como usar o metro de nova york

Guia de Nova York

Como usar o metrô de Nova York

Se você aprendeu a andar de metrô em grandes cidades da Europa, como Paris, Londres ou Madri, vai precisar entender as peculiaridades do sistema de Nova York.

No começo pode parecer difícil, mas logo você acostuma. Vale a pena: não existe melhor maneira de se locomover pela cidade.

Metrô com cara de trem

O metrô de Nova York não apresenta o formato de ‘teia’ que caracteriza os metrôs de cidades com capilaridade equivalente. As linhas não se cruzam a todo momento, como em Paris ou Madri.

Em lugar disso, o metrô de Nova York funciona como uma coleção de linhas de trem mais ou menos independentes, que eventualmente se conectam. Tanto é assim, que ‘trem’ e ‘metrô’ são praticamente sinônimos no dialeto local.

Como isso impacta os seus deslocamentos pela cidade?

Vantagem:

  • As linhas são retas e diretas, não dão voltas nem fazem firulas, e por isso poupam tempo

Desvantagens:

  • É preciso estudar o itinerário da linha para saber em qual estação entrar
  • Em Manhattan, o metrô funciona melhor no eixo norte-sul do no que eixo leste-oeste

Planeje o itinerário antes de usar

Em Paris ou Londres você pode se enfiar no primeiro buraco que aparecer na calçada e ter a certeza de que vai emergir na estação desejada. Uma vez lá embaixo, em no máximo duas ou três baldeações, você chega pertíssimo do seu destino.

Estação da Rua 34? Qual delas?

Nova York : como andar de metrô

Em Nova York você não pode se jogar na primeira estação que aparecer. É preciso ter o itinerário definido ainda na superfície.

Por exemplo: se você está nos arredores da rua 34, no lado oeste, vai ter que decidir em qual estação entrar. Cada uma é servida por uma linha diferente — que, dependendo da direção escolhida, podem nem se cruzar. Qual seria a melhor estação ‘Rua 34’ para você? A estação da rua 34 com a 10ª Avenida? A estação da rua 34 com 8a. Avenida? A estação da rua 34 com 7a. Avenida? Ou a estação da rua 34 com Broadway?

Apesar de se localizarem em quarteirões contíguos, essas estações não são interconectadas. Na Europa haveria uma cidade subterrânea e esteiras interligando as três linhas. Em Nova York, uma vaciladinha pode significar uma voltona.

Macete: use os ônibus Crosstown

  • Para se deslocar no eixo leste-oeste em Manhattan, use os ônibus Crosstown. Eles usam as principais ruas de comércio e também servem para fazer transferência entre estações de metrô na mesma rua. Procure esses ônibus nas ruas 14, 23, 34, 42, 57 e 66, entre outras.

Atenção para a entrada certa!

Nova York: como usar o metrô

Outra coisa importantíssima é certificar-se de que você está entrando na estação pela entrada certa para o seu deslocamento.

Muitas estações têm entradas separadas para cada sentido:

  • Uptown (norte da ilha, Queens e Bronx)
  • Downtown (sul da ilha e Brooklyn)

O sentido é anunciado tanto no buraco da estação quanto na porta da catraca.

O que acontece se você passar a catraca no sentido errado? Se os dois lados da plataforma não tiverem nenhuma comunicação (algo bastante comum), você tem duas alternativas.

A alternativa mais simples é sair e usar a entrada certa (se o seu MetroCard for ‘pay-per-ride’, você vai pagar uma nova passagem). A outra alternativa é pegar o trem errado mesmo e saltar na primeira estação em que haja cruzamento de linhas (nestas você certamente terá acesso ao sentido oposto da sua linha).

Qual linha vai para onde?

Nova York: como andar de metrô

Usando um aplicativo, você não precisa sabe de nada do que está neste tópico. Mas se você dominar o básico, tudo vai ficar mais fácil (inclusive se entender com os aplicativos).

