Roteiro por Londres, Edimburgo e as Highlands
A Andrea fez, no verão europeu, um tour bacanérrimo pelo Reino Unido com a família. Montou um roteiro independente combinando Londres com Edimburgo e as Highlands escocesas. Se em Londres a muvuca atrapalhou um pouco, nas montanhas deu para curtir bastante a paisagem e as paradas nas cidades de Inverness e Oban.
Pena que as vaquinhas cabeludas que viu pelo trajeto estavam tão tímidas (mas vale a pena googlar “Highland cattle”, viu?). Aproveite o roteiro super detalhado da Andrea para montar a sua viagem:
Londres
Fiz essa viagem com meu agente de viagens, que me deu o melhor preço. Comprando desta forma foi mais econômico e não tive que me submeter ao sofrimento de empresas de vôo low-cost (Ryanair, nunca mais… até raspadinha eles vendem na viagem!).
Bom, de Londres minha principal dica é: se puder ir em outra época que não sejam as férias de verão europeu, aproveite. Estava tudo cheiíssimo… A Oxford Street parecia shopping em véspera de Natal; tive que fugir da feira de Notting Hill, só via cabeça e mal conseguia me mover.
Se mesmo sabendo que vai ter que encarar a multidão, você (como eu) insistir em ir em julho ou agosto, tente comprar os ingressos das atrações turísticas pela internet, para não ter que ficar em filas. Fiz isto na London Eye, comprando um ingresso “fura-fila” (flexi-standard ticket). Foi mais caro do que o ingresso comum, mas valeu muito à pena! Sem ele, acho que estaria na fila até hoje!
Em Londres me hospedei em um flat (viajo com marido e filho adolescente), equipado com cozinha, o Space Apart Hotel. Reservei pelo Booking.com e recomendo muito.
É estilo flat mesmo, não tem serviço de limpeza diário e a portaria fica sem ninguém das 21 horas até a manhã seguinte, mas nada disso atrapalhou. O apartamento tem cozinha equipada, máquina de lavar louça e lavadora/secadora de roupas (ótimo para quem carrega malas pequenas). A localização é excelente, perto de restaurantes e do metrô, mas em uma rua tranqüila e silenciosa. Dormi como um anjo!
Fiquei cinco noites em Londres e parti para a Escócia. Aí começou o sonho!
Edimburgo
Old Town, Edimburgo
Cheguei em Edinburgh (lá se pronuncia “Edinbrá”, vai entender…) à noite, mas no verão só fica escuro depois das 22 horas.
Hospedei-me no Premier Inn Edinburgh Princes Street. Fica no coração da cidade, mas, mesmo assim, era super silencioso! É um hotel de rede, basicão mesmo – não tem cofre nem frigobar, mas é tudo bem limpo e arrumado. Achei uma boa opção para quem quer economizar sem abrir mão de conforto. O quarto era bem confortável para nós três.
Ao contrário de Londres, em Edimburgo tudo é mais calmo e as pessoas foram muito gentis, o que ajudou muito, já que o sotaque escocês não é das coisas mais fáceis de entender, pelo menos pra mim, que estou acostumada com o sotaque americano (morei em NYC três anos).
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A cidade é linda de morrer, dominada pelo Castelo de Edimburgo, lá no alto.
Para entrar no castelo tem que pagar um ingresso. Também aconselho comprar pela internet pra não encarar fila. Lá de cima do castelo dá pra ver bem a cidade, que parece uma miniatura, de tão fofa!
Fiquei três noites em Edimburgo, o que foi suficiente para conhecer os principais pontos, mas, se tivesse mais tempo, teria ficado um mês… A cidade é deslumbrante, um lugar muito especial mesmo. Muito bem cuidada, tudo florido!
Edimburgo é dividida entre a cidade velha e a cidade nova. A “New Town”, na verdade, também é velha, ou seja, foi construída a partir de 1765.
É uma cidade planejada, patrimônio da Unesco, sendo considerada uma verdadeira obra prima do planejamento urbano. As ruas e casas são intercaladas por praças, espaços verdes e enfeitadas por estátuas. Simplesmente perfeita!
A “Old Town” não fica a desejar e também é patrimônio da Unesco.
Em um momento “hoje posso gastar um pouco mais”, almocei no Jamie’s Italian, do Jamie Oliver – passei na porta, vi que os preços eram razoáveis e fiz uma reserva. O restaurante é muito bonito. Peguei um menu de almoço preço fixo a 15 libras por pessoa. Tudo muito bom, exceto o risoto, que estava um pouco fora do ponto (mole), mas nada que comprometesse.
