Sydney: 3 experiências imperdíveis 1

Sydney: 3 experiências imperdíveis

Sydney Opera House

Enviado especial | André Urso

Maior cidade da Austrália, Sydney é o tipo de lugar que impressiona pelo seu tamanho e que demanda tempo para ser conhecida em detalhes. E como tempo é um artigo raro em viagens turísticas, o jeito é ir abrindo caminho pelas suas ruas e percebendo as nuances de uma cidade que é ao mesmo tempo um grande centro financeiro e também uma cidade praiana. Uma cidade que anda de terno e gravata, mas que também faz bonito de short e havaianas. Se o grande esporte de australianos e visitantes é comparar Sydney e Melbourne, posso, pela minha experiência, dizer que Melbourne tem uma escala mais humana. Mas Sydney não deixa nada a dever em termos de diversão e grandes experiências. Quer conhecer algumas delas?

1 | Escalar a Harbour Bridge

Harbour Bridge

Harbour Bridge

Se você gosta de aventura e quer ver Sydney de um ponto de vista um pouco mais inusitado, experimente escalar um dos maiores símbolos da cidade: a Harbour Bridge. O programa, feito pela The Bridge Climb, não é exatamente barato: custa A$120 por pessoa (algo como R$ 250), mas é seguro, divertido e te proporciona a visão da  cidade e a baía de um jeito que você dificilmente vai esquecer. A construção da Harbour Bridge iniciou-se em 1924, sendo oficialmente inaugurada em 1932. Custou mais de A$ 4 milhões, valor que foi amplamente questionado pela população da época, pois se achava que era necessário investir mais em escolas, saúde, etc. Um filme bem parecido com o que a gente tem visto aqui no Brasil ultimamente, né? Sua impressionante estrutura necessitou de 53 toneladas de aço e da força de mais de 1400 homens para ficar pronta. Mas todo esse esforço valeu a pena. Hoje, ela desponta imponente como um dos grandes símbolos de Sydney, ao lado da Opera House.

Harbour Bridge

Harbour Bridge

Harbour Bridge

Nesse tour, os grupos são de no máximo 14 pessoas e você escolhe o horário em que quer fazer a escalada: dia, noite, pôr-do-sol ou ao nascer do sol. Antes de subir, há uma curta palestra e são fornecidos um macacão e vários equipamentos de segurança para os participantes. Para quem não está acostumado, o momento mais tenso é na subida, onde você tem que passar por alguns lances de escadas estreitas e bem íngremes. Passando daí, tudo fica mais tranqüilo e os próximos 1.332 degraus não chegam a ser um grande empecilho para quem quer admirar a beleza da vista lá de cima.

Vista da Harbour Bridge

Harbour Bridge

Vista da Harbour Bridge

Duas coisas que você deve lembrar se for fazer esse programa: não beba antes de ir. Um teste de bafômetro é feito antes da subida e a depender do teor de álcool no sangue, você pode ser impedido de fazer o passeio.

Sydney Harbour Bridge

A segunda é que é proibido levar câmeras, celulares ou qualquer coisa que possa despencar lá de cima e causar uma acidente com os carros nas pistas em baixo. Na verdade, todos os seus pertences ficam num armário trancado enquanto faz a escalada. Assim, as fotos do belo visual que você vai ver ter do topo serão tiradas pelo guia do grupo e depois lhe serão vendidas por um precinho nada camarada ao final da expedição.

2 | Conhecer a Opera House por dentro

Sydney Opera House

Como o Bridge Climb dura no máximo umas 3 horas e meia, depois de descer da ponte você pode seguir para conhecer por dentro a outra atração que você viu lá de cima: a Opera House. Para isso, basta andar uns 20 minutinhos em direção à baía pelo simpático bairro The Rocks, o mais antigo de Sydney. Aqui, enquanto desce em direção ao mar, você aproveita para conhecer construções que remontam à fundação da cidade, além de dispor de vários pubs, restaurantes e bares bem interessantes para uma parada estratégica. Chegando no nosso destino, basta entrar na recepção para ver os caixas onde são comprados os tickets para o tour. Adultos pagam A$ 35 (cerca de R$ 75).

Ópera de SydneySydney Opera House

Sydney Opera House

A Opera House foi criada Jørn Utzon, que venceu a concorrência numa repescagem comandada pelo mestre do design Eero Saarinem. Ele achava a maior parte dos projetos inscritos bem normais e, num lance de ousadia, apostou na proposta inovadora e inusitada do jovem arquiteto dinamarquês. Desde o início, a Opera House gerou debates acalorados no país. A obra, que era estimada pra ser construída em 3 anos, levou 16. E o seu custo, que estava orçado inicialmente em A$ 7 milhões, acabou estourando e foi a A$ 105 milhões.

Sydney Opera House

Mas, a despeito de todas as desventuras na sua construção, que culminaram com afastamento do próprio Utzon da obra, a aposta se revelou certeira. Depois da sua inauguração, em 1973, a Opera House de Sydney, se transformou na marca registrada da Austrália. E Utzon se tornou um dos 2 únicos arquiteto a ter sua obra reconhecida como Patrimônio da Humanidade ainda em vida. O outro foi o nosso brasileiríssimo Oscar Niemeyer. (Mas o autor nunca chegou a ver sua obra pronta: no meio da construção, desentendeu-se com as autoridades sobre detalhes de acabamento, e prometeu nunca voltar a Austrália.)

