Em maio passado, o leitor Marcio Antonio viajou a Aruba para passar sua lua de mel. Aproveitou as boas tarifas da baixa estação e voltou com um relato completíssimo. Foram nove dias aproveitando as praias e curtindo vários passeios e restaurantes. Com a palavra, o Marcio Antonio:
Voltei da minha lua-de-mel há algumas semanas. Ficamos em Aruba entre 10 e 19 de maio, e também quero deixar o meu relato.
Vôos. Fomos com milhas da Gol. Reservamos em agosto do ano passado, então foi bem tranqüilo para conseguir lugar. Na volta, o nosso era praticamente o único vôo decolando do terminal de partidas “não-EUA”. A única coisa é que os free-shops e os restaurantes não esperaram o nosso embarque para fechar.
Hotel. Ficamos no Radisson, também reservado em agosto de 2011, e pegamos um desconto de 45% na diária. Como a diária não incluía café, pedi frigobar vazio e fui atendido (enchemos com compras num supermercado próximo). Na chegada, tenho a impressão de que ganhamos um upgrade, pois minha reserva era “garden view” e do nosso quarto dava para ver a piscina. Fomos cadastrados no One Cool Honeymoon, um programa do governo de Aruba. Ganhamos um par de camisetas e uma garrafa de champanhe. Eu ainda tinha encomendado o “romance package” (doces, mais uma champanhe e pétalas de rosas espalhadas no quarto), que foi montado exatamente como eu pedi (não na hora da chegada, mas depois que saímos para jantar na primeira noite). Ficamos satisfeitíssimos com o Radisson, fomos muito bem atendidos, piscinas ótimas, pessoal sempre muito atencioso. A reserva incluiu 200 dólares de crédito de bebida (o que não foi usado foi abatido da conta final do hotel), 25 dólares por pessoa no spa e 100 dólares no cassino, que foi nossa única vacilada. O crédito era um sistema de “match play” que levei 45 minutos pra entender, perguntando para 3 pessoas diferentes. No fim não ganhamos nada e fomos embora depois de perder $40.
Praias. Ficamos mais em Palm Beach mesmo. O cenário é lindo, a água é um pouquinho fria mas muito boa, e não tinha muita gente. Como não somos de madrugar, íamos para a praia depois das 10 horas e sempre havia palapas vazias. A regra no Radisson é a seguinte: às 16h do dia anterior abrem as reservas de palapa. Mas, se você reservou, precisa ocupar até 10h, caso contrário ela passa a ser de quem chegar primeiro. No nosso primeiro dia lá, achamos uma palapa vazia na fileira da frente; nos dias seguintes, não tivemos a mesma sorte, mas não faz tanta diferença. Palm Beach é bem tranqüila, sem ondas, a correnteza puxa um pouquinho, mas nada para se preocupar. O espaço dos banhistas é bem delimitado, separado do espaço dos barcos, jet skis e outros equipamentos motorizados.
Também fomos a Arashi passar umas horas. Eu curti, é bem mais vazia que Palm (achamos palapa vazia às 11 horas, e olha que são pouquíssimas!), só tem um cara alugando espreguiçadeiras por $5 cada uma. Entrar na água exige um pouco de paciência porque é muita concha e pedrinha; uns metros pra dentro d’água e o chão volta a ser de areia. É divertido ver as gaivotas e pelicanos mergulhando a poucos metros de onde você está. O mar tem muita alga flutuando, voltei pro hotel com o calção cheio delas. Fomos de ônibus urbano mesmo, tem de hora em hora.
Não fomos a Eagle, nem a Baby. Vai ficar pra próxima.
Parece que maio é um mês ideal para ir a Aruba, pois é baixa temporada e a ilha não fica tão lotada; Aruba depende muito do calendário americano. Se é inverno, o povo vai pra lá; se é verão, o povo vai pra lá; se tem spring ou autumn break na escola, o povo vai pra lá. Mas em maio não tem nada dessas coisas.
Passeios e atividades. Pra mim o ponto alto da viagem foi snorkeling com o Aruba Bob. São passeios com grupos pequenos (o nosso foi praticamente personalizado, éramos só nós dois) em Mangel Halto, longe das paradas da maioria dos passeios de snorkel normais. Reservamos por e-mail e nos perguntaram tudo, se já tínhamos feito snorkel (nunca), se nadávamos bem (minha esposa sim, eu não), etc. Eles fornecem coletes salva-vidas, pé de pato, máscara, snorkel, tudo de primeira. E ainda tem um “scooter”, um motorzinho que facilita o deslocamento no mar e economiza esforço de perna. Como éramos novatos totais, fomos levados primeiro pro raso e, quando estávamos pegando confiança, para as regiões mais fundas. Espetacular! Depois do passeio ainda dá para tomar um banho na base do Aruba Bob. Em poucas horas já estavam no Picasa fotos nossas e dos peixes e corais que vimos naquele dia. Saiu $40 por pessoa; por mais $20 eles buscam e levam ao hotel.
