#VnVBrasil | Pamonha (minha crônica no Divirta-se do Estadão)

Ilustração: Daniel Kondo

#VnVBrasilDesembarquei no aeroporto de Goiânia tendo pela frente um longo (e calculado) intervalo até a hora de saida do meu ônibus. (Naquele dia não havia vôos diretos ao meu destino, Caldas Novas.)

Planejei passar esse tempo trabalhando no conforto do aeroporto – e não na balbúrdia da rodoviária. O aeroporto se revelou bem mais acanhado do que eu esperava, mas estava sossegado, e era o que importava.

Com o escritório instalado na praça de alimentação, resolvi dar um toque exótico ao momento: pedi uma pamonha. A primeira pamonha salgada (ou “de sal”, como preferem os goianos) da minha vida.

Quando a dita chegou à mesa, no prato, enclausurada praticamente a vácuo na sua palha e acompanhada de garfo e faca, fiquei sem ação. Como se abre uma pamonha no prato usando garfo e faca?

PamonhaPamonha

Acredito que seja uma questão de estirpe – uma habilidade que vem de berço, como destrinchar lagosta. Felizmente estava todo mundo vendo o Globo Esporte e não passei tanta vergonha assim. Veredicto: vale o esforço; e não importa o gosto que uma pamonha doce possa ter, a salgada é melhor.

Faltando uma hora e meia para o ônibus sair, fui para o ponto de táxi. Entrei, disse para onde ia, e só relaxei quando o motorista ligou o taxímetro.

Dezessete reais e cinqüenta centavos mais tarde, o táxi passava pela guarita do Shopping Araguaia. “Moço, eu queria ir pra rodoviária, não era pro shopping não!”. Mas o taxista não estava me engambelando. A rodoviária de Goiânia fica, sim, num shopping. E é muitíssimo mais civilizada do que o aeroporto. Eu poderia tranqüilamente ter ido direto para lá trabalhar e comer todas as pamonhas salgadas que quisesse.

Shopping Araguaia/Rodoviária de GoiâniaShopping Araguaia/Rodoviária de Goiânia

Achei num triz o guichê para retirar as passagens para Caldas Novas que tinha comprado pela internet — e ainda usei o tempinho que restava para já comprar os bilhetes para as próximas paradas, na cidade de Goiás e em Pirenópolis.

Viação EstrelaViação Estrela

Apenas quando já estava dentro do ônibus é que fiquei sabendo a burrada que tinha feito: deveria ter comprado passagem no ônibus direto ao Rio Quente, que saiu meia hora antes. Um erro que acabaria me custando 80 reais de táxi.

Não é o que dizem? Você é o que você come.

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46 comentários

Pergunto aos colegas goianos: o palmito guariroba, delicioso, é típico de Goiás? Está na receita do empadão goiano?
Riq, se for típico de Goiás e estiver na receita do empadão, ou em um prato com frango, não perca a oportunidade de experimentar. É uma iguaria e tanto.

Hahaha… E caso você fique viciado em pamonha, pode experimentar a do “Rei da Pamonha”, em um posto de gasolina da Paralela, no sentido aeroporto-centro.

    Ave, Eunice, eu pensei nisto, porque prefiro pamonha doce e cheeeeia de coco (essa só em casa)! Eu adoro Goiania e perdoo até o aeroporto.

ai, que vontade de comer uma pamonha! Sou mineira e comi pamonha a vida toda. Tb prefiro a de sal, com um pedaço de queijo dentro. A sua tinha alguma coisa dentro, Ricardo? Pq em Uberlândia, minha cidade natal, tem até com calabresa (a preferida do meu marido).

ps: fiquei curiosa com uma coisa: existe outra maneira de servir pamonha sem ser enrolada na palha? o.O

Tô rindo da pamonha rsrs… toda pamonha que se preze devia vir com um fiozinho de palha para desamarrá-la e assim comê-la facilmente 🙂

É isso, Riq. Goiânia tem um aeroporto que é uma rodoviária e uma rodoviária que é um aeroporto. Vá lá entender. Só goiano mesmo!
(Calma, eu moro em Goiânia e em frente ao aeroporto…hehehe)

Que isso Thiago, a de doce é muito melhor ! Mas concordo com o Luiz Jr. que a pamonha a moda é a mais goiana de todas.
E sim, o aeroporto é tosco !!

Bem vindo ao nosso Goiás, Riq ! Espero que aproveite todo o carinho que o povo daqui tem pra oferecer.

E, se for voltar por Goiânia, dê uma voltinha maior na nossa cidade, pra você ver que belezura. 🙂

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