O básico:

  • As linhas designadas por números têm traçados retos e se atêm a um lado de Manhattan — leste ou oeste. (Exceção: a linha 7)
  • As linhas designadas por letras cruzam a ilha na transversal e são as que oferecem maior oportunidade de baldeações
  • Linhas que compartilham boa parte do itinerário são designadas pela mesma cor
  • Dentre as linhas da mesma cor, algumas são locais (param em todas as estações) e outras são expressas (param apenas nas estações mais importantes). Descubra se a sua estação de destino é servida pela expressa, ou se é só pela local

Clique aqui para consultar ou baixar o mapa completo.

Uma visão geral das linhas

Linhas 1, 2 e 3

As linhas 1, 2 e 3 rodam pelo lado oeste, saindo do South Ferry (terminal de embarque a Staten Island), mais adiante pegando a Sétima Avenida e, à altura do Central Park, enveredando pela parte final da Broadway. A linha 1 é a pinga-pinga, enquanto a 2 e a 3 param em menos estações. Turisticamente, estamos falando de Tribeca, Village, Meatpacking District, Times Square, Broadway e Lincoln Center (Columbus Circle).

Linhas 4, 5 e 6

As linhas 4, 5 e 6 trafegam pelo lado leste, saindo do Battery Park, pegando a Broadway no iniciozinho, entrando por Nolita e Lower East Side, continuando pela Park Avenue e, depois da Grand Central Station (rua 42), seguindo pela Lexington toda vida.

A linha 6 é a pinga-pinga (local); a 4 e a 5 param em menos estações (expressas). Boas para Lower East Side, Bowery/Noho, Union Square, Grand Central Station e museus da Museum Mile (Metropolitan, Guggenheim, Whitney).

Linha 7

A linha 7 é a única linha numerada que cruza Manhattan de leste a oeste. Sai da nova estação da rua 34 entre 10ª e 11ª avenidas (junto à entrada norte do High Line Park). Passa por várias estações da rua 42 e segue direto para o Queens.

Linhas A, C e E

As linhas A e C vêm do Brooklyn e já na ponta de baixo da ilha cruzam para o lado oeste. Sobem pela 8a. Avenida, e depois do Columbus Circle bordejam o lado oeste do Central Park, continuando para o norte. A linha A é expressa e serve para Brooklyn Bridge (High St.), Ground Zero, Tribeca, Village, Meatpacking, Penn Station, Rodoviária/Times Square, Columbus Circle e, lááááá onde o diabo perdeu as botas Prada, o museu Cloisters. Use a linha C para essas paradas (menos o Cloisters) e também para Soho, Broadway, Dakota e o Museu de História Natural.

A linha E tem início no Ground Zero e acompanha a A e a C pela 8a. Avenida (Soho, Village, Meatpacking, Chelsea, cercanias de Times Square e Broadway) até a rua 50, quando dá uma guinada para o leste, cruzando a ilha pela rua 53 (com uma parada na 5a. Avenida, na quadra do MoMA) e atravessando o rio para o Queens. O fim de linha é em Jamaica, onde está o aeroporto Kennedy (JFK).

Linhas B, D e F

As linhas B, D e F têm origem no Brooklyn e, a partir do Lower East Side, ganham a companhia da linha V. Seguem então pela 6a. Avenida (Village, Empire State, Bryant Park, Rockefeller Center/Top of the Rock).

A linha V cai fora logo na rua 53 (parando também na 5a. avenida junto ao MoMA), e a F, um pouco mais adiante, na rua 60.  Mas a B e a D sobem pelo Columbus Circle e pelo lado oeste do Central Park; a D é expressa, mas a B pára no Dakota e no Museu de História Natural.

Linhas N, Q, R e W

Finalmente, as linhas N, Q, R e W vêm do sul (três delas, do Brooklyn) e acompanham o leito enviesado da Broadway até a Times Square (rua 42), quando então sobem pela 7a. Avenida até o Central Park, indo para o leste (até Queens) pela rua 63.

A linha Q é expressa e só serve para Soho (Canal St.), Times Square e Central Park South. As outras param ao longo da avenida, incluindo Washington Square e Herald Square.

Linha L

A linha L é a que liga o sul de Manhattan a Williamsburg e outras partes do Brooklyn. Percorre a rua 14, saindo da 8ª avenida (perto do Meatpacking District), passa pela Union Square e pelo Lower East Side antes de chegar rapidinho a Williamsburg.

Use um mapa (ou um app)!

