Escondidinhos de Natal

Da minha página Turista Profissional, publicada toda terça-feira no caderno Viagem & Aventura do Estadão.

Prainha de Pirangi

Nenhuma capital do Nordeste cresceu tanto com o turismo quanto Natal. Os visitantes, contudo, parecem movimentar-se sempre pelos mesmos lugares e nos mesmos horários. Pois bem: longe da Via Costeira, ou na contramão dos turistas, ainda se encontram lugares onde dá para curtir uma Natal diferente.Venha comigo descobrir essas delícias escondidas.

MANARY

Escondidinho do Manary

É tão discreto que você pode passar por ele, no calçadão de Ponta Negra, sem se dar conta de que aquele muro guarda o melhor hotel de Natal. Mesmo que você não esteja hospedado, marque um almoço ou jantar à beira da piscina – e comece provando justamente o escondidinho (pode ser o tradicional ou o de bacalhau). Aproveite os tratamentos do recém-inaugurado spa Amana – experimente o tatame de microsseixos (manary.com.br; desde R$ 447).

 

PRAINHAS

Camurupim

O litoral imediatamente ao sul de Natal —  já no município de Parnamirim — reserva praias que não estão escancaradas para a estrada e, por isso, passam despercebidas pelos visitantes. A mais bonita delas é a Prainha de Pirangi, na ponta norte do bairro. Ignore os prédios residenciais às suas costas e deslumbre-se com a vista para as dunas e a Barreira do Inferno. (Para chegar, faça o retorno para pegar a pista em direção a Natal, passe o restaurante Paçoca de Pilão e entre à direita na rua do boteco Comeu Morreu; depois, pegue a segunda ruazinha à esquerda). Outra praia escondidinha do sul é Camurupim. Fica logo depois da Barra de Tabatinga, protegida da estrada por casas de veraneio. Estacione perto da pousada Porto Parus e mergulhe na gostosíssima piscina natural represada na maré baixa.

DUNAS NO CONTRAFLUXO

Ginga com tapioca

É praxe: em Natal todo mundo acorda cedo, pega um bugueiro e vai para as dunas de Genipabu. Quer fazer um passeio muito melhor? Espere até a tarde. Saia de Natal às 14h30, direto para as dunas fixas; curta o visual da Lagoa de Genipabu lá de cima. Programe com o bugueiro a chegada às dunas móveis lá pelas 16h. A luz vai incidir no ângulo mais bonito – e você vai se sentir o dono das dunas. Antes de voltar, passe no Mercado da Redinha, debaixo da ponte nova: procure a barraca de Dona Lurdes e experimente a tapioca recheada com ginga – um delicioso peixinho frito. Você não queria emoção?

LAGOAS DO SUL

Lagoa do Carcará

Enquanto todo mundo vai apinhar as lagoas do norte – entenda-se: aerobunda e esquibunda -, a Lagoa do Carcará, no sul, rodeada por mata, fica sossegada (mas só de segunda a sexta; no fim de semana, os natalenses invadem). Outro programa sem multidões é o passeio de lancha pela Lagoa Guaraíras, terminando na praia de Tibau do Sul.

 

 

MARACAJAÚ NA CERTA

Parrachos

Os parrachos (corais) de Maracajaú são os mais ricos da costa nordestina. Para pegar a água cristalina, vá em época de lua cheia ou nova, num dia em que a maré baixa ocorra perto do meio-dia. Cacife o passeio de lancha; é bem mais civilizado do que o de catamarã (em vez de ir e voltar com a tropa toda, você vai num pequeno grupo e pode escolher entre vários horários para voltar).

 

 

PRAÇA DAS FLORES

Da Camilla

A vida noturna dos visitantes é na Ponta Negra, mas os natalenses continuam gravitando pelos bairros centrais de Petrópolis e Tirol.

Nesta simpática pracinha de Petrópolis você pode curtir a noite sem turistas — nem as moças que andam atrás deles.

Beba no bar Jobim (número 756) e jante no bistrô Da Camilla (número 736).

225 comentários

Bom dia!!!
Esta será minha primeira viagem a Natal, a princípio estava decidida a um resort com all inclusive, porém, de todos que foram me falaram que seria bobagem esse sistema, vez que como não conheço o local o ideal são curtir os passeios.
Mas gostaria que fosse perto, se possível que visualizasse a praia.
Como agora estou em dúvidas, qual o melhor hotel em custo benefício em Ponta Negra, aliás Ponta Negra é o melhor lugar para se hospedar um casal de meia idade?
Agradeço e peço ajuda, pois estou com muitas dúvidas.

