Pampulha: como chegar

Pampulha: como chegar e o que visitar no novo Patrimônio da Humanidade

Pampulha: como chegar

O conjunto arquitetônico modernista da Pampulha, em Belo Horizonte, acaba de ser classificado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco — numa reunião que incluiu outros 20 sítios naturais e culturais na lista (entre eles, o conjunto de obras de Le Corbusier espalhadas por França, Bélgica, Suíça, Alemanha, Argentina, Índia e Japão).

Pampulha: como chegar

A Lagoa da Pampulha foi formada pelo represamento de um riacho. A obra foi terminada na gestão de Juscelino Kubitschek como prefeito. JK decidiu embelezar o novo cartão-postal de Belo Horizonte com edifícios modernistas projetados por um iniciante Oscar Niemeyer — inaugurando uma parceria que seria retomada em Brasília.

Desde o centro da cidade, são 13 km — uma distância que parece maior por causa do trânsito belo-horizontino.

O jeito mais confortável de visitar a Pampulha é de carro: as atrações são espalhadas no entorno da lagoa, que não é servida por nenhum ônibus que leve de um ponto importante a outro (pode isso, Belo Horizonte? Tem que botar um micro-ônibus ai!).


Novidade: ônibus circular na Pampulha!

  • Desde o sábado 24 de setembro a linha 512 sai da Estação Pampulha do MOVE (o BRT belo-horizontino) e percorre todos os atrativos culturais e naturais do entorno da Lagoa. Ainda estou em busca de detalhes de sintonia fina de uso da linha para atualizar aqui, mas o básico está explicado por enquanto neste post aqui (clique!)

De táxi, a corrida da Praça da Liberdade (que concentra a maioria dos museus da cidade) e a igrejinha de São Francisco sai R$ 38 (R$ 45 em bandeira 2) segundo o cálculo do site Tarifa de Táxi. O trajeto leva 30 minutos com trânsito moderado.

O visitante mão-fechada pode pegar um ônibus superconveniente, o 5106, que passa na Praça da Liberdade (o ponto é no número 153, na lateral do Palácio da Liberdade) e segue até a Pampulha pelo corredor do BRT MOVE, com paradas no Mineirão, na Igrejinha e a uma (longa) quadra da portaria 1 do Parque Ecológico. A passagem custa R$ 3,70 e o Google Maps estima a viagem da Praça da Liberdade à igrejinha em 1h10min.

A melhor pedida para quem chega de táxi ou ônibus é completar o circuito de bicicleta. No próximo tópico eu dou o serviço.


São Miguel das Missões
Missões, a missão

Pampulha: o que visitar

Uma pessoa que só tenha lido as manchetes pode achar que o novo patrimônio da humanidade mineiro é a igrejinha de São Francisco, o ícone principal da Pampulha. Mas não: o que entrou na lista da Unesco foi o conjunto de quatro prédios niemeyrianos: a igrejinha, o Cassino da Pampulha (atual Museu de Arte da Pampulha), o Iate Clube e a Casa do Baile. Dos quatro, só o Iate Clube não pode ser visitado.

Além dos atrativos sob os holofotes da Unesco, a Pampulha também tem outros lugares que ajudam a compor um dia (ou dois) de passeio: o estádio Mineirão, o Parque Ecológico e a Fundação Zoo-Botânica — onde estão o Zoológico, com seu Aquário e o Jardim Botânico.

Querendo fazer o circuito de bicicleta, aproveite os pontos do Bike BH (as bicicletas laranjinhas do Itaú) na esquina da rua Versília com a orla da lagoa, nas proximidades do portão 1 do Parque Ecológico ou no estacionamento do parque. Sábado e domingo também dá para alugar na filial da BikeMania do Mirante Bem-Te-Vi (Av. Otacílio Negrão de Lima, 5470; tel. 31/3443-1438 (sábado, domingo e feriado das 8h às 18h).

