12 dias na Turquia, de carro e low-cost: o roteiro do Fernando 1

12 dias na Turquia, de carro e low-cost: o roteiro do Fernando

Capadócia

Assim como a Ilka, o Fernando viajou para a Turquia de forma independente. A base para o roteiro foram os relatos dos nossos tripulantes (ficamos felicíssimos em saber!). Ele percorreu um bom trecho de carro alugado e trouxe informações importantes sobre o funcionamento do pedágio. Apesar do calor do verão, conseguiu aproveitar bastante e voltou com um roteiro completo de 12 dias. Vai pelo Fernando:

Texto | Fernando Mihalik

Eu e minha mulher, Laura, estivemos na Turquia em julho de 2012, e como gostamos de viajar com tudo pensado e programado, mas por conta própria, nos baseamos nas dicas passadas pelos colaboradores do site, em especial da Carla Tolosa e do Lucas. Elas foram muito úteis e a partir delas a gente fez a nossa viagem. Como me identifiquei muito com o Lucas, montei minha viagem mais a partir das dicas dele.

Em primeiro lugar, a Turquia é um país que percebeu na década de 80 a sua vocação para o turismo. De 1 milhão de turistas em 1980, passou a 26 milhões em 2006. Portanto, dá para confiar no seu sistema, e o tratamento dispensado pelo pessoal dos hotéis, restaurantes e guias aos turistas pode ser considerado muito bom. Dá pra se virar bem no inglês, embora alguns motoristas de táxi e garçons, e mesmo o pessoal que faz os transfers, quase não falem uma palavra. Mas dá pra se virar. Nas lojas é claro que eles falam qualquer língua pra te vender qualquer coisa, e realmente são bastante insistentes.

A viagem foi ótima, e posso resumir da seguinte maneira:

O roteiro

Fui a Istambul, fiquei 2 dias completos, e de lá fui à Capadócia. Depois de 2 dias na Capadócia, seguimos direto a Izmir. Lá retirei um carro no aeroporto (acertei o aluguel na Hertz pela Internet), e de lá fui a Kusadasi, onde dormi 2 noites, tendo visitado Éfeso, Casa de Nossa Senhora e Pamukkale. De Kusadasi fomos a Bodrum, ficando uma noite. Devolvi o carro no aeroporto de Bodrum e voei de volta a Istambul, onde passei mais 2 dias e voltei para São Paulo.

Istambul

Hospedagem

Na primeira estadia em Istambul, fiquei no Erboy Hotel, no bairro de Sirkeci. É super bem localizado, ao lado dos principais pontos de turismo. O quarto é bom, nada muito especial, mas tem uma ótima relação custo-benefício; o café da manhã é caprichado e o restaurante na cobertura é muito bom e tem uma bonita vista (assim como vários restaurantes de Istambul). A guest manager Ayse (pronuncia-se Aicha) é muito eficiente e amável, e te ajuda em tudo que precisar (nota: a Carla Tolosa falou da mesma funcionária aqui).

Ao voltar a Istambul para os 2 últimos dias da viagem ficamos em um dos hotéis ‘top’ da cidade: o Ciragan Palace Kempinsky. É muito charmoso e fica ao lado do Bósforo. Nem preciso fazer comentários sobre o hotel. Mesmo se você não ficar lá, vale a pena jantar no restaurante menos sofisticado do hotel, principalmente em noites quentes: ele fica ao lado da piscina, e ao lado do Bósforo, com uma comida irrepreensível, do tipo self-service.


capadocia
Mais dicas

Restaurantes

Outros restaurantes que fomos jantar e são altamente recomendáveis (embora em uma faixa de preço elevada) são: o Miklas, que fica no topo de um hotel e tem uma vista maravilhosa da cidade e um ambiente super ‘in’, e o Ulus 29, também com uma vista maravilhosa. Todos têm uma ótima cozinha internacional, e deliciosas baklavas de sobremesa. Não fomos ao 360°, que também é muito recomendado. No bairro de Ortakoy a noite é muito animada, com restaurantes nas ruas super simpáticos. Para o almoço, é muito bom o Hamdi, bem no centro da cidade, na frente da Ponte de Gálata, ao lado do Bazar de Especiarias.

