O Caribe Club Princess é um bom exemplo de como são os resorts mais baratinhos de Punta Cana.
Consegui uma suíte com jacuzzi por... US$ 89, all-inclusive! (para casal, sairia US$ 127).
A área social é compartilhada com o vizinho de complexo, o Tropical Princess. A diferença é que os quartos do Tropical Princess são mais antigos e básicos, enquanto os do Caribe Club são mais novos. Hóspedes dos dois hotéis comem no mesmo bufezão. Quem está no Caribe Club tem direito a cinco restaurantes à la carte (italiano, chinês, mexicano, rodízio brasileiro, dominicano), enquanto os do Tropical só podem tentar a sorte no dominicano e no rodízio.
Meu upgrade me deu direito ao melhor quarto do hotel: uma suíte de esquina, com vista para o mar da jacuzzi. Calma lá -- é mais chique por escrito do que na vida real. A luz branca bem fraquinha (pense naquelas lâmpadas chinesas mais vagabundas), os travesseiros acanhados, a persiana emperrada da janela da jacuzzi, os móveis de plástico da sacada, a falta de cofre eletrônico e de wifi não me deixavam sentir propriamente num Four Seasons. Mas vem cá: todo aquele espaço, a vista, mais todas as refeições, lanchinhos e bebidas que quisesse, por meros 220 reais? E com uma praia azul-bebê na minha frente? Não dava para reclamar.
A primeira coisa que aprendi, e que parece se reproduzir nos outros resort: quem se hospeda em quarto vip não ganha apenas mais espaço para dormir. Ganha tratamento diferenciado no hotel inteiro.
Localização. A menos de meia hora do aeroporto, num trecho da praia conhecido como Arena Gorda, entre Bávaro e Macao. Passa-se por duas guaritas para chegar: uma do condomínio (onde estão também os resorts Palladium e Paradisus, além de outros dois hotéis Princess), e uma segunda guarita do complexo Caribe Club-Tropical.
O quarto. É o ponto mais baixo do hotel -- e isso que eu estava na melhor suíte. Os equipamentos são antigos e o acabamento não é luxuoso. Quem está acostumado a hotéis e resorts de primeiro time no Brasil vai sentir um downgrade. Intuo que isso seja ainda mais verdadeiro para o Tropical Princess, que tem quartos assumidamente inferiores.
Layout do resort. O núcleo da recepção (onde estão também o teatro, a discoteca, as lojinhas e as quadras de esportes) fica um pouco longe dos blocos de apartamentos; o trajeto pode ser feito de jardineira (a pé você leva pelo menos cinco minutos). Entre a recepção e os blocos há uma área preservada de mangue. Os blocos de apartamentos se espalham na parte da frente do terreno, junto à praia (os do Caribe Club são mais próximos do restaurante do que os do Tropical). O restaurantão-buffet fica no meio de tudo. Os restaurantes à la carte e bares estão localizados em pontos diferentes do terreno. Os jardins são muito bem-cuidados.
Piscinas. Não há um piscinão grandão, mas três piscinas de porte médio. Uma delas era silenciosa.
Praia. Uma enseada com faixa de areia larga. O trecho mais bonito fica na curva da esquerda, em frente ao hotel Vik Arena Blanca (justamente porque a areia ali é mais branquinha e fina). Há pouca sombra na praia.
Restaurante-buffet. Sem charme nenhum: é um bandejãozaço. Mas a comida é bastante boa. Tem inúmeras estações funcionando em todas as refeições (mais do que no cinco-estrelas em que estou no momento, e que vou comentar num outro post). Gostei sobretudo da estação de comida dominicana, que sempre tem comidinhas ótimas. Olha o que eu achei lá: LAMBRETA!
Restaurantes à la carte. As reservas são feitas nas mesas de Guest Relations (há uma na recepção e outra em cada bloco de apartamentos), das 9h às 15h. Para conseguir para o mesmo dia você vai precisar de uma pulserinha vip. No meu dia só tinha lugar no dominicano -- o que para mim foi ótimo. Os outros restaurantes, repetindo, são chinês, italiano, mexicano e brasileiro (rodízio). Quem fica no Tropical só tem direito ao dominicano e ao rodízio.
Bebidas. A cerveja é Presidente, dominicana, ótima. Os destilados são nacionais. Os drinks são sempre bem fraquinhos (levam pouco álcool) e normalmente bastante doces. Quando não tomava cerveja eu pedia bloody mary, que não leva açúcar. Rum carta dourada com gelo é uma alternativa aos uisqueiros.
Atendimento. Simpaticíssimo. Acho que a minha pulseirinha ajudou, mas para onde olhei só encontrei sorrisos. A cada "gracias" eu ouvia um "Es un placer!" convincente.
O público. Nesses dois dias vi poucos brasileiros (sinal de que as operadoras podem estar usando esses resorts apenas com o chamariz de preço, mas na hora do vamos-ver vendem uma categoria superior). Havia muitos porto-riquenhos e muitos russos.
Internet. Paga à parte, mesmo para quem é vip. O melhor plano é o de US$ 15 por 24 horas. Só pega no internet center, perto do restaurante, que funciona das 9h às 13h, das 14h às 18h e das 19h às 21h. Mas a internet continua ligada e dá para se conectar 24 horas num raio de 90 metros do centro (no quarto não pega, então eu ia com meu laptop ou smartphone lá para perto e pegava uma mesa abrigada).
No Brasil seria o quê? Um Parque da Costeira em Natal (não um Pestana), um Village Pratagy em Maceió (não um Ritz Lagoa da Anta).
Pesquise o menor preço aqui.
Atenção: nada disso se refere aos outros hotéis da rede, o Punta Cana Princess e o Bávaro Princess, que são 5 estrelas e não estão integrados no complexo Caribe Club/Tropical.
Leia mais:
- Como escolher seu resort em Punta Cana
- Barceló Bávaro Beach: só para adultos, mas sem formalidades
- Barceló Bávaro Deluxe: completo, renovado, em ótima praia
- Barceló Dominican, o baratinho dos Barceló
- Barceló Premium Punta Cana, como é um resort intermediário
- Bávaro Princess: você já viu um hotel desses por aqui
- Catalonia Bávaro: economia e maré mansa em praia isolada
- Club Med Punta Cana: numa praia perfeita e privativa
- Gran Bahía Príncipe Esmeralda: o relato do Rodrigo Purisch
- Grand Palladium e Royal Suites Turquesa: 4 em 1
- Hard Rock Hotel: quartos de pop star, astral de navio
- Iberostar Grand Bávaro: o Iberostar top de linha
- IFA Villas Bávaro: uma pousada em escala Punta Cana
- Majestic Colonial e Elegance, revelados pelos leitores
- Meliá Caribe Tropical, entre a praia e o shopping em Bávaro
- Now Larimar e Secrets Royal Beach: bacanas e sem pulseirinha
- Ocean Blue & Sand: o relato da Vicky
- Paradisus Palma Real, o mais luxuoso de Bávaro
- Riu Palace Macao: compacto, reformado, só para adultos
- Sanctuary Cap Cana: um resort de luxo em Juanillo
- Secrets Royal Beach e Now Larimar: bacanas e sem pulseirinha
- Viva Wyndham Dominicus, na melhor praia de Bayahibe
- Resorts de Punta Cana resenhados por hóspedes brasileiros
- Guia de Punta Cana no Viaje na Viagem
182 comentários