Puerto Iguazú: vale a noitada (e até o pernoite)

El Quincho del Tío Querido

Das três cidades da Tríplice Fronteira, Puerto Iguazú é a menorzita — e a menos visitada pelos brasileiros. Na maior parte das vezes passamos batidos pelo lugar. Depois de visitar o lado argentino do parque, fazemos a parada regulamentar no free-shop, que fica à beira da estrada, perto da fronteira, e voltamos ao Brasil. Há quem volte à noite, normalmente para fazer uma fezinha no cassino, que fica na entrada da cidade.

A cidadezinha argentina tem outras qualidades, porém. Não chega a ser bonita, mas é compacta — e oferece, em poucas quadras, coisas que Foz, grandona, torna mais trabalhosol achar: bons restaurantes, vida noturna. O próprio pessoal de Foz de Iguaçu gosta de fazer incursões gastronômicas por lá. Nos fins de semana a quadra da muvuca (Brasil entre Misiones e Félix de Arara) lota com a moçada vinda de Foz.

Há três modos de usar Puerto Iguazú.

Pit stop na volta do parque

As lojas estarão todas abertas, mas muitos restaurantes fecham entre o almoço e jantar. Duas boas opções permanecem abertas: o Aqva e o Terra (falo deles em seguida). O cassino só abre às 18h.

Jantar + cassino ou balada

As duas churrascaria mais famosas da cidade são  El Quincho del Tío Querido (Bonpland, 110, entre Misiones e Perito Moreno; tem shows folclóricos ao vivo à noite) e La Rueda (Córdoba, 28 — a rua da rodoviária).

Eu testei outros dois restaurantes. À tarde, almocei no Terra (Misiones 125), que tem pratos com sotaque asiático feitos na wok. Recomendo. Funciona também como bar — é o ambiente mais charmoso que vi na cidade (mas está fora da muvuca brazuca, e por isso andava meio devagar no dia em que passei na cidade).

Terra, Puerto IguazúTerra, Puerto Iguazú

À noite me encontrei com o nosso PêEsse e a querida Gerliana naquele que é tido como o restaurante mais sofisticado da cidade, o Aqva (na Córdoba, a rua da rodoviária, esquina com Carlos Thays).

PêEsse e Gerliana

Pedimos um sortido de entradas (entre elas, a “sopa paraguaia”, um empadão delicioso) e depois emendamos com bife de chorizo, trio do mar e panqueque de dulce de leche. Os trips potiguares não me deixaram nem ver a conta (!), mas me lembro pelo cardápio de que os preços eram menores do que no Brasil, porém sensivelmente mais caros do que se encontraria em Buenos Aires.

Sopa paraguaia e outras mumunhas mais, no AqvaBife de chorizo no AqvaPanqueque de dulce de leche

A outra zona com muitos restaurantes é a quadra da Brasil entre as avenidas Victoria Aguirre e Misiones. Por ali há lugares bacaninhas como a pizzaria Il Fratello, que também tem bons pratos italianos na carta (Gustavo Eppens, 294, quase esquina com Victoria Aguirre).

Jackie Brown, Puerto Iguazú

O povo da noite se concentra (sobretudo às sextas e sábados) na Brasil entre Misiones e Félix Azara. Por ali tem os bares bochinchados Jackie Brown (Brasil esquina Paraguay) e La Tribu (Brasil 149). Tem discos também, como a Cuba Libre (Paraguay esquina Brasil) e a La Barranca, na avenida Costanera, que é reduto quase 100% de brasileiros de Foz.

O cassino abre das 18h às 5h. Não é permitida a entrada de menores.

Para dormir

Se você gosta de sair a pé à noite para jantar (coisa que é difícil fazer no centro de Foz, e impossível entre a cidade e o parque brasileiro), e quer fazer o lado argentino com calma (isto é: em duas visitas), considere passar uma ou duas noites em Puerto Iguazú.

O grosso das acomodações são albergues e hotéis pouco estrelados, voltados para mochileiros e mãos-fechadas. No centro da cidade, a alternativa mais civilizada é o hotel Panoramic, que fica à beira-rio. (Na entrada da cidade, dá pra ficar no Iguazu Grand, onde está o cassino, mas a caminhada para o centro não é agradável.)

