7 pegadinhas na hora de comer nos EUA

10 pegadinhas sobre comer e beber nos EUA

Na hora de sentar à mesa em restaurantes e bares nos EUA você descobre diferenças marcantes entre a cultura americana e a brasileira.

Nada tão grave que a gente não aprenda numa primeira viagem. Mas se você gosta de se precaver, aqui vai um apanhado das principais pegadinhas.

restaurantes e bares nos EUA

    1. Café da manhã: na deli é melhor

    Se o café da manhã não está incluído na sua diária (e normalmente só está incluído em redes 3 estrelas, como Holiday Inn Express, Hampton Inn, Fairfield Inn), a melhor alternativa é achar uma delicatessen nas redondezas do seu hotel.

    Ali você vai poder escolher frutas fresquinhas, iogurte com granola e bagel para fazer um café saudável e em conta.

    Em restaurante, pedir todos esses itens — e mais o prato principal de lingüiça, ovos e batata (as hash browns) — sai uma pequena fortuna e vai fazer chegar à mesa muito mais do que você consegue comer a essa hora da manhã.

    2. Almoço: melhor momento para extravagâncias

    Almoçar de verdade não é um hábito americano: no meio do dia a regra é comer rápido, com as mãos e em pé. Por isso todo restaurante nos EUA tem um cardápio de almoço enxuto e leve — sobretudo no bolso.

    É a nossa melhor oportunidade de comer em restaurantes que à noite não sejam para o nosso bico.

    Pecorino!

    3. Jantar: peça antes que a cozinha feche

    Os restaurantes nos EUA abrem muito cedo para jantar: às 17h a maioria já está de portas abertas. Depois das 22h é difícil fazer um pedido que não seja de sobremesa.

    Programe-se para jantar bem mais cedo do que você está acostumado no Brasil.

    4. Espere para ser levado à mesa

    “Please wait to be seated” é o aviso que você vai encontrar à entrada de muitos restaurantes — mas mesmo onde não houver esta placa, espera-se que você aguarde até o host ou a hostess vir atender você.

    Não é frescura não: ao levar vocês à mesa, a hostess entrega os cardápios e sinaliza para o garçom da área que vocês estão lá.

    Se a gente chega e vai sentando por conta própria, eles não registram a nossa presença, e o serviço embola geral.

    5. No bar do restaurante: acerte antes de ir à mesa

    Caso você precise dar um tempinho no bar do restaurante antes de liberarem uma mesa, saiba que o sistema espera que você pague o consumo do bar antes de sentar.

    É possível pedir para acrescentar a conta do bar à conta do jantar, mas todos os envolvidos ficarão mais felizes e tranqüilos se você for para a mesa zerado.

    6. O ritual dos specials

    Depois de deixar a sua mesa estudar e confabular sobre o cardápio, o garçom reaparecerá com novidades: ele vai então recitar (ou ler de um papelzinho) os specials, ou pratos do dia.

    Nesse momento eu sempre ouço com atenção e faço a minha melhor cara de conteúdo, mas normalmente não entendo xongas do que eles dizem.

    Se o seu inglês é melhor do que o meu, parabéns e boa sorte. Eu fico com o que está escrito, com preço visível e com ingredientes desconhecidos googláveis…

    7. A ciência da gorjeta

    Em restaurantes nos EUA, a gorjeta só vem acrescentada quando o grupo é grande (a partir de 6 ou 8 pessoas).

    Nos outros casos, é a gente que tem que fazer conta. Espera-se que você deixe pelo menos 15% de caixinha; muitos americanos já arredondam direto para 20%. Ao contrário do que acontece na Europa, os garçons nos Estados Unidos ganham um salário simbólico e vivem de gorjeta.

    Em Nova York, o habitual é dobrar o valor da sales tax, o imposto municipal de vendas, que é de 8,875%. Assim, acaba-se deixando 17% e quebrados. Ou seja: somando-se imposto e caixinha, cada item acaba custando 25% a mais do que é informado no cardápio.

    Fazendo a conta

    Deixar a gorjeta no cartão de crédito é chatinho: quando a sua nota volta para ser assinada, você acrescenta de próprio punho o valor da gorjeta e faz a conta. É tudo na base da confiança: o caixa adiciona o valor na maquininha e o total aparece na fatura do mês que vem do seu cartão.

    Veja bem: não dar gorjeta é tido como uma ofensa; só se justifica se o garçom tiver derrubado café quente no seu colo. Se você não der gorjeta, não se espante se forem atrás de você na calçada…

    Agora, uma pegadíssima: em South Beach (parte mais turística de Miami) muitos restaurantes já acrescentam direto os 15 ou 18 ou 20% de gorjeta na conta, e ainda assim deixam espaço para você dar gorjeta. Cuidado!

    8. Reserve, é tão fácil

    Use o OpenTable para fazer suas reservas. É grátis e indolor. Você vai perceber também que é facinho conseguir mesa para aqueles horários de que a gente mais gosta (21h15, 21h30…). Veja como aqui.

