Villa La Angostura com crianças: os relatos do Amaro e da Ana

Hostería Antuquelen, Villa La Angostura

Quando estive agora em março em Villa La Angostura, o vilarejo beira-lago a 80 km de Bariloche (e no caminho de San Martín de los Andes), vi que não eram exagerados os elogios que tinha ouvido sobre o lugar. Ainda estou devendo um post próprio. Ainda bem que o Amaro saiu do Recife agora em julho e levou as filhas de 7 e 10 anos (e os seus pais) para passar cinco dias por lá e nos presenteou com este testemunho. Sem mais delongas, passo a bola para ele:

Aeroparque

Caos total. Como não há fila única (com aqueles divisores) e os guichês são válidos para todos os voos, cheguei com 1h30 do meu voo para Bariloche (Villa La Angostura) e tive que sair em outro porque passei ‘apenas’ 2 horas na fila do check in, sem nenhuma informação disponível. Uma característica curiosa nos aeroportos (Ezeiza, Aeroparque e Bariloche): na área de check in e de embarque os painéis avisam os horários de chegada e não de partida, que seria o mais lógico.

Bariloche

Ainda bem que meu destino era Villa La Angostura, pois a calle  Mitre & cia. ficam parecendo a 25 de março na véspera de Natal. Se não gosta de muvuca, fuja. Para a criançada vale a pena o parque de diversões na neve Piedras Blancas: o velho esquibunda em versão macro. Diversão na certa.

Villa La Angostura

Maravilhosa. Só a estrada já vale a viagem. Ficamos na Hostería Antuquelen; os donos Marta e Alejandro são muito atenciosos e a pousada é muito aconchegante (tem até piscina térmica ao ar livre). Vale a pena. A cidadezinha é uma delícia, praticamente uma rua com lojas e restaurantes. Há uma fábrica de ‘pastas’, Nicoleto, que tem um restaurante no andar de cima que é coisa de cinema, fica em uma rua transversal. Para evitar os ‘gafanhotos’ eles estão com uma campanha contra os ônibus de turistas. Minha filha adorou o termo, não podia ver o pessoal da CVC com suas roupinhas azuis e amarelas, para tentar descobrir se eram gafanhotos ou formigas (a classificação era em função do estrago que faziam na cidade).

O Cerro Bayo, para ser ‘boutique’ é muito pretensioso: para quem não esquia ou esquia pouco, não há muito o que fazer, os restaurantes/bares são apertados e com cardápio restrito. Mas o visual é maravilhoso (segundo minha irmã que seguiu viagem para San Martín de Los Andes, Chapelco é muito melhor, com estrutura mais variada).

Vale também um passeio a Puerto Manzano, na beira do lago, há umas pousadas lindas e alguns restaurantes e o visual é estonteante. A dona da Antuquelen disse que a alta temporada deles é no verão, o pessoal viaja muito para pescar, passear de barco e fazer esportes de aventura. Já fui na região em janeiro e sei que também é muito bonito. Se for no inverno e alugar um carro, não esqueça de pedir as ‘cadenas’ (correntes) para colocar no pneu. Lá é mais úmido que Bariloche, neva mais e boa parte dos acessos às pousadas não é pavimentado, o carro patina que é uma beleza.

Obrigadíssimo, Amaro!

Villa La Angostura no inverno

(A foto “conceitual” do portão abandonado em Puerto Manzano é da Luiza, filha do Amaro.)

A Ana Luisa também acabou de chegar de lá e escreveu um guia detalhadíssimo na caixa de comentários. Claro que eu tinha que trazer para cá! Fala, Ana Luisa!