Também fizemos o Jolly Pirates, que pára para snorkel em três pontos (o local onde afundou o navio alemão Antilla, da Segunda Guerra; Malmok; e Boca Catalina). Eu esperava mais da temática pirata; o único sujeito vestido a caráter estava em terra, no check-in. O equipamento de snorkel é daquele “genérico”, mas resolve. O dia estava muito claro e deu pra ver boa parte do Antilla. O almoço que eles oferecem é bom e tem open bar. No fim, rola um “rope swing”, um tipo de trapézio de onde o povo se lança no mar. Eu não fiz, mas parece divertido.
No último dia fizemos o passeio de submarino. Assim, é legal, no fundo do mar você vê coisas que não vê no snorkel, mas no fim achei muito caro pelo tempo que você passa lá embaixo e, além disso, é muito mais divertido estar no mar ali do lado dos peixes que sequinho e confortável dentro do submarino. Não faria de novo, uma vez já é suficiente.
Também fizemos o Sunset Sail da De Palm. É bem tranquilo, duas horas passeando por todo o lado oeste da ilha, desde Arashi até Baby Beach. Tem open bar. É um negócio bem romântico, para quem está procurando algo do tipo.
Com a Aruba Active Vacations fizemos duas atividades. A primeira foram aulas de windsurfe. Por um problema de e-mail as nossas reservas não tinham sido registradas, mas quando chegamos lá eles deram um jeito e nos conseguiram um instrutor na hora. São duas horas, divididas em: 15 a 20 minutos ainda em terra, quando o instrutor passa o básico sobre como segurar a vela, ir reto e fazer curvas; mais 40, 45 minutos na água, com o instrutor ali do lado passando orientações; e na hora final ficamos por nossa conta (na prática, é uma hora de aula e outra como se estivéssemos só alugando o equipamento). Fisherman’s Huts é uma área bem rasa, mesmo muitos metros pra dentro da água, mas não tem banhista porque o fundo é todo de pedra; até por isso ganhamos botinhas de neoprene. Windsurfe é muito divertido, mas exige um bocado de equilíbrio (nesse sentido parece patinar no gelo); acabamos mais tempo dentro da água que sobre a água. É algo que faríamos de novo, com certeza.
Ainda com a AAV fizemos landsailing, que basicamente é velejar na terra; em vez de barco, você usa um carrinho de três rodas movido à vela; o piloto pode aplicar mais ou menos tensão na vela, o que aumenta ou diminui a velocidade. Não tem freio; basta botar o carrinho contra o vento que ele pára. Minha esposa ficou meio angustiada com a falta de freio, mas quem curte velocidade vai adorar. Também foi uma sessão de duas horas, numa área ainda deserta perto do farol California.
Cidade e compras. Achamos Oranjestad bem mais ou menos, ainda mais quando comparada com Willemstad, em Curaçao. Fomos ao Bon Bini Festival, que ocorre toda terça, e achamos interessante, mas achei que o Fort Zoutman fosse maior. O museu de antropologia, perto do Renaissance, é muito interessante, vale uma visita! A Main Street estava em reforma, mas dava pra circular por ela mesmo assim. As lojas bacanas da Main Street ou sumiram ou se esconderam de nós, se bem que não estávamos atrás de marcas e grifes, então não botamos muito esforço em encontrá-las. Mesmo assim, a impressão geral foi de que Curaçao parecia melhor para compras. O que acabamos levando para casa foram guayaberas (comprei uma na Angelo, na Main Street, e outra na Mad Hatter, em frente ao Radisson), muita coisa da Aruba Aloe (o gel Alcoholada e o Burn Aid curam qualquer vermelhão em dois dias, juro!), um pouco de cerâmica de Delft e quadrinhos de uma artista chamada Maria Onni, que fica perto do Smokey Joe’s, em Palm Beach. Isso era o de mais típico, mas também acabamos levando um ou outro bracelete/brinco/pulseira/colar das feirinhas do centro ou de Palm Beach.
