Passeios: reservo agora ou deixo para quando chegar?

Passeio pelo parque de Torres del Paine, Chile

Noto pelas perguntas deixadas nas caixas de comentários que a questão dos passeios é uma grande fonte de stress para muita gente — sobretudo para quem nunca viajou de maneira independente.

No Brasil, a tática normalmente usada pelas agências que fazem o receptivo dos pacotes é tentar fazer o freguês comprar o máximo de passeios extras (“opcionais”) ao chegar (praticamente no traslado entre o aeroporto e o hotel). Muita gente compra — tanto pela comodidade de não precisar mais esquentar a cabeça com isso, quanto pelo certo terrorzinho encenado pelo vendedor, que pinta as maiores dificuldades do mundo para quem não aderir à programação pré-montada.

Muito bem: saiba que em lugar turístico nenhum do planeta vão faltar fornecedores de passeios. Antes de você decidir viajar para ………. (preencha os pontinhos com qualquer destino), dezenas, centenas de milhares de turistas já tiveram a mesma idéia. E durante todo esse tempo o lugar foi se estruturando para receber você e levar a sua turma para onde vocês quiserem.

Fique sossegado, que na própria recepção do hotel você deve encontrar cardápios de passeios, possivelmente de mais de um fornecedor. Se o lugar for pequeno, sempre haverá uma rua principal com agências de receptivo. Fora do primeiro mundo, também vale a pena combinar passeios de meio dia ou dia inteiro com taxistas. Enfim, é muito difícil você não conseguir se encaixar num passeio já para o dia seguinte. Digamos que… o mundo conspira para isso 🙂

Passeios que devem ser reservados com antecedência

Em tudo o que houver (1)  limitação séria de vagas, (2) possibilidade de furar fila ou (3) desconto para venda antecipada, a reserva acaba recomendável (quando não obrigatória). Saia de casa com o trem para Machu Picchu confirmado, com a travessia do Buquebus comprada e com todos os fura-filas possíveis de museus e monumentos na Europa e nos Estados Unidos marcados.

Quando valem a pena pacotes com passeios incluídos

Caso você vá fazer uma viagem muito picadinha a lugares exóticos, em que os passeios necessariamente são guiados e você não vai ter tempo de chegar e escolher na hora, então vale a pena considerar circuitos com passeios incluídos. Isso pode ser feito com excursão convencional ou com guias privados previamente arranjados. Para contratar os guias privados, localize uma agência de viagem (física ou virtual) especializada no destino, ou peça por email indicações ao hotel em que você vá ficar, ou procure no site oficial do destino (ou no site da embaixada do destino no Brasil, ou no site da embaixada brasileira no local) indicações de guias recomendados.

Ecoturismo é outra modalidade em que os passeios incluídos fazem sentido. Você já sai de casa com todos os passeios garantidos (como todos são feitos em grupo, muitos necessitam de quorum mínimo). E as boas agências sempre inventam novos passeios para sair dos lugares mais manjados (e crowdeados).

A receita para o viajante independente

Reserve apenas os passeios cuja antecedência compensa (vagas limitadas, hora marcada ou descontados).

Vá com tempo sobrando, para não precisar tomar nenhuma decisão precipitada. Você pode chegar à conclusão, por exemplo, que alguns desses passeios podem muito bem ser feitos por conta própria. Ou decidir que alguns não têm essa importância toda — apenas querem levar você para longe do lugar que você foi visitar (acontece muito). Você pode também descobrir novidades que ainda não viraram carne de vaca.

Agende os passeios de acordo com a sua disposição e a previsão do tempo. E, acima de tudo: não se deixe escravizar pela noção de que um dia sem passeio é um dia sem viagem. Muitas vezes o melhor do lugar é exatamente onde você já está 🙂

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117 comentários

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