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12 dias no Japão: Hiroshima, a segunda parada da Miriam

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Depois de passar três noites em Osaka (leia aqui), a segunda parada da viagem da Miriam pelo Japão fora do circuito foi em Hiroshima. Embarque com ela rumo à cidade vitimada por uma bomba atômica na 2a Guerra Mundial.

Texto e fotos | Miriam K.

Hiroshima, a segunda escala da Miriam em 12 dias pelo Japão

A nossa parada seguinte foi em Hiroshima, a 329 km de distância de Osaka, ou 1h46 minutos de trem-bala, o ‘Shinkansen’. Aqui cabe um adendo sobre o Japan Rail Pass. Esses passes dão direito a uso ilimitado dos trens comuns, de alguns tipos de trem-bala e das linhas de metrô operadas pela JR (Japan Railways) e têm que ser comprados antes de se chegar ao Japão. A duração do passe pode ser de 7, 14 ou 21 dias. Nós escolhemos não comprar esse passe porque faríamos somente duas viagens sendo uma de Osaka para Hiroshima e depois de Hiroshima para Tóquio e queríamos experimentar o trem Nozomi, que é o mais novo de todos e não pode ser usado com o Rail Pass. Além disso, nos metrôs de Tóquio há muitas outras linhas que não são JR e então não poderíamos usá-lo nas linhas privadas do metrô.

Saímos bem cedo de Osaka e de novo aparece a vantagem de estarmos no Hotel Granvia: descemos do elevador e já estávamos na estação e a parada seguinte era a de Shin Osaka, onde pegamos o ‘Shinkansen‘. Havíamos comprado as passagens no dia anterior só por garantia, mas o trem estava bem vazio. Sempre existe a opção em inglês então, em geral, dá para comprar na máquina de autoatendimento. Pode-se também pedir ajuda para o funcionário daquele setor. Basicamente é necessário informar qual tipo de trem você quer, destino, horário e se quer reservar assento. A viagem foi rápida e confortável.

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Em Hiroshima também escolhemos o Hotel Granvia Hiroshima pela localização dentro da estação. Saímos do trem e já estávamos no hotel. No setor de informações conseguimos folhetos explicativos e mapas da região.

Como ainda não era hora do check-in, guardamos nossa bagagem no maleiro do hotel e seguimos viagem para a Ilha de Miyajima que fica a uma curta travessia de ferry a partir do porto de Hiroshima. Também há opções para chegar lá de trem e barco a partir de outros locais.

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O principal atrativo da Ilha de Miyajima é o seu famoso Torii (portal) alaranjado e o Templo Itsukushima, que parecem flutuar na água na maré alta. São considerados uma das três melhores vistas do Japão.

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Passamos o dia todo lá e por isso pudemos ver desde a maré baixa até a maré alta. O Monte Misen, que é o mais alto da ilha, já era venerado pelos Xintoístas desde o século 6 e, no século 12, o local foi escolhido para a construção do Templo e do Torii.

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Há várias trilhas que podem ser percorridas e após uma caminhada de alguns minutos chegamos a um Pavilhão chamado Senjokaku que nunca foi terminado – é uma grande construção com enormes telhados e sem paredes. Pendurados no teto há inúmeros painéis de madeira seculares e lá dentro se anda descalço sobre um chão de madeira que é brilhante de tão limpo.

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Para ir até o topo da montanha pegamos um teleférico (Miyajima Ropeway) que é dividido em duas partes e chegando lá temos uma bela visão até Hiroshima do outro lado da baia – num dia de tempo aberto.

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Voltando para Hiroshima, escolhemos um restaurante que serve um prato típico da região chamado ‘Okonomiyaki‘ na própria estação. Este prato é feito sobre uma chapa de ferro às vistas do cliente e aparentemente cada restaurante tem sua própria receita, mas basicamente tem macarrão, legumes, um tipo de omelete e alguns tipos de carne, frango ou camarão.

