10 razões para viajar slow

Passei as últimas semanas revisando o 100 dicas para viajar melhor, que vai ganhar uma edição atualizada ainda neste semestre. A editora me pediu 10 dicas extras para esta edição. Peguei o mote e resolvi fazer 10 listas de 10 diquinhas; são como se fossem 100 dicas a mais :mrgreen:   Nessas 10 listas, misturo algumas dicas objetivas com pensatas. Esta listinha foi uma das que eu mais gostei.

slow

10 razões para viajar slow

1 É mais barato. O deslocamento é um dos fatores que mais encarecem uma viagem. Quando você vai devagar, o seu escasso tempo e o seu precioso dinheiro são melhor aproveitados.

2  Você não precisa voltar. Uma coisa é voltar a um lugar porque adorou. Outra, bastante diferente, é voltar porque não deu tempo para ver o que precisava.

3 É mais gostoso. Acordar num horário civilizado, não ter hora para dormir, poder esperar o tempo abrir para fazer esse ou aquele passeio – tudo isso é privilégio de quem viaja sem pressa.

4 Você deixa espaço para a surpresa. Todo lugar é muito mais do que os cartões postais. Mas se você vai com horário cronometrado, só tem tempo para o city-tour.

5 Você faz suas próprias descobertas. As melhores lembranças de viagem são  de coisas que você descobre sozinho, depois de algum tempo no lugar. (E quanto mais informado você viaja, melhores são essas descobertas.)

6 Você vira um expert. A principal diferença entre um turista comum e um autor de guias é que o autor de guias fica mais tempo nos lugares do que o turista comum.

7 Você aproveita a estrada. Não dá para aproveitar a paisagem a 130 ou 200 por hora – até porque as auto-estradas e trilhos rápidos não costumam ser panorâmicos. Sempre que possível, pegue a rota mais lenta – e pare ao menor indício de que vai valer a pena.

8 Você tem insights. Se você parar para pensar, vai ver que durante uma viagem é sempre gostoso parar para pensar.

9 Serendipity. Sem equivalente em português, esta expressão designa o acaso sereno que nos abre os caminhos mais interessantes. Só quem tem tempo está sujeito a seus (bem-vindos) caprichos.

10 O tempo é o maior dos luxos. Você nunca teve inveja dos vagabundos, que não têm hora para voltar? Pelo menos nas suas férias, seja senhor do seu tempo, e você vai se sentir rico.

57 comentários

Ultimamente só viajo slow. Se estou de férias, nada de ficar madrugando todo dia pra ver tudo. Quero dormir bem, tomar cafe da manha, passear tranquilamente. Prefiro sentar num café pra descansar e ver gente passar por duas horinhas do que chegar ao hotel morta às 8 da noite pronta pra dormir. Só tenho dois dias em Paris? Nada de muito lerê nem museu, porque nao vai dar tempo mesmo, então prefiro passear pelo rio, sentar num café, ir a um parque e simplesmente curtir o ritmo da cidade, ver as pessoas….

O duro é conseguir fazer isso… parece que quanto mais tempo temos, mais coisas acrescentamos nas nossas viagens!!!
Mas as dicas são otimas… vou acrescentar no livrinho vermelho 😉
bjs

Amo viajar slow! O mais engraçado é que muita gente não consegue entender isso! No feriado de 21 de abril, eu e meu marido fomos para Colônia de Sacramento, no Uruguai. Ficamos três noites lá. Imagina, as pessoas dizendo que basta 01 dia lá! Acho uma loucura, andamos tanto por lá, já nos sentíamos em casa, até no Museu Aquático nos fomos! Simplesmente adoramos viajar assim e, certamente, só voltare a Sacramento por saudade e não pq deixei de conhecer algo!
O mesmo digo de Santiago do Chile e arredores, que fui no final de maio! Agora, no Chile quero ir ao Atacama e aos lagos andinos, mas em outras viagens!

    Cinthia, eu fiquei dois dias em Colonia e sabe que também achei pouco? Viajar slow naquela cidadezinha linda é uma delícia!

Riq e pessoal,
Como o post é sobre dicas de viagem e hoje é dia dos pais, queria pedir um help para uma viagem que mal comecei a planejar e sei lá quando terei $$$ para fazer! Talvez só em 2011!
Meu pai faz 75 anos em dezembro e nunca saiu do país apesar de sempre ter viajado muito pelo Brasil. Eu gostaria de levá-lo a Lisboa e arredores (que ele diz ter vontade de conhecer) e a Paris (que eu adoro!). Apesar dos 75 anos, ele tem cabeça de 15, corpinho de 60, nenhuma doença crônica e muita disposição, mesmo gostando de fazer uma siesta. Se você chamá-lo de idoso, perdeu o amigo. Dúvidas: a) Quando ir? Pensei em 15 dias de viagem, mas eu só poderia viajar em janeiro, fevereiro, 1a.semana de março, julho ou 1a. semana de agosto. Detalhe: ele tem pouca paciência para filas!; b) Meu pai mora em Maceió e eu em Niterói! Estava pensando em fazer Recife-Lisboa, um vôo mais curto seria melhor pra ele, mas dei uma olhadinha rápida nos preços das passagens e eles são desanimadores…c) alugar apartamento ou ficar em hotel? Acho que alugar seria melhor, mas não tenho certeza; d) fazer seguro saúde para ele seria complicado?
Feliz Dia dos Pais para todos!
Bjs,

