Guia de Budapeste
Roteiro Budapeste, dia 1: dicas de chegada e passeio a pé por Buda
Há muito tempo li um texto sobre a capital húngara: Budapeste é uma cidade que você acha num brechó. Você vai lá no brechó de cidades, cata, revira, fuça, e de repente, olha que maravilha: você encontra Budapeste. Nunca esqueci essa imagem criada pelo Ricardo Freire no livro ‘Postais por Escrito’.
Desembarquei em Budapeste com as palavras na bagagem e lá estava ela, a peça de brechó. Eu ousaria dizer que agora ela é uma jóia vintage, de segunda mão, sim, mas muito bem combinada a um visual mais descolado.
Passei 7 dias de verão na cidade com minha filha Alice, de 11 anos, e nos divertimos nos roteiros que incluíram atrações turísticas, piscinas, muitos sorvetes e passeios livres pelas ruas mais centrais. Encontramos uma cidade alegre, jovem, simpática e solar.
Neste post e nos outros três que virão na série “Roteiro Budapeste” descrevo nossos passeios pela cidade Budapeste. Mas antes, algumas informações gerais. (Se quiser pular as dicas básicas e ir direto à caminhada por Buda, clique aqui.)
Chegando em Budapeste: dicas básicas
Do aeroporto de Budapeste ao hotel
Seguindo as orientações do VnV, optamos por ir do aeroporto Franz Liszt para o centro de Budapeste usando o shuttle da MiniBUD.
O serviço tem um balcão de atendimento dentro do saguão das esteiras de bagagem e outro no saguão de desembarque. Fui atendida em inglês, informei o endereço do apart-hotel e paguei em euros o correspondente a 2.700 HUF (florins húngaros) por pessoa (cerca de 8,90 euros).
Depois de comprar o voucher fomos para uma área (ao lado do guichê no desembarque) aguardar nosso número ser chamado no painel.
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O sistema espera formar um grupo mínimo de 4 pessoas que estejam seguindo para uma mesma área da cidade e então indica o número do seu voucher e o número da van que fará o transporte.
Quando identificamos nosso transporte, saímos do saguão e localizamos a nossa van branca logo à direita (o número da van está pintado na lateral).
Entre a compra do voucher, a espera da van, o trajeto até o centro e a chegada ao nosso apart hotel (uma família foi deixada antes de nós) demoramos aproximadamente 1h30.
É possível comprar o voucher antecipadamente pela internet aqui, indicando o horário previsto da chegada, mas eu achei melhor resolver isso na hora, para não ter preocupação com um eventual atraso do vôo.
Se preferir um motorista esperando no desembarque, nosso parceiro Viator oferece trânsfer privado de chegada OU partida.
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Alemanha, Áustria, República Tcheca, Hungria, Polônia, Eslovênia e Croácia
Hospedagem: um flat em Budapeste
Como a temporada era um pouco maior, 7 noites, preferi ficar em um apart (ou flat, se preferir) para ter estrutura mais confortável. Optei pelo 7Seasons Apartments, que encontrei numa dica de leitora aqui no site.
A localização, na rua Király (ou Királi utca), não poderia ser melhor –- pertinho de um largo onde fica a estação de metrô Deák Ferenc tér (dá acesso às três linhas da cidade), com supermercado na esquina, vários restaurantes, cafés, pizarias e hamburguerias no entorno.
Estávamos praticamente no bairro judeu, a uma distância super caminhável do Danúbio e da Váci utca (a ‘rua das compras’).
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O apartamento tem cozinha completa, o que permitiu tomar café da manhã com calma ‘em casa’ todos os dias e jantar em algumas noites.
Uma lava-roupa no banheiro ajudou bastante, mesmo com as instruções em alemão –- decifrei com a ajuda do Google Translate. Há uma varanda pequena onde é possível colocar o secador de roupas disponível no apê.
Na passagem (galeria) que fica embaixo do apart há uma lavanderia automática, três restaurantes e uma pequena sorveteria. E, para não esquecer de mencionar, o wifi era ótimo.