De Edimburgo partimos para Inverness, onde se iniciou a aventura Highlands.
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Highlands
Fui de trem de Edimburgo para Inverness. Comprei a passagem no dia anterior. A senhora que me atendeu era muito gentil, e me explicou que o jeito que eu queria fazer a viagem – indo por um lado e voltando pelo outro – ficaria mais caro, mas era o que eu tinha planejado e, lá fomos nós, de trem para Inverness.
A paisagem no caminho é bonita, mas nem se compararia com o que eu iria encontrar depois…
Hospedei-me em outro Premier Inn, o Inverness Centre. Tudo correto, quarto silencioso, fiquei fã do Premier Inn.
Fomos comer e, depois de uma chuva (é, chove toda hora no verão escocês, levem suas capas), fomos recebidos com um duplo arco-íris!
Inverness
Inverness fica a beira do Rio Ness e é o melhor ponto de partida para se explorar as Highlands. Mas não despreze a cidade!
Pequenina e simpática, é cheia de encantos e também tem um castelo (o que na Escócia é quase tão comum quanto a chuva), o qual estava fechado para visitas.
Agora, olhem a cor do céu…
… e flores para todos os lados!
Fiquei três noites em Inverness. Exploramos bem a cidade e fizemos um passeio que durou um dia inteiro, até as Ilhas de Skye. Reservei o passeio no dia anterior, morrendo de medo de não encontrar vaga, pois é muito concorrido! Felizmente havia vagas suficientes para minha família e lá fomos nós.
A empresa é a Highland Explorer Tours. Eles têm passeios de um dia e até três dias, as pessoas vão se hospedando no caminho nos passeios mais longos. Preferi fazer o passeio de um dia e depois seguir caminho de carro, por conta própria.
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Eu simplesmente amei tudo deste passeio! O ônibus era pequeno e confortável, e o motorista ia fazendo a narração dos lugares. Apesar de ter chovido parte do tempo, a paisagem, cheia de névoa, é a coisa mais linda do mundo… Cenário de filme, parece que vão pular fadas e leprechauns dos lagos!
Lago Ness (Loch Ness)
Primeiro o ônibus passa pelo famoso Loch Ness e pelas ruínas do Castelo de Urquhart. O Lago Ness é imenso e lindo, tem um cheiro de água limpa, flores e pinheiros…
O motorista contou várias histórias da lenda do lago e do seu suposto monstro, em um sotaque escocês que, felizmente, dava para entender bem.
Mesmo afirmando o que todos sabem – que não existe o monstro – ainda deixou uma pontinha de dúvida, para manter a fantasia que tornou o lago tão famoso. Com ou sem monstro, a beleza do lago vale a visita.
No caminho passamos pelas famosas vaquinhas cabeludas das Highlands, mas estas, muito metidas, se negaram a se aproximar para minhas fotos!
O passeio dá uma parada para visita ao Eilean Donan Castle, que foi restaurado por uma família e está aberto à visitação.
Seguimos viagens por paisagens magníficas, lagos e mais lagos, a natureza deslumbrante das Highlands se desenhando na janela…
Como eu disse, o passeio durou o dia inteiro, com uma parada para almoço. Voltamos no final do dia, depois das 19 horas.
Oban
No dia seguinte, o plano era alugar um carro e descer pela estrada até Oban, nossa próxima parada. Entretanto, amarelamos para dirigir na mão trocada…
As estradas são estreitas e a sensação nos pareceu muito ruim, parece que você está andando na contramão o tempo todo! Sendo assim, compramos passagens de ônibus e lá fomos nós, arrastando nossas malas até a estação. Fomos a pé mesmo, pois nossas malas são tamanho M, de quatro rodinhas (leitores do VnV não dão bobeira!).
Mala de bordo nas medidas certas
A estrada entre Inverness e Oban é muito linda também! Além de lagos, castelos e ovelhas de carinha preta, temos uma paisagem marítima, do Atlântico Norte. O fato de irmos de ônibus nos impediu de fazer paradas, mas conseguimos tirar boas fotografias, mesmo da janela.
Por outro lado, acho que ficou mais econômico… Não sei, a esta altura meu orçamento já estava estourado mesmo. O ônibus é bem confortável, tivemos que fazer uma troca em Fort William, mas foi bem tranqüilo.
Aí vão as fotos de um lago…
Castelo…
Ovelhas de carinha preta…
E o mar.
Em Oban fiquei hospedada no Barriemore Guest House. Foi um pouco mais caro para o meu orçamento, mas, como eu só fiquei um dia, achei que valia à pena ficar em uma pousada charmosa, pois já tinha economizado bastante nos Premier Inns. Chegando lá, vi que valeu mesmo!
