Carnaval de Salvador sem abadá: Eunice e Adri dizem como

Praia do Farol da Barra, Salvador

O festeiro do Guilherme Lopes (nosso cicerone na maratona de botecos de Beagá, lembra?) está indo com uma turma pro carnaval em Salvador e, não satisfeito em sair em blocos com abadá e corda (tudo já compradinho nos conformes), pediu dicas de blocos tradicionais, gratuitos e sem-corda, para sair entre um blocão e outro.

E tem isso, sô?

Tem, sim — responderam rapidinho as nossas correspondentes soteropolitanas Eunice e Adriane Lima (a Adri, como sabemos, é expatriada mineira). Passo a palavra a elas:

Dicas da Eunice
Dia 2 de março ( quarta ) os blocos acústicos se encontram na Barra. A Banda do Habeas Copus homenageando o Paroano sai Milhó, Gravata Doida e vários outros — 15 blocos mais ou menos –, todos  irreverentes e acusticos. Vai ser um dia especial: a concentração deve ser no bar do Habeas Copus, na Marques de Leão, na Barra.

Todos os dias — no circuito Batatinha (Pelô), bandinhas, grupos de teatro, pessoas fantasiadas, tudo gratuito; muito legal.

Tem a passagem do Gandhi pela Castro Alves. A saída do Ilê. A Banda Eva vai sair sem corda para se encontrar com Moraes Moreira na praça Castro Alves, na terça.

Margareth Menezes vai comandar um trio sem cordas no dia das Mulheres, 8 de março; Margareth também sai segunda, com Tonho Matéria, de graça.

Carlinhos Brown vai comandar, no sábado, percussionistas de vários blocos – de graça, sem corda.

Preste atenção também nos bailes de Carnaval.

Você pode ver a programação oficial do carnaval no site: carnaval.salvador.ba.gov.br

Dicas da Adri Lima

As dicas da Eunice são quentes, como sempre.

Além delas, sugiro pegar a programação no site do Portal do Carnaval e ver, preferencialmente no Circuito Barra Ondina, quando saem os trios independentes. Há trios muito legais, como o de Armandinho (herdeiro dos criadores do Trio Elétrico Dodô e Osmar) e outros grandes músicos, é só ficar de olho.

Eu gosto também da pipoca do Microtrio – é uma Topic, pasme, com uma banda inteira dentro. Vale muito a pena.

Melhores lugares pra pipocar: em frente ao Farol da Barra, bem no gramado, e no Clube Espanhol.

Ah! Tem um bloco, que não é gratuito, mas tá dando um bochicho bom na cidade: chama O Bloquinho, com Jau, cantor e compositor soteropolitano MUITO bom. Acontece no Largo Teresa Batista, segunda de carnaval, à tarde. Começa com um show de Jau, como um esquenta – depois, a banda sai pelas ruas. Começou ano passado, nunca fui, mas já me programei pra ir esse ano! Tá R$80 a meia e $160 a inteira. Não tem abadá, e sim uma peça que eles estão chamando de ‘pano’, algo como uma mortalha.

O Bloco Mascarados é sem custo, só tem que estar fantasiado. O público é predominantemente GLS. Gosto de ir pra concentração do bloco, não costumo acompanhar porque ele sai na quinta praticamente de madrugada… e sexta eu ainda trabalho! Mas é muito animado e divertido. Remete muito aos carnavais de baile e marchinhas.

Em tempo: a Adri fez um post sobre os blocos acústicos no seu blog. Ela andou indo nuns pré-carnavalescos bacanas esses dias, e de repente vem mais post por aí. Confira na Área de Jogos da Adri.

Obrigado, garotas!

Foto tirada no carnaval de 2008 do camarote de Daniela Mercury na Barra.

Leia também:

Pulando de carnaval em carnaval (minha maratona momesca por três carnavais no mesmo ano)

110 comentários

Reprodução de uma nota do site Bahia Notícias, de hoje:

“Representantes de cerca de 100 blocos afros, afoxés, indígenas, travestidos e de trios independentes ingressaram com ação na Justiça reivindicando 30% do lucro dos camarotes, na avaliação deles, gerado pelos seus desfiles. O argumento dos blocos é de que os camarotes estão captando os patrocínios que antes iam para as entidades carnavalescas. De acordo com o jurista Augusto Aras, que assina a ação, o percentual foi calculado com base na Lei 9.615/98, a Lei Pelé, que determina a distribuição de 20% dos lucros obtidos em partidas de futebol entre os atletas que a disputaram. “Os apartados dos lucros exorbitantes são os que fazem a festa. No entanto, não recebem um tostão”, argumenta o presidente da Associação de blocos de Salvador, Otto Pípolo. “Acho uma reivindicação sem lógica e muito oportunista, com números extraídos sem nenhum fundamento. Nada que possa ser levado a sério”, opinou Joaquim Nery, diretor da Central do Carnaval. Informações da Tribuna da Bahia.”

