Guia de Berlim
Berlim: 3 hotéis superdescolados (nos dois lados da cidade)
Aproveitei minha última passagem pela cidade para testar três hotéis superdescolados em Berlim. Além de serem a cara da cidade, me possibilitaram experimentar como é ficar em três bairros diferentes: Mitte, no antigo lado oriental, Kreuzberg/Friedrischein, com um pé em cada lado, e a região da Ku’damm, no antigo lado ocidental.
Os preços foram os que eu paguei reservando pelo Booking para hospedagem em agosto, com 15 dias de antecedência.
Circus (Mitte)
Mesmo sem nunca ter ficado anteriormente, eu recomendo o Circus desde o tempo em que era só hostel (hoje são três unidades na mesma área — o hostel, o hotel e o prédio de apartamentos de temporada).
Nem precisava pensar muito: bastava juntar a localização imbatível (no ponto mais agradável de Mitte, com bares e restaurantes bacanas na porta e a uma caminhada curta do bairro mais bonito de Berlim, Prenzlauer Berg) com as resenhas unanimemente positivas (incluindo muitos leitores do blog), e voilà. Não tinha erro.
Desta vez dei sorte: mesmo de última hora, consegui um quarto single por 92 euros.
Fiquei uma noite só, mas gostaria de ter ficado mais. O bacana do Circus é que ele é cool sem aparentar muito esforço. O carisma parece ser natural do hotel, e não criação de uma equipe de designers e marqueteiros. No fim pode até ser marketing, mas de todo modo Berlim deve ao Circus a criação do hotel com vibe de hostel.
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Café da manhã
É cobrado à parte: 9 euros. Supervale: tem pães e frios maravilhosos, frutas, smoothies e iogurtes orgânicos e granolas invocadas.
Nas redondezas
Tem uma ruazinha simpática de restaurantes que sai defronte ao hotel, a Weinbergsweg, que vem a calhar em momentos de suprema preguiça de sair para longe. (A rua também funciona como atalho para ir a Prenzlauer Berg — e só continuar depois do parque).
Caminhando à esquerda pela Torstrasse você chega à Alte Schönhauser Strasse, onde tem alguns bons restaurantes BBB, entre eles o clássico Monsieur Vuong, especializado em deliciosa comida vietnamita (e em filas, também).
Para baixo do hotel, em direção à Alexanderplatz, você vai encontrar ruas transadas como a Münzstrasse, a Mulackstrasse e a Auguststrasse (não perca a Clärchens Ballhaus, um salão de baile na Augustrasse 24 que também funciona como… pizzaria).
Estando a fim de muvuca bem muvucada, é só continuar mais um pouquinho até a ruidosa região do Hackescher Markt.
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Como chegar
Do aeroporto Tegel: pegue o ônibus 128 direção Osloer Strasse. Desça na parada U Osloer Strasse e siga de metrô pela linha U-8, direção Hermanstrasse. Desça em Rosenthaler Platz, fica em frente ao hotel.
Do aeroporto Schönefeld: pegue qualquer linha da S-Bahn que pare em Alexanderplatz. Desça em Alexanderplatz e siga de metrô pela linha U-8, direção Wittenau. Desça em Rosenthaler Platz, que fica em frente ao hotel.
Chegando de trem: da Hauptbahnhof, pegue o ônibus 142, direção Ostbahnhof. Desça na parada Rosenthaler Platz. (Caso o seu trem pare em Alexanderplatz, desça e siga de metrô U-8, direção Wittenau.)
Outros hotéis na região
O Ibis Styles Berlin Mitte fica em frente e é o mais bem-localizado entre os Ibis de Berlim. O Mani também é bem estilosinho e não é caro. O supereconõmico easyHotel Berlin Hackescher Markt é uma boa para os super-mão-fechada.
Com um pouco mais de folga no orçamento, considere os charmosos Casa Camper Berlin, Lux 11 e Amano.
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25 Hours Bikini (região da Ku’damm)
A zona hoteleira mais tradicional de Berlim fica nas proximidades da (então) avenida chique da antiga Berlim Ocidental, a Kurfürstendamm.
Depois da queda do Muro, a cidade meio que se mudou para o lado oriental. Os hotéis chiques estão hoje no entorno da praça Gendarmenmarkt ou nas imediações da avenida Unten den Linden (a do Portão de Brandemburgo).