Passeios

A região do centro antigo de Istambul tem muitas coisas para visitar: Mesquita Azul, Santa Sofia, Palácio Topikapi (inclusive o Harém), Museu Arqueológico, Cisternas de Yerebatan. Compre um passe no hotel que te priva das filas nas entradas e economiza. Ele serve para vários museus da cidade (inclusive de Chora) e custa 48 liras turcas (aproximadamente R$ 50), e vale por 48 horas.

Outros lugares que valem a pena ir e que visitei: Museu de Chora (antiga catedral, incluída no passe), muros da cidade, Pierre Loti, Grand Bazaar, Bazar de Especiarias, Mesquita Süleymaniye e vários outros. Muita coisa a ser visitada.

Capadócia

A viagem à Capadócia foi acertada daqui por meio de um contato feito pela própria Ayse, do Erboy Hotel, que se colocou à disposição assim que fiz a reserva via Booking (isso nunca tinha acontecido comigo antes e eu achei ótimo – pontos para a Ayse). Acertei com o Sr. Merih da ITC toda a viagem, incluindo hotel, traslados, viagens por avião (cerca de 1h40 até Kayseri, com cerca de 1 hora de van até Ürgüp na ida, e van mais vôo de Kayseri a Izmir na volta), passeios de dois dias parciais com almoço e o famoso passeio de balão, que vale a pena mesmo. E tudo pago por cartão, que forneci 3 meses antes, mas só foi debitado a poucos dias do início da viagem, conforme combinado com o Merih.

Tudo correu muito bem na Capadócia: os passeios são todos muito interessantes (mesmo as visitas às fabricas de tapetes, de cerâmica e de jóias). Os almoços não são lá grande coisa, mas a região é especial, além de ser uma boa experiência ficar em um desses Cave Hotels.

Kusadasi

Saindo da Capadócia, pegamos o carro no aeroporto de Izmir e seguimos cerca de 1 hora até Kusadasi, que é bem animada nessa época do ano e tem muitos hotéis. É mais ou menos do estilo Guarujá. Minha dica é ficar em um hotel próximo ao centro da cidade. O hotel que ficamos (Liman) era bem no centro da cidade, simples, limpo e simpático, com boa relação custo-benefício, com um café da manhã muito agradável com uma bela vista do mar, e um pessoal muito atencioso – o dono é conhecido como Mister Happy. À noite fomos jantar no restaurante Marvista, recomendado pela Carla, que tem uma comida e um ambiente muito bons, e fica bem no centro da praia principal da cidade. Recomendo, tanto que voltamos na noite seguinte.

Éfeso e Pamukkale

Éfeso: visitamos por conta própria, por umas 3 horas e achamos o local muito interessante e muito bem estruturado. A visita vale a pena, só que estava muito quente (38°). É bom chegar cedo. A casa de Nossa Senhora fica a alguns quilômetros e é bonita, bem cuidada e tem sua mística. No mesmo dia seguimos a Pamukkale, viagem de umas 3 horas. Vale a pena, mas é melhor chegar pelo portão do fundo, que fica no alto, ao lado das ruínas de Hierápolis (que é mais para os olhares de um arqueólogo) para não ter que subir todo o local à pé.

Bodrum

No dia seguinte partimos de carro para Bodrum, cerca de 2 horas de viagem. É uma cidade bem mais charmosa que Kusadasi, mas as ruas do centro parecem caminhos de rato. Eu diria que lembra mais Ilhabela e Búzios, com muita animação; é uma cidade mais transada. Para os mais novos, tem uma famosa balada. Como passeio, vale a pena visitar o castelo de Bodrum, bem no centro. E tome calor em julho (38°!).