    Concordo com a avaliação feita: a declaração é estapafúrdia, absurda, e a pretensão, irreal. É chororô de quem saiu de moda e perdeu espaço para algo que os deixou ultrapassados do ponto de vista comercial.

Adorei as dicas !!!!!
Sou baiana, mas ha 10 anos não passo o carnaval no Brasil. Como as férias escolares de inverno, em 2012, vão cair durante o carnaval, pretendo ir com um grupo de amigos. Fico contente em saber que ainda existem opções de curtir o verdadeiro carnaval de rua de Salvador. Não sou adepta de blocos nem camarotes e fico triste com a privatização e descaracterização que sofreu o carnaval da Bahia.
Obrigada pelas dicas preciosas

Para quem tiver interesse vai o link do Jornal da Metropole: https://www.jornaldametropole.com.br/, que expressa a opinião de muita gente daqui sobre o nosso modelo de carnaval.

    E a indigência jornalística que permeia a transmissão televisiva, importando umas criaturas comentaristas de outras paragens!!! De uma dessas saiu a seguinte pérola: “como o Gandhi está no circuito da Barra que é para a elite!” Alguns dos camarotes, com seus diversos espaços, entre eles com música alternativa às das ruas, não respeitam o folião “da senzala” (como bem escreveu a Eunice), porque o som ultrapassa as fronteiras desse e não deixa aqueles ouvirem o trio que se aproxima (Planeta Othon foi um deles, denunciado tb na Rd Metropole).

Pessoal, notícia veiculada ontem no portal IBahia:

Márcio Victor, do Psirico, é mais um militante da causa “sem cordas”
por Camila Almeida

Márcio Vitor, vocalista do Psirico, declarou nesta terça-feira de Carnaval que pretende no próximo ano desfilar sem cordas no centro da cidade. A afirmação foi feita na passagem do Bloco Pinel pela passarela do Campo Grande.O cantor interrompeu a sequência de pagodes para elogiar a iniciativa de Saulo Fernandes e banda Eva de sair sem cordas e levar o som do trio para o povão. O Eva participa logo mais do encontro de trios com Moraes Moreira, no trio da Satur. “Quero converter o preconceito que sofri em ações de inclusão do povo neste festa”, declarou, apontando para o prefeito João Henrique, que acompanhava o desfile do camarote oficial.

O link é esse: https://www.portalibahia.com.br/nemteconto/?p=27762

    Adri. Saulo fez um carnaval emocionante com e sem cordas. Agora, o que me envergonha no carnaval de Salvador não é o bloco de corda ( apesar de que a simples existência da figura do cordeiro me envergonha, sim ) – que dá de retorno à cidade sua música, mas sim o camarote que não dá nada de retorno à cidade. Ocupa espaço precioso das ruas e não dá nada em troca. Aliás, uma grande parte ds camorotes virou espaço corporativo, frequentado em sua quase totalidade por funcionários ou convidados comerciais das marcas financiadoras e um punhado de sub-celebridade ( o que nunca foi nossa tradição ), gente que em sua maioria sequer gosta de carnaval e que só está ali porque é trabalho. Gostaria muito, mas muito mesmo que fosse repensada essa ocupação da cidade por camarotes. Para mim parece uma reprodução da casa grande e senzala onde uns poucos lucram exageradamente e a maioria perde muito.

Olá a todos!
Acompanhei um pouco o carnaval de Salvador pela TV e fiquei ainda mais maravilhada e o próximo ano estou em Salvador.
Já conheço Salvador, mas ainda nao tive oportunidade de ir no carnaval.
Agora me falaram que no circuito Dodo o carnaval dura em torno de 7hs é verdade? Como pode isso? kkkkk
Abraços

Senti como nos velhos tempos onde o asfalto era do povo, a alegria não custava caro, os camarotes eram as salas da Av. Sete, a galera era dos amigos, as músicas tinham letra que deixavam saudades, os beijos eram só mais uma brincadeira e não obrigação para mostrar a masculinidade dos garotos e garotas, enfim Saulo trouxe de volta sucessos e o espaço da alegria, sem violência e com amor !!! Viva a PIPOCA DO EVA !!!!

Uma grande iniciativa que deveria ser seguida por todos os grandes artistas: alternando os circuitos com as atrações … em um dia do carnaval sair sem cordas, para a alegria do povo, e neste momento resgatar os ídolos que fizeram os carnavais passados.

Se cada investidor mensurasse o sucesso de público e valores de publicidade com o retorno, poderiam entender que o carnaval é do povo e a ele deve ser devolvido o direito de ser feliz no espaço público e gratuito !!!

