Seth Kugel descobre: americano não pensa que a capital do Brasil é Buenos Aires, não
Outro dia tomei um chopinho com o Seth Kugel, colaborador do New York Times que eu já elogiei pelas costas várias vezes aqui no blog. Gente finíssima, o Seth é autor das matérias seguramente mais antenadas sobre viagens ao Brasil que saem na imprensa americana.
Desde o início do ano ele está passando uma temporada baseado em São Paulo, como correspondente do site de notícias Global Post. Daqui Seth continua contribuindo com o NYT e algumas revistas do primeiro time.
Há algumas semanas ele publicou no Global One uma das matérias mais divertidas sobre rixas entre brasileiros e americanos que eu já li.
Incomodado com o fato de todo brasileiro que ele conhece tercerteza de que todo americano pensa que a capital do Brasil é Buenos Aires, Seth aproveitou uma viagem a Nova York para fazer uma pesquisa na rua.
Entrevistou 50 americanos aleatoriamente — e recebeu como resposta principal um “Não sei” (16 vezes). Em seguida veio a resposta “São Paulo” (13 vezes), e em terceiro, empatada com o Rio de Janeiro, a resposta certa, Brasília (8 vezes cada uma). Nenhum dos 50 entrevistados respondeu “Buenos Aires”.
O mais interessante é que o Seth não fez essa pesquisa para provar que o americano médio sabe geografia e não confundiria jamais Brasil com Argentina.
Pelo contrário. A tese do Seth é que o americano sabe tão pouco de geografia que não teria como pôr Brasil e Argentina no mesmo saco. Para ele, transpor a capital da Argentina para o Brasil seria um erro sofisticadíssimo, do qual o americano médio não seria capaz
E só pra gente perder completamente a razão nessa picuinha, na volta ele perguntou a brasileiros na rua quais eram os presidentes da Índia e da China — outros dois países companheiros do Brasil nos BRICs, os emergentes da vez.
Ninguém acertou 😳
Leia a matéria na íntegra aqui. Visite também o site do Seth Kugel — e leia suas matérias recentes sobre a revalorização da cozinha brasileira em São Paulo, o Comida di Buteco de BH, o Baixo Augusta e Salvador.
48 comentários
Tambem adorei o artigo, mas concordo com a Dri: a pergunta feita aos brasileiros tem um nivel de complexidade muito diferente…
Mari, a última pergunta era a propósito dos brasileiros acharem absurdo que algum americano não soubesse o nome do nosso presidente. Eu fiquei chocado porque nem depois de ter lido a matéria eu consigo me lembrar do nome do presidente da Índia. E isso em pleno #ano da Índia no Brasil
Riq,
Demorei um segundinho para entender a piada!!
PS: Tambem li o artigo e nao lembro o nome de nenhum dos dois :blush:
Lá na empresa que fiquei em Houston num almoço surgiu um papo do Brasil e tal e vi que eles não tinham a menor noção (são engenheiros americanos que trabalham para nós) do Brasil…eles não sabiam que o Brasil era grande!!! Fiquei chocada!!!
No hall da empresa tinha um mapa mundi e fui mostrar…aí que eles tiveram noção (detalhe que o mapa está lá todo dia…). Eu mostrei onde era a capital e que se chamava Brasília e eles também não sabiam…
Riq, voltei hoje de BsAs( feriado prolongado de Nossa Senhora de Caravaggio ), e encontrei muitos americanos por lá que com certeza sabem BsAs não é a capital do Brasil, mas por outro lado era tamanha a quantidade de Brasileiros que vai ser difícil convencer os gringos de que a língua oficial da Argentina não é o português!!
Saludos
Riq, my friend!
Posso mudar de saco pra mala, como se diz por aqui? Pretendo ir pra Espanha de 17 a 26 de outubro no esquema “slow trip”, que é o que eu curto. Li num post teu que Madrid e Barcelona meio que se sobrepõem. Como não serão muitos dias e quero muito ir a Madrid, o que mais posso (ou devo) incluir no roteiro sem (muita) correria? Desde já, como sempre, super-agradecida!
É o que eu sempre digo. Brasileiro tem mania de comparar americano médio com brasileiro alto! (e europeu médio, etc.)
Ele sofisticou demais a pesquisa. Nem precisava perguntar nome de presidente da India e da China, não. É só sair na rua e perguntar para 50 pessoas a capital de qualquer outro país.
Eu fui fiscal de vestibular uma vez e me diverti muuuuuuito com as respostas da prova de ´História e Geografia. Na época, era o auge do conflito Irã/Iraque. Uma das perguntas tinha um mapinha (com aquela “botona” onde ficam Arábia Saudita, Kwait, Iraque, Emirados e tal, com o Irã vizinho). Dois países estavam marcados: Irã e Iraque. O texto dizia que aquela região era o palco de muitos conflitos recentes, etc. Várias perguntas seguiam. Primeira pergunta: nome dos países assinalados. Respostas: França/Itália, Inglaterra/França (fazendo fronteira terrestre!!), Portugal/Espanha e muuuitas outras. Detalhe: os vestibulandos estavam bem acima do nível de brasileiro médio… Triste, mas é verdade.
Conheci um americano no Albergue “O Pharol” em Itacaré q conhecia mais do Brasil q eu. Tb era sociólogo (ou antropólogo) e até estagio no Maranhão tinha feito. Gente finíssima! Agora butequizando os comentários (como o bom mineiro – naturalizado) aviso que este ano o COMIDA DI BUTECO acabou com grande estilo (até Bete Carvalho na saideira) e agora, para não perder o ritmo… vamos nos saborear nos digníssimos estabelecimentos de BH e o restante de Minas Gerais que estão participando do “Brasil Sabor”, que vai até 31 de maio… hehehe e da-lhe academia depois… Abraços
Eu acho que na Europa melhorou a noção de Brasil, pelo menos já ligam a Rio e São Paulo.
Há vinte anos, no trem, um rapaz francês me perguntou se ficava na África. Mas, amazônia eles sabem direitinho.
O presidente da India e da China??? Hahaha. Ninguém acertou e muitos devem ter perguntado o que é BRIC!!!
O Agosto Butiquim que o 7 fala na reportagem sobre o Comida di Buteco é muito bom!
; )
Tem muito tempo que não vou aos EUA, mas estive na Europa em março e em todas as vezes que me perguntaram de onde eu era, vinha logo em seguida a saudação: “Rio de Janeiro!” E quando eu explicava que não morava lá, que era da Bahia, o sorriso murchava e vinha um balançar negativo com a cabeça! 🙂 Com certeza, o Rio e São Paulo (eu imagino que tb) devem dominar as noções básicas de geografia do Brasil.