Igrejinha da Pampulha

Pampulha: como chegar

O nome oficial é Capela de São Francisco de Assis. Apesar de ateu, Oscar Niemeyer tinha mão boa para obras religiosas, não? Mas como outras obras do seu currículo, a igrejinha é bem mais interessante por fora do que por dentro.
Pampulha: como chegar

Não é permitido fotografar os interiores. E para tirar fotos externas bem melhores do que essas minhas, contorne a lagoa até a margem oposta…


Igrejinha da Pampulha

  • Av. Otacílio Negrão de Lima, 3000 | Tel. 31/3427-1644 | Visitas: 2ª a sábado das 8h às 17h; domingo das 11h às 14h | Ingresso: R$ 3 (estudantes e maiores de 60 anos: R$ 2)

Casa Kubitschek

Não faz parte do conjunto chancelado pela Unesco, mas está a uma distância caminhável da igrejinha (na direção do parque). O projeto é de Niemeyer, e os jardins, de Burle Marx. Foi construída como casa de campo do prefeito, e é toda decorada com mobiliário modernista brasileiro.


Casa Kubitschek

  • Av. Otacílio Negrão de Lima, 4188 | Tel. 31/3277-1586 | Visitas: 3ª a domingo das 9h às 18h | Ingresso: grátis

Casa do Baile

Pampulha: como chegar

O mais fotogênico dos prédios do conjunto — outra parceria Niemeyer-Burle Marx — funcionou como casa noturna (municipal!) entre 1943 e 1948; acabou fechando, devido à decadência da área depois do fechamento do cassino na margem oposta. Hoje sedia o Centro de Referência em Arquitetura e Urbanismo, faz exposições e rende ótimos posts no Instagram.

Pampulha: como chegar

Não se deixe enganar pelo mapa: a Casa do Baile parece estar perto da igrejinha, mas dá meia hora de caminhada. (O Iate Clube, porém, fica a pouca distância.)


Casa do Baile

  • Av. Otacílio Negrão de Lima, 751 | Tel. 31/3277-7443 | Visitas: 3ª a domingo das 9h às 18h (5ª até 21h) | Ingresso: grátis

Museu de Arte da Pampulha

Originalmente era o Cassino da Pampulha, mas teve vida curta como antro de jogatina — da inauguração em 1942 à proibição do jogo pelo presidente Dutra em 1946. Virou museu em 1956 e tem ênfase em arte brasileira moderna e contemporânea: você vai encontrar Guignard, Di Cavalcanti, Franz Krajcberg, Iberê Camargo e Tomie Ohtake no acervo permanente. Em fevereiro de 2016 foi anunciado que o museu fecharia em julho para reforma. O plano, porém, foi adiado, sem data.

É a atração mais longe de visitar: está na margem oposta à dos outros pontos de visita.


Museu de Arte da Pampulha

  • Av. Otacílio Negrão de Lima, 16585 | Tel. 31/3277-7946 | Visitas: 3ª a domingo das 9h às 18h30 | Ingresso: grátis

Parque Ecológico

Pampulha: como chegar

O parque ocupa uma ilha no cantinho da lagoa. Tem uma área aberta à visitação pública, outra acessada apenas em visitas agendadas, e outra de uso exclusivo para pesquisadores. As capivarinhas fazem parte do elenco de bichos soltos no pedaço. Procure pelo Jardim Japonês, o cantinho mais querido do parque.


Parque Ecológico

  • Av. Otacílio Negrão de Lima, 7111 | Tel. 31/3277-7439 | Aberto: diariamente até o pôr do sol | Ingresso: grátis

Fundação Zoo-Botânica

O Zoológico e o Jardim Botânico de Belo Horizonte dividem o mesmo endereço. Vale a pena pagar o ingresso à parte para visitar o Aquário da Bacia do São Francisco, o maior aquário de peixes de água doce do país.