Câmbio em Budapeste
Para trocar euros por forints — ou florins húngaros (HUF) — usei uma pequena casa de câmbio na mesma rua (Király utca 1A), indicada pelo pessoal da recepção do apart. Foi a melhor cotação que vi em Budapeste e sem comissão. No início de julho, a cotação estava a 306 HUF por euro.
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Húngaro é um idioma impossível
É verdade. E eu estava bem preocupada com isso… uma língua em que “o” tem trema e aspas, numa mesma palavra! Mas foi preocupação inútil.
Não tivemos nenhum problema: os jovens falam inglês; o pessoal que trabalha em locais turísticos fala inglês, ou ao menos se esforça; os cardápios sempre bilíngues; máquinas de ticket de metrô com opção em inglês e espanhol.
Já os húngaros mais velhos e também o pessoal que trabalha nos serviços públicos, como transporte, não falam inglês – porém, com um mapa na mão e capacidade de se explicar por gestos e boa vontade, tudo se resolve 🙂
Mala de bordo nas medidas certas
Budapest Card
Optei por comprar o Budapest Card, que dá direito a uso ilimitado do transporte público (metrô, bondes, ônibus e balsas) além de descontos ou gratuidade em várias atrações. Comprei online e escolhi entrega no hotel.
Quando fiz o check-in, o envelope com os cartões estava lá na recepção me esperando. O cartão precisa ser assinado pelo usuário e é obrigatório indicar data e horário de início da utilização.
Como o cartão é por ‘horas’ e não por dia, só marquei data e horário imediatamente antes da primeira utilização.
Nos bondes e ônibus não nos pediram ticket, mas no metrô a fiscalização é intensa.
Alguns fiscais olhavam os cartões de longe e mandavam seguir, mas outros viravam o documento para verificar se estavam assinados e ainda dentro do limite válido. Usar o cartão sem assinatura, data e horário dá multa, não vale arriscar!
O Budapeste Card pode ser comprado no site oficial do turismo da cidade (em inglês ou espanhol) ou em português no site do nosso parceiro Viator.
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Chip local em Budapeste com roaming europeu
Pouco antes de embarcar o Ricardo Freire publicou esse post aqui sobre as mudanças no roaming na Europa. Foi uma super ajuda e já adianto que deu tudo certo.
- Comprei por 15 euros um chip pré-pago (prepaid sim card) na loja da Vodafone na praça Deák Ferenc com plano de 5 gigas e limite de 30 dias. Precisei apenas mostrar o passaporte, pagar com cartão de crédito e assinar um contrato em húngaro 🙂
- A ativação foi imediata –- eu estava com o aparelho e o funcionário da loja trocou o chip pra mim.
- Segui viagem depois para Viena, Praga e Amsterdã e o celular sempre funcionando. Os avisos da Vodafone chegaram todos em húngaro e eu copiava e colava no Google Translate para saber se eram importantes.
Ative o data roaming
Ao sair da Hungria e entrar na Áustria, o sinal de dados parecia ter sumido.
Não me lembro direito, mas acho que foi um SMS da Vodafone que mencionava ‘data roaming’ que me lembrou de entrar nas configurações do aparelho e ativar o tal ‘data roaming’ — que está desativado, por default, para evitar o roaming não-intencional de dados. Foi só fazer isso e pronto, o sinal de internet voltou.
Onde ficar em Budapeste
Budapeste, dia 1: roteiro a pé por Buda
De Pest a Buda, pela Ponte das Correntes
Caso essa seja a sua primeira leitura sobre Budapeste, saiba que o nome da cidade é a junção dos nomes de suas duas metades, separadas pelo Danúbio: numa margem está Buda, histórica e imperial, e do outro lado, Pest, comercial e mundana.
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O primeiro dia na cidade foi dedicado a Buda. Saindo da praça Deák Ferenc, em Pest, seguimos pela rua de mesmo nome (que, junto com a Váci utca, forma o point das marcas internacionais) e chegamos à beira do Danúbio.
