Buenos Aires, por quem acabou de chegar: “Vida normal e muitos cuidados”

ricardocosti

Recebi essa tuitada aí de cima do Ricardo Costi quinta-feira, e só não retuitei porque estava (estou) terminando um trabalho atrasadíssimo e nem deveria estar no Twitter.

Pois nem bem voltou, e ele já postou numa caixa de comentários aqui do blog seu relatório sobre a vida real em Buenos Aires. Os grifos são meus :mrgreen:

“Pessoal, acabo de retornar de Buenos Aires e, até o momento, em perfeitas condições de saude. Nem um leve congestionamento nasal tive, apesar do frio e, claro, da sombra da gripe.

Estive 4 dias por lá. Tudo corre normalmente em Bs. As., shoppings e cafés lotados, restaurantes mais vazios, mas não se vê máscaras nas ruas, apenas nos aeroporto.

O uso de álcool-gel é intenso e necessário, usei a todo momento, assim como todos na cidade.  Em alguns restaurantes, junto com os temperos, é entregue um tubo de álcool-gel, assim como nos toilettes é farta a oferta do produto e nos corredores dos shoppings.

O shopping mais lotado em que estive foi o Alto Palermo; era assustador, confesso, o número de pessoas lotando lojas e aproveitando liquidaçõees. Os preços valem a pena.

E, com a queda do número de brasileiros por lá, me senti tratado como rei em todos lugares (no hotel um upgrade imediato para uma megasuite).

Nos bairros da Recoleta e Palermo, especialmente, parece que a gripe nem existe. Todos dizem não conhecer alguém que já a contraiu.

Como havia feito um check-up médico dias antes de viajar, e estava em perfeitas condições de saude, fui mais tranqüilo e retornei com a mesma disposição.

De todo modo, a propaganda oficial é intensa quanto à gripe em Buenos Aires:  na TV a todo momento, muitos outdoors pela cidade, em todas entradas do metrô (que não utilizei) placas e luminosos orientando sobre, e nas lojas de departamento e supermercados a todo momento gravação solicitando que as pessoas mantenham 1 metro de distancia entre elas como precaução.”

ricardocosti2

Obrigadíssimo, Xará! É exatamente esse tipo de depoimento, de alguém que tenha estado nas ruas (e não em frente a uma tela de computador, como parecem estar os correspondentes portenhos dos jornais), que a gente estava precisando.

E atenção Vibanas: por conta da histeria em torno da gripe, os preços já começam a baixar. A Sylvia me avisou por email e o Rafael Targino por twitter que a Gol está liquidando as passagens para Buenos Aires. Eles encontraram ida e volta SP-Bs.As.-SP por R$ 350 até novembro. Eu só consegui encontrar por R$ 400, mas que não deixa de ser uma pechincha.

Buen viaje!

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56 comentários

Lá em Londres havia apenas um tímido cartazinho em Heathrow falando da gripe *suína* (essa história de H1N1 é frescura brasileira). Ninguém estava usando máscaras no aeroporto. Em Lisboa os cartazes eram maiores, mas nada de máscaras também. Já no aeroporto do Recife, ontem à noite, eu me senti em plena área de quarentena. Só faltou aquele povo vestido de astronauta. E ainda deram um formulário pra gente preencher no avião perguntando até em que poltrona a gente estava sentado. Eu acho que as autoridades assustam mais do que orientam.

Riq, ninguem falou mais nada sobre a gripe nos estados unidos, alguma noticia?Estava planejando ir para lá final de agosto, mas como estou gravida estou com um medinho….Alguem voltou de lá recentemente?

    Tudo normalíssimos nos Estados Unidos.

    Mas a histeria pode voltar com o outono, não só nos Estados Unidos, mas em todo o hemisfério norte. Até lá, ou a gente perde medo da gripe, ou não sai mais de casa.

    No seu caso específico, não há o que temer. Agosto não é época de gripe por lá. Mas vai ser época de gripe por aqui.

    De todo modo, se você está contaminada pela paranóia, não viaje.

