Maldivas: escolha seu paraíso, parte II (por Bruno Vilaça)
Texto e fotos | Bruno Vilaça
O Bruno Vilaça, sócio da agência capixaba Superviagem, continua a narrar a sua passagem por hotéis incríveis das ilhas Maldivas.
Na primeira parte, foram resenhados o hotel Niyama e o complexo Anantara (Nadhu, Veli e Dhigu). Agora, o Bruno faz a gente sofrer, digo, sonhar mais um pouquinho com dois dos hotéis mais luxuosos do arquipélago. Conta tudo, Bruno:
Huvafen Fushi: luxo na medida
Após 40 minutos de lancha, a chegada em um dos hotéis mais caros das Maldivas me fez parar pra pensar. Tenho a impressão que o conceito de luxo está mudando muito rapidamente, os viajantes de alto padrão estão mais sofisticados em sua essência e não mais se satisfazem apenas com a extravagância tradicional das aparências. Buscam sim o luxo nos detalhes, na autenticidade, nas experiências sob medida, em uma situação que o “ter” deu lugar ao “sentir”.
O Huvafen Fushi pode não ser o hotel que tenha os melhores bangalôs ou aquele em que o luxo esteja mais aparente, mas com certeza é um dos mais privativos, discretos e elegantes, à sua maneira.
São dez anos sendo eleito como um dos melhores hotéis das Maldivas. A proporção é de mais de cinco funcionários por bangalô. As pessoas aqui são realmente apaixonadas pelo que fazem. Isso, paixão! É disso que eu tô falando.
Um hotel poético, digamos. Ou seria sexy?
Muito chique sim, mas sem nenhuma ostentação. Luxo puro e simples. Aqui todos te chamam pelo primeiro nome. Minimalista, sereno, com extrema atenção nos detalhes.
Uma ilha pequena, envolvente, onde fica fácil se localizar. São apenas 44 quartos, o menor deles com 125 m².
Como se realmente precisasse de motivo, eu me achei a pessoa mais importante do mundo durante minha estada. Juro. E olha que a Naomi Campbell também estava lá. 😀
Extravagância aqui é ter um mordomo pra chamar de seu. O meu era o amável Nine Two, que estava sempre a postos, atento a tudo, 24h por dia. Ostentação é receber um recadinho dele logo cedo: “Bom dia Bruno, acho que você acordou mais tarde hoje, mas fique tranquilo que já adiei o seu horário no spa. Take your time, you are in the Maldives!”. Como não amar? Um beijo, Nine Two. <3
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Aliás, o hotel tem um fuso horário especial, 1 hora à frente, tudo para prolongar o tempo de sol dos hóspedes e fazer o dia render.
Exclusivo, mas relaxado. Pequeno, mas completo. Pode estar lotado e você nem percebe — as pessoas preferem curtir a piscina e praias privativas de suas suítes. Sim, todos os bangalôs têm saída direta para o mar e uma piscina própria.
E olha que a piscina principal, de borda escandalosamente infinita, é pra lá de convidativa.
O hotel tem uma das melhores vidas marinhas nas Maldivas, nos corais bem em frente à ilha.
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Você pode sair nadando do seu bangalô e encontrar arraias, tartarugas, tubarões-bebê e peixes, muitos peixes. Fui fazer stand-up paddle e o mar estava cheio — de golfinhos. Desculpaê.
“Bruno, reme naquela direção, você terá uma surpresa”, disse um dos três biólogos residentes do hotel.
Voltando para a praia fomos convidados a alimentar arraias, ritual que acontece todos os dias às 18h30.
Logo depois você pode embarcar com seu parceiro (apenas você e ele) em um passeio de dhoni (o tradicional barco maldiviano) e aproveitar o pôr-do-sol para fazer um brinde. E não é um pôr-do-sol qualquer, é um dos mais fascinantes da sua vida.
Como se vê, é um hotel de experiências personalizadas, feitas à mão para cada casal.
O centro náutico do hotel é completíssimo, tem seabob, jet-ski, parasailing, kitesurf. E por US$ 60 você pode também adotar um coral e batizá-lo com seu nome. Em casa você receberá imagens de sua evolução. Fofo.
A experiência gastronômica é digna de muitas estrelas, em todo o momento, todos os lugares. Um hotel de sabores frescos. O restaurante Raw é um restaurante de cozinha leve, que oferece refeições anti-jetlag para quem acabou de chegar de voos longos. O Salt é o lindo restaurante em cima das águas, onde da sua mesa você verá uma família de tubarões que mora logo ali embaixo. A cozinha, claro, é de frutos do mar.