Veja se a recepção do seu hotel tem o mapinha do metrô do NYC Go. Dos mapas de papel, é o melhor.

Aplicativos como o New York Subway (para Android e iOS) ou o próprio Google Maps são indispensáveis para você traçar seu itinerário e não errar as estações.

Os aplicativos oferecem também a vantagem de mostrar o status da linha no momento, já que o sistema metroviário em Nova York vive em obras. Nos fins de semana, algumas linhas fazem o trajeto de outras por conta de reparos nos trilhos, e essa é a única maneira de ficar sabendo antes de se dirigir à estação errada.

Atenção às letras miúdas (e graúdas também)

Nova York: como usar o metrô

Na Europa a programação visual dos metrôs procura se comunicar com seus usuários com economia de letrinhas e elegância de sinalização. Já em Nova York o metrô está o tempo todo gritando instruções em cartazes de todos os tipos e tamanhos postados no seu caminho.

De modo geral, as informações localizadas ao longo das plataformas se referem às linhas que passam por ali. As tabuletas postadas de maneira perpendicular aos trilhos se referem a outras plataformas.

Não há hierarquia de informações. Todas são gritadas da maneira mais explícita possível, New York style.

Além das tabuletonas, não deixe de ler os cartazinhos que aparecem na entrada de quase todas as estações — e que informam os horários em que haverá interrupção de serviço devido a obras. (Normalmente vêm junto as instruções de como proceder durante a interrupção de serviço.)

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Serviço gratuito

    Como comprar o MetroCard

    Nova York: como usar o metrô

    As maquininhas de venda de bilhetes são a antítese do metrô de Nova York: simples, modernas e intuitivas.

    Tudo é touch-screen, como num caixa eletrônico Itaú.

    Pressione ‘Start’, escolha inglês ou espanhol e, em seguida, um MetroCard, que é um cartão magnético gratuito.

    Você pode escolher duas modalidades de carregamento do cartão: ‘Pay-per-ride’ e ‘Unlimited Rides’.

    Pay-per-Ride

    • Você carrega um valor entre US$ 5,50 e US$ 100
    • A cada viagem seu cartão vai ser debitado em US$ 2.90*
    • Nesta modalidade um cartão pode ser usado por várias pessoas

    Unlimited Rides

    • Você carrega um passe semanal (US$ 34*) ou mensal (US$ 132*)
    • Nos passes semanal ou mensal, o primeiro dia expira à meia-noite do dia em que o passe for usado pela primeira vez
    • Nesta modalidade o cartão é individual, não pode ser compartilhado (um cartão só funciona uma segunda vez na mesma catraca depois de um intervalo de vinte minutos)

    Nas duas modalidades:

    • O cartão custa US$ 1 (não é cobrado nas recargas)
    • Dá direito a ser usado nos ônibus também
    • Um cartão originalmente carregado numa modalidade não pode receber recarga na outra modalidade. Se você quiser trocar de modalidade, precisa comprar um cartão zerinho (US$ 1)

    *Tarifas de abril/2024.

    As máquinas aceitam dinheiro ou cartão (débito ou crédito). Ao pagar com cartão, a máquina pede o seu ZIP Code (o CEP americano). Como o seu cartão é estrangeiro, essa informação não é checada. A recomendação da MTA é digitar 99999.

    Veja o passo a passo do uso da maquininha aqui.

    567 comentários

    Mais uma, sobre a grana do busão: a passagem de ônibus só pode ser paga com o Metrocard (previamente carregado, claro) ou moedas.

    (Salvamos um casal de turistas “vendendo” pra eles passagens do nosso cartão.) 😉

      Informação boba: você sabia que se tivesse um policial dentro do ônibus vocês poderiam ter levado uma multa por essa gentileza?
      É absolutamente proibido “vender” metro rides.
      E eu ia cobrar uma nota pra ir tirar vocês do xilindró, viu? 😎

      Ainda bem que só tinha a gente no ônibus — todos turistas. (Talvez por isso tenhamos contado com a bênção do motorista.)

      Juro que fiz com a melhor das intenções, e sem visar ao lucro… 😉

      Mas ok, lição aprendida: numa próxima vou cobrar mais caro. :mrgreen:

    Outra dica.

