4 dias em Bogotá, por André Urso

Candelária, Bogotá

Tenho a maior inveja da viagem que o André Urso acabou de fazer. Mas vou deixar que ele conte na primeira pessoa. Vai, André!

Acabei de chegar da Colômbia, onde passei duas semanas entre Bogotá, Cartagena e Islas del Rosário. E a primeira coisa que aprendi desse surpreendente país foi que, apesar de não ter as dimensões continentais do Brasil, a Colômbia são muitas e bem diferentes e isso deve ser levado em conta na hora de viajar. A depender de onde você vai, prepare-se para muito sol e calor ou muita chuva e frio — ou até tudo isso ao mesmo tempo. Aqui queria dividir um pouco do que vi e aprendi nessa viagem. Espero que seja útil para quem vai a Colômbia no futuro.

Se vier do Brasil, provavelmente sua primeira parada no país vai ser aqui. Bogotá é uma cidade de grandes dimensões. Uma capital dinâmica e moderna com 8 milhões de habitantes. É a São Paulo daqui. Em Bogotá é possível encontrar de quase tudo. A cidade é uma atração para quem gosta de história, cultura, compras, diversão e bons passeios. Se você tiver pouco tempo disponível ou passar por aqui só de escala rumo a Cartagena ou outros paraísos caribenhos, fique tranqüilo: é possível conhecer o melhor da cidade em apenas 4 dias. Minha sugestão é chegar numa quinta feira e aproveitar a cidade até o domingo.

Para se hospedar, você pode escolher entre a Candelária ou a (alta) Chapinero/Zona Rosa, também conhecida como ZonaT. Na primeira parte da minha viagem escolhi a última opção. Fiquei no Celebrities Suites, um apart-hotel boutique bem simpático que fica na Calle 74 com a Carrera 11 em Chapinero. Recomendo. Cada quarto representa uma celebridade roliudiana; são amplos, com sala, cozinha, etc, e o staff é bem simpático.

Apartamento do Celebrities Suites

Para o primeiro dia, tome um táxi para o Museu do Ouro e pelo caminho vá sentindo as primeiras impressões da cidade.  O Museu do Oro é o mais importante do mundo na sua categoria e vai te surpreender pelo rico acervo e pela aula de história sobre a nossa evolução a partir do uso dos metais. Terminada a visita, dê uma pausa para o famoso café no próprio museu, depois siga caminhando mais uns 10 minutos e chegue à Casa da Moeda e ao Museu Botero, que ficam lado a lado no coração da Candelária. Se depois disso ainda tiver pernas e a altitude não estiver impondo os seus efeitos nocivos, dê uma caminhada pela Candelária e Plaza de Bolívar. Vá até onde der sem stress, pois você vai voltar a essa área amanhã.

Plaza de Bolívar, Bogotá

No segundo dia,vá ver a cidade do alto. Pegue o Transmilênio – sistema de ônibus que virou meu transporte oficial, apesar do táxi barato. Mas atenção, só indico pra quem não esquenta com transporte público –  pare nas estação Las Aguas, ande até o teleférico e suba para Monteserrate, o Santuário do Senhor Caído que fica no alto da montanha.

Vista do Monserrate

É como subir o Cristo no Rio. E a vista da cidade é linda.

Santuário de Monserrate

Restaurante em Monserrate

Depois da visita, se der fome, saiba que os dois restaurantes que ficam na montanha são pega-turista, a comida é cara e não é nada demais, mas a vista é sensacional. Então peça algo para beber, aprecie a vista e guarde a fome para mais tarde.

Candelária, Bogotá

Descendo, volte para a Candelária e ande pelas suas ruas. Conheça o Centro Cultural Gabriel Garcia Márquez, com seu simpático café e uma enorme livraria que vai fazer a alegria de quem ainda torce o nariz para os iPads da vida. Faça um lanche e depois volte para o hotel.

Como vai ser noite de sexta, a primeira dica para diversão é a Zona T. As calles 83 até 86 concentram muitos restaurantes, bares e clubs e lota com um público mais classe média alta. Escolha o local que mais te agradar e divirta-se. A melhor parte da Zona T fica no calçadão próximo aos shoppings El Retiro e Andino, onde amanhã você vai querer comprar roupas da Diesel por metade do preço que é vendido no Brasil.