Aluguel de carro

Sobre o aluguel do carro, cabem algumas observações: eu li comentários sobre o jeito perigoso dos turcos dirigirem, mas acho que em muitos aspectos eles lembram os brasileiros, ou seja: não respeitam alguns sinais, não ligam as setas na hora das conversões, mas não dirigem tão irresponsavelmente, só que não respeitam os pedestres. A menos disso, não achei perigoso dirigir lá, pelo menos por onde andei. As estradas são boas e tem sinalização razoável, é difícil se dar mal com a orientação (eu estava com um GPS, baixei o mapa da Turquia por aqui, e deu tudo certo) e o pessoal respeita os limites de velocidade. A gasolina é um pouco cara, cerca de R$ 4,00/litro (preço em 2012) e os carros são os mesmos que temos por aqui.

Importante: para utilizar as estradas é preciso comprar um vale-pedágio, disponível em alguns postos de gasolina, e embora todo o processo de aluguel e devolução em outra cidade tenha dado certo, ninguém tinha me dado essa informação, até eu perguntar ao retirar o carro da locadora. E os pedágios são totalmente automáticos, sem ninguém para te ajudar se você não tiver o bendito cartão.


portovenere
As viagens do leitor

Low-costs

Ao pegar o avião de volta a Istambul, ficou claro que esta é uma forma ótima para viajar pela Turquia, para médias distâncias: as viagens são muito mais rápidas do que as de ônibus (embora existam empresas de ônibus muito bem equipadas), e as empresas aéreas low cost (Sun Express e Pegasus) são muito bem preparadas. O preço é bom: a viagem foi de 1 hora e o preço da passagem foi cerca de 50 euros (preço em 2012). Eu comprei essas passagens pelo site da Pegasus, onde você pode marcar o assento, pedir o lanche, adicionar franquia de peso da bagagem entre outras coisas; e tudo funciona muito bem. E os aeroportos são muito bons e confortáveis. Melhores que os nossos.

Um balanço

A Turquia tem muita coisa interessante a ser visitada. E curtida. Embora seja um país muçulmano, é laico, portanto sem aquelas proibições que amedrontam um visitante ocidental, principalmente as mulheres. As cidades que visitei se mostraram muito seguras – você vê e sente no comportamento das pessoas. A comida é boa, e as pessoas são atenciosas a seu jeito, embora haja dificuldade de comunicação, por causa da língua. E o tempo que ficamos, 12 dias, pareceu pouco. Seria interessante ficarmos mais 2 dias. Isso sem contar a desejada ida à Antália. Fica tudo para a próxima.

Adoramos, Fernando! Obrigado!

Leia mais:


Istambul

93 comentários

Apenas 2 dias em Istambul, 6 lugares visitados em 12 dias ? Para mim, tá mais roteiro CVC do que qualquer outra coisa. Aliás, o próprio VnV fala sobre isso … pior é ver que muita gente monta roteiro com base nesses aí.

Eu e meu marido fizemos um roteiro muito parecido também em julho/12 pela Turquia. Depois de visitar Istambul, Capadocia, Kusadasi, Éfeso e Pamukkale, fomos para Fethiye e Antalya (não visitamos Bodrum).

Para irmos à Fethiye pegamos um ônibus depois do tour de Pamukkale. A agência que contratamos para o tour (Backpackers Travel) nos deixou no escritório da empresa de ônibus em Pamukkale (a empresa também se chama Pamukkale). De lá, eles nos levaram de van para Denizli, onde fica a rodoviária. A viagem durou mais ou menos 3 horas e foi muito tranqüila. Foram servidos água, suco, refrigerante e um bolinho.

Ficamos 3 noites em Fethiye no V-Go Hotel, que apesar do nome é um hostel com quartos coletivos e individuais. Os quartos e o café da manhã são simples, mas o atendimento é ótimo, recomendo. O hotel fica há uns 10 min de caminhada do centro (para quem não quer andar há linhas de micro-ônibus que você pode subir e descer onde quiser, é só acenar/avisar o motorista e custa 2 liras). Fethiye é uma cidade muito charmosa. Aproveitamos esses dias para curtir as praias. Conhecemos Oludeniz e fizemos o passeio de barco que passa no Butterfly Valley.

