Zorah Beach, luxo exótico e pé na areia no Ceará 1

Zorah Beach, luxo exótico e pé na areia no Ceará

Alguns dos hotéis mais incríveis do Brasil não foram construídos por grupos hoteleiros — nem mesmo por gente que já tinha negócios correlatos, como restaurantes. Hotéis como o Txai, a Ponta dos Ganchos, a Vila Naiá e o Kenoa foram abertos por viajantes que simplesmente resolveram abrir os hotéis em que gostariam de se hospedar.

A história se repete agora no Zorah Beach, que acabou de abrir em Guajiru, perto de Flecheiras, 135 km a oeste de Fortaleza. Foi ali que o executivo indiano Sumeet Dhillon proclamou o seu “fico!”, trocando uma transferência para uma filial de outro país pela nova vida de hoteleiro.Sumeet materializou no seu Zorah Beach a sofisticação serena dos pequenos hotéis de luxo da Ásia. Não, o hotel não é grande. São apenas 16 apartamentos (chamados suítes), 4 bangalôs e um superbangalô (chamado vila).

Banheiro da suíte
As suítes ficam no fundo do terreno, em quatro blocos de quatro unidades, cada qual com saída numa direção (você nunca topa com o vizinho entrando ou saindo do apartamento). Têm 50 m² e varanda (sempre com uma nesguinha de vista para o mar, ao longe). Os banheiros são lindos, com banheiras de hidromassagem revestidas de pastilhinhas (depois de ver uma dessas, as Jacuzzis perdem a graça). Os equipamentos são os mesmos das unidades mais caras: travesseiros de pluma de ganso, roupa de cama e banho Trussardi de algodão egípcio, cama super king-size, máquina de café Nespresso, Veuve Clicquot no frigobar.

Na fileira seguinte ficam os quatro bangalôs, de 90 m². As camas têm dossel; na varanda há uma daybed; e os banheiros são verdadeiras sala de banho (a hdromassagem, aqui, é para casal). As paredes têm pintura floral que aumenta o romantismo (e remete à Índia).

VilaA vila funciona como suíte presidencial: tem 140m², um lindo tapete iraniano e uma piscina particular na varanda.

Zorah Beach

Zorah Beach

Zorah Beach

Toda a parte da frente do hotel — pelo menos um terço do terreno — é reservada para os ambientes sociais. A piscina é um arraso, com decks molhados e gazebos balineses (além de outra jacuzzi).

Bar da praia

Zorah Beach

À esquerda da piscina, em frente ao bar, há um gramado com daybeds.

O restaurante fica no canto esquerdo. Apesar da decoração remeter à Índia, o cardápio é contemporâneo, criado e executado por uma chef uruguaia, que revisita a cozinha regional e oferece pratos com um ou outro toque exótico. Meu camarão com arroz de tamarindo, seguido pela crème brûlée de cardamomo, estava excelente.

(Assim que forem desembaraçados os últimos containers na alfândega, o restaurante deve ganhar um autêntico forno tandoor, de onde sairão naans e parathas, os divinos pães indianos. E um chef importado do subcontinente fará uma residência de alguns meses para incorporar uma seção indiana ao cardápio.)

O café da manhã é um pequeno desfile de delicadezas. Frutas, iogurte e uma torradeira ficam num pequeno buffet, mas todo o resto vem à mesa. O destaque são as quiches, que mudam toda manhã de sabor. Por Lord Shiva! Como pude passar tantos anos da minha vida sem comer quiche no café da manhã? É o prato perfeito para começar o dia 😀

Zorah Beach

Piscina natural
A praia em frente é absolutamente deserta — mas não é tão amigável quanto as praias das vilas de Guajiru ou Flecheiras. Mas durante a maré baixa, caminhando cinco minutos para a esquerda, você pode aproveitar piscinas naturais que dificilmente terão outros freqüentadores.

O serviço é jovem, sorridente e compenetrado; está sendo treinado pelo gerente Alejandro Ureta, que fazia parte da equipe que abriu o Txai.

Zorah Beach

Zorah Beach

Se não contassem, não daria para perceber — mas os tais containers que estão na alfândega estão repletos de sedas, móveis e objetos que aumentarão ainda mais a sensação de luxo e exotismo. É para viajar sem sair do hotel.

Ricardo Freire hospedou-se a convite do Zorah Beach.

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46 comentários

Mais uma prova de que o litoral do nordeste têm muitas pérolas e os gringos estão aproveitando para fazer os investimentos certos. Com a duplicação da 085(rota do sol), o litoral oeste do Ceará será em breve um roteiro imperdível no Brasil!

riq, qdo vc diz que o mar em frente não é tão amigável quer dizer que o mar é bravo? perigoso?
obgda.

    Mil, na maré baixa dá pra entrar sem problema. Na maré alta eu senti um pouco de repuxo; ficaria na piscina.

Riq, complementando eu não iria ao litoral nordestino para usufruir de um estilo de vida asiático. O estilo de vida do nordeste com toda a riqueza cultural e simplicidade exorbita.

    Maria das Graças, eu normalmente sou bem implicante com hotéis no Brasil que usam temática balinesa e congêneres. Mas neste caso é a expressão da cultura do dono, acho válida; será uma viagem autêntica.

    Quando chegarem os panos e objetos (e fornos!) indianos o hotel deve ficar um deslumbre. Existem pontos de contato entre a cultura indiana e a nordestina 😀

    Riq, eu não sabia dessa relação cultural entre os nordestinos e indianos. Gastronômica sim temos muita já que diversas frutas abundantes no nordeste vieram de Goa. O coco supõe-se que veio flutuando pelos mares.rsrsrs

Riq, fiquei muda quando vi esse hotel, com esse estilo e nesse lugar. Não consegui escrever nada. Limitei-me a percorrer o litoral até Paracuru, que conheço bem da minha infância, e de lá fui até Guajiru, que situa-se logo depois de Paracuru, e localizei esse hotel.
Sabe o que me vem na cabeça quando hoje volto online a Paracuru? águas vivas. Leite, escasso na época, para aliviar a queimação. Meu Deus! Que sofrimento!

Fantástico! Já tinha entrado no site do hotel, mas os detalhes postados aqui são ainda melhores. Adorei!

É incrível como a gente às vezes não enxerga o que tem por perto. Moro em Fortaleza, nunca tinha ouvido falar desse hotel e a impressão que tenho é a de que não saiu nada na imprensa local sobre o estabelecimento.

Depois de um feriadão como o passado, em plena segunda feira de trabalho, topar com um post desses é de aumentar a depressão pós-feriado! 🙂

Ricardo suas avaliacoes sao deliciosas de ler. Sempre da vontade de ir imediatamente. Nao se furte de escrever sempre. Faz toda diferenca. Abracos

Vou ter que ir… Já que os demais: Txai, a Ponta dos Ganchos, a Vila Naiá e o Kenoa, ainda não rolou, vontade é muita e o d$nd$n é pouco.

    Tô com você, Rosa. Esses que você citou são verdadeiros sonhos de consumo, mas ainda tenho que ralar muito pra dar conta 🙂 Será que as diárias desse são mais “amigáveis”?

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