A história da Flórida como balneário é parecida com a da Côte d'Azur: o lugar surgiu como refúgio para as temperaturas gélidas do inverno do Hemisfério Norte. Os turistas originais da Côda d'Azur eram russos; os da Flórida, americanos dos estados nortistas (no meio do inverno de Nova York, um cartaz anunciava nos anos 30: "Neste momento é verão na Flórida").
Ao contrário da Côte (que a todo mundo que não more na Rússia parecerá invernal no inverno), a(s) costa(s) da Flórida continua(m) atraindo turistas de lugares frios para seu inverno subtropical. É a alta temporada em Miami e nas praias, com hotéis cobrando tarifa cheia e, ainda assim, lotados. (Atenção: a lógica não vale para Orlando, que não tem praia e onde é baixa temporada no inverno.) Já no verão (junho a setembro), quando a cidade fica tórrida e úmida, a hospedagem tem preços camaradas, os americanos fogem e os europeus e latino-americanos reinam mais do que nunca.
Vale a pena cacifar Miami no inverno? Se você quer curtir a cidade, vale a pena sim. Em dezembro, a feira Art Basel dá o pontapé inicial para a temporada em que tudo acontece. Cada fim de semana parece ter um novo evento -- cheguei há duas semanas, e já peguei um Miami Boat Show e um World Food Festival na praia, promovido pelo canal a cabo Food & Wine.
Mas se o seu objetivo principal for praia... pense duas vezes. Miami está numa latitude sensivelmente mais temperada que o Caribe; qualquer frente fria pode baixar a temperatura a menos de 15ºC. Foi o que aconteceu durante a minha primeira semana aqui: teve dia que amanheceu 6ºC, com máxima de 15ºC. O normal, porém, é o tempo que tem feito na última semana: mínimas perto de 20ºC e máximas ligeiramente acima de 25ºC. Um tempo superagradável -- inclusive para pegar praia. Mas se rolar um ventinho, será um vento mais pro geladinho (assim como a temperatura da água do mar).
Os americanos e nórdicos, porém, aproveitam qualquer solzinho para se espalhar na areia (mesmo se a temperatura estiver abaixo de 20ºC). Não só eles. Para minha surpresa, Miami Beach também está cheia de franceses e italianos vindos expressamente para pegar praia.
Brasileiros, até que tenho visto poucos em Miami Beach. Em compensação, foi só ir ao chiquérrimo Bal Harbor Shops e ao indefectível outlet Sawgrass Mills para ouvir português por toda parte. Na Flórida, a praia do brasileiro é mesmo o shopping.
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