Klein (ou "Pequena") Curaçao é uma ilhota inabitada que está a duas horas de barco da "grande" Curaçao. O Neto fez o passeio a bordo do catamarã da Bounty, em um tour de dia inteiro que custa 98 dólares e inclui bebidas e refeições. Ele admite que pode ser um dia cansativo, mas considerou a praia de Klein Curaçao a mais bonita de sua viagem. Vai pelo Neto:
A viagem realmente foi muito bonita e divertida, apesar de um pouco cansativa. Saímos do hotel Renaissence às 6h40 com o trânsfer que foi contratado à parte por apenas US$ 9 por pessoa e passamos por vários outros hotéis para pegar muitas pessoas que iriam na mesma viagem conosco. Acredito que ao total éramos umas 40 pessoas, fora a tripulação. Contratamos o tour direto no hotel, onde se paga um adiantamento em dinheiro e o restante é no dia da viagem, podendo ser em dinheiro ou cartão (o preço é o mesmo que se for feito pelo site).
O passeio se inicia com um café da manhã simples, mas saboroso: café, leite, chá, pão preto com queijo e pão de hambúrguer com presunto (mas pode colocar também tomate e alface). A recomendação para aqueles que costumam a enjoar é de evitar comer e beber muito porque durante a ida o barco vai contra o vento e as ondas e balança bastante. Depois do café, o capitão faz uma palestra de segurança, em ótimo inglês, muito divertida e elucidativa. Para os que não falam inglês ele repete ao final uma versão reduzida em espanhol que dá para entender.
A navegação começa por volta das 8h10, e às 10h10 já estávamos na ilha, cuja a praia é uma beleza encantadora, certamente a mais bonita que visitei nos 10 dias em que fiquei em Aruba e Curaçao.
O restante da ilha é bastante seco e deserto.
Existe uma pequena vila de pescadores, que está abandonada, um farol antigo e em ruínas e os destroços de dois barcos aos quais se pode chegar perto depois de uma caminhada de uns 15 minutos.
Para caminhada recomendo usar umas trilhas que foram feitas de concreto, porque a ilha é muito pedregosa e tem umas plantas que se parecem com os nossos carrapichos mas machucam muito. Se for caminhar é melhor levar calçados fechados ou uma sandália com sola grossa e não se aventurar pelo meio das moitas.
Em se tratando do que levar, a recomendação é, além da câmera (de preferência uma à prova d'água, para resistir ao embarque e desembarque feito pelo bote de borracha que nos deixa a uma profundidade de água na cintura e poder ser usada junto com o mergulho para fotografar os peixes), toalhas (o hotel fornece) e muito protetor solar. O capitão recomenda usar somente protetor e não bronzeador, porque o sol realmente é muito forte e existem poucos lugares para se proteger. Para beber e comer não é preciso levar nada, já que eles fornecem tudo (sistema all inclusive), até bebidas alcoólicas a partir do meio dia. A regra do open bar é que você pode beber tudo o que quiser e puder (refrigerantes, suco de laranja, água, cerveja, vinho branco e rosé, rum, vodka e alguns drinques) desde que, ao final da jornada, você possa sair andando por seus próprios meios do navio
Quando se chega na ilha, o catamarã Jonalisa fica a cerca de 50 metros da praia, e quem sabe nadar pode mergulhar imediatamente após breve palestra do capitão sobre segurança na ilha e horários e ir nadando. Para os que não sabem, ou querem levar algo consigo, os botes ajudam a chegar até próximo à areia, mas é preciso desembarcar antes da arrebentação das pequenas ondas, o que dá água pela cintura. Aliás, o embarque e desembarque pode ser uma aventura para pessoas idosas ou muito novas e somente é recomendado para quem está em certa forma física.
Durante todo o período da viagem a tripulação se esmera muito em cuidar de tudo e todos, sempre de bom humor e bem solicitamente. O capitão é muito simpático e engraçado apesar de fumar muito, aliás o fumo é permitido à bordo desde que não incomode quem está ao lado. O capitão se encarrega de fazer essa regra ser cumprida, mas alerta que a única parte do barco totalmente smoke friendly é a ponte de comando, onde ele fica.
O suporte com bebidas e um tripulante fica o tempo todo em uma choupana, onde pode se deixar as bagagens levadas à ilha sem preocupação. Como na ilha não há nada para se comprar, carteiras podem ficar a bordo bem como celulares, roupas, mochilas, etc. À ilha só deve ser levado o essencial, como protetor solar e toalhas.
O passeio pela ilha deve ser feito na parte da manhã, quando a temperatura é menor, e ao meio dia se pode voltar a bordo nadando para pegar o início do open bar. Ao meio dia e meia os botes começam a levar as pessoas de volta para o churrasco que é saboroso e simples: peito de frango, costelinha e bistecas de porco para serem comidos com molho de amendoim (especialidade do capitão), salada de macarrão e atum, arroz, salada de repolho, pão e frutas para sobremesa (no dia foi abacaxi e melão).
Depois do almoço pode-se voltar à ilha até as 14h30, quando tudo é recolhido e o barco parte rumo a Curaçao por volta das 15h. Mais duas horas de navegação, agora a favor do vento, então a vela é içada e a viagem é muito mais tranqüila sem o motor funcionando e o balançar das ondas tão acentuado. Hora certa para aproveitar para tomar sol nas redes em frente ao catamarã, tomando cerveja com os amigos e vendo Curaçao se aproximar. Já eram 17h15 quando chegamos e o capitão fez uma breve e divertida despedida.
Ao final, o trânsfer nos deixou no hotel cerca de 18h15, quase 12 horas depois de sairmos. Estávamos exaustos, cheios de sal e um pouco queimados de sol, mas muito felizes por termos passado um dia inteiro nesse pedaço de paraíso no Caribe onde fomos acompanhados por golfinhos durante a manhã (um grupo de cerca de 20 acompanhou o barco por quase meia hora) e tartarugas na água à tarde, e fizemos amigos durante a viagem.
Acredito que quem viaja de Mermaid tem um pouco mais de conforto e menos de aventura, porque o navio é mais fechado e lá na ilha eles têm um rancho onde é servido o churrasco e deve ter alguma estrutura sanitária. Qualquer que seja a escolha de empresa para visitar à ilha, recomendo àqueles com espírito aventureiro e gosto pelas belezas naturais.
Obrigada, Neto!
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