Nannai, Porto de Galinhas

9 reclamações sobre resorts (e como dar um jeito)

As reclamações dos brasileiros sobre resorts

Se você ler resenhas de resorts feitas por brasileiros, vai encontrar uma quantidade desproporcional de reclamações. É cultural: ainda vemos a internet como um veículo para dar vazão a críticas; raramente nos lembramos de usar esse canal para elogiar.

reclamações sobre resorts

Muitas reclamações sobre resorts, evidentemente, são procedentes e se referem a falhas evitáveis. Algumas, porém, têm a ver com a natureza desse tipo de hospedagem, e dificilmente são contornáveis. E há também as críticas que refletem uma expectativa errônea do freguês quanto àquilo que comprou.

Vou destrinchar as 9 críticas mais frequentes e propor soluções, paliativos ou banhos de água fria 😀

1. “O check-in é lento e só me deixaram entrar no apartamento hoooras depois de chegar”

Fato. De todos os tipos de acomodação, os resorts são os mais difíceis para liberar quarto antes do horário oficial do início da diária (14h ou 15h). É uma questão estrutural. A maioria dos hóspedes espera até o último minuto para desocupar o quarto, e muitas chegadas acontecem em grupos.

Na alta temporada, em dias de má conjunção astral, pode acontecer de você ocupar seu quarto só no fim da tarde. Em compensação, dá para deixar as malas no depósito e usar as áreas de lazer do hotel desde o momento da chegada.

Meu pitaco: vá preparado para não ocupar o quarto imediatamente. Preparado, mesmo: leve na bolsa de mão tudo o que você vai precisar para aproveitar o hotel desde o primeiro instante — roupa de banho, protetor solar, brinquedos. Leve também seu entretenimento pessoal para o caso de mau tempo.

Alguns resorts all-inclusive cobram uma taxa extra para já aproveitar o hotel antes de poder ocupar o quarto. Agora que você já sabe disso, se acontecer, pague: é melhor do que ficar emburrado no saguão com o sol brilhando lá fora.

Cuidado para não se deixar tomar por um mau humor tamanho que ponha você naquele modo em que a gente só sabe achar defeito — isso pode estragar suas férias.

2. “A comida é sem graça”

Outro ponto em que o freguês pode até ter razão, mas que esbarra na questão estrutural. Buffets são feitos para não ofender o paladar de ninguém. Pratos exóticos, pratos difíceis ou pratos originais demais não têm saída. Nenhum gerente de alimentação vai manter no buffet pratos que encalham: é contra a lógica industrial e a segurança alimentar.

Buffets de resort não refletem necessariamente a criatividade do chef, mas a experiência com as aversões alimentares dos hóspedes…

Meu pitaco: garanta-se nas saladas e sobremesas, que geralmente são muito boas. E se quiser comida sofisticada no buffet, cacife resorts top de linha como o Nannai e o Tivoli Praia do Forte. Também gostei muito da comida do Transamérica Comandatuba, Arraial d’Ajuda Eco Resort e Portobello.

3. “Os buffets são repetitivos”

Uma parte do buffet sempre será comprometida com os básicos: arroz, feijão, macarrão, batata frita — que são os itens que contentam até os mais chatos para comer. Então é preciso abrir espaço para uma carne, um peixe, um frango. E legumes. E salada.

Se o buffet for pequeno — como é o caso dos hotéis da Costa do Sauípe ou o Gran Oca Maragogi — sobra ainda menos espaço para originalidades.

Meu pitaco:se você precisa de muiiiita variedade para escolher, considere resorts com buffets quilométricos, como Iberostar, Grand Palladium, Vila Galé Cumbuco, Costão do Santinho, Beach Park Suites. Evite os resorts mais baratos.

4. “Não tem garçom para servir” [all-inclusive]

Essa já foi uma reclamação mais generalizada com relação aos all-inclusives brasileiros. De uns tempos para cá, porém, a maioria dos resorts de primeira linha (os mais caros) têm garçons que circulam pela área da piscina anotando e levando pedidos.

Ainda assim, a lógica dos all-inclusive é: o hóspede vai atrás da comida e da bebida. (E sempre vai encontrar, mesmo que precise pegar uma filazinha.)

Meu pitaco: se o seu all-inclusive não tiver garçons suficientes, rode toda a propriedade. Você vai descobrir bares, buffets (e horários) com menos fila.

5. “O buffet de aperitivo só tem hamburger e fritura” [all-inclusive]

Os all-inclusive são uma mão na roda para quem não quer pôr a mão no bolso ao sair do hotel — mas não pense que será automaticamente um upgrade ao que você estava acostumado.

Pelo contrário: os ingredientes mais nobres aparecerão esporadicamente ou desaparecerão nos mais baratos. O buffet da piscina, especialmente, costuma ter foco nos adolescentes e crianças: vai ser hamburger, batata frita, cachorro quente, minipizzas, iscas de peixe.

