Quem passa na frente do imponente prédio da avenida Ivo do Prado, no centro de Aracaju, logo imagina que seja um palácio de governo. Não é pra menos: um estacionamento com mais de cem vagas, uma pequena cabine de segurança com catraca, e mesmo uma escultura de concreto armado (de Zé Peixe) na entrada passam bem a ideia de um edifício do poder público, que provavelmente só pode ser visitado por quem trabalha ali. Ledo engano. A construção, que abrigou o Colégio Atheneu Dom Pedro II (de 1926 a 1969) e realmente já foi sede de instituições governamentais, hoje é o lar de uma das atrações mais interessantes -- e a mais em conta -- de Aracaju: o Museu da Gente Sergipana.
Projetado por Marcello Dantas, mesmo nome por trás do incrível Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo, o Museu da Gente Sergipana também usa muita interatividade para fazer o visitante ter uma imersão completa na cultura do lugar. Além disso, guias extremamente simpáticos acompanham todo o passeio, dando explicações e chamando a atenção para os detalhes mais legais das instalações.
Logo ao chegar, você já é apresentado a uma banquinha de produtos típicos, onde poderá conhecer o “jeitinho” de um vendedor virtual de feira sergipana, o Josevende. Projetado em uma tela, o personagem oferece todo tipo de bugiganga, enquanto o turista pode responder por um pequeno microfone. Um pouco além, a bordo de um barquinho, é possível conhecer todos os ecossistemas da região, além de seus principais animais.
A saber: "pindoba" é palmeira e "bucha" é uma comida que quase não alimenta, mas pesa no estômago
Aqui eu já tinha acertado os ingredientes, então a receita aparece completa
Fiquei muito tempo me divertindo em outra instalação, em que é mostrado um prato típico da culinária local e o visitante deve apontar quais ingredientes (dentre os expostos) são usados naquela receita.
O artista plástico Arthur Bispo do Rosário e o jornalista e político Silvio Romero
Representação da obra de Bispo do Rosário
Mais à frente, um carrossel é a engrenagem para a visualização de importantes praças do estado. Figuras importantes da história sergipana, como Lampião, Arthur Bispo do Rosário e Silvio Romero, por exemplo, também contam suas histórias em projeções explicativas, a serem ouvidas com fones, para que cada visitante possa ouvir o relato de um personagem diferente. Um grande espelho também encanta os turistas, os mostrando com roupas típicas das festas do estado.
Uma amarelinha e um jogo da memória são as ferramentas para contar ao público um pouco sobre as festas regionais, assim como mostrar objetos representativos da cultura sergipana, associados a poemas, letras de músicas e até cantigas. Não há faixa etária que resista.
Divertidas também são as cabines de Repente e Cordel, nas quais o visitante é convidado a improvisar uma rima seguindo um repentista e a declamar um trecho de uma história da literatura de cordel, respectivamente. Nos dois casos, um vídeo é gravado e o visitante poderá, ou não, disponibilizá-lo automaticamente na internet.
Quer a melhor notícia no final? A entrada no Museu da Gente Sergipana é gratuita.
O museu funciona de terça a sexta, das 10h às 16h, e de finais de semana, das 10h às 15h. Não funciona às segundas-feiras, nem em alguns feriados (informe-se pelo telefone 79/3218-1551). Uma lojinha e instalações de um café complementam a atração, que fica na rua Ivo do Prado, 398, na região central de Aracaju, junto à orla do rio Sergipe.
Heloísa viajou a convite do novo Ibis Budget Aracaju, na Atalaia.
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