Menu do dia: micos em restaurantes (conte o seu!)
Lembre das suas histórias de viagem mais engraçadas. Garanto que pelo menos uma delas aconteceu em algum restaurante. Não há curso de idiomas que dê conta de nos preparar para a variedade de termos que encontramos nos cardápios mundo afora. E, mesmo quando estamos certos do que escolhemos, a versão local de um prato que nos é familiar pode causar uma tremenda surpresa.
Exemplo? Na seção de “ensaladas” de um menu de almoço em Buenos Aires constava um corriqueiro “salpicón”. Confirmei com o garçom do que se tratava e, pelo que entendi, a salada seria basicamente como o nosso salpicão brasileiro, com frango e cenoura. Quando o prato chegou, descobri que, na verdade, a versão argentina da salada leva um inusitado ingrediente. Acredite ou não, o salpicão hermano tem… arroz (!), e parece mais com uma canja fria, sem o caldo.
Existe coisa mais complicada do que tentar adivinhar cortes de carne e tipos de peixe? No cursinho de inglês a gente aprende fish e beef, mas nos restaurantes encontramos mackerel, grouper, rump steak, brisket. Ainda bem que, na dúvida, galinha normalmente se apresenta como chicken, mesmo.
E quando estamos em um país onde não sabemos quase nada do idioma? Em lanchonetes ou carrocinhas, dá até para apontar e pedir o que parecer mais apetitoso; nos restaurantes, cada cardápio se torna praticamente uma aventura.
Enfim: quem nunca comeu, digo, pagou mico em restaurante? Queremos saber o seu! Estranhou muito o nome de um ingrediente? Achou que estava pedindo um prato, mas veio outro? Escolheu uma comida sem ter idéia do que era?
Conte pra gente!
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92 comentários
Eu sou chefe em pagar mico em restaurante. Desde um roast beef (falando no maior sotaque inglês do mundo sem saber que era o nosso rosbife basicão. Ah, eu estava no Brasil mesmo!) até o desespero de pedir um kebab na Turquia que veio dentro de um vaso de argila e me deram uma espada para quebrá-lo. Contei essa história aqui https://essemundoenosso.com.br/2012/10/23/cozinha-anatolia-na-capadocia/
Abraços
Rafa
Mesmo dominando o idioma às vezes metemos os pés pelas mãos.
Uma vez em Londres, cansado de andar o dia inteiro, louco por comer um doce, pedi um “pineaple” no lugar de uma “apple pie”.
Foi o abacaxi mais azedo que já comi em toda minha vida.
Uma vez, em um bistrô em Paris, pedi o menu em inglês, pois não falo nada de francês. Estava escrito, onion soup, e lá estava eu pensando que ia comer um creme de cebolas, com grutons em cima. Para minha surpresa, a tradução era literal, veio uma cebola inteira, tinha até os cabelinhos da cebola, mergulhada em um prato fundo cheio de água em volta. Não deu pra comer, de jeito nenhum.
E outra vez, em Florença, não conseguia entender que ingrediente era aquele que vinha no macarrão. O coitado do garçom, tentou, tentou, mas eu não entendia. Ele chegou a trazer da cozinha, pra me mostrar, era um quadradinho de cor preta. Pedi assim mesmo, e não me arrependi, era um maravilhoso penni ao funghi.
Beijos
Vale fazer pedido olhando o menu (escrito tudo em chines) e a única alternativa para comunicação com o garçon é usar um apps de tradução.
Foi assim em um restaurante em Pequim. A gente olhava a foto e escrevia “chicken” e “beef” no app Pleco, se a menina respondia sim com a cabeça a gente confirmava o pedido…
E comemos muito bem e damos risada até hoje do ocorrido 🙂
Bom, quando viajo geralmente sou eu que peço os pratos regionais… na dúvida, quando vamos em um prato desconhecido, o Caetano pede algo mais normal…
Em Praga, pedi uma carne embutida de porco horrível – e ele, filé. Claro que teve que dividir comigo…
Na Toscana, paramos em Chianti e eu pedi javali – pois parecia que o danado do javali tinha corrido muito pra fugir do meu prato, tava um ranço só…
Com minha irmã, em Amsterdam, escolhemos o melhor restaurante japonês da cidade para encerrar nosso mochilão – acabou sendo a maior fria, pois esperávamos um japonês descolado e era um daqueles super tradicionais. A comida não nos agradou muito, nem a conta! Mas acabamos nos divertindo, cada prato que pedíamos era um jogo de adivinhação em holandes/japonês/inglës…
Também uma vez indo para Isla Negra/Chile, pedi uma sopa de frutos do mar que não consegui comer – todos aqueles mariscos esquisitos do Chile e mais um gosto insuportável de maresia.