Todos os resorts all-inclusive de primeira linha, porém, servem um camarãozinho ao alho e óleo no buffet da piscina. Fique de olho: costuma chegar perto da hora da almoço.

6. “O restaurante à la carte é muito fraco” [all-inclusive]

Outra das reclamações sobre resorts que é procedente. Eu costumo prevenir aos que optam por all-inclusive que os restaurantes à la carte existem para criar uma ilusão de programa diferente; você faz de conta que vai a um restaurante (no exterior os resorts exigem calça comprida dos homens).

Mas não há como comparar com restaurantes normais de cidade; normalmente os buffets são melhores.

Meu pitaco: faça reserva para o primeiro horário; se não gostar do jantar no restaurante à la carte, sempre há a segunda chance do buffet.

E querendo um restaurante à la carte de resort que poderia se estabelecer no centro da cidade, escolha o Costão do Santinho, onde o menu gastronômico do restaurante Nossa Senhora da Vitória é muito bom.

7. “Não há o que fazer num dia nublado”

É um saco ir para um lugar de praia e não fazer sol — mas acho exageradas as reclamações de falta do que fazer. Boa parte da estrutura dos resorts está sempre ociosa por falta de interessados em se afastar da piscina…

Meu pitaco: no primeiro dia, separe um tempinho para explorar todo o resort e descobrir o que oferece. Isso vai ser útil quando não der praia (ou piscina). Querendo garantia de atividade o tempo todo, o Club Med é uma ótima opção, já que sua ênfase é em esportes.

8. “Não há o que fazer à noite”

Realmente, não é o forte dos resorts. Mas a coisa vem melhorando: com a chegada das redes internacionais de all-inclusive e a concorrência dos cruzeiros, mais resorts estão investindo na programação noturna. Não tenha, porém, grandes expectativas quanto às boates: a animação vai depender do número de jovens e avulsos hospedados naquela semana.

Meu pitaco: os shows noturnos dos Club Med, do Iberostar e do Grand Palladium são excelentes. Mas se as noitadas são uma parte indispensável das suas férias, então um cruzeiro será mais indicado do que um resort.

9. “O trânsfer é muito caro”

Concordo — mas mesmo se você negociar fora dos resorts, o preço do traslado do aeroporto ou para visitar praias próximas não refresca muito não.

Meu pitaco: se você quer fazer passeios, vale a pena alugar um carro e sair com ele do aeroporto.

Nannai, Porto de Galinhas

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57 comentários

Comentário interessante de alguém no Triadvisor: Se eu quiser boa comida, eu vou a um restaurante top chef. Em um resort, ele precisa ser decente e com boa variedade.

O Iberostar Praia do Forte e o Tivoli Praia do Forte são os melhores, dentre todos os que visitei. Acomodações, shows noturnos, check in rápido (entrei antes do horário, mas fui preparado para o contrário), praia boa, garçons na piscina, camarões grandes, lagostas, cardápio extenso e bastante variado. Não tenho do que reclamar desses dois resorts.

Excelente post!
Acho que oproblema todo é que houve uma “glamourizacao” dos resorts em geral no i aginario das pessoas que nunca foi desconstruido!
Sim, resort é bom e confortavel, mas como ja disseram ai, “you get what you pay for”.
Em 2010 fomos pro Portobello e em 2011 pro Miramar, nunca haviamos ido pra resorts, mas engravidamos e tinha uma little boss que acabou por dar um super upgrade nos quesitos facilidade e praticidase nas nossas viagens! Apesar dela ja tido para Outors paises e estados em viagens exploratorias, todo mundo queé pai sabe o valor (ou o custo) que tem um kidsclub, u a refeição sem sobressaltos de temperos e um piscina com sombra!

O Portobello é infinitamente elhor q o Miramar (GranOca) e, por isso esmo, mais caro e naoé all inclusive!

Enfim, uma questao de se informar antes de ir!
O post deve abrir os olhos demt gente e ajudar a colocaros resorts no seudevido lugar, que nao é um lugar ruim, é só diferente! Outra proposta!

Oi Riq, do assunto Resorts posso contribuir bem. Tenho conhecido muitos depois que minhas filhas nasceram.
Considero uma opção excelente para pais que não querem se preocupar com estrutura e segurança.
O ideal é escolher o resort com seu perfil e já ir sabendo o que vai encontrar.
Não adianta achar que vão colocar lagosta no almoço à beira da piscina.
Lembrei da classe executiva e primeira classe no avião. Se pagar bem mais, vai ter muito mais serviços, opções de menu, etc…
Nos reviews dos resorts lá no blog tento deixar ainda mais claro o que cada resort oferece, focando em quem tem filho pequeno.

