Viagem à Europa: como fazer o convênio do INSS
Uma informação que pouca gente sabe – a gente mesmo não sabia, até ler este post do Aquela Passagem há um ano – é que o Brasil tem convênio com o INSS de oito países, incluindo quatro europeus: Portugal, Espanha, Itália e Grécia. Isso significa que, para viajar a esses países (e somente a esses) não seria necessária a emissão do seguro Schengen, que atende a exigências de outros países do tratado, como Alemanha e França.
Atualização importante:
O Tony Gálvez do De Viaje a Brasil nos informa que a cláusula do convênio entre Brasil e Espanha que garantia reciprocidade no atendimento foi suspensa. Para a Espanha é necessário ter seguro-assistência. (Obrigado, Tony!)
Só que a coisa não é automática, não. Para fazer valer esse convênio, você precisa obter o Certificado de Direito a Assistência Médica (CDAM) em agências específicas do INSS. Sem esse certificado, você não estará segurado. Para conseguir o CDAM, é preciso comparecer a algum desses endereços apresentando documentos, como passagem de ida e volta, CPF, passaporte, carteira de trabalho (para celetistas), últimos contracheques ou contribuições sociais e certidões de casamento e nascimento para dependentes.
Vale a pena? Um seguro-assistência para uma viagem de 15 dias à Europa sai em torno de R$ 180, normalmente parceláveis em seis vezes sem juros. E vem com assistência por telefone em português – o que é um conforto nas emergências – e a possibilidade de visita por especialistas sem que você precise ir a um centro de saúde. Os planos Schengen cobrem coisas como regresso antecipado ao Brasil por motivos médicos ou por morte de familiar e repatriação de corpo. Sendo necessária uma internação, o seguro pode pagar a vinda de um acompanhante. Os seguros-assistência ajudam a localizar bagagem extraviada e, dependendo do plano, reembolsam perdas.
O melhor uso do convênio do INSS é para viagens longas – por exemplo, de estudo – quando a contratação de um seguro-assistência de longa duração representaria um custo alto demais.
Caso você opte por emitir o certificado de convênio, porém, não se esqueça de fazer um seguro Schengen para os períodos em que estiver em outros países europeus – incluindo Reino Unido e Irlanda, que não exigem (mas nem por isso você deve viajar desassistido).
Quem tem cartões de crédito Platinum, Infinity e Black pode também usar o seguro oferecido pelo cartão. Normalmente são automáticos para quem compra a passagem internacional com o cartão (confira nos seus benefícios). No entanto, saiba que pode haver uma burocracia a mais na ativação do seguro (podem exigir a prova de que a passagem foi comprada pelo cartão) e você pode ter que pagar as despesas e pedir reembolso depois. (Nos seguros-assistência convencionais você não paga nada dentro dos limites contratados.)
Não dá para prever a qualidade do atendimento médico – recebemos relatos sobre experiências boas e ruins, embora a maioria tenha sido de clientes satisfeitos. Mas, na parte operacional, as seguradoras tendem a funcionar melhor do que os cartões de crédito, segundo os depoimentos dos nossos leitores.
Depoimentos de leitores sobre seguro-assistência:
Marcos – Maria Flávia – Fernando – Francisca – Fernando – Luciana – Marcelo – Paulete – Gustavo – Silvia – Claudio – Carlos Eduardo – Alexandre – Alexandre – Márcio – Stela – Luciana
Depoimentos de leitores sobre seguro dos cartões:
Wanessa – Patricia – Thiago – Marcelo – Carlos – Juliana – Thay – Rafael – Celio – Luxcoelho – Elaine – Gustavo – Nick – Raimundo – Breno – Lu – Schnaider
E você? Já viajou com o convênio do INSS? Como foi a emissão e o atendimento?
Leia mais:
- Seguro-saúde no exterior: a Wanessa usou (e conta como é)
- Seguro-assistência no exterior: os relatos dos leitores que precisaram usar
99 comentários
Pena que não vale pros estatutários!!!!
Maiores detalhes dá pra ver aqui:
https://sna.saude.gov.br/cdam/
Dica super útil! Dessa, eu não sabia!
Eu sempre acompanho as informações dadas por aqui e em todas as viagens que fiz, me foram muito úteis!
Espaço muito bom, Ricardo!
Curti!!
Como o cartão de crédito dá direito ao seguro, apesar de saber do convênio do INSS, sempre faço o Schengen, mas conheço que fizeram o do INSS ms não precisaram, felizmente, utilizar na Europa.
Ricardo, uma atualização muito importante. O convênio sobre Seguridade Social entre o Brasil e a Espanha continua existindo, mas foi suspensa a cláusula do referido convênio que estabelece a prestação mútua de serviços de saúde aos segurados dos dois sistemas de previdência. Está pensando ir para a Espanha? É imprescindível estar em posse de um seguro de saúde. Abs.
Obrigada, Tony! Vamos atualizar!
Feliz de poder ajudar. Eu também fui pego de surpresa por essa mudança.
Olá Pessoal
Ano passado fiquei na Ítalia por 1 mês e, antes de viajar, fiz a declaração de convênio. Foi tudo muito fácil. Liguei para obter detalhes e quais documentos precisava levar, agendei um horário e levei toda a papelada. Em Curitiba funciona no mesmo prédio do Ministério da Saúde, os atendentes são super simpáticos, fizeram na hora e nem precisei levar nenhuma cópia autenticada, tudo em cópia simples acompanhado dos documentos originais. Ah! Não tem custo e não tinha absolutamente ninguém na fila, de modo que o agendamento de horário nem era necessário. A informação que recebi é a de que poucos turistas valem-se deste convênio, embora seja gratuito para os contribuintes do INSS e seus dependentes. Felizmente não precisei utilizá-lo em solo italiano.
Morei na Espanha de nov/2012 – agosto/2013, antes de viajar fui atrás dessa história para fazer meu convênio. Na época o convênio da Espanha com o Brasil estava suspenso, não sei se houve alguma mudança nesse meio tempo…
Acabei fazendo o seguro da World Nomads que oferece uma cobertura bem grande, com um preço excelente!
Boa tarde. Gostaria de uma informação. Vou para Paris no mês de maio deste ano e me indicaram o Hotel Le Littré Rua Littré. O que vc acha do hotel e do lugar? Ficaria mto grata.
Olá, Analu! Este é um post sobre seguro-saúde. As resenhas de leitores sobre hotéis de Paris estão aqui:
https://www.viajenaviagem.com/2011/02/hoteis-em-paris-os-depoimentos-dos-leitores/
Eu faço este seguro desde 2006, quando fizemos o Caminho de Santiago e a pessoa que na época nos vendeu a passagem tentou nos empurrar um seguro. Só que nos sites sobre o caminho o pessoal já dizia que este era aceito. Então fizemos. Até hoje nunca usamos (ainda bem), mas realemnte só serve para saúde. Para lance de malas e outras coisas melhor mesmo acionar o do cartão ou comprar um seguro.
Muito interessante.
Muito bom, não sabia disso!