Hard Rock Hotel Punta Cana: quartos de pop star, astral de navio

Inaugurado como Moon Palace, este hotel mudou de conceito no segundo semestre de 2010. Logo depois de uma conferência da ONU para tratar dos efeitos do terremoto do vizinho Haiti, fechou e voltou à ativa repaginado como o Hard Rock Hotel, decorado com relíquias de ídolos da música pop e transcrições de versos de hits clássicos.

Essa tematização combina com a arquitetura e a disposição do resort. Trata-se de um resort bem pouco integrado à praia ou ao ambiente tropical; poderia ser transplantado para qualquer lugar do mundo sem mudança significativa de layout e continuaria com a sua personalidade preservada. O prédio principal é todo enclausurado; caminhando pela galeria de restaurantes, você se sente num navio (ou em Las Vegas, só que sem o cheiro de cigarro). As áreas ao ar livre são áridas e pouco convidativas. Já os ambientes refrigerados são animadíssimos.

Nos primeiros meses sob o novo nome o resort fez muitas promoções (inclusive por sites de compras coletivas). Hoje o preço já está ajustado à faixa de conforto. Agora em julho diárias avulsas all-inclusive para casal em sites como Hoteis.com saem R$ 770; nos pacotes com sete noites de hospedagem e aéreo estão na faixa de R$ 4.500 por pessoa (R$ 9.000 por casal). No segundo semestre as tarifas caem um pouco. Não consegui reservar apenas uma diária em junho no Hoteis.com (havia um limite mínimo de noites), mas consegui no Expedia, por US$ 440 (cerca de R$ 700).

Localização. Fica na praia de Macao, a 40/45 minutos do aeroporto de Punta Cana. A região tem apenas hotéis, sem nenhum vilarejo que alcance a praia. O táxi ao aeroporto, tabelado, custa 50 dólares.

Layout da propriedade. O resort ocupa um terreno enorme. O prédio principal, onde estão recepção,restaurantes, bares, lojas, cassino e spa, está bastante recuado, a uns quinze minutos de caminhada da praia. Jardineiras fazem o percurso em intervalos freqüentes.

Há um grande vão central ocupado por espelhos d’água. Os 1.400 apartamentos ficam em blocos de quatro andares, com elevador, distribuídos por quatro longas quadras, duas de cada lado do vão central. Entre os prédios e a praia fica a zona das piscinas, o kid’s club e outros restaurantes.

Apartamentos. São o grande destaque do hotel. Todos são suítes e têm uma jacuzzi enorme entre a cama e a sala. É muito provavelmente o quarto mais luxuoso da vida da maioria dos hóspedes. A presença dessas suítes seis estrelas num hotel de ambiente jovem e descontraído provoca um estranhamento divertido: dá, sim, para se sentir um pop star novato em sua primeira turnê depois de alcançado o sucesso.

O banheiro é enorme e o frigobar vem abastecido também com destilados, incluídos na diária.

Outro detalhe chique é que há um menu de room service 24 horas incluindo opções de almoço e jantar.

Piscinas. De todos os 12 resorts em que me hospedei entre Punta Cana e Bayahibe, este é o único em que as piscinas parecem ter mais importância do que a praia. Há várias, bem equipadas com espreguiçadeiras, cada uma servida por seu próprio bar.

Praia. Tive uma confirmação e uma surpresa. A confirmação: como eu imaginava (e dava para ver no próprio site do hotel), a praia em frente tem ondas. O visual não é repousante como o das praias mais ao sul na zona hoteleira– Arena Gorda, Bávaro e Cabeza de Toro. Talvez por isso as espreguiçadeiras da praia sejam menos disputadas do que as da piscina.

A surpresa, porém, é que passando a zona da rebentação a água é tão cristalina quanto nas zonas mais mansas. Não pude levar a câmera até lá, mas acho que você consegue ter uma noçãozinha 😀

Mas atenção: o esquema de salva-vidas opera em nível americano de paranóia, e se você sair da zona vigiada vai levar uma apitada 😯

Restaurantes, bares e delis. Há nove restaurantes no complexo. Um funciona sempre como buffet (o Market), e foi o único que experimentei. É variado e tem bons ingredientes, mas não chega ao nível chocante de sofisticação do Paradisus Palma Real ou do Iberostar Grand Bávaro.

Outros oferecem buffet no almoço (o italiano Ciao, o brasileiro Ipanema). Dois restaurantes estão próximos do mar (a churrascaria Toro e o brasileiro Ipanema); os outros ficam todos no prédio principal (o que eu chamo de navio). Entre os ainda não citados há uma pizzaria (Pizzeto), um caribenho (La Isla), um mexicano (Los Gallos), oriental (Zen) e café (Cafetto). Reforçando a idéia de navio, há também três delis e uma sorveteria italiana (sim, gelato incluído). Há também bares que à noite viram baladinha.

Com exceção do Toro, os restaurantes à la carte não requerem reserva.

Bebidas. Vale a recomendação que dou para todos os resorts que sejam da categoria superior, mas que não estejam na faixa megatop no quesito gastronomia: veja as marcas disponíveis e peça pelo nome, senão vem genérico.

Entretenimento. O cassino impressiona, e pelo que tenho lido é o maior e melhor dentre todos os resorts de Punta Cana. Leva jeito de Vegas, sim (e sem o cheiro de cigarro, o que torna tudo quase saudável).

Já o teatro é enjambradíssimo; a impressão é que só tiveram a idéia de mostrar shows há pouco tempo, e ainda não arranjaram um local à altura. O show na minha nnoite era bem fraquinho.

Atendimento. Bastante simpático.

O público. Muitos americanos; os brasileiros já são perceptíveis. Achei o público um pouco mais jovem (e com menos famílias com crianças) do que em outros resorts.

Internet. O wifi é incluído, funciona no hotel inteiro e não requer senha.

No Brasil seria o quê? Não temos nenhum resort tão grande, ou com quartos tão produzidos, e muito menos com a idéia da tematização.

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