Quero comentar ponto a ponto, espero que ajude!

1 – na hora de escolher o pacote c/ aéreo e/ou o vôo por conta própria, não adianta chegar cedo nos resorts, saiba que não vai para o quarto direto a não ser com sorte e na baixa temporada. Se tiver filho pequeno prepare-se para aguentar o tempo necessário sem o quarto.

2 – Se estiver super preocupado com a comida, escolha os que tem outros restaurantes a la carte para o jantar. Ou como disse o Riq, gaste mais e pague o Sofitel no Guarujá, por exemplo, e jante no Les Épices, um restaurante sensacional. Ok, esse Sofitel pode não ser considerado resort, mas é uma opção. Ah, eu incluiria na lista dos que tem comida ok o Iberostar Premium e Il Campanário em Jurerê.

3 – O Bourbon Atibaia, o Paradise de Mogi e o Royal Palm não podem ser esquecidos. Os buffets são acima da média e com serviço que agrada os paulistanos que são mais chatos nesse quesito. Lembrei que o buffet do Med de Punta Cana não tem fim.

4 – Sobre garçom, o Riq falou tudo, pagando mais o serviço é melhor. Os resorts do item 3 acima tem garçom nas refeições.

5 – Resorts com meia-pensão são a solução mesmo. Guarde $$$ para seu camarão na refeição que não está incluída e/ou saia um pouco do resort e ache aquele restaurante bem recomendado para uma refeição especial.

6 – O Royal Palm também é bacana.

7 – Tenho uma opinião no caso de chuva. Os resorts que tem a flexibilidade de receber eventos corporativos para muitas pessoas geralmente são ágeis em propor soluções para os dias de tempo ruim. Tem cinema, brinquedos infláveis, etc… Os monitores também já sabem como levar a garotada nesses dias. Não precisava nem comentar, mas estudar a época do ano que vai para determinado resort ajuda.

8 – Aqui o Iberostar vai bem mesmo, os Meds, o Paradise e alguns que levam atrações consagradas para determinadas épocas. O Royal Palm leva, o Costão tem ótimos shows e aí vai…

9 – O grande dilema. Minha dica aqui é a seguinte. Use wi-fi grátis para o desempate. Se ficar entre 2 resorts antes de fechar negócio o que oferecer wi-fi grátis, leva!

10 – Se for com criança pequena, preste bem atenção na duração e no perrengue dos transfers. Se tiver pouco tempo no destino, considere este trajeto (não apenas o tempo, mas o meio de transporte) para escolher o resort.

Acho que era isso!!

Sobre a comida, tirando os outros ítens da jogada. Sempre que fui a cruzeiros e resorts, e vejo uma pessoa reclamando fortemente da comida, me faz perguntar o que esta pessoa come e bebe no seu dia a dia.

Na verdade, gosto tanto dos cruzeiros quanto dos resorts qto viajar fora disso. O importante é ter noção muito clara do que foi pago. Tem gente que quer pagar preço de Sangue de Boi e tomar Romanee-Conti. Assim fica difícil !!!!!!!!!!

É… nunca fiquei em resort, mas sempre achei que poderia ser uma ideia interessante. Agora, não estou mais muito certo disto, não – valeu por abrir os olhos.

saludos,

Como diz um ditado gringo: “you get what you pay for”; essa máxima se aplica aos resorts.

Particularmente para os tipos de viagem que gosto, não sou fã de resorts e quando começo a pensar em uma viagem, estes são a última das opções – mas não quer dizer que estejam descartados, são apenas a última opção mesmo. 🙂

Eu não curto Resorts não pelo simples fato de ficar confinada com as mesmas pessoas uma semana, mas SOMENTE por esse motivo. E como tenho filhas pequenas, não tem jeito, acabo nos Resorts mesmo.
Fui ao Arraial da Ajuda Eco Resort em 2009 e gostei bastante. Ano passado, fomos ao Club Med Itaparica e os quartos, apesar de antigos, são charmosos, tipo chalé de praia. Nada mofado ou sujo, cama confortável e banheiros espaçosos. A comida do Club Med é boa, tem noites temáticas e um buffet super variado. Porém, tem que ficar claro que o grande público desses Resorts são famílias e há muitas crianças, por isso, a comida tem que ser adequada para adultos e crianças. E vamos combinar, né? Nenhuma comida do mundo que seja servida em buffet será igual a comida servida em um restaurante bacana fora de Resort. Mas faz parte do pacote saber isso e tudo bem. Nada intragável ou incomível. A comida da Disney é um milhão de vezes pior e muito mais cara e não vejo todo mundo reclamando não.
Esse ano, vamos passar o Revellion no Beach Class. Vamos ver como será.
Mas pra quem tem filhos pequenos, Resorts são uma boa pedida.

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