicações e nosso acesso a internet era super rápido para os padrões da época. Quando o primeiro avião se chocou, ainda acreditamos inicialmente em acidente, porque seria tão absurdo um atentado destes, que não acreditamos neste primeiro momento. Quando o segundo avião se chocou, foi mesmo uma sensação de Apocalipse, porque não tinha mais como acreditar em acidente! E quando tudo veio abaixo, lembrei imediatamente de uma foto que tinha feito uns 5 anos antes, deitada num banco em frente as torres, para poder aparecer o alto dos prédios. Sensação esquisita, de “nunca mais”… Até hoje quando este assunto volta a tona vem a mesma sensação. Depois da queda dos prédios, até mesmo nossa “super” conexão não adiantava, porque os servidores dos sites de notícias travavam com tantos acessos!

Não fiquei com nenhum temor de voltar a NY, já fui aos Estados Unidos algumas vezes depois disto. Mas por uma razão ou outra, não voltei lá. De qualquer maneira, voltando acidade, não gostaria de voltar ao local das torres, acho que não vou me sentir bem.

Eu estava em Montreal, no Canadá, como professora-visitante da McGuill University. Estava no hotel, tomando o café da manhã. Estranhei que os garçons não prestavam atenção, estavam todos em torno da TV. Eu imaginava que seria as notícias da manhã. Nesse momento, o primeiro avião havia se chocado. Jamais o repórter cogitou a possibilidade de ataque terrorista. Após veio o segundo avião e todos sabem o que aconteceu. Fui para o hospital pediátrico. Quando cheguei lá, as pessoas me olharam com “olhar de reprovação” por eu estar chegando atrasada. Eu explicava, mas as pessoas não conseguiam aceitar o que estava acontecendo, pq todos estavam no trabalho e não sabiam de nada. Logo se deram conta que as crianças da hemodiálise estavam com a TV ligada e deveriam estar assistindo tudo. Depois disso foi o caos. Todas as cirurgias foram canceladas, pq não se sabia o que aconteceria e o hospital entrou em estado de alerta. Em Montreal há muitos “árabes” e eles tentavam se comunicar. Minha sobrinha estava em Washington, num congresso e iria naquele dia para NY. Em Montreal, por vários dias, todos os voos cancelados. O mesmo em todos os USA. Eu deveria ir, em 2 dias para LA. Não havia nem previsão de quando os voos seriam liberados. Caos absoluto. Não lembro quantos dias tive de esperar. Em LA, minha prima me encontrou fora do aeroporto, pq não se tinha acesso ao aeroporto. Havia um clima de desolação e comoção por tudo. Todas as casas tinham uma bandeira americana. Comércio, restaurantes, tudo parado. Quando retornei ao Brasil, fiz escala em Chicago, a desolação no aeroporto era total. Os aviões tinham menos de 1/4 da ocupação.

Tinha 13 anos e fazia a 7ª série. Estava no colégio e por coincidência era aula de geografia. Um bedel passou avisando o que tinha acontecido, todo mundo ficou meio sem entender nada… a professora tentou explicar um pouco mas continuei “boiando”. Chegando em casa fui ver o jornal na TV que eu entendi realmente o que havia acontecido.
Mas foi muito chocante ver aquelas imagens do avião chocando com a torre, acho que ninguém vai conseguir esquecer.
Ainda não tive oportunidade de conhecer NY, mas com certeza terei oportunidades daqui um tempo! Preferi conhecer a Europa antes do que os EUA.

Eu trabalho com turismo , estava na frente do computador acompanhando tudo pela internet, foi angustiante porque eu tinha um passageiro na cidade e só me tranquilizei quando puder embarca-lo de volta.
Mas ele assistiu tudo meio que ao vivo pois tomava o café da manhã num local bem próximo e aguardava o tempo passar para ir a uma reunião justamente no WTC.
Mas os clientes não demoraram muito para retornar a NYC não!

Tinha acabado de chegar no escritório e liguei uma pequena e arcaica TV e lá estava a noticia, bombando, de que “alguma coisa” havia atingido as Torres!! Davam a noticia, perplexos.. rapidamente houve o desenrolar e nós sem desgrudarmos os olhos da pequena tela – sabíamos que aquilo atingiria à todos! Sempre quando penso nisso, desde aquele dia, sempre me vem a mente a mesma frase: “O dia em que o Mundo perdeu a ingenuidade”.

Estava no tabalho mas como era uma area de comunicação, acompanhamos desde o inicio. Até hoje estranho o numero de mortos pois trabalhavam no complexo 50 mil pessoas, com 200 mil visitantes por dia. Como os avioes bateram em andares altos houve a possibilidade de evacuação de quem estava na parte mais baixa, diminuindo o alcance da destruição mas, mesmo assim, o numero ainda causa espanto. Meu irmão estava em Orlando, em um parque da Disney, e logo apos o segundo avião se chocar com a torre o parque avisou que seria fechado em 15 (quinze minutos) com a evacuação total neste tempo, que, claro, aconteceu. Ele ficou 2 dias trancado em hotel, esperando as atrações voltarem a funcionar.

Sou radialista e estava trabalhando normalmente na rádio. O studio não tinha tv (só na sala da redação, mas que naquele momento estava vazia).
Foi minha mulher que ligou de um consultório dizendo que tinha acabado de ver na tv a informação de que um avião tinha batido num prédio em NY. Corri pra tv a tempo de ver o choque do segundo avião “ao vivo”. E a partir daí, mudei toda a programação pra falar do evento. Era muita notícia desencontrada. Falavam em atentados à inúmeros shopping americanos simultaneamente, uma doidera.
Achei que o revide americano seria forte e cheguei a pensar num ataque nuclear.
À noite, até na pelada com a turma, o clima era sombrio. Atrasamos o início pra assistirmos o JN. E depois fomos jogar. Mas td mundo estava meio sem acreditar no que havia ocorrido.
Só tinha certeza de uma coisa: o mundo acabara de mudar. E pra pior.

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