Assistir a um culto animado por música gospel é um dos programas mais interessantes de Nova York. O passeio é vendido por diversas agências, mas é perfeitamente possível de ser feito por conta própria. O Harlem tem metrô fácil, e é mais mal-encarado do que perigoso.
Como turistas, devemos ter consciência de que não se trata de um show: a gente entra de penetra numa cerimônia religiosa. Deve-se ir bem vestido: calça (ou saia) comprida, ombros cobertos, sapatos fechados. O culto é longo -- pode levar mais de três horas. Por isso, nas igrejas onde não há lugar específico para turistas, sente-se o mais perto possível da porta se quiser sair no meio, para chamar pouca atenção.
A dica que eu tinha furou: o culto da igreja batista Mount Moriah (5a. Avenida, entre W126th e W127th St.; metrô 125th St., linhas 2 e 3; domingo, 11h), popularizada entre brasileiros pelo Nelson Motta, anda bem caidinho. Quando fui, no começo de setembro do ano passado, havia mais turistas do que fiéis. A Vera Lucia esteve lá em agosto de 2009 e também teve a mesma impressão. Caso você tenha ido recentemente e tido outra impressão (vai que a gente tenha ido durante as férias da congregação ou algo assim), por favor nos conte.
O principal destino dos turistas hoje parece ser a igreja batista Abyssinian. Visitantes não-religiosos precisam entrar em fila na W138th esquina com Adam Clayton Powell Jr. Blvd (metrô 135th St., linhas 2 e 3; domingo, 11h) para tentar conseguir um lugar. No site da igreja encontram-se as orientações para turistas (clique aqui).
A Alessandra Fiorini tem uma dica para quem não quer entrar na fila: o culto da Mother Zion, ali pertinho (W137th St., entre Lenox e 7a. Avenida; metrô 135th St., linhas 2 e 3; domingo, 11h):
Atravessando a rua da Abyssinian, há a Mother Zion Church, igreja episcopal-metodista, tranqüila para entrar e com culto muito bonito. Há dois corais: um mais pop (que canta pouco) e outro mais tradicional (predominante). É um culto meio paradão, mas achei que continha uma bela mensagem e os freqüentadores são muito simpáticos com os turistas.
O Augusto Takaschima dá outras duas dicas no Harlem: a igreja batista Canaan (W116th entre Lenox e Adam Clayton Powell Jr. Blvd.; metrô: 116th St., linhas 2 e 3; domingo, 11h) e o Greater Refuge Temple (2081 Adam Clayton Powell Jr. Blvd., entre W124th e W125th St.; metrô 125th St., linhas 2 e 3; domingo, 11h).
A Canaan Baptist Church possui um coro de 30 pessoas acompanhado de piano, orgão, baixo, guitarra, bateria e bongos. Na metade do culto as pessoas estão pulando e dançando. Há mais música do que sermão, o que é uma grande vantagem em relação à Abyssinian, onde a enfâse maior é na preleção. O inconveniente é que os visitantes só podem entrar depois que o culto das 11 já começou e em uma área reservada.
No Greater Refuge Temple a música não é tão boa quanto a da Canaan, mas o visitante sente-se mais integrado. Ao contrário das outras igrejas do Harlem, esta não possui uma área reservada ao turista. Na verdade a Greater Refuge parece mais um auditório do que uma igreja. Pela característica do espaço a acústica é muito boa, o que, somado à animação do pessoal (que leva às vezes seu próprio tamborim), transforma a visita em uma experiência bem próxima do que esperamos de uma igreja do Harlem.
Finalmente: para quem quer ouvir gospel sem se abalar até o Harlem, a Sylvia descobriu a Times Square Church (237 West 51st St., esquina Broadway, domingo, 10h):
Chegamos às 9h, fomos tomar café e retornamos às 9h30. Foi bem difícil conseguir um lugar para sentar, por isso sugiro chegar antes. Não é solicitado nenhum pagamento e os cânticos começam as 10h e terminam às 10:45h. Dá para ouvir trechos no site. Mas no domingo em que fomos o solista não era afro-americano.
Como sempre, o melhor guia é feito pelo compartilhamento de dicas dos trips. Se você tem alguma dica testada de gospel em Nova York, deixe na caixa de comentários, por favor! E obrigado a todos!
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