Se a sua rumba (balada em colombiano) é mais alternativa, se jogue no Septimazo na Candelária. As ruas são fechadas pros carros e o local lota com a galera jovem mais rock, universitária e o povo dos hostels da região. É chévere (bacana, cool, na gíria local). Se for gay, se jogue para a baixa Chapineiro ( calles 57 a 63), onde ficam os bares e boates GLBTT e não deixe de conhecer a Theatron, boate gigantesca que funciona num antigo cinema e conta com diversos ambientes que tocam desde eletrônica bate-cabelo, a salsa, rumba, pop rock e reggae. Cada ambiente é uma história.

Dia 3, sábado. Se a ressaca da sexta tá impedindo a concentração, pegue leve. Vá aos shoppings da Zona T, conheça o local de dia, aproveite os preços de algumas coisas que são bem mais baratas que no Brasil e relaxe. À noite, vá jantar num dos muitos restaurantes da Zona G (G de gourmet) ou numa das maiores atrações turísticas do país: o restaurante Andrés Carnes de Res, que fica fora da cidade, num pequeno “pueblo” a uns 30 minutos de carro. Dizem que é surpreendente, mas pelo vi e li, não é muito a minha não. Só recomendo porque é tido como uma grande atração local. Para ir é bom fazer reserva e pedir no hotel taxi para levar e trazer de volta. Tem uma filial, o André D.C., no shopping El Retiro, na zona T.

Catedral de Sal, Colômbia

Pegou leve no sábado? Então acorde cedo no domingo e vá conhecer a Catedral de Sal, que fica a uns 45 km da capital. Veja se consegue o táxi no próprio hotel e reserve com antecedência. Mas tente pechinchar e só aceite se for para te levar, esperar e trazer de volta ao hotel. Tente fechar por uns U$70,00 (mais ou menos uns 130 mil pesos colombianos). Como é o programa turístico dos domingos, pergunte se no seu hotel tem outros turistas que querem ir, junte o grupo e rache a despesa do táxi. Fica mais em conta. A catedral fica dentro de uma mina de sal ativa no pueblo de Zipaquirá e é bem impressionante nas suas dimensões e na sua estranheza. A caminho da nave central, onde fica a grande cruz, você vai passando por esculturas em sal que representam as estações da via crucis. A Catedral de Sal foi votada recentemente como a maior atração turística da Colômbia.

Fez o roteiro direitinho? Então viva! Você conheceu o melhor de Bogotá, passou no teste e está pronto para conhecer Cartagena e Islas del Rosario, que é o assunto da nossa próxima conversa.

André Urso em Monserrate


Serviço:

  • A passagem em promoção da Gol me custou 16 mil milhas (8 mil por trecho – olhando depois vi por 5 mil milhas!). Se você for rápido, acho que ainda pega.
  • Bogotá fica a mais de 2.600 m acima do nível do mar. Aqui normalmente chove muito de outubro a começo de dezembro. É melhor trazer alguma roupa de frio e, principalmente, de chuva.
  • De Guarulhos para Bogotá são mais ou menos 6 horas de viagem.
  • Perto do grande supermercado Éxito, na Zona T, tem uma galeria de lojas com várias casas de câmbio próximas e boas cotações. Compare e escolha a melhor.
  • As ruas são bem vigiadas, principalmente a Candelária e a Zona T, mas, como no Brasil, não convém dar mole com bolsas e câmeras.


Obrigado, André!

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170 comentários

Olá Pessoal. Esse post me deixou com água na boca.
Viajando pela Avianca tem conexão me bogotá: chega 5:20 da manhã e sai as 15:35.
Dá para dar um pulinho em Bogotá para repirar o clima da cidade? o que poderia ser visitado me uma manhã completa?

    Valdinho, em poucas horas não dá pra ver tudo, então é muito simples: a gente escolhe o que mais nos apetece. O centro histórico dos lugares sempre é a primeira pedida, mas se alguma outra coisa deste relato lhe chamar mais a atenção, vá em frente.

Caro Andre,

Estamos em Bogota neste instante. vamos seguir suas divas. ontem foams ao Andres Carne de Res e posso dizer que foi uma Das experiencias gastronomical mais interessantes que ja tivemos! Recomendo muito. depois no nosso blog farei um anexo mini do seu so sobre este ligar, pois merece. Abs Ana

Oi, pessoal!

André, adorei as dicas de Bogotá e Cartagena. Pretendo colocá-las em prática agora em junho.

Agora, estava precisando de mais dicas de hotéis, especialmente dentro da cidade murada de Cartagena. E quais empresas aéreas que fazem Bogotá/Cartagena.