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O dia seguinte foi dedicado a visitar o Castelo de Hiroshima (bem cedinho antes da maioria dos turistas) para depois ver o resto da cidade. Já fizemos o check out do hotel e deixamos as malas guardadas. Compramos um passe de um dia do tipo hop on hop off chamado ‘Hiroshima Meipuru-pu’ (Maple loop) para conhecer os principais pontos turísticos da cidade por 400 ienes. Como o hotel fica junto à estação, o ponto inicial do ônibus ficava numa das saídas.  O Castelo de Hiroshima foi erguido no século 16, mas foi destruído pela bomba atômica em 1945, junto com o restante da cidade. Somente a torre principal foi reconstruída, entre 57 e 58, e funciona agora como museu.

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O restante do dia foi dedicado à visitação da parte da cidade relacionada à bomba atômica. Há o prédio-símbolo da explosão da bomba atômica chamado de A-Bomb Dome, que é muito impactante e parece que todos ficam em silêncio lá perto.

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Um pouco mais à frente há o Parque Memorial da paz, o Monumento das Crianças à Paz e o Museu Memorial da Paz, tudo concentrado numa única região.

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Almoçamos lá perto e experimentamos um prato típico local que é uma enguia grelhada e coberta por um molho levemente adocicado acompanhado de peixe cozido, sashimi, picles, verdura cozida e arroz. A enguia tem a aparência e a consistência de uma sardinha assada, muito boa, vale experimentar.

Voltando para o hotel, pegamos as bagagens e tomamos o nosso trem bala rumo a Tóquio. Novamente fomos com o trem Nozomi que leva 4 horas e vai direto até a estação de Tóquio. Os trens Hikari e Sakura -que são os que podem ser utilizados com o Japan Rail Pass- demoram cerca de 5 horas e necessitam de conexão em Shin Osaka.

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Embora haja venda de ‘obentô’ dentro dos trens (marmita típica japonesa), o mais frequente é ver cada um levando o seu comprado na estação. Há uma variedade imensa, desde os mais baratinhos até aqueles que a gente acha que não vai jogar a embalagem descartável fora. Compramos o nosso e embarcamos. A viagem é uma tranquilidade porque no transporte público no Japão é proibido falar ao telefone para preservar o sossego das outras pessoas.

A viagem a Miriam continua! Oba!

6 comentários

Sobre o Children’s Peace Monument, este monumento foi construído em homenagem a garota Sadako Suzuki, vítima dos efeitos da bomba atômica. Sadako foi hospitalizada e no hospital ela confeccionava origamis de tsuru (pássaro grou), tradicional da cultura japonesa. Os japoneses acreditam que confeccionando 1000 origamis deste pássaro, nos é concedido um desejo, porém a jovem Sadako faleceu após confeccionar 644 origamis. Por isso é comum que alunos de escolas levem cordões contendo 1000 origamis em homenagem à Sadako, neste monumento.

Com relação a alimentação, vale a apena experimentar o kaki-yaki (ostra grelhada) em Miyajima e o okonomiyaki (o de Hiroshima é muito famoso) no Okonomi-mura que fica no meio do caminho entre o Heiwa-koen (Praça da Paz) e o Hotel Granvia…

    No Okomimura, recomendo o Shinchan, no segundo andar, no final à esquerda saindo do elevador… em minha opinião o mais saboroso de todos alí. Recomendo!

Boas dicas! Acrescento apenas que uma boa opção é dormir um Onsen em Miyagima. Na ilha tem pequenas pousadas bem tradicionais onde se dorme no tatame e tem acesso aos Onsens.
Quanto ao barco para Miyagima, o da JR saí de local mais distante. Tem alguns que saem a poucos metros do Domo. Achei melhor pegar esses barcos do que o da JR.

Só quero acrescentar uma informação importante, o passe de trem JR Pass também inclui o ônibus de turismo em Hiroshima, não precisa comprar à parte não.

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