    Paulab,

    Voltei de NYC no dia 28/06 (fiquei 10 dias lá). Absolutamente tudo normal, como se não tivesse NADA ocorrendo. Como alguém já comentou, o problema eh que ao chegar aqui ao BR, de volta, pedem a identificação do voo, poltrona onde vc voou (!!!) e o e-mail ou o telefone. Como alguém também já falou, o lugar onde vi mais gente andando de máscaras foi em Guarulhos.

    Riq,

    Eu leio o blog praticamente todos os dias, mas é a primeira vez que comento… parabéns pelo blog! 🙂

Tive que cancelar a próxima semana (minha única de férias!!) em BsAs. Ia com a família toda e meus pais se diziam não com medo da gripe, mas com receio de encontrar a cidade “fechada”. E nada disso está acontecendo!
Bom, vamos aproveitar Salvador agora e pedir pra não voltar com dengue, rs…

Olá Riq. Moro em Bs. As. e agora mesmo estou com Gripe A. A coisa comenzou na ultima quinta feira, quando acordei com dor de cabeza. Passadas duas horas comenzou a febre. Primeiro 37,5C. Até esse momento nao di importancia. A coisa tornou pior á noite. A febre chegou a 39 y meu corpo estava bem cansado, muito dor de garganta. Na sexta foi quando liguei para o medico. Ele nao deu muita importancia, e só deu um antibiotico e paracetamol. Essa noite despertei no medio da noite sob uma lagoa de agua na minha cama. Tinha 39,5 de febre. Fui directo á clinica. Me disseram “Caso suspeitoso de Gripe A”. Me deram Tamiflu (Oseltamivir). A melhoria foi imediata. Agora tenho que aguardar sem sair da minha casa até a proxima sexta para receber o alta médica.
Nosso goberno é uma vergonha. Nao esta dando dados certos. Fontes extra oficiais formadas por grupos de medicos falam de 300.000 casos e 2000 mortes. E verdade que a tasa de mortandad e igual á gripe comum, mas temos dereito a conhecer a realidade da situacao. Saludos desde Argentina!

    Eu acredito que ainda neste inverno a gente acabe passando por uma situação semelhante aqui no Brasil.

    Melhoras, Mauricio! E aproveite o descanso forçado….

Também estive em Buenos Aires neste final de semana (a Aerolineas Argentinas está com uma promoção onde o acompanhante paga meia passagem — mas, pelo jeito, a brasileirada aproveitou isso para ir pra Sydney, já que, do meu vôo cheio, só uns 20 passageiros ficaram efetivamente em BsAs).

Como já escreveram, a vida segue por lá. Nenhuma paranóia – o lugar onde mais vi gente de máscara foi no aeroporto de Cumbica. Ontem e sábado o tempo estava lindo, daqueles dias de inverno com céu azul e sol brilhando. Os gramados na Recoleta, em volta do cemitério, estavam cheios de gente tomando sol e mate. Curiosamente, achei a Florida e a Santa Fé bem mais vazias do que de costume, sem as hordas de brasileiros que costumam invadir lá a qualquer feriado. Enfim, parece que nós, brasileiros, estamos mais preocupados do que quem vive por lá e já percebeu que não dá para parar a vida por causa do risco de pegar uma gripe.

Em tempo: o paraíso das compras continua, praticamente TUDO (de livros e CDs a roupas, cerveja belga e restaurantes bacanas) é mais barato do que aqui (do que São Paulo, pelo menos). Sejam racionais e aproveitem a irracionalidade alheia.

P.S. o brunch de domingo do Olsen, um restaurante escandinavo descoladinho em Palermo, já estava cheio às 11h00.

Patsy, realmente na televisao argentina vê-se a preocupaçao com a provincia san izidro, maior q na capital.
achei genial a conclusao do Luiz Felipe Pondé, na sua coluna hj, (publicada às segundas-feiras na Folha de Sao Paulo): “Contra a paranoia costuma funcionar o senso do ridículo. Assim, sejamos limpinhos e obedientes, mas não esqueçamos que o paranoico é ridículo no seu gozo em causar medo. Respiremos com moderação.”