Chegando em Bariloche uma van nos aguardava e fomos para Villa La Angostura onde nos hospedamos no El Faro. O hotel realmente foi um capítulo a parte. Fica debruçado sobre o lago Nahuel Huapi e é de um bom gosto impressionante. São apenas 15 suítes, uma diferente da outra, divididas em 4 categorias (boutique, especial, superior e suíte). Nós ficamos em duas suítes especiais que se comunicavam com o fechamento do corredor. Lindas e enormes! O meu quarto tinha uma bela varanda e uma banheira gigante com vista ao lago.As janelas eram inteiras, ou seja, até o chão, de modo que você acordava com as montanhas nevadas e o lago escancarado sobre o seu quarto. O atendimento foi de primeira.Funcionários muitíssimo bem preparados e extremamente solícitos. Jantamos dois dias no hotel e em um deles comi o melhor sorrentino de jamón y queso da minha vida. Sensacional. Ao final tivemos uma agradável surpresa pois embora tivéssemos reservado e pago 50% da estadia (que seria de 27/07 a 03/08) efetivamente só chegamos no dia 28/07 por conta de problemas com a Aerolíneas e eles não nos cobraram essa diária, embora os quartos estivessem reservados para nós. Achei bacana. É uma excelente opção de hospedagem, com um ótimo custo x benefício.

Quanto à Villa: foi uma experiência inesquecível. Concordo com o Amaro. Fomos um dia a Bariloche e me senti extremamente oprimida com a quantidade de gente, notadamente de brasileiros. Sem dúvida, Bariloche tem mais opções de diversão para crianças, todavia, ao meu ver não compensa.

O Cerro Bayo é um lugar lindíssimo, cercado de verde e bem menos muvucado que o Cerro Catedral de Bariloche. Tudo parece novinho. A organização deixa um pouco a desejar. No Cerro comemos em um lugar estilo bandejão chamado Tronador. A comida estava razoável (milanesas com papas fritas) porém achei caríssimo. Há também um bistrô Barsorvia (do Las Balsas) no Cerro, mas estava lotado.

O restaurante Nicoletto ( também mencionado pelo Amaro) é muito bom, as massas são fantásticas e o preço bem camarada (pagamos 240 pesos por 5 pratos com vinho incluído – Alto de las Hormigas, que não é um vinho tão barato). Além disso comemos no La Caballeriza ( sim é a mesma de Bsas) onde comemos um excelente bife de chorizo. Indico também a truta do Las Varas (fica na Av. Arrayanes) e os morrones ( pimentão assado) do Los Pioneiros (Av. Arrayanes).

À parte desses restaurantes menores, que ficam na própria Villa, tomamos um chá no Las Balsas (que fica para o lado contrário ao nosso hotel, mas é belíssima. Pude visitar a suíte top deles e é fantástica. Também é bem exclusiva com apenas 13 suítes, mas o preço é bem mais salgado que o El Faro). E na última noite jantamos no Correntoso (que vale a visita)onde comi um excelente risoto de vegetais e por incrível que pareça paguei o mesmo preço que o bandejão do Cerro Bayo. O hotel é extremamente suntuoso e pareceu ter uma ótima estrutura para crianças, mas faz o gênero hotel grande (sem perder o charme é verdade). El Faro, Luma, Sol Arrayán e Correntoso ficam praticamente lado a lado na Av. Siete Lagos.

Quanto aos passeios, fizemos o Bosque Arrayanes (com uma balsa praticamente nossa) que saía do Porto de Angostura; Cerro Bayo; um passeio de quadriciclo bem bacaninha contratado no La Piedra ( na subida do Cerro Bayo) onde também tem tirolesa e arvorismo (canopy) e alugamos um Suzuki ( super barato, diga-se de passagem – custou 200 pesos por dia com limite de 200km) na locadora 100X100 que nos proporcionou fazermos um passeio ao Cerro Otto em Bariloche. A estrada que liga Angostura a Bariloche é de tirar o fôlego ( 80km).

A roupa de esqui e equipamentos alugamos no Bananas que fica na Arrayanes e tem bom preços e roupas novinhas. Mas atenção: Achei roubada total alugar equipamentos embaixo porque é um peso insano para subir até o topo do Cerro Bayo. Melhor pagar (bem) mais caro e alugar lá por cima mesmo.