Fundação Zoo-Botânica

  • Av. Otacílio Negrão de Lima, 8000 | Tel. 31/3277-7439 | Visitas: de 3ª a domingo das 8h30 às 17h | Ingresso: de 3ª a 6ª, R$ 3; sábado, R$ 4; domingo e feriado, R$ 6; Aquário: + R$ 6

Mineirão

Pampulha: como chegar

Felizmente, o nome Arena Minas não pegou. Inteiramente reformado para a Copa, o Mineirão oferece visitas combinadas às dependências do estádio e ao Museu do Futebol Brasileiro.


Mineirão

  • Av. Av. Coronel Oscar Paschoal, Portão G2 | Tel. 31/3499-4300 | Visitas guiadas: de 3ª a 6ª das 9h às 17h; sábado e domingo das 9h às 13h – de hora em hora | Fechado para visitas entre 25 de julho e 25 de agosto devido aos Jogos Olímpicos | Ingresso: R$ 20 (meia-entrada, R$ 10)


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Pampulha: onde comer

O belo-horizontino cultua o tropeiro do Mineirão, mas para experimentar você vai ter que assistir a um jogo.

Xapuri, Pampulha
Xapuri

Agora a sério: nenhum passeio à Pampulha será completo sem uma parada no Xapuri, endereço da melhor comida mineira. Como não fecha entre o almoço e o jantar, é perfeito para quem está turistando (R. Mandacaru, 260; tel. 31/3496-6198; abre de 3ª a sábado das 12h às 23h; domingo e feriado das 12h às 18h).

Pampulha: onde ficar

Caso você queira dedicar um fim de semana específico à Pampulha — ou aproveitar uma viagem para assistir a um jogo no Mineirão — pode se hospedar por ali mesmo. A região tem vários hotéis, graças não apenas aos atrativos da lagoa, mas também por causa do Aeroporto da Pampulha (hoje praticamente desativado) e de um campus da UFMG.

Dois hotéis estão diretamente na orla: o San Diego Concept, vizinho ao Iate Clube e à Casa do Baile, e o Pampulha Design, para os lados do Museu da Pampulha, na margem oposta às outras atrações.

Na região entre o Mineirão e o aeroporto você vai encontrar hotéis de redes conhecidas, como o Ibis Styles Pampulha e o Quality Pampulha.

Leia mais:


Belo Horizonte

18 comentários

Estimado Ricardo Freire
O IATE TÊNIS CLUBE DE BELO HORIZONTE está aberto ao público para um tuor gratuito, ao contrário do que consta da matéria.
Os visitantes não terão acesso às áreas destinadas aos sócios, mas conhecerão os jardins projetados por Burle Marx, o Salão Portinari , de onde poderão contemplar uma belíssima vista do conjunto arquitetônico da Pampulha, no local encontram-se expostos dois lindíssimos painéis de autoria de Burle Marx e Cândito Portinari intitulados, respectivamente, como: “ESPORTE” e “SUICÍDIO DA CONSCIÊNCIA”.
Desta forma, solicitamos a inclusão do IATE, bem como retificação das informações prestadas em relação ao clube na belíssima matéria.
Salientamos, que estamos a inteira disposição do respeitável jornalista. Inclusive, nos dispomos a fornecer fotos oficiais para ilustrar o artigo.
Atenciosamente,
Wener Cristiano Gomes
Vice-Presidente Ouvidor do IATE/BH
E-mail para contato: [email protected]

Estimado Ricardo Freire

O IATE TÊNIS CLUBE DE BELO HORIZONTE está aberto ao público para um tuor gratuito, ao contrário do que consta da matéria.

Os visitantes não terão acesso às áreas destinadas aos sócios, mas conhecerão os jardins projetados por Burle Marx, o Salão Portinari , de onde poderão contemplar uma belíssima vista do conjunto arquitetônico da Pampulha, no local encontram-se expostos dois lindíssimos painéis de autoria de Burle Marx e Cândito Portinari intitulados, respectivamente, como: “ESPORTE” e “SUICÍDIO DA CONSCIÊNCIA”.