    Hotel Delmano, Williamsburg

    9. Vai só beber?

    O costume-padrão nos bares é pagar cada drink quando é servido — e deixar US$ 1 de gorjeta toda vez. Caso o bar não esteja muito cheio e o/a bartender vá com a sua cara, pode abrir uma conta (“I’ll set up a tab for you”) e cobrar só no final.

    Mesmo nesse caso, é simpático (e producente, no caso de drinks servidos por dose) ir deixando uma nota de 1 dólar sobre o balcão a cada drink servido.

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      10. Starbucks, o santo padroeiro do viajante com smartphone

      Duas dicas com relação à onipresente rede Starbucks.

      A primeira: não enfrente aquela fila toda apenas para pedir “a coffee, please”. Esse produto, café, é desconhecido na empresa. Aproveite os cinco minutos de fila para definir exatamente o tipo de café que você quer, seja um “tall americano”, um “doppio espresso” ou alguma das combinações mirabolantes que soam como “decaf mocha latte caramel machiato” ou coisa que o valha.

      E a outra: a rede oferece wifi democrático e de qualidade. É o melhor lugar para baixar emails e subir fotos para o instagram (e calibrar o seu nível de cafeína, claro!)

      Leia mais:

      90 comentários

      Riq. (Off topic) Quando vc. puder fazer um post sobre esses sites que compram milhas. Como funciona. vale a pena.

        Iza, se vc estiver se referindo a sites que compram milhas de você (viajante), fuja.

        Isso é prática irregular, e suas milhas acumuladas podem ser simplesmente canceladas se a cia. aérea descobrir. Isso para não se falar nas fraudes que ocorrem nesse mercado, já teve até casos escabrosos de traficantes de drogas lavando dinheiro com “compra de milhas” usadas depois pelas suas “mulas”. Aí imagina a PF indo na sua casa perguntar pq vc emitiu uma passagem em nome do fulano de tal…

        Há o outro lado, os sites que “vendem” passagens mais baratas com milhas. Fuja também. É arriscado, nada garante que seus bilhetes sejam honrados e pode haver fraude envolvida no processo. Depois que vc enviou o seu dinheiro para “comprar” milhas, adeus.

        Somente as próprias cias. aéreas e programs de fidelidade algumas vezes “vendem” milhas, mas é sempre muito bom fazer as contas para ver se a despesa compensa.

      Gente, eu tenho uma pergunta que não quer calar.. E aqueles First Course, Entree, Main course que estão sempre lá no menu? Sempre fico na dúvida se é obrigatório, ou se pega mal, deixar de pedir a “entree”. Ou se a gente tem sempre que pedir o “first couse” e “main course”. Afinal, aqui no Brasil muitas vezes essa não é a praxe, como é lá. O que vcs acham?

        Adriana, só em restaurantes bem formais espera-se que vc peça o “full course”

        Em vários restaurantes americanos, principalmente os de “international” ou “contemporary cuisine”, entree adquiriu ares de “item principal da refeição”, já que os “appetizers” também se sofisticaram. Uma complicação linguística haha.

        Olá, A. L. e Adriana!

        Na verdade a palavra é um falso cognato. “Entree” quer dizer prato principal em inglês. As entradas são “starters”.

      Adorei as dicas. Fzz um tempão que não piso em solo Novayorquino, mas pelo jeito continua tudo igual! Eu adorava comprar almoço e ir procurar uma bela escadaria ou um jardim para comer. E a delli para o café da manhà é uma super dica! eu ficava horrorizada com a quantidade de batata e ovo que via nas mesas à minha volta às oito da manhà! A parte mais complexa é mesmo a gorgeta!

      Anotei tudo pra não fazer feio, são detalhes, mas fazem a diferença!
      Adorei!!!

      Hahahahaa! Morrendo de rir da “cara de conteúdo” quando o garçom desfia os “specials” 😀 QUEM NUNCA? Fico feliz em saber que até o guru Riq Freire não entende rsrs…

      Nossa, adorei as dicas. Concordo com todas.
      Mas aqui vão dois acréscimos
      1. Em Los Angeles (e não sei se em outras cidades dos States), os restaurantes estampam na vitrine sua nota no “Public Health”. Só entre nos restaurantes com”A”.
      2.Se fizer reserva no Open Table não deixe de ir ao restaurante ou cancelar, se for preciso. O Open Table deixa registrado se você reservar e não aparecer no restaurante. E, se fizer isso duas vezes, não será mais possível fazer reservas através do Open Table (somente se você criar outro login, é claro!). Eu recebi uma advertência ;(
      Abração
      Ale
      @cafeviagem
      @destemperadinho

      Acho que muitas dessas dicas também se aplicam a Canadá e Europa em geral. Muito boa a idéia desse post. Só não entendo a imensa resistência que o brasileiro em geral ( também me incluo nesse grupo) tem em adicionar o valor do serviço na conta final. Será que a gente é que ganha menos mesmo e não quer gastar “à toa” ou será que somos mesmo é muquiranas? 😉

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