Só fiquei na vontade de ir a San Martin de los Andes pela Rota dos 7 lagos, mas nevou muito e a estrada estava sem condições. Fica para uma próxima.

Desculpem o tamanhão do comentário, mas super indico essa viagem. A família toda adorou. Já havia ido em Bariloche em 2006 e apesar da variedade de atrações não troco Angostura por lá nem a pau.

Muchísimas gracias, Ana Luisa! Ninguém mais precisa comprar guia pra ir a Villa La Angostura!

Para ler o relato completo da viagem do Amaro, incluindo suas impressões de Buenos Aires (Buenos Aires Bus, outlets de Villa Crespo, Parque de la Costa e outras milongas  mais), clique aqui. E os contratempos da Ana Luisa com a Aerolíneas em Buenos Aires estão aqui.

159 comentários

Ola;
Gostaria de saber se vale a pena ir a Villa Angustura em novembro. E, em caso positivo quais sao os passeios legais p se fazer nessa epoca.
P.S: tem tirolesa, arvorismo nesse periodo?

    Olá, Laíse! Novembro ainda estará frio para entrar no lago, mas os passeios lacustres estarão valendo, assim como a Rota dos Sete Lagos.

Olá, estive em Villa angustura agora em julho de 2013, não é exagero os comentarios positivos sobre ela, uma delícia, calma, tranquila e a estação de ski perfeita para quem começa. Minha filha de 6 anos skiou muito bem e foi até a pista numero 3 muito legal. Restaurante central da vila “180” papas fritas com milanesa muito bom, chocolate quente não gostamos e os sanduiches de milanesa dão para duas ou três pessoas tranquilamente. Alugamos o material na loja da Villa que se chama Bayo Abayo Lá alugamos em dolar Muito bom Vale a pena.

Fiquei indignada com o comentário feito pelo casal Amaro e Ana, sobre as pessoas que viajam pela CVC, acho que em todos os grupos há pessoas educadas e sem educação, por segurança, quando viajamos sozinhos preferimos viajar em grupo. Achei muito preconceituoso chamar de ¨gafanhotos¨ as pessoas que viajam pela CVC.

    Marli,

    agora que vi seu comentário, mas vale uma explicação:

    o termo gafanhoto não se refere à falta de educação. Tem a ver com o conceito de viagens em mega grupos, não só da CVC, que chegam a lugares notadamente bucólicos (e que por isso as pessoas os procuram), ‘consomem’ seus recursos, clicam, e depois vão embora. Não há pequena cidade que suporte montar uma grande estrutura para receber muitas pessoas de uma só vez e depois ‘desmontá-la’ aguardando a nova leva. Isso tem a ver com sustentabilidade (temos vários exemplos Brasil afora).
    Não é preconceito, é constatação de situações observadas não só em Villa La Angostura. Também vi isso em Noronha, na Praia do Espelho e em outros lugares.
    Acho que cada lugar tem uma vocação e a grande pedida é respeitá-la e não cabe a mim, simples transeunte, alterá-la. Seja a ‘muvuca’ da Calle Mitre de Bariloche, a Passarela do Álcool em Porto Seguro e a piscina do navio em direção a Noronha ou a tranquilidade de Villa La Angostura, do Espelho ou do Sueste. Simples assim.

    Marli;
    Em primeiro lugar Amaro e eu não somos um casal. São dois relatos distintos. Sequer o conheço.
    Ademais, o termo “gafanhoto” era usado à época pelos locais, de uma forma bem humorada e não preconceituosa, notadamente face ao grande número de turistas com o mesmo “uniforme”.
    Lembre-se, o bom humor torna a vida mais leve ;-)!