Mas Berlim não pára de se re-re-reinventar, então nada mais natural que da decadência da Ku’damm surjam novidades.
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A maior delas responde pelo nome de Bikini Berlin: um shopping-conceito em que as lojas ocupam boxes que parecem containers envidraçados e não atrapalham a arquitetura do Bikini Haus, que é o prédio anos 50 em que o shopping está instalado.
Completando o complexo está o hotel 25 Hours Bikini, primeiro endereço berlinense da rede mais bacana de hotéis-design da Alemanha.
O hotel virou point: o bar do terraço, o Monkey Bar, é um dos mais disputados da cidade; à noite, quem não é hóspede (ou não tenha reserva para jantar no restaurante Neni, que também fica no terraço) precisa fazer fila no térreo.
Todos os apartamentos de fundos dão para o Jardim Zoológico (com a jaula dos macacos em primeiro plano). Por isso o tema do design do hotel é selva.
O texto do hotel é muito bom: a todo momento você lê coisas bem-humoradas. Por exemplo: você pode escolher entre 25 cartões de desculpas para o “please do not disturb” — incluindo: estamos, ahn, fazendo amor. (Claro que deixei para fotografar isso na saída e acabei esquecendo).
Se eu fosse você, investia num quarto com vista para o zôo. Eu consegui um em agosto pelo Booking por 144 euros. (Entrar no Monkey Bar à noite sem pegar fila não tem preço.)
Se você é louco por design, vai adorar esse hotel.
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Café da manhã
O café da manhã no terraço é caríssimo: 18 euros. Mas no andar da recepção há uma Bäckerei (padaria) com kit café da manhã mais em conta. Também dá pra descer ao shopping e tomar café da manhã na filial do Café Einstein.
Nas redondezas
A Igreja Memorial do Kaiser Guilherme, que não foi reconstruída como lembrança dos bombardeios da 2a. Guerra, fica exatamente em frente ao hotel. O Jardim Zoológico está a uma quadra, e a venerável loja de departamentos KaDeWe a três quadras.
Agora em outubro reabre outro prédio histórico dos anos 50, a Amerika Haus, agora repaginada como sede da C/O Berlin, uma das mais importantes galerias de arte fotográfica do mundo.
Mas sendo bem sincero: mesmo com o Monkey Bar no prédio, é provável que você queira sair da região todas as noites. Pegue a linha U2 na estação Zoo (direção Pankow) para ir a Berlim Oriental, e a linha U1 na Kurfürstendamm (direção Warschauer Str.) para a muvuca de Kreuzberg e Friedrischshain.
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Como chegar
Do aeroporto Tegel: pegue o ônibus X9, que tem ponto final na estação Zoologischer Garten, a ¨duas quadras do hotel.
Do aeroporto Schönefeld: pegue o primeiro trem regional que passe por Zoologischer Garten. Desça na estação Zoologischer Garten, a duas quadras do hotel.
Chegando de trem: na estação Hauptbahnhof, pegue a S-Bahn (linhas S5 ou S7) e desça na estação Zoologischer Garten, a duas quadras do hotel.
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Outros hotéis na região
O Palace Berlin fica na calçada em frente. O Crowne Plaza Berlin City Center e os econômicos Sorat Ambassador e Ibis Berlin Kurfürstendamm ficam próximos à estação Wittenbergplatz, servida pelas linhas U1 (que leva a Kreuzberg) e U2 (que vai a Berlim Oriental). Já o básico-moderninho Aletto fica pertinho da estação Zoologischer Garten, onde passa o metrô U2 (a Berlim Oriental).
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Michelberger (Kreuzberg/Friederischshain)
Na época da Berlim dividida, Kreuzberg era um bairro periférico do lado ocidental, principal reduto da grande colônia turca. Aluguéis baixos e prédios abandonados nas imediações do Muro atraíam também estudantes, malucos e squatters. Com a reunificação da cidade, Kreuzberg se viu repentinamente numa posição central entre o antigo leste e o antigo ocidente.
E à medida que bairros orientais redescobertos na primeiríssima hora, como Mitte e Prenzlauer Berg, foram se aburguesando, Kreuzberg emergiu como o epicentro da vida mais alternativa, diversa e animada de Berlim.