Dali caminhamos na direção da bela Ponte de Correntes (ponto número 1 no mapa aí de cima), a Széchenyi Lánchíd (Chain Bridge, nos materiais em inglês).
Há um caminho para os pedestres cruzarem a ponte: você precisa descer para a margem do rio e a um atravessar um pequeno túnel.
O trajeto sobre o Danúbio é bastante fotogênico, não só pelos detalhes da ponte em si, mas porque dali se vê o Parlamento (em Peste), o rio, a Igreja de São Matias e a fortaleza Bastião dos Pescadores (em Buda
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O Castelo de Buda
Na saída da ponte, seguimos para a esquerda, em direção ao funicular (nº 3) que leva até a colina do castelo.
Enquanto estávamos esperando na na fila, fomos abordadas por pessoas oferecendo a opção de subir a colina de van (pelo que entendi é um serviço prestado por agências locais). Não, obrigada.
Eu sabia que existia a opção de usar de transporte público (ônibus 16) para ir até o alto, mas pegar o funicular é muito mais divertido, ainda mais para criança… quero dizer…. pré-adolescente.
O ticket do funicular não faz parte dos benefícios do Budapest Card, mas não é caro – 1.200 HUF para adulto e HUF 700 para criança (trajeto de ida).
A chegada é numa praça de onde já se tem uma vista espetacular do Danúbio e de Peste. E é dali também que se tem acesso ao Castelo de Buda (nº 4).
O complexo do Castelo inclui o Palácio Real (nº 6), um museu dedicado a pinturas, um museu de história (nº 5) e a biblioteca nacional Széchenyi, a maior do país.
Com um lindo dia de sol nos chamando para permanecer ao ar livre, optamos por passear pelos pátios e muradas, indo até o ponto mais extremo, onde há um mirante com uma estátua da Virgem Maria.
São muitos os trechos de onde se pode admirar Pest do outro lado do rio (como você pode ver na foto do alto do post).
E o calorão foi amenizado por sorvetes – além do quiosque da sorveteria e um café, encontramos por lá uma feirinha de lembranças turísticas e um pouco de artesanato.
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Batendo perna em Buda
Retornamos à praça do funicular e seguimos passeando pela Dísz tér e depois pela rua Úri. A caminhada incluiu uma paradinha no Budavári Rétesvár (nº 7), um café pequenino, meio que escondido num beco (Balta köz 4), mas que serve um strudel de maçã sensacional. Foi o primeiro de muitos nessa viagem 🙂
Nosso primeiro objetivo era visitar a linda Igreja de São Matias (nº 8), onde reis húngaros foram coroados, é a outra grande atração de um passeio à pé por Buda.
Depois da visita, contornamos para aproveitar a vista panorâmica do Danúbio a partir da fortaleza Bastião dos Pescadores (nº 10; Fishermen’s Bastion em inglês, ou, em húngaro, Halászbástya), uma construção branca, que lembra um castelo de areia feito por crianças.
Bem ali fica o hotel Hilton, onde há um Starbucks — ou seja, wifi grátis.
Como eu ainda não tinha comprado o chip húngaro com roaming europeu, aproveitei o sinal aberto e o descanso numa das mesas externas.
Seguimos perambulando pelas ruas Táncsics Mihály, Fortuna e Országhá (nº 15), xeretando as pequenas lojas, alguns cafés e eventuais galerias. Fui andando e me encantando com as fachadas das construções e as placas penduradas sobre as portas.
Nessas ruas ficam a maior parte dos restaurantes da região, incluindo opções estilo self-service ou bufê. Escolhemos o Pest-Buda Bistrô (nº 12), que pertence a um hotel charmoso e tem mesas numa praça triangular muito simpática – a refeição à la carte para duas, sem bebida alcóolica ficou em 8.700 HUF no total (14 euros por cabeça).
O passeio nos levou depois até a Igreja de Maria Madalena (nº 16). Na verdade, vimos o que sobrou da construção original. A igreja, que começou a ser erguida na Idade Média, não resistiu à 2ª Guerra Mundial e foi quase toda destruída.
