Oráculo (minha crônica no Divirta-se do Estadão)
Tenho um blog de viagens desde o finzinho de 2004 (ops – agora não é mais blog: é site). Lá por meados de 2006, num momento em que as viagens rarearam e havia pouca novidade para publicar, descobri uma maneira fácil e econômica de manter o ambiente sempre animado: passei a responder perguntas. Tipo: TODAS as perguntas.
Como se chega? Quanto tempo leva? Qual a sua opinião? Se eu estivesse online, respondia na hora. Dificilmente alguma pergunta ficava sem resposta até o dia seguinte.
Se eu não soubesse responder, parava tudo e ia procurar. Muitas vezes, algum outro comentarista habitual do blog respondia antes. Ou trazia uma segunda opinião. Ou uma décima-sétima. O mais incrível é que, ao prestar esse serviço, eu ainda aprendia muito – não só pelas pesquisas que era obrigado a fazer, mas pela diversidade de experiências e opiniões que apareciam.
É um trabalho interessante, em que posso combinar minha experiência de viajante com um certo cacoete de bibliotecário. Tendo tempo, dou um acabamento de cronista (prateleira: auto-ajuda) e ainda ganho uma desculpa para exercitar meu transtorno obsessivo-compulsivo. (Adoro pesquisar horário de trem. Se algum dia o site da Deutsche Bahn sair do ar, não sei o que vou fazer da minha vida.)
A audiência foi aumentando. Cada novo assunto incorporado aos arquivos resultava numa nova palavra buscável pelo Google. E quando eu me dei conta, estava passando de quatro horas por dia respondendo perguntas. Em alguns momentos me sentia numa simultânea de xadrez. Não: numa simultânea de ping-pong. Com um agravante: boa parte das perguntas era repetida, ou feita por novatos que não percebiam que a resposta já tinha sido dada na mesma página.
Não deu mais para adiar: contratei um assistente. Codinome: A Bóia.
Minha vida mudou. Posso agora acabar de construir o site e pôr em dia o trabalho atrasado de cinco ou seis viagens. A Bóia encaminha os paraquedistas para a aterrissagem na página correta – ou pede sorrindo, com toda a fofura do mundo, que o consulente leia com atenção o texto que está um pouco acima na mesma tela.
Se você quiser que eu responda pessoalmente, já sabe: pergunte um horário de trem.
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36 comentários
Riq,
Cronica direta e reta.
Apenas um “toque”….Não esqueça que, infelizmente, todos temos de “roer” os ossos do ofício (p. ex. lidar com pessoas ou situações indesejadas). Além disso, esteja certo de que muitos dos teus fiéis seguidores, assim como eu (desde 2004), foram fisgados pelas suas, sempre corretas, respostas relâmpago de então.
Abraço!
Coradin, eu saí da linha de combate da caixa de comentário mas continuo na retaguarda. A Bóia tem uma linha direta comigo e repassa perguntas que não sabe responder.
Existe uma impossibilidade física de fazer tudo sozinho, entenda. E se você realmente acha que o que eu faço tem valor, confie.
Riq, qual o horário do trem das onze que sai de Jaçanã??? 😀
Hahaha poxa, perdi a oportunidade de te perguntar os horarios do Thalys, agora ja sei…
Voce me respondeu a primeira vez quando eu tava fazendo a minha pesquisa pra viagem pro Japao, em 2005, ate achei o post de novo:
https://viajenaviagem2.zip.net/arch2005-08-01_2005-08-31.html Peguei as dicas principais da minha viagem com voce 🙂
Fofo…
Oi Riq,
também quero passear de trem em MG!
Você já pesquisou os horários do trens que saem de BH?
; )
Sim, essa foto é do interfone de um apt q o Ricardo alugou em Les Halles ( “algumas vezes algum outro comentarista respondia antes”…). Tb lembrei daquele post..,
aii Como é bom ser feliz! Contagia!!!
Confesso que meu vicio é o ITA SOFTWARE.. hehehehe Faço viagens louquissimas kkk
Meu site de trabalho não podia ser MUITO explícito sobre minha esquizofrenia( kkkkk) de travelholic,MAS não resisti e tasquei um calçadão de Copa na página inicial… dentro fotos do Rio, tudo contextualizado, tá! kkk Ai Ai , e por que não?? Riq, também upgradei de blog pra SITE, chiquerrimo, mês passado!
Eu gosto dessa foto. Quem sabe um dia chegarei num prédio em Paris (se não me falha a memória, essa foto foi em Paris no périplo Europa em 2008, correto?) e estará “Parente” ao lado de um botão de interfone.
Monsieur Parrentê.
O melhor de tudo é que a coisa vai ficando cada dia mais profissional, mas a essência continua, sem afetação, sem arrogância. Parabéns !