Cancún: como escolher o seu hotel

Vista do hotel Cancún Caribe Park Royal Grand (km 11)

A península de Cancún tem praticamente uma centena de hotéis ao longo de seus 20 km. Antes de achar a sua agulha nesse palheiro, é melhor entender a geografia do pedaço.

Zona Hoteleira: ponta norte, da animação

O desenvolvimento de Cancún começou, em meados dos anos 80, pela ponta norte da península. As praias dali, voltadas para a baía de Mujeres, têm águas calmíssimas, tipo piscininha. É uma região ocupada por hotéis mais antigos, em terrenos pequenos: não espere piscinas grandes nem jardins. Por outro lado, é o trecho ideal para quem quer sair a pé para aproveitar a noite: por ali estão os bares e discos Señor Frog’s, Carlos’n Charlie, Coco Bongo (com shows superproduzidos toda noite), Hard Rock Café, Hooters, Friday’s. É o ponto mais animado do Boulevard Kukulcán (o nome oficial da avenida da zona hoteleira), pronto para quem quer brincar o ano inteiro de “spring break” (o equivalente americano à nossa semana do saco cheio). Os shoppings por ali são meio caidinhos. Há um píer de embarque para Isla Mujeres por ali mesmo (na Playa Tortuga) e o centrinho “de verdade” de Cancún não está longe. Os hotéis desse trecho têm como endereço os km 8 e 9. Aqui eu ficaria no Krystall Grand(ex-Hyatt Regency), porque é confortável, está numa praia ótima, tem bom preço e não é all-inclusive, permitindo que você curta tudo o que Cancún e a região têm a oferecer fora do hotel sem remorso. Já para quem quer mesmo all-inclusive, o Riu Cancún está no limite da zona de mar calminho.

Entre os km 12 e 13: shoppings

Quando a praia passa a se voltar para o leste, já estamos em mar aberto. O mar piscininha dá lugar a um mar com ondas — mas sem perder o tom azul-turquesa, nem oferecer (muito) perigo. Os hotéis ficam mais verticais, mas seus terrenos não aumentam na mesma proporção, não. Em alguns pontos forma-se um paredão de prédios pé-na-areia. O melhor trecho desta zona intermediária é entre os km 12 e 13, porque ali estão localizados os dois melhores shoppings da cidade: o La Isla (que é ao ar livre) e o Plaza Kukulkan (que tem uma ala chique, a Luxury Avenue). Os restaurantes são mais caretas e o ambiente bem mais familiar do que lá em cima. Bons hotéis nesta região: o elegante Le Blanc, o acessível Grand Park Royal Cancún Caribe, o rejuvenescido ME Cancún, o grandalhão Park Royal Cancún, o moderno Westin Lagunamar (um dos mais novos da península, e com um superpiscinão), e o renovado Aqua. O hotel mais barato dos pacotes, o Flamingo, também fica mais ou menos por aqui. Mas é um hotel bem básico. (Na mesma faixa de preço, eu ficaria com o Krystall Grand do grupo anterior.)

Ao sul, mais espaço

A parte de baixo da península é de desenvolvimento mais recente. Por aqui se encontram os hotéis com terrenos mais espaçosos. O lado da laguna é ocupado não por restaurantes ou danceterias, mas por campos de golfe. No km 16 estão dois hotéis que os brasileiros conhecem de outras invasões, os vizinhos Oasis Cancún e Gran Oasis Cancún. Por ali também estão dois hotéis recentemente renovados: o Iberostar Cancún e o Paradisus Cancún (ex-Gran Meliá).

Finalmente, escondidinho na enseada calmíssima de Punta Nizuc, está o Club Med, pioneiro da região e inteiramente renovado há poucos anos.

Outros pontos que você deve considerar ao escolher seu hotel:

Precisa alugar carro? Não, só se você quiser. Os 20 km do Boulevard Kukulkan são percorridos entre 6h e 22h por ônibus bem decentes, a menos de um dólar. Precisando voltar para o hotel à noite, tome um táxi; a tarifa é fixa, não deve sair mais do que 7 dólares (vindo do centro, 15 dólares). Para passeios fora da cidade: Chichén Itzá é muito longe (2h30/3h) para ir de carro; é melhor ir de excursão. Os ecoparques da Riviera Maia (Xcaret, Xplor, Xel-há) oferecem ingressos com transporte incluído; é mais tranqüilo. Eu só recomendaria alugar carro para tirar um ou dois dias para ir a Playa del Carmen ou Tulum sem pressão de horário.