Pessoal, não quero apavorar ninguém, mas tenho uma amiga que mora na Argentina, não é em Buenos Aires, é na Provincia San Isidro, alias, bem legal, tive o prazer de conhecer, porque geralmente só ficamos em BUE, e lá é bem legal, pelo menos onde ela mora.

Ela disse que esta sim um pouco assustadora a situação, e que ela nem esta saindo de casa, muitos shopping só entra com mais de 18 anos, crianças todas de férias, e a movimentação de gente na rua, bares, supermercados esta bem reduzido, até por conta das férias antecipadas.

O marido dela trabalha na Ford e tem um infectologista de plantão sempre, para atender a todos, com total cuidado devido ao grande numero de funcionarios, e ela esta evitando de ir em Buenos Aires, porque segundo as informações o Governo também estava escondendo alguns casos, parece que são mais de 80 mortos pela gripe, e quase 200 mil infectados.

É um número realmente alto, e como ela tem um bebe de 1ano e 8 meses fica com mais medo, e disse que desinfeta tudo, no prédio dela nenhum infectado, mas é só disso que falam o tempo todo… sei lá,. depois que conversei com ela desanimei bem de ir para lá.

Mas é bom saber outras opiniões.

    Patsy, no Brasil também, quanto menor o lugar, maior a paranóia. Vide o interior do Rio Grande.

    Se publicassem diariamente as estatísticas de mortes por pneumonia originada de gripe comum os números também seriam altos.

    Se publicassem as estatísticas de mortes por infecção alimentar ninguém comeria nada no exterior.

    Se publicassem as estatísticas de mortes por afogamento ninguém entrava no mar; por atropelamento, ninguém atravessava a rua.

    Eu não tenho dúvida de que o governo argentino esteja maquiando os números, porque esse governo é bem sem-vergonha mesmo. Mas de novo: são números de g-r-i-p-e.

    Avisa a sua amiga que ela tá perdendo as liquidações em Bs. As…

    Quanto menor o lugar, mais se depende das informações que chegam via jornal, rádio e TV – aí já viu, né? É a mídia a serviço da paranóia…

Essas promoções de passagens são bem tentandos… alguém, por favor, me tire da frente do computador? 🙂

Estou em BsA desde sexta-feira. A vida aqui está calma e as pessoas seguem seu ritmo normal. A Av. Santa Fé continua cheia de gente.
Apesar do frio, o sol destes dias convida a passeios ao ar livre nos imensos parques de Recoleta e Palermo, ao logo da Av. Libertador (que o prefeito quer transformar na Central Park porteña….).
No hay panico! Só o estoque de alcool gel está esgotado na Farmacity, mas é encontrado em farmácias menores.
Usando barijos (mascaras) solo turistas.

Aqui já está recomeçando um pouco do histerismo : grandes avisos nos jornais de que no outono a gripe viria com força total.
Eu tenho um remédio ótimo pra isso: chá-de-pouco-caso de 8 em 8 horas.

    Ai, Marcie… se essa gripe voltar com tudo no hemisfério norte no outono eu talvez tenha que abrir um blog separado só pra responder perguntas e não contaminar a parte sã do blog… Atchim!

    para efeito de comparação: dizem que a cada outono/inverno, só nos Eua morrem 3.500/4.000 pessoas da gripe normal.
    Hoje na NBC falaram no jornal que os cientistas estão achando muito semelhantes as características dessa gripe com a Influenza de 1918. Seriously? E nadinha evoluiu na medicina de lá pra cá?
    Pra mim foi a mídia que piorou….

    É disso que reclama uma amiga minha que é médica, Marcie… Diz ela que só em termos de condições sanitárias melhoradas já não teríamos mais ambiente para uma catástrofe das proporções da gripe de 1918. Isso sem falar no próprio fato de que naquela época não existiam os anti-virais… Ou seja, voltamos à mídia!

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