No meu pequeno guia para decidir seu destino no Caribe servido por vôos a partir do Brasil, eu deixo claro que Punta Cana deve ser escolhida por quem quer curtir basicamente o resort all inclusive. Já aquela viagem para passear muito fica prejudicada tanto pelo tamanho da República Dominicana (que não é uma ilhota como Aruba ou Curaçao ou St. Maarten) quanto pela situação específica da praia (isolada na ponta leste do país, ligada por estradas lentas). A capital -- por acaso a cidade mais antiga das Américas! -- está a quase 4 horas de distância.
Existe, porém, uma praia que se encaixa mais no estilo de viagem de quem não quer ficar a maior parte do tempo no hotel. Falo de Bayahibe, a pouco menos de duas horas de Santo Domingo (e pouco mais de uma hora e meia de Punta Cana). Veja no mapa:
Visualizar Bayahibe, Punta Cana e Santo Domingo em um mapa maior
Bayahibe não tem a extensão da praia caminhável de Punta Cana, e por isso mesmo muitíssimo menos resorts, e nem ao menos vôos diretos do Brasil (o aeroporto da região, em La Romana, a 25 km, recebe vôos diários somente de Miami, pela American Eagle). Mas oferece uma série de atividades nas redondezas. Veja neste outro mapa:
Visualizar Bayahibe, República Dominicana em um mapa maior
É daqui que saem os passeios à Ilha Saona, o objeto de desejo número 1 dos turistas de Punta Cana; as lanchas chegam em 20 minutos (quem vem de Punta Cana enfrenta uma viagem de ônibus de duas horas para ir, duas horas para voltar). Os hotéis da região oferecem passeios, mas se você não tiver certeza quanto à meteorologia, pode deixar para decidir passear no próprio dia: lanchas independentes saem entre as 9h e 11h da prainha central de Bayahibe assim que lotam de passageiros.
Querendo fazer outro passeio a ilha, dá também para ir à Ilha Catalina.
Há jardins de corais e naufrágios pertíssimo da costa. O naufrágio mais famoso é o do capitão William Kid, um pirata escocês do século 17. Perto dali foi montado um Museu Subaquático, com corais que foram estudados e posteriormente devolvidos ao fundo do mar.
Na superfície, a região oferece o Parque Nacional do Leste, uma reserva ambiental onde estão preservadas várias covas habitadas pelos índios taínos, que ocupavam a região à época da descoberta por Colombo. A caverna mais famosa, no entanto, fica fora do parque, a meio caminho entre San Pedro de Macorís e La Romana: a Cueva de las Maravillas, com importantes inscrições rupestres.
Ainda nas redondezas há a curiosidade de Altos de Chavón, uma réplica de uma cidade medieval construída por um arquiteto italiano. O lugar tem um museu arqueológico, uma escola de design e lojas, e está encravado no condomínio chiquérrimo da Casa de Campo, desenvolvido originalmente para a residência da elite de funcionários do engenho canavieiro de La Romana, e que se transformou um bairro de segundas residências para gringos e dominicanos ricos. Por ali fica também uma fábrica de charutos artesanais aberta à visitação, a Las Palmas.
Finalmente, a capital Santo Domingo está a duas horas de viagem, o que faz dela um bate-volta ainda um pouco cansativo, porém bastante viável.
As praias são lindas. Os locais vão repetir à exaustão que este é o "verdadeiro" Caribe, porque Punta Cana ainda está no Atlântico. É verdade, mas as praias mais calmas, na ponta leste de Punta Cana, também são impecáveis (e Santo Domingo, que fica no Caribe, tem uma praia barrenta).
A praia mais extensa do vilarejo (que você pode ver na foto do alto do post) é dividida entre um hotel (o Dreams La Romana) e um trecho de praia pública.
A outra praia da vila é totalmente ocupada pelas lanchas que fazem os passeios a Saona e Catalina.
O pólo hoteleiro fica a dois quilômetros do centrinho, na praia Dominicus. Por ali estão o Viva Wyndham (com dois hotéis, o Beach e o Palace; vou fazer um post na seqüência), o Iberostar Hacienda Dominicus, o Be Live Canoa e o Catalonia Gran Dominicus. (Sim, são só cinco. Menos agonia para os indecisos.)
Há um pequeno comércio (e residências) no entorno dos hotéis. Dá para sair do hotel e negociar passeios ou mesmo comer em restaurantes de verdade (recomendo o El Rancho, de italianos).
Um táxi entre Punta Cana e Bayahibe sai entre 100 e 120 dólares. Nâo há ligação direta de ônibus; é preciso ir a La Romana e lá pegar um táxi (35 dólares) ou um guagua (ônibus local).
Sempre é bom ressaltar que, se Bayahibe tem a melhor posição para passeios históricos e naturais, por outro lado Punta Cana tem toda uma estrutura de programas superproduzidos para turistas (encontros com golfinhos, mergulho com capacete de astronauta, ecoparques; veja aqui). A oferta de hotéis em Punta Cana também é mais luxuosa e mais variada.
Para viajantes independentes que queiram fazer passeios por conta própria, sem pegar o que já foi montado prontinho pelos hotéis, a divisão da estada entre Punta Cana e Bayahibe (quem sabe também com Santo Domingo também...) é uma grande pedida.
Todas as opções de transporte:
A Punta Cana: vôo direto da Gol; conexão no Panamá com a Copa; conexão em Miami com a American.
A La Romana/Bayahibe: conexão em Miami com a American.
A Santo Domingo: conexão no Panaá com a Copa; conexão em MIami com a American.
De Punta Cana a Bayahibe: US$ 100 a US$ 120 de táxi; ou ônibus local a La Romana, depois táxi ou guagua a Bayahibe ou Dominicus.
De Bayahibe a Santo Domingo: US$ 120 a US$ 140 de táxi; ou táxi ou guagua a La Romana e então ônibus a Santo Domingo.
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