Mas continuo experimentando, o importante é tentar! Já provei pratos maravilhosos, deliciosos, procurando no cardápio do mesmo jeito! 🙂
em madrid, com uma amiga, no balcão de informações turísticas da plaza mayor, perguntei qual era o prato típico de toledo. não entendendo a resposta, perguntei de que especie era e a atendente, naquele ingles terrivel dos espanhóis, solta algo como “it´s a bééér”. olho assustado para minha amiga: meu deus eles comem urso aqui, por isso que tinha uma estatua de um na puerta del sol. pedi para escrever o nome e quando ela lê, cai na gargalhada: “it´s no a bear, it´s a bird!”
o colega que viajou comigo a roma é proibido por motivos religiosos de comer carne vermelha às quintas. com o cardapio em italiano e a garconete se recusando a falar ingles (ouvimos dela algo como “vcs estao na itália, falem italiano”)aconselhei-o a pedir “coda” que deveria ser bacalhau, já que code fish é bacalhau em ingles. quando serviram o ossobuco para ele, ele quase jogou o prato em mim e jantou apenas as batatinhas!
Também tive problemas assim em Roma, acho que os garçons não gostam de falar inglês.
Em Paris, uns 8 anos atrás sem saber nada de francês e nem saber certos termos gastronômicos em inglês, eu não lembro naquele jantar o que achava que viria (frango, carne… who knows), mas certamente nunca imaginei que viria uma panela com mexilhões pra mesa.
Exatamente assim: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6f/Moules_Frites.jpg
Pra quem não é fã de frutos do mar como eu…
Meu mico gastronômico teve a ajuda do Ricardo Freire! Li aqui no site um bate-volta a partis de Lisboa, até Setúbal. Em Setúbal, o Riq dava a dica de um restaurante O Miguel. Estávamos eu, minha irmã e 2 sobrinhos. Saimos de Sintra em direção ao Algarve, de carro, e fizemos uma paradinha em Setúbal. Chegamos tarde, próximo às 17h, e fomos almoçar no O miguel, como recomendado. Como era tarde para almoço e cedo para jantar, o restaurante, apesar de aberto, estava sem os peixes e mariscos expostos na vitrine e com a churrasqueira para assá-los apagada. Ah! O chef estava na hora de seu descanso. Então, a garçonete nos disse que as opções do cardápio estavam bastante limitadas para o horário. Nos deu as seguintes opções: arroz de mariscos, que podia ser com ou sem sapateira (uma espécie de carangueijo de mar bastante grande) e bife com fritas e arroz. Eu adoro mariscos e meu sobrinho havia comido sapateira em uma marisqueira em Cacilhas e adorou. Fomos eu, minha irmã e ele de arroz de marisco. Minha sobrinha foi de bife com batatas fritas. Vimos a garçonete pegar a sapateira e levar para cozinha. Ouvimos o bater das cascas da sapateira. Nossa expectativa aumentando! O arroz viria cheio de carne de sapateira, camarões, ameijoas…Hummmmm delícia! Até que a garçonete pousou a nossa frente uma panela e nos disse assim: “abram daqui a 3 minutos”. Após a espera, abrimos a panela, onde o arroz ainda fervia…junto com TODAS as cascas de TODOS os mariscos! O paladar do arroz era bom, mas impossível de comer por causa do excesso de cascas. Cada garfada que eu dava, era um pânico de ter um dente quebrado ou engasgar. A sapateira praticamente inteira, apenas quebraram em partes menores. Olhei incrédula para a garçonete e perguntei como se comia aquilo. Ela trouxe um martelinho para quebrarmos a sapateira… Como estava dentro do arroz com caldo, era um tal de espirrar tudo pra todo lado! Além de muito quente! Enquanto isso, minha sobrinha comia seu bifinho com batatas fritas e arroz. Já fui a Portugal muitas vezes e foi a primeira vez que não consegui comer um prato português. Arroz de marisco em terras lusitanas, nunca mais!
Acho um absurdo o desperdício de comida em Portugal.
Fora de Lisboa ou do Porto, onde há cortes parecidos com o nosso, servem o peixe inteiro ou a carne de vaca cortada no machado com osso e tudo mais…
Resultado: Pelo menos 30% do que é servido vai para o lixo.
Em Veneza, rendeu muitas risadas:
Meu marido, cansado e com preguiça, abriu o cardápio e rapidamente elegeu Pizza Calabresa, algo bem familiar.
Dali a pouco, retornou a garçonete e colocou o prato na frente dele, que começou a reclamar “Esse não é o meu! Eu não pedi isso!”, empurrando uma pizza com um ovo frito em cima. Na Itália, calabresa não é um tipo de linguiça e ele acabou com a pizza de ovo, porque não leu o cardápio com atenção.