    Olá, Fernanda! Coral Plaza Apart, Araçá, Vip Praia têm boa localização e bom custo x benefício. Manary é o melhor hotel. Quality Suites e Holiday Inn Express, na avenida Roberto Freire (no alto do bairro, longe da praia) são os maiores hotéis do bairro.

Olá pessoal, estou juntando as informações para viajar a Natal em março/2012, e quero fazer tudo por conta própria, sem agência de viagens. Meu interesse é me hospedar em Ponta Negra alguns dias, e também ficar uns dias em Pipa. Estou em dúvida se vale a pena ficar uns dois ou três dias em Genipabu ou apenas um passeio é o suficiente (minha viagem será de 8 a 10 dias). E mais, como vocês sugerem a sequência do roteiro, o que conhecer primeiro?
Obrigada!

    Olá, Luciana! Apenas o passeio já é suficiente. O equivalente seria estar no Rio e se mudar para um hotel em Niterói só para ver as praias oceânicas e o MAC.

    Em março você encontrará vaga em todos os hotéis e pousadas. Uma boa estratégia é ficar três dias em Natal para fazer os passeios, então reservar três dias em Pipa para descansar. Os últimos dias você decide na hora onde quer passar, se esticando em Pipa ou voltando a Natal.

Pessoal, tenho uma dica que acho que vale a pena compartilhar com vocês. É sobre um restaurante que está, merecidamente, fazendo um grande sucesso entre os natalenses.

Na minha opinião, em matéria de restaurantes, o verdadeiro “escondidinho de Natal” hoje é o Oustau Bistrot, que fica na Praia de Pitangui, no litoral norte de Natal. É um pequeno bistrô que funciona na varanda da casa da chef, Mila, e só atende até no máximo doze pessoas por vez. É escondidinho porque não está assim tão à mão para quem está hospedado na Via Costeira ou em Ponta Negra. Mas também não está longe. Da Ponte Newton Navarro (esse é seu nome oficial, mas ela é muito mais conhecida apenas como “ponte nova”, que é aquela que fica ao lado da Fortaleza dos Reis Magos) até lá se gasta em média meia hora. Para encontrar, basta seguir as (poucas, infelizmente) placas para a Praia de Pitangui. Na rodovia principal que leva às praias do litoral norte, haverá uma placa à direita indicando a entrada para a Praia de Pitangui. É aí que você sai. Depois de entrar à direita rumo à Praia de Pitangui, virão dois pequenos povoados (umas poucas casas reunidas à beira da estrada). Quando você estiver no segundo povoado, ainda a uma certa distância da praia, comece a prestar atenção e a procurar o nome Oustal Bistrot pintado no muro de uma casa. É aí onde você terá uma de suas melhores refeições. Se se perder, pergunte a algum local onde é “o restaurante de Mila” e seguramente você encontrará seu rumo.

O ambiente é BEM simples. Trata-se, como disse, de mesas dispostas em uma varanda de casa de praia. Não é à beira-mar. Lembre-se: você vai lá pela comida, não pelo ambiente. Mila, a chef, é portuguesa e morou na França por décadas. Veio conhecer as praias de Natal, apaixonou-se e decidiu vir morar no Brasil, na praia, e abriu esse bistrô. O cardápio é enxuto mas ela sempre tem opções fora do cardápio de comidas frescas, notadamente frutos do mar pescados no dia (lagostas, peixes, camarões). A mistura de sabores é perfeita e, como ainda é um “escondidinho de Natal”, o preço é uma barganha para o que oferece. A relação custo-benefício é ótima.

Logo depois que se senta, chegam pães diversos de receita indiana, sempre quentinhos e feitos por ela no próprio dia. Depois, as opções de entradas variam entre pasta de bacalhau, suflê de camarão, shitake salteado na manteiga, coquille de frutos do mar e outras opções, inclusive com carne, pato etc. Como principal, recomendo a lagosta marroquina, o confit de pato com cogumelos salteados, o risoto negro com camarões grandes ou o filé com galette de batatas. Tudo em porções que, se não não generosas, não deixam ninguém com fome. As sobremesas vão de creme brulê a petit gateau de goiabada, passando por suflê de chocolate. O atendimento é feito pela própria Mila. Por isso, não se limite ao cardápio. Pergunte à chef o que ela pode fazer naquele dia, já que sempre existem alternativas disponíveis que mudam de acordo com ingredientes frescos ou sazonais que ela consegue. Aliás, o bistrô segue bem a linha de prestigiar ingredientes frescos e de excelente qualidade.

