Inconsolável: vou perder a palestra do Tony Wheeler

Tony Wheller, backpacker at heart

Em 1972, dois jovens mochileiros, o inglês Tony e a irlandesa Maureen Wheeler, viajaram da Inglaterra à Austrália por terra, pela Ásia. Ao concluírem a viagem, era tanta gente perguntando os detalhes que eles resolveram fazer um guia mimeografado — que vendeu 1.500 exemplares. Tomaram gosto pela coisa, ficaram um ano e meio pelo Sudeste Asiático e então escreveram Southeast Asia on a shoestring.

Três décadas e meia mais tarde, o livro do Sudeste Asiático é um dos mais de 500 títulos da série Lonely Planet — que Tony vendeu há poucos anos à BBC.

Pois o cara que inventou o turismo organizado mochileiro vai estar em São Paulo dia 13, terça que vem, para dar uma palestra na Fnac da Paulista, às 19h30.

O mais cruel de tudo: EU NÃO VOU ESTAR AQUI! Não vou poder tietar nem dar vexame em público. Mas se você quiser fazer isso por mim, vá e me conte, pufavô.

61 comentários

Ate o dia 22 os guias Lonely Planet de treze cidades europeias estao disponiveis para download gratuito na app store para Iphone e Ipod touch. Desculpem a falta de acento e c cedilha, problemas no teclado. A intencao eh auxiliar quem precisou ficar mais tempo na Europa em funcao do vulcao.
Abcs

Assisti à palestra. Inicialmente, ele falou por uns vinte minutos, meia hora, contando a história do Lonely Planet. Começou com uma primeira viagem de Londres até Sidney via Ásia, toda feita “on the cheap”, para usar uma expressão dele. Quando ela acabou, veio o guia mimeografado, de relativo sucesso, e a vontade de continuar viajando. O casal voltou à estrada, desta vez pelo sudoeste asiático e foi aí que veio o guia “Southwest Asia on a Shoestring”, o primeiro grande sucesso de verdade. A partir dele, os Wheeler foram procurados por outros viajantes com idéias de novos guias e a coisa começou a tomar corpo, com terceiros escrevendo os guias. O principal suporte financeiro veio com o guia da Índia, que, por ser volumoso e, consequentemente, mais caro, trouxe mais dinheiro para a empresa.

Tony Wheeler explicou a origem do nome Lonely Planet. Segundo ele, o guia da Ásia já estava pronto mas ainda não tinha nome. Depois de muito pensar, ele se lembrou de uma música do Joe Cocker em que ele dizia alguma coisa “lonely planet”. Sua esposa, Maureen, imediatamente disse que gostou do nome mas que a música falava mesmo era em “lovely planet”. Ou seja, o nome teria sido “um erro” (palavras dele).

Depois ele falou um pouco da vida pessoal. Disse que hoje tem casas em Londres e em Sidney e mora seis meses em cada, só que sempre viajando. Conhece 143 países. Dificilmente passa mais de seis semanas em casa continuamente. Aos dez anos, seus filhos já tinham ido aos cinco continentes.

Encerrada as palestras, vieram as perguntas. A primeira delas (feita por alguém cuja fisionomia me lembrou o Ernesto que vejo nas fotos), foi sobre blogs de viagens. Muito bem humorado, Tony Wheller respondeu que “o bom dos blogs de viagens é que eles não precisam ser atualizados diariamente. Precisam ser atualizados a cada 45 minutos”. Foram muitas perguntas, mas o resumo das respostas é mais ou menos o seguinte:

– se fosse sugerir a primeira viagem de alguém que só poderia fazer uma única viagem na vida, recomendaria o Japão, porque tudo seria organizado e relativamente fácil para uma primeira viagem mas ao mesmo tempo haveria surpresas como a língua e a cultura, importantes para uma viagem única;

– se ele próprio fosse fazer a sua última viagem, iria para o Iêmen, que não conhece mas sabe que é fascinante, ou para Veneza, que para ele é um lugar especial, diferente;

– assumiu que hoje em dia procura viajar com mais conforto. Disse que já pegou todos os trens de terceira classe na Índia necessários em uma vida;

– reconheceu que seus guias realmente mudaram alguns lugares, com a chegada dos turistas, mas disse que as mudanças em sua maioria foram para melhor, com o incentivo ao transporte público, energia elétrica etc. que em muitos lugares só passou a existir com o aumento de turistas;

– como viaja muito, às vezes faz tudo planejado mas às vezes não sabe nem onde vai dormir. Gosta dos dois tipos de viagem. Mencionou que uma vez parou em uma cidade só para almoçar com uns casais com os quais viajava. O almoço se estendeu e eles resolveram passar a noite na cidade. Terminaram ficando quatro dias no lugar; e

– ressaltou que é importante pôr a informação onde as pessoas a querem. Em telefones, em computadores, em iPads. Mas falou que não duvida da resistência da versão livro. “As pessoas não vão dormir com seus computadores e se um telefone cair na água você não pode simplesmente pôr para secar, sacudir um pouquinho e voltar a usar”.

O evento teve a ver com a divulgação da revista Lonely Planet no Brasil. Foi bem interessante. O cara é uma simpatia.

Minha nossa, todo mundo tem um mimeografo em casa?

É uma pena to indo a São Paulo de 14 A 18 e na agenda não tenho uma hora vaga se quer, se a remarcação não estivesse custando tão cara, eu com certeza toparia, mas só pelo entusiasmo do amigo Riq, confesso que não conheço o trabalho deles, vou pesquisar a respeito e com certeza vou pedir para meu irmão da uma conferida e me contar tudo depois.

É um luxo passar por aqui novamente,

Otimo FIMDS a todos.

Caro Ric, estou com esta sensação de frustação por nao poder ir na convenção (sou de BH e tenho casamento da minha irma, inclusive sendo madrinha) e assim poder te conhecer pessoalmente, assim como os tripulantes!

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