Pra quem ainda não sabe, tá uma mega promo de milhas da Tam. Comprei minhas passagens para junho por 4 mil pontos o trecho.

Beijos e obrigada!

EStou indo para Bogotá, Cartagena, Ilha de San Andres no final do mês , adorei as dicas… tudo de bom . Prometo que quando retornar publico coisas interessantes e dicas que encontrar por lá.Obrigado e parabéns pelo site.

Leve dólares. Troque o minimo que puder no aeroporto El Doradao. No centro de Bogotá voce encontrará dezenas de casas de câmbio. Na 19/5 ( calle 19 esquina com carrera 5 ) em frente ao Hotel Bacatá encontrei a melhor cotação. Mas não se preocupe pois as opções são muitas.

Oi Polliana! Já viajei várias vezes para a Colômbia e não recomendo fazer o câmbio com reais nem aqui, nem lá. O ideal é ir com alguns dólares no bolso, trocar na casa de câmbio do aeroporto para as despesas iniciais, como táxi, e depois tirar dinheiros nos bancos 24 horas espalhados pela cidade (Cajeros Automáticos). Cada vez que vc sacar, seu banco no Brasil te cobrará uma taxa (mais ou menos 13 reais) e voce já terá o dinheiro na moeda local em mãos! Isto é, vale a pena calcular de quantos pesos vai precisar para fazer um saque apenas.
A Colômbia é sensacional! Vc vai amar!
Abraço, Mafê

Excelente roteiro… vou copiar, pois estou indo para Colômbia no próximo sábado! Mas onde está a continuação… Cartagena e Isla do Rosario?

    Olá, Polliana! O André já mandou a continuação, só falta o Comandante editar.

    Que ótimo!!!
    Alguém sabe me dizer se para Bogotá preciso levar dólares ou fazem o câmbio com reais? Li em algum site que aceitam reais, mas gostaria muito de confirmar por aqui.

    Polliana,

    acabei de voltar de lá. Eles trocam reais na maioria das casas de câmbio sim. Ainda assim, o câmbio é mais favorável com o dolar.

    No aeroporto, o câmbio é o menos favorável, mas não é horrível, dá p/ trocar p/ as necessidades + básicas….

    Na Colômbia toda, o melhor câmbio q achei foi próximo à zona T, na Carrera 15, em uma galeria em frente ao supermercado Carulla. Lá as casas de câmbio são bem discretas, tem q prestar atenção…

    Em Cartagena, o câmbio é bom em casas de câmbio próximas à Torre do Relógio.

Estou preparando um post sobre bogota e Vila de Leya, mas já adianto que uma boa dica é o Hotel Ibis, bom e barato.

Olá, Dionísio

Seu post foi muito útil e uma grande ajuda para mim antes de embarcar para a Colômbia, por isso, antes de mais nada, muito obrigado! 🙂
Fui em Usaquen conhecer a feira na volta da Catedral de Sal,mas acabei nao colocando o destino no meu post por conta do engarrafamento para chegar lá que é muito grande e também porque a feira de fato me decepcionou um pouco. Acabei achando pequena e pouco atrativa para alguem que conhece as feiras de domingo de Sao Paulo por exemplo, ou para quem já foi a San Telmo em Buenos Aires. Mas a região de Usaquem, que achei uma V.Madalena Bogotana, vale pelos restauranes simpáticos e para quem busca se hospedar no extremo norte da cidade num bairro tranquilo, que tem uma boa infra, mas fica um pouco longe do centro e das outras atrações de Bogotá.

    oi, andré.
    minha vez de retibuir: passei um (mísero!) dia em bogotá ao voltar de cartagena, e usei as informações do post acima como guia básico.
    quase morri, pois tentei fazer todo o roteiro num curtíssimo espaço de tempo (na real, acho q morri por uns minutos assistindo a um vídeo no museu do ouro) e a altitude cobrou seu preço de forma assustadora logo após o almoço.
    de qq forma, valeu pelas informações. pena q vc ñ tem mais um blog, como o q manteve em angola e q me foi indicado pelo ricardo freire. vc escreve bem pacas!
    obrigado e abs.

    Sim, realmente Usaquén vale mais pelo bairro, que é bem interessante.

    Fiquei com vontade de subir ao Monserrate, mas passei ofegante os três dias que fiquei em Bogotá. Até amarrar o sapato me cansava. Então, não quis arriscar. mas foi legal teres ido. Gostei muito da foto tirada lá de cima.

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