Seja como for, independentemente do prato escolhido, Mila consegue harmonizar a comida de forma que o sabor permanecerá na sua memória ainda por muito tempo.

O Oustau Bistrot não aceita cartão de crédito. Reservar é essencial, até porque o restaurante é pequeno e não abre todos os dias. Os telefones são os seguintes: (84) 3226-3346, (84) 9947-7818 e (84) 9431-4366. A carta de vinhos é bem limitada e a chef sabe disso. Por isso, ela permite que os clientes levem seu próprio vinho, cobrando uma taxa de rolha de apenas R$ 10. Excluindo as bebidas, espere gastar algo entre R$ 70 ou R$ 80 por pessoa por tudo (pães, entrada, principal e sobremesa).

Tentei fazer um mapa para facilitar e mostrar que não é difícil encontrar o lugar mas o Google Maps ainda não reconhece a Ponte Newton Navarro (apesar de ela já ter mais de três anos). O endereço oficial do Oustau Bistrot é “Avenida Principal, 150, Extremoz, Rio Grande do Norte” (esse o Google Maps reconhece). Talvez sirva também para GPS, mas não testei.

Recomendo demais o Oustau Bistrot para quem quer almoçar ou jantar bem e quer algo mais local, fora do circuito turístico. Quem já estiver pelo litoral norte, pode aproveitar a proximidade. Quem estiver em Natal propriamente ou no litoral sul e quiser aproveitar, por exemplo, um dia de chuva para se fartar comendo bem, tem aí uma excelente e recomendadíssima opção.

    O restaurante de Mila é mesmo maravilhoso. Comida saborosa e o ambiente, apesar de simples, é agradável. Bem “caseiro”, na verdade. Meu prato preferido é o camarão com abacaxi grelhado e passas brancas, mas tudo lá é delicioso.

    Além disso, dá pra encaixar o restaurante numa visita [fora do esquema “bugueiro”] às lagoas e dunas de Pitangui e Jacumã, que são bem próximas.

    Nas noites de janeiro, o restaurante costuma lotar de veranistas. Então, se for em janeiro, prefira o almoço.

E aproveitando o ensejo da minha viagem Porto Alegre-Natal-Porto Alegre, incrível como eram desconfortáveis os assentos dos dois aviões da Tam que eu peguei na ida. Era que nem sentar em tábua. Não é mole fazer 5 horas de voo naqueles bancos, não…

Mas, na volta, a Azul se mostrou bem mais confortável, com poltronas macias e que acomodam bem o corpo. Mas poderia dar uma olhadinha com carinho num apoio de cabeça melhor.

Desculpem o “choro”, mas é que a gente de Porto Alegre viaja muitas horas para ir a qualquer lugar do Norte e Nordeste.

Acabei de chegar de Natal. Fiquei no Coral Plaza e não me arrependi. O apartamento standard é excelente, enorme, com cozinha, sacada, sala, sofá, cama king, ótimo banheiro. Imaginem então os apartamentos mais caros. O café da manhã é bom, nada de mais, mas supre bem as necessidades de qualquer um, com sobras. Funcionários atenciosos e instalações bem cuidadas, com uma piscina bem agradável.

Pena que achei Natal muito maltratada pelo “bicho homem”. Aquela natureza linda ali e uma ocupação – desculpem a palavra – bagaceira na orla de Ponta Negra, Praia dos Artistas e Genipabu. E o resortões são muito, mas muito feios para estar num local tão privilegiado pela natureza.

Natal é uma cidade legal, mas está precisando cuidar mais da ocupação urbana e também privilegiar mais o turista que não vai atrás de sexo. Andar na Ponta Negra estava impossível…

Boia, acabei de fechar uma semana na pousada toca da coruja, na praia do pipa. Sempre foi uma das pousadas na minha listinha “quero ficar” e nem pesquisei muito sobre a praia até ler no meu guia um comentário do Ricardo dizendo que os carros páram na praia e abrem o porta-malas para o pessoal curtir o som. tô em pânico, é isso mesmo?!

    Olá, Cássia! Aqui quem responde é A Bóia. Isso só acontece no Carnaval e na Páscoa. E a pousada não está na área mais muvucada da rua principal. Os quartos são bem recuados, junto à mata. Não se preocupe com barulho na Toca!

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