Viva a PIPOCA DO EVA !!!!

    A Pipoca do Eva foi linda e deu um gás ao circuito Avenida, com certeza.

    Eu saí de madrugada no Voa Voa, com o Chiclete, e a pipoca estava bem mais vazia que nos outros anos – provavelmente melhor dividida entre os circuitos Barra-Ondina e Avenida que nos anos anteriores.

    Em conversa com uma amiga que acompanha o mercado do Carnaval há algum tempo, ela identificou uma tendência interessante. Com a concorrência direta pelos turistas dos camarotes e blocos, os camarotes estão ganhando de lavada, fazendo com que os artistas e seus trios precisem se reinventar, e uma das formas é alimentando o carnaval sem cordas, já que muitos não conseguem completar a capacidade dos blocos, mesmo. Já é dito há muito tempo que não são os foliões do bloco que pagam a estrutura, e sim os patrocínios. Os patrocinadores do Bloco Eva, como a Brahma Fresh e o Iguatemi, foram parceiros no projeto da Pipoca (e devem estar bem felizes com a exposição na mídia). A Pipoca da Rainha, da Daniela Mercury, que sai sábado, foi patrocinada pelo Banco do Brasil (essa mesma amiga me disse que o trio estava todo identificado com a logo do banco. Mas nesse dia eu tava no Ilê, não vi!).

    Alguns anos atrás, o Guaraná Antarctica resgatou a campanha “Pipoca com Guaraná” e patrocinou o Fobicão de Armandinho, Dodô e Osmar e transformou o trio sem cordas de Carlinhos Brown em “Pipocão”. Na campanha, ela dizia ser a patrocinadora da Pipoca do Carnaval de Salvador. Exagero, podia fazer mais, mas foi um início.

    Deus queira que ela esteja certa. Acho que o ideal era que os blocos com faturamento acima de um patamar estabelecido mantivessem por contrato uma contrapartida de sair um dia sem corda para os foliões pipoca. Mas, muito melhor e mais eficaz que um contrato, será o mercado movimentar o Carnaval para essa direção.

    Já pensou?

    Olha, estou alguns meses atrasado, mas acho esse tipo de nostalgia totalmente fora de lugar, embora respeite muito o direito de cada um ter sua própria opinião.

    O mundo muda, os hábitos muda, a cultura muda. Ou nos adaptamos, ou ficamos chorando sobre coisas do passado.

Gente, em clima de carnaval… esse clip tá circulando pela web. Acessem e tentem descobrir quem é quem…. direto do túnel do tempo! 🙂

https://www.youtube.com/watch?v=nXSu87-7jFg&feature=youtube_gdata_player

    Sensacional!! Daniela Mercury e Margareth Menezes deu pra ver. Tem Ivete? Os outros nao reconheci, mas adorei o clip, demais mesmo!

    Marcia, acho que Ivete estava na escola na época do clip, só sonhando em ser superstar! 🙂
    Eu senti falta do Bel do Chiclete.
    Tem o Durval Lelys do Asa de Águia, um magrelinho de topete.
    E o Ricardo Chaves, um branquinho, também… 🙂

    Lazzo, Sarajane, Armandinho, Tati Moreno, Armandinho. Adorei, Adri…

    Que bom que gostou!! Eu reconheci Lazzo (abre o video, né), Sarajane, Tati Moreno, claro… Armandinho, vou procurar!

    Lazo, Armandinho, Jussara Silveira, Paulinho Boca de Cantor, Tati Moreno, Bobô…

    Adri, vc sente falta de Bel porque naquela época o vocalista do Chiclete era Missinho, que tá no clip. Jorge Zarath tb tá no clip. Jorge Sampaio. Vou tentando reconhecer… Acho que Netinho tá no clip, mas não tenho certeza se é ele.

    afffeeee, esse video é do tempo de Missinho? Caê não reconheceu, então. Quem é? Agora vai materializar uma lenda pra mim,rsrs.

    Tem ainda Anna Valéria (jornalista) e Tonho Matéria…
    Amei!!!!
    Os cabelos estão fantásticos!

    A Daniela menininha meio bochechudinha, o Durval com cara de moleque (estudava arquitetura). Eunice, eu conheçoa as criaturas e tentava lembrar do nome. O Nizan, irmão de Andra Guanaes… Amei! Adoro esta música. E o Chiclete no tempo do Missinho é que era o máximo.

Lady Rasta. Riq e vc deveriam receber o título de embaixadores da Bahia. Além da oficialização do de baianos.:o) Adorei sua matéria.

Ficou bacana, né? E diferente do que o pessoal costuma comentar!! Vc e Dri elogiando eu me sinto ganhando estrelinha no boletim!!

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