Vinum é a inusitada adega do hotel, construída abaixo do nível do mar e considerada uma das mais completas do Oceano Índico, com mais de cinco mil rótulos. O sommelier veio me explicar que há um trabalho incessante para selecionar vinhos de altíssima procedência, só que mais leves e adequados ao clima. Por lá é oferecida uma generosa degustação por US$ 250, que pode parecer caro, mas compensa — os vinhos servidos custam até 3x mais que isso no mercado.
O spa é um desbunde, com duas lindas salas de tratamento envidraçadas abaixo do nível do mar. Você relaxa com a massagem e também vendo os peixinhos passando pra lá e pra cá. Nesse momento é você que está dentro do aquário e toda a vida marinha está lá fora te observando.
Crianças são bem vindas, mas não é um resort família. Não há kids club, apesar de existir algumas atividades exclusivas para os pequenos. O público majoritário é de casais em lua de mel e comemorações, com altíssimo índice de repeaters. Inglaterra e Rússia são os principais mercados.
E fica a minha dica: os lagoon bungalows, apesar de bem mais baratos, não ficam nada a desejar aos ocean bungalows. Economize. Obrigado. De nada. 😉
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Cheval Blanc Randheli: um hotel de superlativos
Impactante? Extravagante? Fabuloso? Talvez algo perto disso.
Lugar do luxo descomunal, opulência e ostentação sem limites.
Grandioso, assim é o Cheval Blanc Randheli, operado pela LVMH Hotel Management (divisão do império do luxo Louis Vuitton Moët Hennessy), com certeza um dos maiores e mais aguardados investimentos da hotelaria nos últimos anos.
Também pudera, com essas credenciais de grife e uma localização deslumbrante, seria tolice subestimar o quão fascinante seria esse lugar.
Um hotel que esfrega riqueza na sua cara. Mas um verdadeiro paraíso, acima de tudo. O hotel promete e entrega uma experiência de rara exclusividade, sem economias em luxo e mordomias.
O welcome-lounge no aeroporto já antecipa tudo que te espera 40 minutos de voo depois. O hidroavião customizado para o hotel é único nas Maldivas em modelo executivo, com assentos em couro e serviço de bordo para apenas nove passageiros.
Chegando lá você não tem descanso, não tem escolha, é privacidade e elegância 24h por dia. Foi lá que Kate e William foram descansar depois do nascimento de Baby George. Sabidos!
Um hotel para quem gosta de arte, arquitetura e grifes. Cada canto parece ter sido preparado para ser fotografado para uma revista de design.
O design é estonteante. Automaticamente virei fã do Jean-Michel Gathy, arquiteto responsável pelo projeto. Levam também sua assinatura hotéis como o Point Yamu by Como em Phuket e o Aman Canal Grande em Veneza, além de outros Park Hyatt, Jumeirah, Banyan Tree e Shangri-La por aí.
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Os quartos. Ah, os quartos! Abrindo as portas de 7 metros de altura, você é recebido com uma Moët Chandon gelada e a notícia que o abastecidíssimo frigobar é cortesia e reposto duas vezes ao dia.
São 45 suntuosas vilas, concebidas como residências privadas, em estilo loft. Todas com pelo menos 130m², idilicamente construídas nos melhores recantos de cada uma das seis ilhas que compõem o hotel.
Sim, o hotel não fica em uma ilha, o hotel fica em um arquipélago.
A decoração mescla as características das palhoças típicas com o que há de mais contemporâneo no design. Mais moderno e cosmopolita que qualquer outro hotel nas Maldivas. Tudo de muito bom gosto, ótimo gosto.
A mistura do mármore de Carrara com o couro, casca de coco, pedra, palha, madeira e cores quentes, em ambientes sempre muito serenos e arejados, não ofende. Muito pelo contrário, é uma mistura que deu certo.
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Com tecnologia de ponta, que eu jamais vi em nenhum outro hotel do mundo, todos os comandos são automatizados através de um iPad: controle das luzes, ar condicionado, cortinas, TV, som ambiente, portas e aviso de ‘do not disturb’.
Cada vila tem sua imensa piscina com borda infinita em 12 metros de pura bossa. E é obrigatório deixar as cortinas sempre abertas e da sua cama ter vistas infinitas e apaixonantes do horizonte.
Aqui você não tem só um mordomo, você tem um ‘Majordome’ para cuidar da sua estada e um ‘Alchemist’, uma espécie de concierge particular, para cuidar das suas experiências. A função deles é ficar o dia inteiro criando maneiras de te agradar.
Para lembrar suas raízes francesas, todos os funcionários são obrigados a te saudar no idioma de Victor Hugo. Meio afetado, eu sei, mas eu gostei, admito. Bonjour, monsieur.
A piscina principal é enorme, linda e perfeitamente fotogênica. São 625m², com piso de pedra, mas quase sempre vazios. Todos preferem ficar em seus quartos. Com razão. Contudo, o serviço é um pouco relapso, acho que eles ficam surpresos quando veem alguém por ali.