Acabei de retornar de Bariloche no dia 21 de julho e a semana que ficamos nao nevou, inclusive o Piedras Blancas ficou fechado por falta de neve. O cerro Bayo estava com a pista muito lisa e dura, o Cerro Catedral so se podia esquiar a partir de 1600 metros, pois abaixo estava sem neve, No Cerro Otto sempre tem neve, porem nao estava fofa e sim dura e lisa. O Extremo Encantando que se oferecia caminhada com raquete, fizemos sem as mesmas e muita lama, mas a panorâmica que se tem é linda. Adoramos o passeio de quadriciclo na neve a noite, Noche Nórdica, pois na noite anterior havia nevado e ficou divino. Ficamos no Hotel Crystal, bem no centro da Mitre, serviço bom. Excelentes restaurantes, El Patacon, El Boliche de Alberto, Familia Weiss e Las Pastas de Gabriel

Oi! Vou com meu filho de 9 anos para Bariloche em agosto. Quero fazer um bate e volta para La Angostura, mas estou com medo de dirigir um carro alugado (nunca dirigi na neve) e tb não gosto do pinga pinga de passeio de agência. Alguma indicação de motorista ou empresa q possa no levar sem ser no esquema de grupão? []

    Olá, Ju! Infelizmente não temos esse tipo de indicação em Bariloche, mas certamente seu hotel terá um “remis” (carro com motorista, especializado nesse tipo de passeio) para indicar.

Olá. Estou indo para Villa em agosto e tenho algumas dúvidas. Gostaria de saber se existe algum tipo de transporte da Villa para Cerro Bayo (que não seja taxi ou aluguel de carro). Além disso, gostaria de saber se vale a pena alguar um carro, inclusive pra ir pra Bariloche e passear pela região. Somos iniciantes no snowboarding, gostaria de saber se a pista de Cerro Bayo é legal para iniciantes. Obrigada

    Oi Raquel eu aluguei um carro durante todo o tempo que ficamos (6 noites). Porém, não sei se é necessário, já que o Cerro Bayo é muito perto do centro, o taxi deve ficar com um bom preço. Já para se deslocar para Bariloche (cerca de 1 hora) ou Chapelco (cerca de 1 hora com paisagens DES-LUM-BRAN-TES), vale a pena. O único problema é que dirigir na neve não é p/ qualquer um. Nós rodamos na pista e atochamos na neve quando voltávamos de Barileche e a neve começou a a se acumular na pista muito rapidamente. O lance é que não nos informamos sobre como utilizar as correntes. Sorte é que estávamos muito devagar e não vinha carro na direção oposta. Depois disso, ficamos com medo. Nos dias de nevasca, utilizamos o taxi. Eu não me arrependo de ter alugado, porque tive muita liberdade de horários (ainda mais com crianças pequenas). Porém se informe sobre como usar as correntes e como deve ser a direção na neve.
    Nós fizemos esqui, mas posso dizer que a pista de iniciantes do Cerro Bayo é beeeeem fácil e segura. Muito boa para aprender. Se tiver facilidade, rapidinho pode ir p/ outras mais difíceis.

Olá… Sou fã do site e acompanho Ricardo Freire desde que li Viaje na Viagem e amei, obrigada pelas dicas que segui esses anos todos. Escrevo pq vou a Villa La Angostura em meados de Agosto, ficarei 5 dias. Pretendo fazer os passeios indicados e sei que estará frio, não vou esquiar. Que roupas devo levar # Preciso alugar roupas lá # Aguardo contato. Grata desde já, Siomara

    Olá, Siomara! Só precisará alugar roupas se for entrar em contato com a neve. Leve botas impermeáveis, luvas, um bom casaco e roupa de baixo térmica.

Pretendo ir a Bariloche de 13/08/2013 a 17/08/2013 e 17/08/2013 a 19/08/2013 a villa Angostura. Queria saber se neste Periodo é comum cair neve, meu objetivo é ver neve caindo. Obrigada

    Olá, Marilba! Sim! Em agosto tem neve! Se você vai ver a neve efetivamente caindo, aí já é com a natureza, não dá pra prever nem agendar 🙂

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