Desta forma, solicitamos a inclusão do IATE, bem como as informações prestadas na belíssima matéria.

Salientamos, que estamos a inteira disposição do respeitável jornalista. Inclusive, nos dispomos a fornecer fotos oficiais para ilustrar o artigo.

Atenciosamente,

Wener Cristiano Gomes
Vice-Presidente Ouvidor do IATE/MG
E-mail para contato: [email protected]

Além do Xapuri e Paladino, já citados, experimentem o restaurante Quintal Pampulha! Fica perto do parque ecológico, mais perto da lagoa que os outros.

A BikeMania inaugurou recentemente uma filial na esplanada do Mineirão. É mais conveniente para quem tem o estádio como primeiro ponto do roteiro!

Na Esplanada do Mineirão, acontecem frequentemente shows de diversos portes e eventos gastronômicos. Quando não há eventos, ela é frequentada por skatistas e patinadores de todas as idades e por ciclistas infantis.

Entre o Mineirão e a orla da lagoa, está o ginásio do Mineirinho. Ele está um tanto maltratado pelo tempo, não recebe mais jogos e shows com a mesma frequência dos anos 80 e 90, mas vale conferir a programação.

Quanto à Igrejinha, a parte interna tem o batistério com esculturas em baixo-relevo de Alfredo Ceschiatti e a via-sacra e o painel no altar de Cândido Portinari.

Uma outra ótima opção para comer é o Restaurante Paladino, que fica a uns 100 metros da orla da lagoa e bem próximo ao Zoo. Até vinho próprio é fabricado e serve uma comida mineiro da melhor qualidade. Para crianças também é muito bom pois tem passeios de charrete, parque, escalada e mini fazenda.

Parabéns à BH pela conquista e ao Riq pelo post completinho!
Estive na Pampulha no último encontro de blogueiros de viagem em junho e o lugar é incrível. Preciso voltar e conhecer a casa de Baile, que faltou e pedalar pela orla, que é muito convidativa!
Abs!

Muito bom o post, Riq! Dá só uma olhadinha n’um ato falho que se repete uma vez no texto: você, vez ou outra, se refere à Casa do Baile como Casa do “Lago”. Cabe também, eu acho, uma indicação alternativa ao Xapuri, com a comida, igualmente, muito boa (mas mais voltado às famílias com filhos): Restaurante Paladino, na orla da lagoa.

Em relação às atrações da Pampulha, fica mais uma dica que faz parte da infância dos belohorizontinos, o Parque de diversões Guanabara, em frente à Igrejinha.

    Mesmo para quem não tiver crianças, uma visita ao Parque Guanabara vale a pena. Um passeio na roda gigante no fim da tarde pode render algumas belas fotos!

Seria Casa do Lago ou Casa do Baile?

    Olá, Maria Luiza! Foi ato falho do Ricardo Freire por causa do nome de uma pousada no interior paulista. Já corrigimos, obrigada (e a todos os demais) por avisar.

Excelente o texto sobre o lugar onde tenho muito orgulho de viver.
Apenas algumas sugestões no texto: onde se lê Casa do Lago leia-se Casa do Baile
O Memorial japonês fica dentro do Parque Ecológico, e não no Jardim Botânico.
Por sua vez, o Jardim Botânico fica dentro do Zoológico (um dos mais completos do mundo).
A rua Versilia não fica próxima à igrejinha.
O Parque Pampulha é, na verdade, o Parque Ecológico. Poucas pessoas vão saber te indicar onde fica o parque Pampulha, mas a maioria sabe onde é o Parque Ecológico.
Por fim, sobre o onde ficar, eu me “hospedo” em casa mesmo, a 500 metros da Igrejinha.
Parabéns pela reportagem.

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