    Ao usar o Metrocard com cargas avulsas para duas (ou mais) pessoas, atenção ao passar na próxima catraca: por certo tempo a passagem não é cobrada ao entrar novamente no metrô ou num ônibus.

    Vale o que está escrito no visor: uma inserção pode liberar os dois passageiros de uma vez — se você inserir novamente vai pagar uma passagem desnecessária.

    (Sim, saquei isso tarde demais…)

      O tempo normal para poder utilizar o “transfer” entre ônibus e metrô é de 90 minutos – mas geralmente você consegue usar até 120 minutos. Porém – e sempre tem um porém: o transfer só funciona de ônibus para metrô e vice-versa. No metrô se você precisar sair da estação para fazer uma baldeação tem que pagar novamente, o “transfer” não vale.

    Uma dica: se você entrou em uma estação servida somente com linha local (1, 6…) ganha-se um tempo interessante migrando pra linha expressa numa próxima estação.

    É meio pra avançados ou pra quem tem sangue frio, mas faz boa diferença em trajetos longos! 😉

    Andar no metrô de lá não tem glamour nenhum, mas faz parte da experiência. Pode parecer complicado, mas quando você pega o jeito pode até se sentir meio nova-iorquino e, no fim, é tudo lógico. 🙂

    Minha dica: se você tem iPhone ou iPod Touch, existem alguns programinhas para baixar na iTunes Store que vêm com o mapa do metrô. Os mais sofisticados (e pagos) calculam o melhor itinerário com base em sua origem e destino. Os mais simples (e gratuitos) têm apenas o mapa, mas ele já é uma mão na roda quando você tá lá embaixo e fica em dúvida se pegou o trem certo. Usei e recomendo.

    Estive em NY nesta primeira semana de setembro, comprei o MetroCard e usei principalmente nos ônibus. Adoramos ver a cidade quando estávamos nos deslocando. Usei o metro somente quando estava com pressa. Não quis brincar de tatu. O metrô é mais rápido, mas não nos permite ver os arranha-céus, as pessoas.
    O barato de NY é ver a população transitando pelas ruas.

    Metrô de Paris ou Londres…outro departam,ento.Mas tem uma coisa que não entendo.Pagamos uma fortuna pela parte aerea e hotel e vamos economizar no final no transportes.Quem é local sabe td .Mas quem vai d vz em qdo é duro!!!!!!!!!!!!

    Riq, eu já tive uma experiência no Metrô de NY e foi uma pra nunca mais, e olha que o meu trajeto nem exigia baldeações… kkk… pra falar a verdade, agora que vc explicou tudo, ficou bem mais palatável, mas ô coisinha complicada viu!

    Vc já pensou na idéia de lançar um novo livro… dessa vez só com “tutoriais”? já tem como utilizar lavanderias no exterior, como planejar a viagem pela internet, como utilizar o metrô de NY… tenho certeza que seria (mais um) best seller!!

    maior apoio Sylvia,qwuero não me estressar.Jamais uma grana e ainda vou basncar o tatu.Coitado do Riq. ele é guerreiro.
    Ele fexz issso pelos trips.Para conhecer.Por isso, eu digo ele ,vc e o Ernesto sãos caras!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Pra mim é stress demais pra turista , que tem mais coisas interessantes pra pensar e ver . Brincar de tatu ,não é um programa legal 😳
    Ficar matutando engenhocas pra se deslocar , não é a minha praia , nããõ ! 😉

      Tô com a Sylvia. Só andei de metrô lá uma vez, e mesmo assim com um “local”. Porém peguei um ônibus sozinha, e foi meio que aflição,e passei a caminhar mais ou pegar um táxi se a distancia fosse grande.

      Também acho. Nossos neurônios têm que ser gastos em coisas mais importantes. Já basta o metrô de SP, que, embora seja bom, tem pouquíssimas placas da rede nas estações (ao contrário do RJ, que é ruim, mas tem placas da rede em todos as paredes das estações…). Muito stress para quem está viajando.

      Eu já penso o contrário, andar de metrô é viver o dia a dia dos habitantes de uma cidade e uma grande chance de conhecê-la a fundo!

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