O quarto era um mini apartamento, com dois quartos, sala e banheiro. Todo decorado antiguinho, a sala dava vista para o mar e o meu quarto vista para a floresta. Um luxo! Daí comecei a me arrepender de ter planejado apenas uma noite em Oban…
Eu tenho a regra de não ficar nunca menos de duas noites em cada lugar, mas imaginei que Oban seria apenas um pit stop em uma road trip, sem muitas atrações… Ledo engano, o lugar é lindo e elegante, balneário de férias elogiado até pela Rainha da Inglaterra!
Em Oban fiz minha melhor refeição da viagem, no restaurante Cuan Mor. Delicioso salmão escocês, deliciosa cerveja caseira, de fabricação própria.
De volta a Edimburgo
No dia seguinte partimos de volta a Edimburgo, onde passei a última noite, pois o avião saía cedo, 9 da manhã. Fui de trem, a viagem foi tranquila. O trem vai até Glasgow, onde você tem que trocar para outro que vai até Edimburgo.
Esta última noite em Edimburgo teve uma pequena desvantagem e uma imensa vantagem… Explico.
A desvantagem é que não consegui vaga no Premier Inn Princes Street, estava tudo lotado por conta do Festival de Edimburgo, um evento cultural que lota a cidade. Reservei outro Premier Inn, o Edinburgh Central.
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Para minha surpresa, este era pior. O quarto menor, a cama do meu filho pequena, o prédio mais velho, sem telefone no quarto. Também achei a localização pior, apesar de bem perto do castelo e do Grassmarket, local boêmio da cidade.
Mas o problema mesmo foi outro. Apesar de eu ter pedido, expressamente, um quarto silencioso, de fundos, me deram um quarto de frente para a rua. Além do barulho do trânsito, como era sábado, pessoas bêbadas gritaram na rua a noite toda. Um inferno!
Dormi muito mal. Como a propaganda do hotel é “A good night’s sleep or your money back”, escrevi para eles, explicando a situação e pedindo meu dinheiro de volta. Até agora, não recebi resposta.
Entretanto, todas as mazelas do Premier Inn foram superadas pelo espetáculo que assisti neste último dia. Tive a sorte de conseguir ingressos para “The 2013 Royal Edinburgh Military Tattoo”, um espetáculo de bandas militares de vários países realizado na entrada do Edinburgh Castle. Simplesmente maravilhoso!
Quando entraram as bagpipes and drums tocando, saindo do castelo, meus olhos se encheram d’água… Há bandas de outros países também, que mudam a cada ano. Quem estiver na cidade na época do Tattoo não pode perder!
O espetáculo dura uma hora e meia e é ao ar livre. Soprava um vento frio, mas, por sorte, não choveu. Havia gente do mundo todo e também muitos escoceses. Eles são muito amistosos e, ao final, todos cantam juntos, dando as mãos cruzadas sobre o corpo.
Aqui termina meu relato sobre a Escócia, com um gostinho de quero mais… Agradeço às dicas do Viaje na Viagem, claro, e também à Celina Martins, do Mala de Rodinha e Nécessaire, que gentilmente respondeu às minhas perguntas, por email.
Muito obrigada pelo relato, Andrea!
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Comentários
Viajamos em Agosto de Londres para Inverness no Caledonian Sleeper (https://www.sleeper.scot/). O trem é noturno e bem confortável, economizando tempo e uma diária de hotel. Não conseguimos reservar cabine e viajamos sentados. As cabines esgotam rápido, parecem bem confortáveis e eram a nossa preferência. Mesmo assim gostamos da experiência.
Acabei de passar 10 dias na Escócia (3 Edimburgo), 100% de forma independente. Foram 1200km percorridos de carro alugado. Pra quem se sente seguro em dirigir (fácil não é), vale muito a pena pra ver com calma tudo que a Escócia e suas Highlands tem a oferecer!
Olá! Obrigada pelo conteúdo. Como você foi de Londres para Edimburgo?
Olá, Jullyane! Dá para ir de trem ou de avião. Veja preços de trem em https://www.thetrainline.com e de avião em https://www.skyscanner.com .
Qual a melhor maneira de chegar a Irlanda sem o avião. Qual o melhor roteiro por terra e água?
Olá, Leila! Infelizmente não temos conteúdo sobre a Irlanda. Mas respondendo à sua dúvida, há ferries de Liverpool tanto para Dublin quanto para Belfast. Veja outras maneiras de chegar de barco à Irlanda:
https://www.ferryhopper.com/en/blog/ferry-news/ferries-to-ireland