All-inclusive ou não? Alguns hotéis oferecem a opção all-inclusive; outros são, perdão, exclusivamente all-inclusive. Vale a pena? Se você vai com crianças e/ou quer ficar o máximo de tempo possível no hotel, sempre vale. Agora: se a sua intenção é fazer muitos passeios de dia e curtir Cancún adoidado à noite — que são as razões pelas quais você deve ter escolhido Cancún frente a outros destinos do Caribe — então o all-inclusive vai acabar não se pagando.

Já ouviu falar da Riviera Maia? Se você está indo para Cancún por causa da praia, da infra hoteleira e dos parques, mas não por causa dos shoppings, bares e discotecas, considere os resorts que ficam ao longo da Riviera Maia. Os 150 km que separam Cancún de Tulum têm praias belíssimas, algumas delas em enseadas delicadinhas, ocupadas por grandes resorts que não ficam a dever aos grandes hotéis da cidade — e que estão mais perto das outras atrações da região, como os ecoparques. Há desde all-inclusives de redes com bom custo x benefício, como Iberostar, Barceló, Gran Palladium e Dreams, até resorts de altíssimo luxo, como o Maroma e o complexo Mayakoba — passando por hotéis-butique como o Esencia e o Paraíso de la Bonita.

Playa del Carmen e Tulum: Playa é para quem quer férias animadas, mas sem o gigantismo e a americanização excessiva de Cancún. Já Tulum é para quem quer uma praia tranqüila e hospedagem de charme, mas não quer cacifar os hotéis mais exclusivos da Riviera.

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586 comentários

Maravilha!
Já não tenho idéia se conseguirei tirar férias no início de 2010, mas, se sim, vou precisar das dicas daqui.
Valeu!

Loraine, próximo mesmo não tem nada. Pirinópilis – 150Km; Chapada- 330Km; Caldas Novas – 300Km; 03 opções diferentes, Pirinópolis mais perto e com menos atrativos, cidade pequena com algumas cachoeiras para visitar, pousadas simples; Chapada mais longe, hospedando em São Jorge, tem passeios estilo eco, natureza, cachoeiras, trilhas, já estive na pousada Casa das Flores e recomendo, não espere grandes opções, o estilo das pousadas é simples com algum conforto. Caldas é uma cidade maior com mais opções de hospedagem, mais estilo hotel, não pousada, onde o destaque são as piscinas de água quente. No mesmo caminho tem o rio Quente Rresort, não conheço, mas dizem que vale a pena, estou tão perto, mas acho os preços salgados. Leve em conta que Brásília e região está muito quente e sem chuvas até agora.

Mais um excelente post super detalhado e com dicas que dificilmente você encontra em outros lugares (para não dizer em nenhum lugar 🙂 ) . Se eu tivesse essas dicas antes da minha viagem, teria sido muito mais fácil!

Aproveito para indicar também o hotel Fiesta Americana Condessa, que me hospedei no último ano novo. Fica no sul e vizinho aos da rede Oasis Cancun. Excelente estrutura, ótimo café da manhã e menos muvucado que os seus vizinhos. Também estava cheio de brasileiros.

Riq e Trip, vou a um congresso em Brasília e gostaria de passar o final de semana em algum lugar bacana alí próximo, pensei na chapada dos veadeiros, mas não encontrei nenhum post sobre este local, entaõ peço que me ajudem informando se este é um bom local para dar uma esticada de Brasília e forneçam dicas sobre o lugar e hospedagem, grata!

Repetindo … tuuudo de bom ! De bandeja pro povo , hem Riq ? Estas desc.mastigadinhas , detalhadas , update , só tem aqui no VnV 😀
Fico pensando .. já pensaram que estas info permitem que a gente tenha 99,99% de acertar a escolha de hospedagem e
com isso reduzir na mesma proporção o stress do planejamento ?
Gracias Riq !!!

Que post mais pedaçudo! Utilidade pública para os trips! Brigadim, viu?! 😉
Adorei!

Perfeito, em ótima hora! Pretendo ir para lá no ano que vem. Riq. uma sugestão: seria interessante informar quanto se gasta em um dia em Cancun (tipo: refeições, passeios, compras). E também se me permite, quais os melhores passeios e roteiros.

Abraços,

Bruno

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