Uma opção intermediária e muito conveniente é o hotel Saint George, um quatro-estrelas que fica em frente à rodoviária e tem quartos a 100 dólares. (Para quem está sem carro, estar em frente à rodoviária é ótimo, porque é de lá que sai o ônibus El Práctico, que vai ao parque argentino.)

Eu não acho muito negócio ficar nos hotéis entre a cidade e o parque, porque isso eliminaria a tal vantagem de sair a pé à noite do hotel…

Mas atenção: dormir em Puerto Iguazú só vale a pena para fazer o lado argentino com calma (e também para seguir viagem de lá a outros pontos da Argentina, como as Misiones). Fazer base na Argentina para ir ao Brasil só compensa se você estiver de carro; e para ir ao Paraguai o programa de índio ganha mais dois tacapes. Um bom esquema para quem não se importa de trocar de hotel é passar duas ou três noites no Brasil e uma ou duas na Argentina.

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224 comentários

Vixe Maria!!! Como falamos nós Pernambucanos!!!
Vou correndo mudar de hotel, tenho horror a ficar ilhada!!! quero mesmo é curtir o bochicho, mas não quero abrir mão do conforto. Voltei ao ponto de partida… lá vou eu novamente ler sobre o custo x benefício das hospedagens. Ê lerê!!!
Obg pelas preciosas dicas.

Mais longe do que eu imaginava!!! Tô repensando a hospedagem!!! Tem iluminação em todo o trecho? Obg.

Olá!

Vou ficar hospedada no Loi Suites em Puerto Iguazu. Já vi que é distante do centro. Vou alugar um carro para ficar mais prático o deslocamento. Minha dúvida é sobre o deslocamento noturno. A pista entre o hotel e o centro de Iguazu é pavimentada? é iluminada? é segura? Penso em jantar e curtir a noite em Puerto Iguazu e me preocupo com a volta para o hotel. Se alguém tiver estas repostas, agradeço.

    Olá, Tereza! Há um trecho de 3 km terra entre o hotel e a estrada principal. Depois são 6 km de asfalto ao centro.

Bom dia!!!
Vou a Purto Iguazu e me hospedarei em um hotel perto da rodoviária. Gostaria de saber se a rodoviária fica próxima ao centro?

Ola pessoal! So consegui confirmar que poderia viajar para Foz hoje, porem nao estou conseguindo reservar um hotel que nao seja mto caro, e que seja limpo e confortavel, conforme ja havia mencionado, vou com meu marido meus dois filhos ( 11 e 15 anos) e minha mae e sogra. Estou pensando em gastar uma faixa de 300 reais a diaria ou puco mais, para todos, se alguem tiver alguma dica por favor me responda, obgda.

Marcela e “Boia”, obrigada pelas respostas. Vou me informar sobre o aluguel.

Ola pessoal , estive em Foz. Muito legal. Porto Iguacu…cidade tranquila…não fui na noite..Mas aproveitei o dia para comprar…bluza de coro, 50% mais barato. Tambem fui no Paraguai, Cataratas….muito legal.

Ola! Silvia Oliveira, obrigada pelas dicas, com certeza iremos parar no Castelinho, minha filha e maluca por salada de frutas e por sorvete, imagine os dois juntos, obgda.

Vou para Foz em outubro e ficarei hospedada no Loi Suites do lado argentino. Como estarei com duas crianças e o hotel não fica na cidade, imaginei que será melhor alugar um carro do que me locomover de taxi. É mesmo a melhor opção? Melhor alugar o carro já no aeroporto no Brasil ou atravessar e alugar do lado argentino?
Li aqui no blog que há filas grandes para cruzar a fronteira? Existem horários “de pico” que devemos evitar ou isso vale o dia todo?

obrigada,

    Olá, Regina! Alugar carro será mais prático. A Localiza parece que está alugando já com todos os documentos. Cheque antes por telefone.

    Oi Regina!
    Eu estive em Foz em julho e aluguei um carro na Unidas, no aeroporto de Foz mesmo. Foi super tranquilo, eles já te dão um documento com o qual você está segurado na Argentina (mas não no Paraguai!!) e é bem tranquilo circular por ali.
    As filas na fronteira até existem, mas não costumam ser muito demoradas não, no máximo o que eu fiquei foram 10, 15 minutos… Mas claro que de manhã cedo e mais no final da tarde são os piores horários. Algumas noites quando fomos jantar em Puerto Iguazu, nem fila pegamos.
    Aproveite sua viagem!!

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