Seu raio de influência acabou se alastrando para a outra margem do rio Spree, ao bairro (oriental) de Friederischshain (diga fri-drichs-ráin), onde nas noites de verão as imediações da Simon-Dach-Strasse ficam parecendo a Vila Madalena durante a Copa. A moçada desce na estação Warschauer Strasse, a última da linha U1 do metrô, e já está na muvuca.
O Michelberger abriu em 2009 no lastro da vibe de Kreuzberg-Friedrichshain. É um hotel-design com espírito de hostel (alguns quartos, de fato, são coletivos).
Muitos apartamentos são tipo loft, com pé direito alto e uma escada de Santos Dumont (com meios-degraus) que leva à área de dormir, no alto.
A decoração usa materiais criativos — como uma rede de baliza de campo de futebol para conter o fouton do mezzanino. A intenção era fazer um hotel low-cost, mas o hype tem seu preço: paguei 115 euros a diária em agosto, pelo Booking, reservando com 15 dias de antecedência.
Você é recebido com um copo de água de coco importada da Tailândia (horrível! Parece fervida, não tem frescor nenhum); o cartão magnético que abre o quarto tem aparência de cartão de crédito (“FasterCard”) e chama você de Cool Guest. As áreas sociais são animadas como convém a um hotel com espírito de hostel.
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Café da manhã
A 16 euros por dia, é bem carinho. Mas o buffet é excelente, com ênfase em integrais e orgânicos (e água de coco, se você tiver gostado…). O bar do lobby tem café, sandubas, iogurtes e bolos se você quiser comer mais barato (há também lojas de conveniência na mesma quadra).
Nas redondezas
A East Side Gallery — trecho grafitado do Muro oriental que não foi demolido — fica a uma quadra do Michelberger. A arena de shows O2 também é vizinha.
Para a noite de Friedrischshain (e também para o novíssimo mercado Village Market, que acontece domingo), basta atravessar a ponte Oberbaum. A cena ultraalternativa dos canais de Treptow — onde pontifica o lendário Club der Visionäre — também pode ser alcançada numa caminhada mais longa. Já o epicentro de Kreuzberg (e também o charme de Kreuzkölln) está a três estações de metrô pela linha U1 (desça em Kottbusser Tor).
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Como chegar
Do aeroporto Tegel: pegue o ônibus TXL, direção Alexanderplatz. Desça na Hauptbahnhof e prossiga na S-Bahn (linhas S5, S7 ou S75) até a estação Warschauer Strasse.
Do aeroporto Schönefeld: vá de trem ou S-Bahn até Ostkreuz, siga de S-Bahn (linha S5) a Warshauer Strasse.
Chegando de trem: na estação Hauptbahnhof, pegue a S-Bahn (linhas S5, S7 ou S75) a Warschauer Strasse.
Outros hotéis na região
À beira do Spree, o NHow chega a ser kitsch de tão estiloso; já a modernidade do Plus Berlin é mais austera. Vizinho da arena O2, o Holiday Inn Berlin City East Side tenta ser menos careta do que a média da rede.
Ricardo Freire viajou a convite do Turismo da Alemanha. Esses três hotéis em Berlim foram escolhidos, reservados anonimamente e pagos pelo Viaje na Viagem.
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16 comentários
Olá, estou pesquisando hotéis em Berlim, Mitte e fiquei preocupada com a seguinte observação no post “Estando a fim de muvuca bem muvucada, é só continuar mais um pouquinho até a ruidosa região do Hackescher Markt.” O Adina Apartment Hotel Hackescher Markt fica nesta região? Que tipo de muvuca?
Olá, Giselle! O Hackescher Markt chega a reunir gente na calçada em dias amenos. Mas nunca será muvuca nível Brasil, carro de som, essas coisas. Veja a localização do seu hotel, é normal usarem referências nem tão próximas assim.
Nos hospedamos em fevereiro de 2016 no Adina Apartment Hotel Hackescher Markt, no Miitte. Ficamos 7 noites no apartamento mais simples. Ótima localização, muito pode ser feito a pé, perto da ilha dos museus, bem servido de meios de transportes. Os quartos são super confortáveis, com cozinha completa e tem super e padaria virando a esquina. Tem café da manhã mas é caro( 19 euros) . Pessoal muito atenciosos e o Wi-Fi é ótimo. Muitos restaurantes bons perto. Valeu!