Nos anos 50, durante o regime comunista, houve ao mesmo tempo um esforço para que fosse reconstruída como monumento e outro, em sentido contrário, defendendo a demolição daquele símbolo religioso.
Presa entre duas visões de mundo, acabou tornando-se um cenário interessantíssimo. Sobraram da igreja a torre (é possível subir pagando ingresso), o chão que mostra o traçado da nave central e uma janela gótica.
Dali seguimos em direção ao Portão de Viena (18), passando pela frente do prédio imponente que abriga o Arquivo Nacional Húngaro.
O desenho das telhas do edifício é muito bonito e segue padrão semelhante ao do telhado da Igreja de São Matias. Li em algum lugar que a região do Portão de Viena funcionava como mercado aos sábados, isso na Idade Média.
No nosso roteiro, o arco de pedra marcava a descida da colina e o começo da volta para Pest. Antes, resolvemos subir uma escadinha discreta ao lado e chegamos a um pátio de areia –- mais um mirante, dessa vez com vista para o casario de Buda, não apenas para o Danúbio.
Finalmente passamos pelo Portão de Viena e descemos um pouco dobrando à esquerda na Hunfalvy utca e em seguida na Fiáth János utca – logo no início dessa rua começa a escadaria de pedra que desce a colina em linha reta, até a praça Maria (ou Maria tér).
Nosso destino era a beira do Danúbio, onde pegamos a balsa para cruzar o rio. Da praça Maria caminhamos pela Batthyány utca e chegamos à praça de mesmo nome. Mais uma atração à vista, dessa vez uma construção barroca, a Igreja de Sant’Anna (nº 19).
Passeios em Budapeste com a Viator:
Atravessando o Danúbio de balsa: pegadinhas
Na praça Batthyány fica a estação de metrô, que tem o mesmo nome, e um terminal de ônibus.
Era possível voltar a Pest usando a linha vermelha do metrô e descendo na estação Kossuth Lajos tér (bem perto do Parlamento), mas optamos por experimentar a balsa e cruzar o Danúbio pela água.
Decisão acertadíssima, porque a vista que se tem do Parlamento, de dentro do barco, é incrível, mesmo com céu carregado, como foi o nosso caso.
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Andamos um pouquinho pela beira do rio até o ponto da balsa, identificável por uma placa com um D (de Danúbio) bem grande. Foi quando começou a pancada de chuva de verão e corremos para o abrigo… e eu não fiz uma foto para mostrar como eram a placa e o abrigo (hmpf).
Para usar a balsa, recorremos aos nossos Budapest Cards, que já estavam assinados, mas ainda não tinham a informação sobre o início da utilização. Escrevemos data e hora naquele momento.
Achei a informação sobre o trajeto das balsas um pouco confusa, mesmo com o mapa na mão. A situação melhorou quando entendemos que estávamos ao norte da Ponte de Correntes e que para voltar ao ponto de partida, o metrô da Deák tér, precisávamos pegar o transporte no sentido sul.
Com a ajuda de um outro passageiro, embarcamos na balsa correta e aprendemos que o trajeto faz zigzag pelo rio.
Portanto, saindo do terminal Batthyány poderíamos ter seguido para visitar o Parlamento (descendo no terminal Kossuth Lajos tér), mas decidimos seguir na balsa um pouco mais até o terminal Petőfi tér e caminhar dois quarteirões na direção da Váci utca para ver as lojas e fechar a tarde com café e sorvete.
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Comentários
Muito obrigada pela informação.
Ola! Tudo bem? Estou planejando uma viagem para Budapeste, Viena e Praga em janeiro de 2024. Alguma infoemacao sobre seguranca relacionada a guerra entre a Russia e Ucrania? Por exemplo fechamento de locais turisticos? Obrigada
Olá, Adriane! Nenhum transtorno turístico aconteceu na Europa inteira desde que começou a guerra. A única influência foi a inflação.