    Olha, eu evitaria viajar em janeiro e fevereiro. Alguns dos inconvenientes de praxe (dias curtos, possibilidade de neve, frio extremo, horários de funcionamento reduzidos) podem acabar tornando menos interessante a viagem para seu pai.

    Julho é um período interessante, pois é início de verão (turístico, nào geodésico, já que o solstício é em 21/06 🙂 ) e ainda não é o período no qual metade da Europa setentrional desce para se juntar aos locais da Europa meridional e tornar tudo intransitável. Agosto, especialmente a primeira quinzena, é infernal na maioria dos lugares (calor, filas, filas, preços altos, filas etc.)

    Seguro saúde pode ser um problema sim, infelizmente. Procure alguma seguradora nacional (não uma representante local de seguradora interancional), pois há normais mais rígidas para essas companhias aqui. Talvez seja necessário um breve check-up para a seguradora aceitar fazer o tal seguro, mas não será um impedimento.

    Dependendo da duração da viagem, eu escolheria uma base, e da lá faria bate-e-voltas, muito mais confortáveis para uma pessoa com a idade do seu pai.

    Lu, com essa antecedência não adianta especular preço de passagem. É um momento para fazer uma consutoria de investimentos. Eu aproveitaria o câmbio camarada para ir juntando dinheiro em euro. O Visa Travel Money vale por 3 anos. E se expirar pode ter seu saldo transferido para um novo.

    Existe uma lógica que impera no mercado de passagens para a Europa, que é a seguinte: passagem com conexão é mais barata do que passagem direta. Provavelmente você vá encontrar Lisboa mais em conta via Londres, Frankfurt ou Paris. Resta ver se o périplo para o seu pai vale os 200 dólares de economia. Eu acho que esta é uma viagem para você pensar menos em custo menor absoluto e mais em custo x benefício.

    Considere fazer vôos diferentes e se encontrar em Lisboa. Ou pense que você tem dois anos para concentrar todos os seus gastos num cartao de crédito que reverta milhas TAM e tirar a passagem ao Nordeste com milhas. Provavelmente o itinerário do seu pai será via Salvador, porque praticamente não há vôos entre Maceió e Recife (seu pai teria que ir de ônibus pro Recife).

    Apê x hotel: em duas pessoas, com conforto e boa localização, não há muita economia com relação a hotel; mas a mesma grana que você investiria num hotel rende mais conforto num apartamento. No caso de vocês, haverá a vantagem de poder dormir em aposentos diferentes. Só cuide para que a sala tenha uma cama com colchão inteiriço (que passa o dia disfarçada de sofá), e não um sofá com almofadas.

    Quanto à época, julho vai encarecer as passagens. Mas o frio de janeiro-fevereiro-março pode trazer algum problema de saúde, sobretudo se você levar em conta que ele mora em Maceió. Agosto é mais quente e mais cheio.

    O seguro-saúde padrão exigido pela comunidade européia cobre 30 mil euros em despesas de saúde e antecipação de volta ao Brasil.

    André e Riq,
    Obrigada! Dicas devidamente arquivadas. Depois conto como resolvemos tudo! Valeu!