Transporte. Usamos muito o ônibus nos deslocamentos, é barato e prático, só não tem ar condicionado. No site do Arubus você pode baixar um PDF com o mapa das linhas e os horários de partida. Só achei que faz falta uma linha que vá de San Nicolas à área dos hotéis, sem ter que fazer baldeação em Oranjestad. Seria muito útil para ir ao aeroporto, por exemplo (se bem que é proibido levar bagagem nos ônibus), ou a Savaneta.
Restaurantes. Uma coisa que aprendi viajando com meu pai: no almoço vale qualquer coisa, mas dê a si mesmo um jantar decente. Realmente, nossos almoços em Aruba variavam entre Wendy’s e Starbucks, tirando um dia no Taste of Belgium (muuuito bom, e quem curte cervejas especiais — que lá são coisa normal — vai gostar ainda mais). Mas os jantares valeram a pena.
- Papiamento: o lugar é muito romântico, um casarão do século 19, e você janta à beira da piscina. O cardápio tinha opções bem temperadas (eu peguei camarão com molho de curry e leite de coco).
- La Playa: é o “jantar pé na areia” do próprio Radisson. Foi uma orgia gastronômica, creme de frutos do mar dentro do pão italiano, salada, filé mignon e lagosta, e creme brulée de sobremesa, tudo com um “personal garçom”. Experimentamos lagosta pela primeira vez.
- Gianni’s: recomendação que peguei aqui no VnV, e realmente curtimos. Foi o mais diferente, já que mistura a cozinha italiana com peixes e frutos do mar. Eu fui de risoto de lagosta, aprovadíssimo!
- Madame Janette: é um dos mais conceituados de Aruba, e na minha opinião era o que tinha os pratos mais criativos. Minha esposa pegou camarão com molho funghi e queijos gouda e gorgonzola, show de bola! Também tem opções bem temperadas: o bolinho de caranguejo da entrada era bem picante.
- Barefoot: nossa melhor experiência gastronômica em Aruba, no conjunto da obra (comida, serviço, local etc.). Você pode escolher entre pé na areia e um deck bem simpático (ficamos no deck). A entrada foi mahi-mahi defumado com cream cheese. Eu peguei um pedaço enorme de atum com molho teriyaki, e minha esposa foi de camarão, lagosta e vieiras.
- Driftwood: no centro de Oranjestad, decoração super estilosa (o dono é pescador; de manhã ele oferece passeios de pesca, e à noite serve o que pescou); peguei o pescado do dia (wahoo fish), foi o peixe mais diferente que comi na ilha, é bem mais consistente que os outros, tem que cortar com faca mesmo. Delicioso.
- Smokey Joe’s: foi nossa noite da costelinha com barbecue. Sem comentários, ali você perde toda a elegância para pegar até o último fiapo de carne grudado no osso.
- Passions: nossa última noite em Aruba foi um jantar pé na areia. A comida é boa, mas não é de fazer você ver estrelinhas. Mas o serviço é muito, muito atencioso, aquele toque que faz você querer voltar.
- Papillon: na noite em que voamos de volta, a previsão era jantar no aeroporto, mas descobrimos que os restaurantes abrem cedo, então jantamos em Palm Beach mesmo. Comida gostosa, mas porções francesas, se é que vocês me entendem.
Um aviso geral: parece que Aruba não é para quem gosta de jantar tarde. A maioria dos restaurantes fecha às 23h. No dia do nosso bate-volta a Curaçao, o vôo de volta atrasou e só saímos do hotel pra jantar às 22h. O Smokey Joe’s já não estava mais aceitando gente porque a cozinha estava fechando, então fomos percorrendo os restaurantes. No Soenchi's eu perguntei se estava aberto e a mocinha convidou pra entrar. Pedimos entrada, suco, mas na hora de pedir o prato ela disse que o prato X a cozinha já não estava fazendo, o Y não tinha mais, enfim, resolvemos comer o petisco, tomar o suco e pular fora por causa disso. Acabamos no Tango Argentine Grill, que dá pro gasto. Parece que fazem o peixe na mesma grelha das carnes, ficou com um gostinho de churrasco, mas não é nada que vá estragar seu jantar.
E um detalhe: se você faz a reserva pela internet, muitos restaurantes perguntam se é aniversário, lua de mel, enfim, alguma ocasião especial. Por causa disso ganhamos taças de champanhe no Madame Janette e no Barefoot; no Passions o músico tocou uma canção para os casais em lua de mel e a sobremesa veio com vela e tudo, com “happy honeymoon” escrito no prato; na saída, ganhamos duas porçõezinhas de “bolo preto”, uma tradição local para desejar felicidade.
Uau, Marcio Antonio! Agradecemos pelo mega-relato!
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