3 | Visitar as Blue Mountains

Blue Mountains

Outro passeio imperdível para fazer a partir de Sydney é a visita às Blue Mountains. A menos de uma hora do centro, você vai deixar a metrópole agitada para trás para ver alguns dos cenários naturais mais bonitos da Austrália. A região das Blue Mountains é uma espécie de Chapada Diamantina à australiana e fica 60 km a oeste de Sydney. É possível chegar lá de carro ou de trem. No nosso caso, fomos de van pela Anderson’s Tour, empresa contratada para nos levar e que fez um excelente trabalho. É sempre bom lembrar que esse passeio consome um dia inteiro da viagem se for feito com a calma que ele merece.

Blue Mountains

Blue Mountains

Blue Mountains

Blue Mountains

Famosa pelo efeito de ótica que projeta uma luz azulada em suas montanhas – efeito causado com a ajuda das milhões de partículas de óleo lançadas na atmosfera pelos eucaliptos –, a região das Blue Mountains faz parte do território aborígene e é reconhecida como Patrimônio da Humanidade. Aqui, você vai encontrar florestas, cachoeiras, canyons, mirantes e muitas outras impressionantes atrações naturais, mas vai encontrar também pequenas e simpáticas cidades como Katoomba e Leura, habitadas por artistas e uma população pra lá de alternativa.

Katoomba Falls

A aventura começa quando, logo depois de deixar o carro no estacionamento, você pega o bondinho panorâmico e começa a admirar a paisagem. Então, no meio do caminho, o piso fica transparente e você vai poder admirar um enorme precipício bem debaixo do seus pés. Você vai querer olhar pra todos os lados, mas o maior destaque vai mesmo para inacreditavelmente alta cachoeira Katoomba.

Trenzinho Blue Mountains

Blue Mountains

Chegando na estação final do teleférico, você acha que a emoção acabou, mas tem mais. Muito mais quando você entra no trem mais íngreme do mundo para uma curta viagem que mais se parece com a de uma montanha russa, com direito a túnel escuro e tudo mais.

Trilha na floresta

Blue Mountains

Mina Katoomba

Ao final da viagem você está no nível da floresta que viu lá de cima. Saindo do trem, você caminha por lugares históricos como a antiga mina de carvão local, passeia pelas trilhas sinalizadas dentro da mata, observa rios e cachoeiras ou, a depender do seu preparo, pode até mesmo fazer caminhadas mais longas com guias.

As 3 Irmãs

Mas a mais famosa atração das Blue Mountains são mesmo as lendárias formações rochosas conhecidas como “As três irmãs”. Existem muitas lendas sobre essa formação rochosa. Uma das mais conhecidas, a da tribo aborígene Gundugurra, diz que três irmãs se apaixonaram por três guerreiros de uma tribo vizinha inimiga. Como essa paixão era proibida, o feiticeiro da tribo as transformou em pedra como forma de evitar o casamento. Só que em uma guerra, esse mesmo feiticeiro foi morto e ninguém mais tinha o segredo para traze-las de volta ao mundo dos humanos, ficando as 3 irmãs eternizadas na forma de rocha. Há uma trilha que leva até elas, mas pra quem não quer encarar a caminhada, o melhor ponto para avistá-las é do mirante Echo Point.

O passeio às Blue Mountains passa ainda por diversas atrações e o que fazer por lá depende muito da sua disponibilidade de tempo. A verdade é que nessa região você pode passar dias fazendo diversos programas diferentes e nunca cansar pois o lugar é verdadeiramente uma joia da natureza. Confesso que deu vontade de fazer uma viagem para a Austrália só pra ficar lá explorando a região.

Feathersdale

Feathersdale

FeathersdaleFeathersdale

No caminho de volta, nosso passeio incluía uma visita ao Feathersdale Wildlife Park, um zoo onde você pode ter contato com diversas espécies nativas da Austrália e ver, por exemplo, cangurus passeando livremente por toda a área do local.

Ao final do dia e desse passeio emocionante, fica a certeza de que Sydney tem muito a oferecer ao visitante e que a primeira impressão da grande metrópole é só para não se revelar de primeira. Sydney se mostra surpreendente aos pouquinhos.

Viagem a convite do Tourism Australia

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24 comentários

Bóia, terminou a série do Andre Urso na Austrália, ou ainda tem mais?

    Olá, Rodrigo! Terminou, sim. Mas é provável que o Ricardo Freire enriqueça a série com participativos com os leitores, também.

Estive em Sydney em junho passado e fiz o tour para Blue Montains com essa mesma empresa citada, mas tenho duvidas se essa é a melhor maneira de conhecer a região, o tour é muito corrido e achei q aproveitei pouco.

Solicitei o visto eletrônico para austrália, e recebi um email com o visto anexo minutos depois, foi muito rápido, portanto, estou na duvida se é o visto mesmo, mas não consigo achar nenhum imagem dele na internet para ter certeza. Viajo em Abril, a embaixada nao me responde! Alguém tem o modelo para que eu tenha certeza? Obrigado!

Morei em Sydney oir 13 anos. Fiz essa travessia pela ponte há mais de 30 anos, na época, se não me engano, qualquer pessoa podia atravessar, fomos eu e meu marido mas como estavamos apnas andando pela cidade e resolvemos atravessar não levamos camera e não existia celular, então infelizmente o passeio ficou apenas em minha memória. Blue Mountains tambem é lindo… tudo é lindo na Australia. Felizmente meus filhos nasceram lá, minha filha voltou para lá e desejo em breve voltar tambem! Vale a pena visitar.

E conhecer o Zoológico… e ir pra Manly… comer pie&mash em Wooloomooloo…ah, Sydney!!! Que lugar sensacional! 😉

Ah que saudades da Austrália 🙂
Fui no Feathersdale Wildlife Park, e também recomendo.
Excelente oportunidade para estar perto (leia-se acariciar) dos típicos animais locais.
Outros dois programas imperdíveis que sugiro são os pubs do The Rocks e uma caminhada pelo Jardim Botânico, de onde se têm as melhores vistas da cidade.

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