Olá Riq e tropa! Acabei de voltar da minha viagem à Europa e queria compartilhar com vcs alguns comentários sobre a viagem e lugares que fui. Interagi pouco com vcs aqui neste blog, até pq fiz um trabalho de pesquisa grande nele e vi que praticamente todas as minhas dúvidas já haviam sido respondidas ?.
Comecei a viagem por Barcelona. Passei lá quatro noites. Recomendo ficar em Barcelona pelo menos uns 4 dias inteiros. Acabei ficando três por conta do horário de vôo que sofreu alteração e acabei perdendo um dia lá ?. De programação extra lá eu recomendo o barzinho “la esquinica”. Fica no Paseo Fabra i Puig. Uma amiga nossa que mora lá em Barcelona nos levou lá e adorei. O melhor custo/benefício para se comer tapas em Barcelona. Uma diversidade enorme e qualidade muito boa. E não é turistão. Agora recomendo chegar cedo, pq tivemos que esperar uma hora na fila. Mas valeu a pe na mesmo assim.
De Barcelona, fomos para Veneza. Passamos lá duas noites. Achei tempo suficiente. A cidade é linda, mas nessa época é muito muvucada. Principalmente em finais de semana, que foi o nosso caso. Ficamos no hotel Rossi. Um hotel bem simples mas com bom atendimento. O hotel fica em Veneza mesmo. Uns 200 metros depois da primeira ponte. Scalza, senão me engano. A diária ficou por 95 euros. Ah, gostei mais do Palazzo Ducale do que da Basílica de São Marcos.
De Veneza, fomos pra Florença. Ficamos no hotel Soggiorno Glória (dica da Sylvia). Realmente o custo benefício do hotel é excelente. A diária ficou por 60 euros e o hotel é melhor que o de Veneza. Recomendo apenas chegar cedo, pq a recepção lá é meio esquisita e não funciona até tarde. E também recomendo visualizar fotos do prédio do hotel também para melhor localiza-lo. Apanhei um pouquinho para encontra-lo, mesmo após de ter visto as fotos. Em Florença ficamos também duas noites. Achei tempo suficiente também.
De Florença fomos para Roma. Ficamos lá por quatro noites. Nos hospedamos no hotel Arênula, próximo ao Campo dei Fiori. Achei a localização excelente! O hotel era perto de tudo. E o quarto do hotel também era muito bom. A diária ficou no valor de 98 euros. O ponto negativo é que nosso apartamento ficava no quarto andar. O que era uma barra pra quem passava o dia batendo perna em Roma e depois encarar quatro andares de escada é dose. O café era até razoável, mas no quarto dia já não agüentava mais. Recomendo chegar o mais cedo possível na Fontana di Trevi. Chegamos lá antes das 10h e já estava cheia. Voltamos pra lá a noite, depois das 23h e tava pior ainda.
No Vaticano reservamos para o sábado de manhã. Através da página oficial mesmo. Não peguei fila nenhuma, o que foi uma surpresa para mim. Mas a Capela Sistina foi aquilo que já se previa mesmo. Muita gente e acesso meio claustrofóbico. Mas vale a pena.
De Roma fomos para Paris. Em Paris não vou ser redundante em falar o óbvio. Apenas vou dizer que quanto mais tempo se passar em Paris, melhor. Passamos 6 noites lá. E ainda deixamos de ver muita coisa.
Terminamos a viagem em Londres. Ficamos no Hoxton (dica daqui do blog) O hotel realmente é muito bom. Apenas o café que é um pouco estranho. Mas tem um mercadinho bem na frente que você pode dar uma incrementada. E bem próximo tem um restaurante italiano muito bom. Apesar de que um pouco caro. Mas recomendo a visita.
De maneira geral, gastava em torno de 100 euros por dia para duas pessoas. Mas era suficiente para museus, comida e alguns souvenirs.
Precisei também fazer uso do seguro saúde. Pois tivemos conjuntivite durante a viagem. O seguro saúde foi com a Intercare. Fomos atendidos em Paris. Funcionou apesar de alguns incovenientes como demora nas autorizações.
Fiz também duas viagens de avião ambas com a Vueling. De Barcelona para Veneza e de Roma para Paris. O aeroporto de Roma é uma verdadeira zona. O check-in só foi começar uma hora antes do vôo. Muitas filas e vc não sabe qual é a fila do guichê correto, pois lá os guichês não são fixos por companhia. E acabei voando em um avião da Click Air, apesar do vôo ser Vueling.
Queria agradecer de coração a vcs, pois as dicas daqui funcionaram de forma perfeita. Todas as reservas das atrações consegui fazer. Não deu nada errado. Um fraterno abraço pra vcs e que este feedback seja útil para outros, assim como alguns foram pra mim.

Poxa vida, deve ser uma delicia mesmo viajar assim, pena que minhas viagens sao sempre na correria…. Mas com certeza nos lugares mais marcantes vou voltar e vai ser com toda a paciencia do mundo!
Beijos,

Eu tenho que confessar que, ansiosa que sou, passei por um tratamento de desintoxicação para começar a viajar slow! E mesmo assim ainda tenho umas recaídas de vez em quando – a última em Abril, pros EUA, uma correria! Mas as melhores lembranças e as passagens mais memoráveis são sempre aquelas dos lugares em que pude curtir bem tranquilamente e me dar o luxo de não visitar lugar nenhum durante um dia inteiro!

Adorei a definição do Zé Maria para Serendipity, muito poética. As dicas nem preciso dizer que são ótimas, ja estou no aguardo dessa segunda edição . Realmente viajar slow é muito mais prazeroso, seja trinta dias ou em um fim de semana, eu sempre digo para as pessoas que me pedem dicas, viagem é para relaxar e aproveitar, caso contrário não tem a menor graça, ficar correndo de um lado para outro cheia de horários, qual é a diferença para o meu dia a dia.

O hugo loureiro tem toda razão, mas sem saúde não dá pra viajar fast nem slow… então, saúde primeiro, sempre, o resto a gente provê.
abraço,
clara

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