Depois de Fethiye fomos para Antalya também de ônibus. Ao fazer o check out em Fethiye, fomos informados que a empresa de ônibus tem um serviço gratuito para buscar os passageiros. Informamos o horário do nosso ônibus e o hotel ligou para a empresa. Meia hora antes da partida, uma van veio nos buscar no hotel. Excelente!

A viagem também durou 3 horas. Chegando na rodoviária de Antalya, pedimos ajuda no balcão da empresa de ônibus que nos indicou a linha de ônibus que deveríamos tomar para chegar ao hotel. Ficamos no Alp Pa?a Hotel, que fica na parte histórica de Antalya. O hotel é ótimo, com quarto e banheiro grandes, ótimo café da manhã e jantar à luz de velas ao redor da piscina incluído na diária. A cidade também é muito charmosa. Adoramos o Museu Arqueológico. De Antalya voamos para Istambul pela Onur Air, outra low cost.

Montamos este roteiro para evitar longas horas dentro de um ônibus (preferimos voar com as empresas low cost), mas vi muitos turistas indo da Capadocia para Antalya com ônibus noturno e depois seguiriam para Fethiye, Pamukkale, Kusadasi.

A carteira de habilitação brasileira tem alguma restrição na Europa? É fácil alugar um carro?

    Tania
    Na retirada do veículo, eu apresentei a minha carteira de habilitação brasileira e foi suficiente. Depois mostrei ao atendente da Hertz a minha carteira internacional, e ele me afirmou que não havia necessidade dela.
    Já viajei por outros paises da Europa, e boa parte deles me afirmou não ser necessária a carteira internacional. Mas agentes de viagem já me alertaram que em caso de ocorrência esse documento pode ser útil.

Adorei as dicas pois pretendemos (meu marido e eu) ir a Turquia em 2013.
Obrigada e abs
Quenia

Fernando, mas se você fosse ficar mais 2 dias, onde os usaria? Os 4d em Istambul foram suficientes? Estou montando meu roteiro para a Turquia (ago 2013) e está difícil encaixar tudo em tão poucos dias… queria ser holandesa para ter 40 d.u. de férias por ano… hahahaha

    Fernanda
    Esses 2 dias que faltaram de acordo com minha idéia seriam para visitar: O palácio Dolmabahce (a fila era de mais de 1 hora , por isso não fomos), a Mesquita Pequena Sofia, um parque onde a Turquia está reproduzida em miniatura.
    E no segundo dia, cruzar o Bósforo para conhecer o lado asiático de Istambul, que tenho a impressão que pouca gente conhece, mas é mais moderno, segundo informações do pessoal de lá.

    Legal, Fernando. Muito obrigada. Quero apertar minha viagem a Turquia em 10 dias, mas está muito difícil. Queremos conjugar com uma ida a Bulgária, conhecer Veliko Tarnovo, Sofia (c/ Rila)… Quem sabe, vamos ter que deixar Bulgária para uma próxima. Odeio conhecer os lugares correndo, sentindo que deixei coisas importantes para ver.

    Fernanda
    Eu não sei nada sobre a Bulgária, mas com relação à Turquia, 10 dias me parece pouco. Acho que algo entre 12 e 14 dias está bom se você não pretende passar por Ankara nem descer até Antália. Eu acho que no meu relato não destaquei que no primeiro dia fiz um tour que inclui um passeio de barco pelo Bósforo, que achei muito legal, e depois seguiu por alguns pontos da cidade que excluem a parte central, que você pode tranquilamente fazer a pé, por que é tudo perto. Esse tour eu acertei com o pessoal do Erboy Hotel, que não me recomendou fazer o Hop on Hop off que eu havia programado. Acredito que essa sugestão deles foi boa, mas não acho que o Hop on Hop off seja uma má ideia.

Obrigada também, Fernando. Só estivemos em Istambul, mas pretendemos voltar com mais tempo e por mais lugares, amamos tudo por lá!!!

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