Das várias ilhas do Caribe que já visitei, Curaçao só perde para Cuba no quesito arquitetura. A beira-canal de Punda com seus predinhos holandeses pintados em cores quentes tropicais é o cartão-postal da ilha -- mais usado do que qualquer foto de praia.
Mas meu pedaço favorito do centro histórico não é esse. Na verdade fica fora do caminho do visitante; é fácil você sair da ilha sem ter passado por lá.
Falo do bairro de Scharloo, que fica pra dentro de Punda, longe do canal e do caminho da praia.
Scharloo consiste basicamente em uma rua, a Scharlooweg, que foi ocupada no início do século XX por ricos comerciantes judeus de origem sefaradita.
Em vez de replicar a arquitetura holandesa de predinhos altos e estreitos, eles adaptaram casarões italianos aos trópicos.
Não podemos ver seus pátios internos, mas um passeio pela rua revela uma fachada mais bonita que a outra.
Pintados em cores vibrantes -- e sempre diferentes do vizinho --, os casarões formam um conjunto lindíssimo. Sinto por Scharloo a mesma afeição que devoto a Bo Kaap, na Cidade do Cabo, e ao Cerro Alegre em Valparaíso.
Depois de passar um tempo abandonados, foram restaurados e hoje funcionam como sedes de empresas.
É fora de mão para ir a pé; Scharloo não está nem no centrinho histórico de Punda (onde fica a Sinagoga e a rua do comércio) nem no bairro quase-beira-mar de Pietermaai (onde está o restaurante Mundo Bizarro). Mas se você estiver de carro (e Curaçao sem carro é um problema), atravesse o canal pela ponte e entre no centro de Punda, que você chega lá.
Não são umas belezurazinhas?
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