Guest blogger | Marcie Grynblat Pellicano, do Abrindo o Bico
Quando começaram a aparecer perguntas sobre a estação de gripe nos Estados Unidos e as vacinas disponíveis, perguntei à Marcie, dona do excelente Abrindo o Bico (o mais descolado dos blogs sobre Nova York), se estava pensando em escrever sobre o assunto. Só que em vez de escrever e publicar lá no AoB, ela embrulhou com papel de presente e mandou pra minha caixa postal. Estou abrindo na frente de vocês:
Vacina ou não, eis a questão...
Começo dizendo que nunca tomei a vacina da gripe. Por dois motivos: primeiro, porque nunca me resfrio; gripe, então, a cada morte da barata. Segundo, porque -- tolamente que seja -- me recuso a aceitar que faço parte dos grupos de risco: anciões em geral e pessoas com problemas respiratórios em particular. O problema é que me encaixo perfeitamente nesse último contingente. Do primeiro, ainda estou longe. Tá bom, medianamente longe.
De qualquer maneira, vamos aos fatos: a acreditar nos jornais, que há duas semanas não falam de outra coisa, a coisa aqui está preta. Estatisticamente, dizem eles, é o pior virus dos últimos anos. Quer dizer, o que provocou mais mortes e internações. E os “tele-médicos” de plantão continuam a recomendar a vacina. Apesar de já estarmos quase na metade do inverno, eles afirmam que o shot ainda pode ser importante.
Só que a recomendação é para quem mora aqui, não para quem esteja de passagem. Por que não? Bom, na minha opinião, pelo seguinte: a vacina demora duas semanas para fazer efeito. E a eficácia dela está em torno de 62%. Portanto, a não ser que você esteja vindo para uma longa temporada, a picada vai ser inútil. Sem falar de uma eventual reação, que também pode atrapalhar sua viagem: mal estar, resfriado, essas coisas.
Dou uma informação concreta: minha filha, que teve um problema recente de saúde, está aqui comigo. Por precaução, consultei o médico pra saber o que fazer quando ela pegar minha gripe. Ah, sim, tinha esquecido de dizer: escrevo estas mal traçadas linhas em plena flu. Na cama! Bem, ele recomendou não tomar a tal da vacina. Nem ela nem eu nem ninguém. Segundo ele, o medicamento é baseado no vírus do ano passado e, portanto, ineficaz para este novo inimigo.
Pegando carona no mantra de nosso Comandante (na CNN é sempre pior!) o que eu recomendaria aos viajantes é tomar algumas precauções: por exemplo, um prudente Tamiflu na mala. A rigor, não poderia, mas pode. Mesmo porque por aqui está em falta. Exato, em falta. Ou vocês pensam que o problema só acontece no Bananão?!?. Além do Tamiflu, ou no lugar dele, sugiro você trazer também seu analgésico preferido. Ou comprar aqui. Além, é claro, de litros de Purell.
Mas se, mesmo assim, você decidir tomar a vacina, nenhum problema: qualquer Duane Reade ou Walgreens da vida pode aplicá-la. O shot, que é no braço, custa 30 obamas e dispensa receita.
Minha recomendação final: divida por 10 tudo o que você tem lido ou ouvido sobre a flu e venha tranqüilo. Cabeça concentrada no que de fato interessa: aproveitar esta cidade maravilhosa e tudo o que ela tem a oferecer. Ignore a gripe! Assim, quem sabe, ela também ignore você.
Obrigado, Marcie! E melhoras pra você e pra pimpolha!
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