Alguns podem até achar o hotel um pouco impessoal e artificial. Sensação que é acentuada pelo frio (mas educadíssimo) staff, quase 100% asiático. Talvez falte um pouco mais de calor no serviço. Mas o hotel é novo, tem pouco mais de um ano de inaugurado, e logo deve aprimorar esse deslize.
De qualquer forma, são quase sete funcionários por bangalô — imagina o nível de paparico que isso significa. O gerente de alimentos e bebidas te encontra todos os dias para cuidar das reservas de suas refeições. Já a simpática sommelier se lembra do seu vinho que você tomou na noite anterior e te conta uma deliciosa história a cada novo pedido.
O spa leva a grife Guerlain e fica em uma ilha adjacente, oferece tratamentos sofisticados e conta com um lindo pavilhão dedicado à yoga e tai chi. Mas se você ~não estiver disposto~ as massagistas podem ser convocadas para uma sessão em sua própria vila. Você manda.
São quatro restaurantes de alta gastronomia e o carro-chefe é o elegante Le 1947 que serve um disputado jantar de 15 etapas e poderia estar tranquilamente em Paris ou qualquer outra grande capital. Exclusivo ao ponto de só abrir às segundas e quartas-feiras, este é o mais badalado restaurante em todas as Maldivas, nível Michelin.
Na marina está localizado o delicioso Deelani, com cozinha italiana mediterrânea, meu favorito para o almoço.
No jantar, o surpreendente Dyptique é a pedida. Um imenso balcão é dividido por dois chefes: um japonês e um espanhol. Você escolhe o seu preferido, senta ali e ele te serve ao vivo da cozinha suas criações do dia. A conta fica em torno de US$ 300 por pessoa. Sim, comer é caro por aqui.
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O White é o restaurante principal, uma brasserie contemporânea onde é servido o maravilhoso café da manhã a la carte. Você também pode solicitar que o chef vá até a sua vila, onde há uma cozinha completa à disposição. Sem menu fixo, peça o que quiser. Simples assim.
O Le Carrousel Kids Club é absolutamente fantástico, com babás francesas, brinquedos lúdicos e piscina com espreguiçadeirinhas personalizadas. Dá até vontade de voltar a ser criança.
O Le Paddock Teens Club oferece entretenimento tecnológico dos mais atualizados e é o ponto de encontro dos adolescentes.
O simulador de golfe e o uso das duas quadras de tênis são grátis. Aliás, todos os esportes aquáticos não motorizados são gratuitos. Assim como a academia, que não perde em nada para as melhores da sua cidade.
Há corais próximos ao hotel, mas as melhores opções estão em um raio de 10 a 15 minutos de distância. Aqui você pode alugar um dos iates mais luxuosos de toda a região para praticar mergulho ou snorkel.
E quem disse que Maldivas não é um destino de compras? Aqui tem uma concept store completíssima que vende exclusivamente produtos de edição limitada do próprio grupo LVMH: Acqua di Parma, Hublot, Céline, Fendi, Bvlgari, Kenzo, Pucci, Marc Jacobs, Tag Heuer e claro, Louis Vuitton. Prepare o cartão!
O hotel possui apenas três categorias de quartos: island villas (com praia e jardins privativos), garden villas e water villas. As water villas, as menos caras do tarifário e poeticamente lançadas em píers sobre o mar, na parte mais remota da última ilha, já te atenderão plenamente.
E não se preocupe, em cada vila há um par de bicicletas para poder andar livremente.
Além de famílias russas e árabes, há também europeus (especialmente franceses) em grande quantidade, além de baluartes da indústria da moda, celebridades, a realeza, e claro, nós. 😀
O Cheval Blanc Randheli não é para todos os gostos, uns poderão achá-lo over ou impessoal demais, mas desafio qualquer um a achar algum defeito nas vilas do Gathy. Elas são, definitivamente, algumas das melhores acomodações do mundo e valem o investimento.
Aqui você vê que o dinheiro pode te levar a lugares inimagináveis. Aqui se paga, aqui se tem. Bienvenue au paradis!
Bruno Vilaça viajou pela Superviagem a convite do Huvafen Fushi e do Cheval Blanc Randheli.
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Comentários
Incrível seu relato. Objetivo. “Vendeu” os hotéis de forma muito natural. Não havia lido nada assim antes (e olha que eu procuro…). Parabéns.
Estou indo em agosto, mas preciso achar algo com um custo total (diária+bebida+comida) menor que R$6K.
Claudio, compartilhe aqui com a gente o que vc conseguiu de BBB lá nas Maldivas 🙂
Bruno, que lugares maravilhosos! Todos eles! Parabéns pelo relato apuradíssimo.
Wow! Como não se apaixonar por um lugar desse?